CONTADORES DE HISTÓRIAS E A EDUCAÇÃO INFANTIL

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1. RESUMO

SANTOS, Ana Cláudia Merlotto. CONTADORES DE HISTÓRIAS E A EDUCAÇÃO INFANTIL. 2019, 49 f. Monografia – PEDAGOGIA – FERNANDÓPOLIS, 2019.

Ler também é uma forma de transmitir conhecimentos, de diversão, conhecer outros mundos e horizontes e, dessa maneira, desenvolver várias habilidades. O estímulo à prática da leitura começa desde cedo já que ao contar historias para seus filhos, a mãe aguça a curiosidade e a magia nos livros encontrados. Nas escolas não é diferente, onde é necessário promover a aprendizagem num processo dinâmico e criativo utilizando-se de atividades lúdicas como a contação de histórias para beneficiar o processo de aprendizagem na educação infantil. Como contribuições da contação de histórias para o desenvolvimento dos alunos em sala de aula, encontra-se o desenvolvimento do imaginário infantil, resposta a indagações, enriquecimento do vocabulário, reflexão crítica, respeito ao próximo, incentivo a leitura, a oralidade e a escrita, cultura e interação social. Nos dias de hoje com todos os recursos tecnológicos existentes, se torna necessário incentivar a vontade de ler, com histórias envolventes e livros enriquecidos de saberes. Com o presente trabalho, o objetivo principal foi demonstrar a importância de contar histórias para crianças e como esse estímulo ajudará no futuro destas, bem como se caso não existir quais as consequências encontradas.

Palavras Chave: Histórias; Crianças; Desenvolvimento.

ABSTRACT

Reading is also a way of imparting knowledge, fun, knowing other worlds and horizons and thus developing various skills. The encouragement to the practice of reading begins early since telling the stories to her children, the mother piques curiosity and magic in the books found. In schools it is no different, where it is necessary to promote learning in a dynamic and creative process using playful activities such as storytelling to benefit the learning process in early childhood education. Contributions of storytelling to the development of students in the classroom include the development of children's imagery, response to questions, enrichment of vocabulary, critical reflection, respect for others, encouraging reading, speaking and writing, culture and social interaction. Nowadays, with all the existing technological resources, it is necessary to encourage the desire to read, with engaging stories and books enriched with knowledge. With the present work, the main objective was to demonstrate the importance of telling stories to children and how this stimulus will help in their future, as well as if there are no consequences.

Keywords: Stories; Children; Development.

2. INTRODUÇÃO

A “contação de histórias” é uma das práticas mais remotas que se tem registro na humanidade, tendo marco a partir do desenvolvimento da comunicação e da fala do ser humano.

Primeiramente, é uma forma de entretenimento, porém não é só isso, os conteúdos das histórias repletos de descobertas e transformações, fazem parte da formação do caráter das crianças, onde mesmo sendo vivenciado no imaginário, os contos, as fábulas e as lendas colaboram para a construção da ética e da cidadania destas.

Contar histórias transformou-se em profissão, por sua tamanha importância na educação infantil, num estímulo a criatividade e ao lúdico.

A leitura envolvida com o brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça as habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se a sociedade e constrói o seu próprio conhecimento.

Os contadores de história provocam em seus ouvintes um processo de construção de suas identidades sociais e culturais que contribuem para o desenvolvimento da linguagem já que aumentam o universo de significados das crianças e do hábito da leitura, de vital importância na educação infantil.

Ouvir histórias desenvolve o pensamento crítico e oferece para as crianças a possibilidade de conhecer um mundo encantador, mas também, cheio de desafios que precisam ser enfrentados.

No entanto, além da descontração, as histórias despertam nas crianças a imaginação quanto às emoções, a distinção do bom e do mau, o feio do bonito, o poderoso do fraco, e as inspiram em ser melhores. Ouvir, contar ou recontar historia também proporciona a preservação das culturas, dos valores básicos da conduta humana e do convívio e ajudam a compartilhar conhecimentos, que jamais serão esquecidos.

3. CONTADORES DE HISTÓRIAS

O contador de histórias é um personagem ancestral, encontrado no imaginário das gerações ao longo da História.

O narrador surgiu historicamente na Antiguidade greco-romana, na figura dos bardos, responsáveis pela transmissão de histórias, lendas e poemas orais na forma de canções, como também na Era Medieval, com castelos sombrios, nos povoados disseminados pelas áreas rurais e remotas, onde através de histórias compartilhavam suas vivências.

Essas narrativas abrangiam vozes cheias de suspense, ao redor de fogueiras ou lareiras que contribuíam para criar um ambiente rodeado de magia. Além da descontração, as histórias ajudavam as pessoas a entenderem melhor o que se passava em outras regiões, a enfrentar os dilemas e confrontos da natureza, social e individual, extraindo diversos aprendizados.

Os relatos também faziam e fazem parte da rotina dos contadores de histórias, tendo como principal instrumento a palavra, que detém o poder de transformar o comportamento humano.

Conforme anteriormente mencionado, a arte de contar histórias é uma prática milenar que tem se mantido até os dias atuais, utilizada para compartilhar experiências e de entender o mundo que nos cerca, como também utilizada para repassar costumes, crenças, hábitos, a cultura e o modo de viver de diferentes povos.

Atualmente está cada vez mais presente nas escolas e nas salas de aula, permitindo que os sujeitos tanto quem conta como quanto o ouvinte um contato com outras dimensões do seu ser e da realidade.

As histórias demonstram realidades de épocas distintas, e fazem com que seja refletido as relações humanas, transmitindo experiências e culturas, levando seus ouvintes ou leitores a viajarem por diversos lugares.

Os ensinamentos trazidos por estas e mistérios auxiliam na compreensão do mundo e na essência do comportamento das pessoas com as quais convivem. Nas crianças as histórias agem diretamente dessa forma, ajudando-as a superarem dificuldades, medos, traumas, perdas e desafios.

Inconscientemente o narrador, ao instrumentalizar as palavras, domina, algumas figuras de linguagem, de sintaxe e de pensamento, possibilitando o despertar o poder da imaginação.

Recentemente a imagem do contador de histórias retornou com força total, conforme exposto anteriormente, seguindo na direção da profissionalização, pois atualmente há uma demanda crescente por este profissional, principalmente nas escolas.

Os significados simbólicos dos contos, lendas, fábulas estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional, quando se dá a evolução.

A literatura infantil, principalmente os contos de fadas, ajuda e às vezes tornam-se decisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo a sua volta e a compreensão de certos valores básicos da conduta humana ou do convívio social, superando o medo que a inibe e ajudando-a enfrentar os perigos e ameaças que sente a sua volta.

É da natureza humana a comunicação, mesmo que nada de tão relevante tenha ocorrido tudo que é vivenciado como exemplo, acontecimento do trabalho, episódios engraçados, tristes, as conquistas, milagres, tudo que envolve a vida se torna importante de se contar.

O envolvimento ao contar e ouvir histórias aproxima pais e filhos, alunos e professores, entre outros e o ideal é ter um cantinho especial para a atividade onde todos possam ficar confortáveis para ouvir e se concentrar.

A valorização do contador de histórias é encontrada em diversos espaços, especialmente nas escolas. O contador atual apoia-se em um texto escrito, e através de muita habilidade e capacidade, organiza e usa a linguagem, bem como a expressão corporal, gestual, vocal e espacial, transformando momentos em eventos inesquecíveis de comunicação oral.

O contador de histórias, atuantes nas escolas, deve ter preocupação na escolha prévia dos textos, já que deve ser coerente com a faixa etária de seus ouvintes.

Quando a história contada desperta o interesse do ouvinte, há uma interação entre o contador e este, momento em que os sentidos são estimulados através das trocas de olhares, dos gestos e do corpo do contador que comunica, juntamente com a linguagem verbal, sentimentos e emoção.

As performances realizadas pelos contadores estão cada vez mais sendo aperfeiçoadas, com intuito de deixarem as suas apresentações mais atraentes e inovadoras. Esse aprendizado constante presente nos contadores é fruto da observação e da busca interna por recursos para suas histórias

Nesse sentido, considera-se o corpo e entonação de voz para cada personagem, o sussurro, as pausas, o silêncio e a clareza na pronúncia, o olhar, os gestos, fundamentais para transmitir a realidade da história, e o meio de comunicação entre o contador e o ouvinte.

No dia 20 de março é comemorado o Dia do Contador de Histórias, data criada em 1991, na Suécia, com o objetivo de reunir os contadores e estimular a prática desta tão importante atividade.

3.1. CARACTERÍSTICAS

A principal característica para o contador é a sua conexão e o seu envolvimento com a história, que se completa ao se envolver também com as pessoas. O profissional tendo essas qualidades torna-se mais fácil conquistar seus ouvintes.

Importante ter noções sobre como as pessoas respondem a diferentes estímulos e situações, sabendo o que é apropriado para seus diversos públicos em diferentes situações.

O contador de histórias deve ser criativo, pois cada desempenho é único. Ainda que a história seja a mesma, o público, o dia, o ambiente, o clima, as emoções e as experiências nunca serão os mesmos, respeitando e priorizando sempre o que traz dentro de si e seu jeito único de se expressar.

Saber improvisar é essencial no dia a dia do contador, pois caso aconteça um imprevisto e seja necessário um plano B, só quem tem boa bagagem consegue improvisar usando apenas o corpo e a voz.

O contador deve valorizar a interação do público dentro da história, esse interesse apresentado é fundamental para cativar a todos e para que a história seja memorizada e compreendida.

Ao reproduzir as histórias, o contador deve narrar com vivacidade, com entusiasmo e ênfase, sentindo, ou melhor, vivendo a história. As expressões são muito importantes, pois transmitem os sentimentos vividos pelos personagens e também a espontaneidade é preciosa na gesticulação.

Contar dramaticamente, porém sem exageros, já que o exagero da teatralidade pode sacrificar o efeito da narrativa. A voz deve ser clara e agradável – quanto à altura e volume; quanto ao espaço, entre outros, sempre evitando e corrigindo a dicção.

Apesar de todas essas expressões o contador tem que agir com naturalidade, principalmente quando o público for infantil, a linguagem deve ser simples e clara contendo emoção e sentimento.

Além do envolvimento supramencionado, deve também conhecer bem a história, pois omitir parte da história pode impedir o sucesso da narrativa. O contador de histórias que conhece com absoluta segurança o enredo, não deve se preocupar com hesitações.

O local que se encontra a narração deve ser calmo, para possibilitar à atenção a história que será contada, evitando fatores como, por exemplo, porta batendo; barulho de conversa na sala ao lado ou no corredor; evitar interrupções.

Diante do apresentado a emoção causada pela contação de histórias é o primeiro passo para conduzir as pessoas pelo caminho da leitura como também pelo caminho da reflexão e conhecimento, permitindo ainda que o educador atento às reações de cada criança conforme o decorrer das histórias contadas compreenda a realidade de cada uma das crianças.

4. A EDUCAÇÃO INFANTIL

O acesso à educação infantil nos últimos anos teve um aumento significativo, porém ainda no Brasil crianças não vão às escolas por falta de vaga. No entanto, não basta ampliar o atendimento, é necessário também garantir a qualidade da educação infantil, pois ela é importante para o desenvolvimento saudável da criança e está associada a maiores níveis de sucesso acadêmico e profissional e redução de desigualdades sociais.

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica, e está vinculada a uma idade própria: atende crianças de zero a três anos na creche e de quatro e cinco anos na pré-escola.

Para a educação infantil ser de qualidade é necessário que as instituições brasileiras tenham profissionais qualificados, práticas pedagógicas enriquecidas, espaço físico e materiais apropriados.

Investimento na formação e capacitação dos professores e no monitoramento da qualidade do atendimento deve ser prioridade. Desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a educação infantil passou a integrar a Educação Básica, juntamente com o ensino fundamental e o ensino médio, conforme encontrado na LDB em seu artigo 29:

A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

O papel da educação infantil é o CUIDAR da criança em espaço formal, contemplando a alimentação, a limpeza, o lazer (brincar) e o EDUCAR, sempre respeitando o caráter lúdico das atividades, com ênfase no desenvolvimento integral da criança.

A alfabetização caberá em outro momento, já que na educação infantil a criança não tem maturidade neural, porém existe a alfabetização espontânea. Devem ser trabalhados com as crianças o Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.

A finalidade em questão é que sejam desenvolvidas capacidades como melhorar a interação com outras crianças e adultos, conhecer seu próprio corpo, brincar e se expressar das mais variadas formas, utilizar diferentes linguagens para se comunicar, entre outros.

Além de CUIDAR, é indispensável ESTIMULAR o desenvolvimento destas, como exemplo, aguçar sua curiosidade, com formas de aprendizado diferentes e que proporcionem felicidade nas crianças.

As práticas pedagógicas devem ser planejadas, sistematizadas e avaliadas em um projeto político-pedagógico, elaborado coletiva e democraticamente com a participação da comunidade escolar e desenvolvido por professores aptos.

A União é competente por coordenar a Política Nacional de Educação, de prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento da educação e de estabelecer diretrizes para a educação infantil.

Já o Ministério da Educação garante a expansão da oferta de educação infantil, como também a qualidade no atendimento às crianças de zero a seis anos de idade, em creches e pré-escolas.

A Constituição de 1988 define de forma clara a responsabilidade do Estado para com a educação das crianças de 0 a 5 anos em creches e pré-escola, conforme segue:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).

A educação infantil trata-se de um direito humano e social de todas as crianças, sem distinção e considera-se uma das mais complexas fases do desenvolvimento humano, em seus diversos aspectos, tais como intelectual, emocional, social e motor, envolvendo toda e qualquer forma de educação seja em casa, na comunidade, em sua sociedade, cultura e tradições em que vive.

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seus artigos 29, 30 e 31:

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.

Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:

I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental;

II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;

III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral;

IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas;

V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013).

A função pedagógica da educação nessa faixa estaria tem como ponto de partida a realidade e os conhecimentos infantis, os ampliando através de atividades que tem significado concreto para a vida das crianças e as fazem adquirir novos conhecimentos.

Além desse ponto, o professor deve propiciar às crianças uma educação baseada na condição de aprendizagem de cada uma, considerando-as singulares e com características próprias, compreendendo, conhecendo e reconhecendo seus alunos, tornando acessível à Educação Infantil.

Nessa faixa etária, ao pensar na educação infantil, não se consegue desagregar o ato de cuidar do educar, já que é elementos que caracterizam essa fase na educação, um complementando o outro e os dois precisam andar juntos, para melhor ser o desenvolvimento da criança na construção de sua totalidade e autonomia.

Exemplo dos cuidados, têm-se os cuidados básicos, como os relativos a saúde na hora de se alimentarem, a higiene, exercícios e atividades físicas, momentos de repouso, entre outras diversas situações que é necessário maior cuidado do professor com a criança.

Dessa forma, mesmo nessas atividades cotidianas, é imprescindível que o profissional de Educação Infantil desenvolva práticas educacionais que conduzam na descoberta e construção de sua identidade, autonomia, capacidades motoras, entre outras.

A afetividade na educação infantil facilita a compreensão, desenvolve a percepção da interdependência, evita a violência, administra conflitos, estimula a participação na escola com menos faltas, proporciona êxito em trabalhos em equipe, e muitos outros benefícios.

Nesta primeira infância, conforme se pode ver, a educação infantil vai além do crescimento físico e desenvolvimento motor, as crianças adquirem capacidades variadas de aprendizado, sociabilidade e afetividade que serão levadas para toda a vida, e que serão de grande importância já que diversas de suas habilidades e desenvolvimento dependerão do ambiente e das interações como também do apoio que encontrar.

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais, a Educação Infantil, constrói a identidade pessoal e coletiva das crianças, onde estas brincam, imaginam, criam fantasia, desejam, aprendem, observam, experimentam, narram, questionam e constroem sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura”.

As experiências das crianças nessa fase são indispensáveis, tendo ela que ter contato com a família, livros, com a natureza, com o próprio corpo e o espaço, buscando a autonomia. Ao se tratar de livro ainda importante incentivar as crianças a usarem músicas e desenhos para contarem suas histórias e produzirem livros.

A família é de vital importância para o desenvolvimento da criança, dessa forma devem ser orientadas pela instituição da complexidade e importância da etapa da educação infantil, e a desnecessidade de pressa da alfabetização nesta.

As crianças que se desenvolvem completamente de forma saudável desde a infância se adaptam a ambientes e absorvem novos conhecimentos com mais facilidades, o que contribui para obter um bom desempenho ao longo da trajetória escolar. Dessa forma, a falta dessa educação e estímulo entre outros fatores, pode comprometer a tomada de decisões a partir dos 18 anos, não conseguindo enfrentar problemas na vida social e econômica, tornando-se adultos desmotivados.

Importante propiciar as crianças as descobertas sobre elas mesmas, transformando a realidade de cada uma numa forma de crescimento e aprendizado. Essas descobertas trazem condições de construção de significados reais do mundo, como também a realização da criança como pessoa e sujeito de direitos, reconhecendo a sua potencialidade.

A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) define o conjunto de aprendizagens essenciais que devem ser desenvolvidas pelos alunos na Educação Básica. Foram elaborados seis direitos de aprendizagem a partir dos valores éticos, estéticos e políticos das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) de 2009, e representam os direitos de toda criança que acessa uma escola de Educação Infantil no Brasil.

Representam também as maneiras pelas quais as crianças aprendem, devendo estas ser as diretrizes do trabalho pedagógico, desde a forma de organizar as crianças, as relações entre elas, adultos e espaços, a materialidade, os cuidados pessoais e gestão do tempo até as intencionalidades anunciadas nas propostas e investigações que aparecem no planejamento.

O primeiro direito é o de CONVIVER, podendo ser com outras crianças ou com adultos, em pequenos ou grandes grupos, com linguagens, conhecimentos de si e do outro, o respeito à cultura e às diferenças.

O segundo é o direito de BRINCAR possibilitando desenvolvimentos diversificados, como produções culturais, a imaginação, criatividade, experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

O terceiro é o direito de PARTICIPAR, melhorando a interação com o meio, o poder de escolha e a importância desta, entre outras.

O quarto é o direito de EXPLORAR, podendo ser todas as situações vivenciadas, ampliando o conhecimento através de movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela.

O quinto é direito de se EXPRESSAR, possibilitando a criança uma forma de dialogar, expondo suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões e questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

O sexto e último direito é o de CONHECER-SE, onde através deste a criança consegue se identificar como pessoa na sociedade, construindo uma autonomia, cultura e personalidade.

Esta Base Nacional Comum Curricular é bastante elogiada por diversos educadores e profissionais da área da educação infantil, onde é reconhecido por ser um documento que trazem de forma clara quais são os objetivos de desenvolvimento e aprendizagem para todas as crianças brasileiras.

Com base no mencionado, especificadamente a qualidade da educação infantil leva em consideração a infraestrutura, os materiais e a formação de professores. Necessário ter subsídios para que sejam trabalhadas diferentes habilidades como, ter equipamentos, espaços e materiais pedagógicos, ou seja, o meio deve oferece condições para que seja trabalhada experiências pedagógicas enriquecedoras.

5. EDUCAÇÃO INFANTIL E A LEITURA – POR QUE CONTAR HISTÓRIAS?

Contar histórias conforme mencionado, é á mais antigas das artes. Nos velhos tempos, estas aconteciam ao redor do fogo através de conversas e relatos de casos, entre pessoas que vinham de longe que repetiam histórias para guardar suas tradições e suas línguas.

Na vida da criança, desde a mais pouca idade as histórias funcionam como alimento precioso para a alma. Os mistérios, sonhos e as fantasias do mundo destas transmitem o valor da literatura em sua formação.

A história é contada visando alegrar a criança, desenvolver sua imaginação e o poder da observação, ampliar as experiências, desenvolver o gosto artístico, estabelecer uma ligação interna entre o mundo da fantasia e o da realidade, desenvolver a capacidade de dar sequência lógica aos fatos; educar a atenção, desenvolver o gosto pela leitura e conhecer e pronunciar palavras novas melhorando a linguagem oral e escrita.

No mundo dos livros se valoriza a autonomia intelectual e social e o ato de ler e interpretar, como também a capacidade de interagir, onde as crianças são motivadas e desafiadas a serem capazes de transformar e compreender o mundo conforme a necessidade.

As fases da leitura caracterizam-se como pré-leitor, leitor iniciante, leitor em processo, leitor fluente ou leitor crítico. No desenvolvimento infantil quanto a fase que as crianças se encaixam, além da idade, são influenciadas por outros fatores como amadurecimento psíquico, afetivo e intelectual e seu conhecimento sobre os mecanismos de leitura.

As seleções dos livros para a leitura das crianças são muito importantes, já que cada uma se desenvolve de uma forma.

De dez meses a dois anos o ideal é que as histórias sejam rápidas e curtas, com desenhos atrativos, podem-se utilizar livros feitos de pano, plástico e que vêm com fantoches, despertando a curiosidade e a atenção.

De dois a três anos os livros infantis ainda devem conter histórias rápidas, com texto simples e poucos personagens, tendo relação com a rotina da criança, podendo também ser livros com fantoches ou livros musicais, para aumentar o interesse da criança ajudando a formar noções básicas e a conhecer palavras.

De três a seis anos os livros devem conter histórias que proponham vivências que se relacionam nos ambientes familiares e escolares, contendo várias ilustrações. Livros de dobradura, o uso de fantasias, dentre outros envolvem ainda mais as crianças.

A importância da leitura na educação infantil é imprescindível para a formação de cidadãos mais conscientes e críticos, e o apoio e incentivo dos pais e da escola quanto ao envolvimento da criança aos livros é fundamental, pois auxilia muito na formação de bons leitores.

A leitura de histórias para crianças proporciona sorrisos, gargalhadas, suspense, tristeza, pavor, medo, insegurança, a tranquilidade, satisfação, motivação e tantas outras emoções importantes, diante das situações vividas pelas personagens. Ler é forma de ensinar várias situações, pois são através de uma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser.

O porquê de contar histórias é respondido por a leitura ser uma forma exemplar de aprendizagem, e é um dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade.

As crianças que vivem rodeadas de histórias tanto em casa quanto na escola, desenvolvem um interesse lúdico muito importante para seu crescimento. A leitura deve ser colocada como mecanismo de lazer e cultura que proporciona elementos que chamem a atenção de forma prazerosa.

Ao adentrar no mundo escolar, a leitura deve sofrer modificações muito importantes para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança, visualizando o livro, através da exposição das gravuras, lendo de forma liberal, porém clara e agradável, atraindo a atenção da criança, e incentivar as perguntas e troca de comentários.

As histórias são fontes maravilhosas de experiências e são meios preciosos de ampliar o horizonte da criança e aumentar seu conhecimento em relação ao mundo que a cerca, pois através destas as crianças desenvolvem ideias, e cada vez que elas são contadas acrescentam novos conhecimentos.

Quando as crianças ouvem histórias de seus educadores, esta fica em suas imaginações e pode estimular o desenho, música, pular, chorar, refletir, o reproduzir, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo, portanto, esta pratica nunca pode deixar de acontecer.

Através da leitura se percebe significados, interpreta uma percepção sob as influências levando o indivíduo a uma compreensão particular da realidade. Diante disso, as crianças enquanto formadores de saberes devem estar em constante interação com os livros e a leitura.

A literatura infantil pode influenciar na formação da criança, que passa a conhecer o mundo em que vive e a compreendê-lo, pois as histórias em certos momentos representam o real, que é analisado em suas emoções e sua utilização pode promover condições de aprendizagem.

Ao se envolver com a história, a criança vive como se fosse o personagem, misturando realidade e fantasia, sentindo as alegrias e angústias presentes no livro, e a criatividade da imaginação explica magicamente dúvidas que vão surgindo.

Essa representação do real ganha explicação quando a criança necessita lidar com certas questões da vida cotidiana, e se motiva nos contos de fadas, já que ensinam que existem várias dificuldades e obstáculos na vida e problemas existenciais típicos da infância, como medos, sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, mas sempre é possível vencê-los e se tornar heróis.

Exemplo disso é quando se encontra em um conto de fadas o bem e o mal, e oportuniza a criança a criar relações com esses sentimentos, vivenciar as vitórias e derrotas e por fim criar para si uma convicção moral que estimulam seu cociente e entram até o subconsciente fazendo com a criança tenha oportunidade de sonhar e de viver a realidade com outros olhos, influenciando no desenvolvimento intelectual, social, cognitivo e emocional.

As experiências proporcionadas para as crianças pelos livros só são possíveis se estimuladas e impulsionadas pelos adultos presentes na vida destas. Importante aguçar a curiosidade e mostrar as riquezas das histórias, pra isso é necessário abordar uma interpretação correta que modifique a leitura para que desperte a curiosidade, o interesse, e valorize todos os simples detalhes contados.

As escolas, em parte das vezes se preocupam muito com os conteúdos programáticos, deixando de lado o lúdico e o processo prazeroso de ensino-aprendizagem, como exemplo a leitura de histórias que trazem grande carga de ensino e várias lições importantes para a construção do aprendizado e crescimento das crianças.

No entanto, é preciso uma flexibilidade quanto ao conceito de educação referente ao seu sentido pragmático, que mesmo sendo importantíssimo precisa ser completado para que seja possível formar leitores críticos, tarefa possível através de uma base de ensino onde os professores consigam planejar métodos que atraia as crianças para a leitura, facilitando o conhecimento e o aprendizado mais sólido, que possa ampliar a visão de mundo.

Não é tão fácil e simples transmitir histórias e cativar a atenção de todas as crianças, por isso o educador deve planejar métodos pedagógicos, organizando e explorando a leitura na escola. O desenvolvimento infantil através das histórias promove conforme exposto o potencial criativo e intelectual, pois constroem significados e conhecimentos que auxiliem a criança na interação social, ou seja, através do ensino lúdico, a criança de forma prazerosa realiza diversas descobertas.

Escutar histórias ocasiona diversos sentimentos aos ouvintes como a tristeza, a raiva, a irritação, o medo, a alegria, o pavor, a impotência, insegurança, aguça a curiosidade, vence o medo, a angustia a timidez, desperta interesse em conhecer e em ler historias. Influenciando no processo de ensino-aprendizagem que sera mais rápido e prazeroso.

Importante frisar que se a leitura for trabalhada de forma inadequada, ao contrário de proporcionar a criação da relação entre a criança e o livro, pode-se traumatizá-la, onde não terá resultados positivos dessa interação.

Em resumo se para um adulto ouvir uma boa história é prazeroso, para a criança, esse ato torna-se fundamental, pois antes de ser introduzida na escola alfabeticamente, seu primeiro contato com a magia é através dos livros.

A partir da fala, das conversas e da audição de histórias realizadas por adultos, a criança inicia seu processo de aprendizagem, onde pode acontecer desde seu primeiro olhar para o mundo, na maioria das vezes através da forma materna em um simples embalo e canção de ninar.

Crianças que ouvem muitas histórias repetem comportamentos e modos de contar e vão se apropriando de atitudes, gestos, postura de corpo e até mesmo a ampliação da linguagem, criando um amor pela leitura. Com isso a importância de contar histórias, não sendo apenas algo banal e forma de entretenimento.

Essas ações demonstram o início do gosto pela leitura, já que a criança que escuta histórias, mesmo não sabendo ler, tem maior possibilidade de pegar um livro, usar a imaginação e inventar uma história, ou até mesmo recontar uma que goste que tenha memorizado, tornando-se uma criança leitora.

As propostas realizadas pelo mediador da leitura na escola podem ajudar a formar leitores. Nessa linha, ouvir histórias possibilita à criança desenvolver-se cognitivamente, de uma maneira mais ampla, aflorando a imaginação e a criatividade, desenvolvendo a capacidade de perceber e solucionar conflitos, o desenvolvimento de comportamentos éticos e também a vivenciar sentimentos como: alegria, tristeza, medo, raiva, dentre outros, presentes nas narrativas contadas.

Destaca-se, portanto, a relevância da contação de história na educação infantil como também na sua manifestação no cotidiano das crianças, através da mediação da leitura.

6. DO DESINTERESSE PELOS LIVROS

A leitura na época da colonização do Brasil somente foi estimulada para as elites, portanto, até hoje parte das famílias não criaram o hábito da leitura, tendo desinteresse e indiferença ao universo escrito.

Nessa mesma linha esta cada vez mais difícil agregar a literatura no meio infantil, pois na atualidade as crianças estão muito mais interessadas em novas tecnologias, deixando de lado os tão importantes livros.

O desgosto pela leitura pode ser acarretado por diversos meios, podendo ser pela falta de exemplos dos pais, não ter sido explorada como deveria nas escolas por poucas informações e tempo dos professores, por não ser necessária a leitura para receber informações resultado de um mundo globalizado com diversos meios de comunicações, entre outros.

Quanto às tecnologias, de um lado encontra-se um grande avanço para sociedade, porém, a maior fonte de conhecimento e desenvolvimento está sendo deixada de lado, os livros.

Cada vez mais a literatura está sendo substituída por outros meios de informação, como a internet, na qual de forma fácil, rápida e prática encontra-se o procurado, ao contrário de um livro que é mais demorado e trabalhoso.

Quando a criança apresenta desinteresse pela leitura, acarreta grandes problemas futuros, já que a leitura esta em toda parte, é essencial, dentre as dificuldades encontradas pode-se citar as em produzir e interpretar textos, e ainda se tornar um indivíduo com grandes dificuldades em compreender de forma crítica a sociedade em que vive.

No entanto, para que o livro tenha um maior reconhecimento, é necessário se ter um incentivo da família e pedagógico a partir das escolas desde cedo.

A escola tem um papel imprescindível na formação de leitores competentes, portanto, o papel do pedagogo ao se deparar com a presente situação é incentivar a leitura infantil, nas escolas, mostrando de forma adequada para as crianças o caminho do imaginário e as surpresas da vida presentes nos livros.

A literatura infantil é um caminho que impulsiona a criança a desenvolver a imaginação, as emoções, e sentimentos de forma significativa e marcante, onde além de serem capazes de compreender passam seus conhecimentos aos amigos.

Para estimula-las, contar histórias na infância é de vital importância, já que é o início da aprendizagem, e ser leitor é compreender não só as histórias como os acontecimentos do cotidiano, onde indiretamente as crianças são preparadas para vivenciar com mais segurança suas próprias dificuldades ou encontrar um caminho para sua resolução.

Os livros proporcionam muitas sensações, emoções, lições, entre outros fazendo com que as crianças enxerguem através dos olhos do imaginário, auxiliando da manutenção da saúde mental do indivíduo em crescimento.

Mesmo diante das tecnologias e facilidades nos meios de informações a prática na leitura não pode ser deixada de lado, pois as histórias também enriquecem o vocabulário infantil, ampliam seu mundo de ideias e conhecimentos e desenvolvem a linguagem e o pensamento.

As histórias cultivam a sensibilidade, educam e estimulam o desenvolvimento da atenção, da personalidade, do caráter, da imaginação, observação, memória, reflexão e linguagem.

6.1. Consequências

Um dos muitos problemas ocasionados pela falta de leitura é a pouca familiarização com o texto escrito e dificuldade na interpretação de textos, e como consequência, os alunos demoram muito tentando entender o que se pede em enunciados, textos, provas, anúncios, entre outros, prejudicando seu gerenciamento de tempo e na maior parte das vezes impedindo a compreensão e resolução das questões.

Nas provas escritas e em redações, a falta de leitura pode fazer com que o aluno não saiba transmitir o que está pensando para o papel de maneira clara e coerente, lhe faltando conhecimento na prática com estruturas discursivas do Português como também pobreza no vocabulário, erros de gramática e ortografia.

Os estudantes que não estão acostumados a ler também não têm o mesmo senso crítico daqueles com uma carga de leitura maior, o que dificulta a resolução de questões, por o mesmo não ter opiniões formadas nem embasamentos capazes de fundamentar sua opinião, não conseguindo raciocinar a partir de diferentes pontos de vista, prejudicando, portanto seu desenvolvimento e empenho tanto na própria escola quanto em vários aspectos da vida cotidiana.

É nítida a dificuldade encontrada atualmente de se expressar por meio de textos, ordenar palavras e dar sentido às ideias, sendo encontradas muitas gírias, repetição de palavras, erros de ortografia e abreviaturas na escrita ou fala, sem lógica e coerência, distantes das normas cultas e referências literárias.

Profissionalmente a incompetência na articulação falada e escrita pode limitar o crescimento na carreira, restringir promoções, diminuir a autoestima e aumentar a sensação de exclusão, ou seja, a falta de leitura ocasiona limitação profissional e também reflete negativamente na vida pessoal de cada um.

Daí a importância no estímulo a leituras desde a educação infantil, na forma correta, com livros apropriados para cada idade, dinâmicos, interativos e contemporâneos, pois se as escolas obrigarem os alunos a lerem livros que não condizem com a realidade destes o resultado é odiar leituras de qualquer natureza.

7. A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS: PLANEJAMENTO

Imprescindível para a contação de histórias mesmo que o ambiente seja simples, são elementos que fazem dele um lugar especial para a atividade, conforme será demonstrado.

Na maioria das contações de histórias o livro está sempre presente, sendo lido diretamente ou deixando de ser consultado com muita frequência ao longo da história, abrindo espaço para a utilização das técnicas da arte de contar e da criatividade, adaptando o texto às circunstâncias da comunicação oral.

As formas como os professores e pais apresentam as narrativas despertam nas crianças o interesse, a curiosidade e o prazer em escutá-las, diante disso torna-se um desafio para o contador de histórias agradarem o público.

Existem diversas maneiras de possibilitar esta interação, tendo, portanto, que investir não apenas no próprio preparo, mas em tudo o que pode ser introduzido para chamar a atenção dos ouvintes.

A voz, os gestos e a entonação que o contador utiliza ao dar vida a uma história são formas fundamentais para que a criança perceba as funções sintáticas da língua, o som das palavras e a entonação das expressões para que ela reconheça sentimentos como medo, alegria, raiva, dúvida, coragem etc. Por isso é tão importante que o contador domine a arte narrativa.

A escolha do local é muito importante, pois interfere na desenvoltura do contador de histórias, e no entendimento dos ouvintes. A acomodação da plateia deve ser levada em conta, possibilitando o conforto de todos, como também as características deste local.

Pode esta ser ao ar livre, em espaços fechados, sentadas em semicírculos, sendo protegida de fatores que prejudiquem a comunicação, como janelas e espelhos ou ambiente afetado pela presença de ruídos indesejáveis, livres de qualquer desconforto, pessoas transitando, muito sol, muito frio ou calor, averiguando e evitando imprevistos.

Podem ser utilizados diversos materiais para a contação de histórias, como exemplo sucata, transformando-a em instrumentos musicais e até personagens, fantoches ilustrando as histórias contadas, televisão de papelão para emoldurar as ilustrações, entre outras.

A habilidade em narrar às histórias, a linguagem corporal do contador, as trocas de olhares diretas com as crianças, juntamente com a utilização de imagens, sons, instrumentos musicais, materiais alternativos, tornam o momento ainda mais aprazível.

O vocabulário utilizado deve conter palavras interessantes e expressivas, capazes de demonstrarem junto com as expressões faciais, os diferentes sentimentos sentidos pelos personagens, como exemplo mostrar o quão irritado um personagem é, ou com gestos esticando os braços para mostrar o tamanho de algo envolvido na história, sempre mantendo a atenção das crianças.

Um bom contador de histórias deve possuir muitas experiências sensitivas, boa dicção, cantorias, dramatização e danças, contando mais do que apenas a história. A apresentação deve ser planejada, o local preparado e totalmente adequado conforme mencionado alhures, sendo muito importante sensibilizar as crianças antes de começar, para que não dispersem durante a história.

Ao utilizar materiais como bonecos o cuidado que se deve ter é de não transformar a contação de histórias em um teatro pois, cada modalidade tem as suas características e devem ser estudadas minuciosamente.

Conforme mencionado o primeiro passo para a preparação é a escolha da história, que deve ser uma que o contador se identifique e que tenha domínio entendendo os personagens, planejando o cenário, os conflitos, os momentos emocionantes que devem ser priorizados, em especial deve ter em cada historia um elemento surpresa, percebido pela voz, gestos, expressões, materiais como fantoches, bonecos, sucatas, etc.

A conversa com as crianças antes de contar a história conforme já explicado além de prender a atenção destas e evitar conversas paralelas na hora da apresentação, também serve para criar um vinculo entre o contador e os ouvintes de forma afetiva, estabelecendo as regras convenientes e também promovendo certo suspense antes do início da história.

Conforme COELHO (1999, p.47) “antes de narrar a história deve-se abrir espaço para uma boa conversa. Por exemplo, se a história gira em torno de animais domésticos e começa-se diretamente, os ouvintes poderão interromper dizendo: eu também tenho um gato, um cachorro, um passarinho, o que for”.

Quanto à idade de cada criança como sugestões encontra-se na faixa etária até três anos histórias de bichos, contos rítmicos que sejam leves, lúdicos, bem humorados e curtos e cantigas de ninar, entre outros.

Na fase de três a seis anos ainda continua interessantes às histórias de bichos, pequenos contos de fadas com enredo simples e poucas personagens, poemas simples, trava-línguas, parlendas, cantigas de rodas, entre outros.Já na fase escolar de sete anos as histórias de crianças, animais e encantamentos são bem interessantes e motivadoras como também os contos de fadas mais elaborados e as aventuras.

A partir dos oito anos o humor ganha atenção, não ficando para trás os contos de fadas e as lendas folclóricas e conforme os ouvintes vão se desenvolvendo vão se interessando por mitos, histórias verídicas, histórias de viagens, heróis, biografias e romances, entre outros.

As técnicas para contação de histórias podem ser de diferentes formas como exemplo, segurando o livro o contador pode realizar uma leitura dinâmica, dramatizada, com as ilustrações do livro, através de gravuras em varal, com dobraduras, sombras, desenhos desenhando as personagens enquanto vai contando a história, com fantoches de varetas, dedoches, de caixinhas, de papel machê, de meias, de EVA, de espuma, de feltro ou qualquer outro material que a criatividade permitir.

Importantíssimo o respeito do contador quanto o interesse da turma, sua faixa etária e o ambiente utilizado, onde ao ser interrompido deve ser aproveitado da melhor forma possível à interferência para enriquecer a história interagindo com seus ouvintes, porém até onde não atrapalhe a história. Observação importante é não associar a atitudes individuais de alunos nem comparar com os personagens da história.

Para ter sucesso na contação de histórias, o contador ao se preparar deve responder perguntas como Para quem eu contarei? Onde eu contarei? Com que finalidade contarei? Como marcarei o clímax? Como prepararei o ambiente? Como trabalharei os elementos surpresa? Que gestos e roupas usarei? Como prepararei minha voz?

Ao final, para a história ser memorizada, considerando a faixa etária de cada ouvinte, interessante realizar diferentes tipos de atividades, como por exemplo, dobraduras, desenhos, músicas, fantoches, fantasias, entre outros.

A mensagem que a história traz é fundamental para a educação infantil, fazendo com que seja refletida e marcante para cada ouvinte. No entanto, nem toda história precisa dar lição de moral ou conduta no final, onde em certos momentos esta deve ser um momento de prazer e diversão, não apenas a continuação de uma aula.

7.1. HISTÓRIAS EM SALA DE AULA

Contar histórias em sala de aula possibilita as crianças viajarem sem saírem do lugar numa virada de páginas. Ao despertar a curiosidade e a magia, o ambiente se torna mais leve e o aprendizado flui naturalmente e prazerosamente.

A leitura tem como objetivo desenvolver a criatividade, educar a emoção, estimular a sabedoria, expandir a capacidade de solução em situações de tensão, enriquecer a socialização, entre outros.

Educar é contar histórias, é transformar a vida na brincadeira mais séria da sociedade é expressar conhecimentos que as informações lógicas não conseguem, pois, contar histórias fisga o pensamento e estimula a análise.

Exemplo encontrado da importância da contação de histórias é a escravidão, onde ao falar dos negros, o professor de História deve criar histórias que expressem o desespero, os pensamentos, a angústia desses seres humanos por serem escravizados, fazendo com que os alunos vivenciem o drama e de forma marcante aprendam e respeitem estes, evitando também bullyng, preconceito, discriminação, entre outros.

Até as regras como palavras mágicas, não bater, não falar mal, jogar o papel no lixo, respeitar a professora, entre outras, podem ser transmitidas através de histórias, já que se somente apontadas serão rapidamente esquecidas, mas não se esquecerão das histórias, ao contrário, estas serão levadas para toda a vida.

Usar histórias reais da vida pessoal de cada aluno, por exemplo, rodas de conversas, cria um elo com os conteúdos de forma mais relevante, possibilitando que se aprofundem no aprendizado, sendo desenvolvida a investigação, a autonomia e outras habilidades, já que as experiências pessoais são únicas e trazem consigo grande aprendizado.

8. CAPACITAÇÃO DOS PROFESSORES

Nas diferentes escolas de educação infantil há a necessidade de uma formação continuada e de um trabalho coletivo que ajude a fortalecer as ações do mediador da leitura.

Ocorre porque, algumas vezes, o professor apresenta dificuldades com a leitura, desconhece livros e textos essenciais, tem preferência por algum gênero e não trabalha com os demais, ou seja, ele precisa de estímulo, de experiências com a leitura que possam lhe proporcionar uma visão mais ampla do processo de mediação.

Importante frisar que o processo de formação do leitor é contínuo e vai se dando no decorrer da vida, com as experiências de leitura profissionais e particulares devendo ter conhecimento sobre a função que esta encarregado, ser leitor, ter conhecimentos teóricos e práticos sobre a arte de contar histórias e ter acesso a um bom acervo de livros.

A falta de contato com a cultura nos professores é a pior defasagem encontrada na formação destes, onde a formação fica incompleta. A falta do hábito de ler faz com que estes não construam nem ampliem seus conhecimentos e técnicas, somente encontradas nos diversos saberes dos livros.

A formação realiza-se nas diferentes disciplinas dos cursos de graduação, nas diversas áreas de conhecimento, desenvolvendo no professor o gosto pela leitura e o contato com múltiplas linguagens, porém, somente estes não são suficientes, pois precisam oferecer maior contato com a cultura, seja ela local, regional, nacional ou mundial. Quando isso não acontece, na maioria das vezes encontra-se a defasagem direta na formação dos alunos leitores.

A partir dessa formação será possível uma melhor qualificação profissional, para exercer a mediação da leitura, desenvolvendo nos alunos a competência de ler, o gosto pelo literário, pelo uso e efeitos estéticos da linguagem, e na construção e no enriquecimento da interioridade de cada leitor.

O mediador de leitura deve estar atento para a realidade do dia a dia, conectado com os fatos da vida dos alunos que possam servir de base para os assuntos e propostas de leitura que realiza.

A leitura de diferentes gêneros textuais, então, torna-se de grande importância, pois podem fornecer oportunidades para aprofundar discussões e conquistar leitores ainda reticentes quanto ao prazer de ler.

O mediador de leitura precisa acreditar na imaginação e propor práticas e experiências que levem os ouvintes e leitores a conhecer a realidade e dependendo do contexto da história de até mudá-la, se necessário.

O professor mediador de leitura deve estar disposto a descobrir caminhos e formas que possam chamar a atenção de seus alunos para a leitura, com a finalidade de colocá-los no caminho de leitor. Para isso o professor estrategicamente deve comentar sobre o autor, as ilustrações, as cores, a capa, o tipo de letra, conhecendo bem o livro e através de planejamento.

A curiosidade é uma das emoções que ao ser aguçado, faz com que os leitores se envolvam com a história. Ela ajuda o próprio mediador e seus alunos a se formarem leitores em um processo sistematizado e criativo levando para isso apenas a ludicidade de um livro.

O conhecimento e o acesso aos livros envolve visita a bibliotecas, a salas de leitura e a pesquisa no acervo disponível na escola, como também deve ser estimulada e praticada fora do âmbito escolar. As pesquisas em livros e textos tornam as rodas de leitura mais agradáveis e lúdicas.

A literatura infantil considerada referência por especialistas, ao ser trabalhada corretamente pelo professor permite o contato da criança com uma pluralidade cultural, pois a mesma tem a capacidade de entreter e emocionar as crianças.

Os professores ao escolherem o livro para crianças e jovens como produto cultural não podem deixar de refletir a sociedade onde está inserido, com suas influencias, pois estes se transformam em importante instrumento de formação intelectual e afetiva.

Existem diversos projetos e cursos de capacitação, no Brasil correspondentes ao incentivo a leitura, como exemplo O projeto “Brincar, ler e contas histórias”, que tem como finalidade desenvolver práticas de leitura e brincadeiras com crianças. É coordenado pelos professores Marcos Gehrke e Aliandra Mesomo Lira, e é financiado pelo programa Universidade Sem Fronteiras (USF), com recursos obtidos por meio de edital da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, a Seti/PR.

Encontram-se também diversas realizações de cursos de formação para contadores de história, capacitações feitas por Prefeituras em redes municipais de ensino.

São de grande importância já que através destes, os professores aplicam o conhecimento recebido durante a formação, em atividades de contação de história dentro das próprias unidades escolares, fomentando a prática da leitura em todas as idades, incentivando a contação de história e levando as pessoas a viajarem pelos caminhos do livro falado.

As capacitações também agem diretamente na qualidade do ensino, oferecendo novos conhecimentos aos docentes para que além de serem estimulados consigam transmitir através de novas formas os conhecimentos, fortalecendo o vinculo entre professor e aluno.

8.1. CAPACITAÇÃO DOS PROFESORES NA EMEIF DE SÃO FRANCISCO/SP

A NETBIL no dia 12 de setembro de 2019 realizou curso de capacitação dos professores denominado Curto Circuito em São Francisco/SP, com a especialista no tema de contação de histórias desde 1998, Magali Viana da Cruz Batista, que também exerce a personagem: Lili Caramelo, formada em Magistério e Direito, realiza Capacitação para Professores e Workshops para diversas faixas etárias.

Trabalhou a psicomotricidade, motricidade grossa e motricidade fina, a importância da educadora em sala de aula, e principalmente levar ao conhecimento dos pais do seu trabalho, não como "baba" e sim como educadora infantil!

Afirma Magali em seu curso “como é importante na vida da criança poder estar inserido numa escola desde pequenino, nessa fase, ensino infantil, a criança não está ali apenas para brincar, mas sim, para desenvolver a coordenação motora, precisão, ritmo, agilidade, fluidez, postura e um bom tônus muscular”.

Ainda a respeito da importância da educação infantil concluiu que “a criança sendo estimulada pelo professor, tanto sua motricidade grossa como fina, está sendo construído aí um alicerce para que ao chegar ao ensino fundamental ela esteja apta para ser uma criança segura, com traçados fortes e regulares, seus desenhos, recortes e pinturas sejam maduros e sua caligrafia legível, sem contar com sua autoestima elevada e sendo uma criança tranquila”.

Realizou diversas atividades com os professores, em especial ocorreu uma contação de história. A história escolhida, antes explicava a importância da bíblia, inspirada na parábola da "casa sobre a rocha" (Mateus 7:24 -27) porém, foi adaptada por Magali para expressar a importância da educação familiar, das raízes, na educação infantil.

Em uma cesta, levou toda a história para a apresentação, contendo duas chuchinhas com pompom nos dedos representando as passarinhas; palito de picolé representando os gravetos, rolo de papel higiênico, representando material macio, 2 ovos de plástico, um com abertura no meio, outro não e ovo de silicone com clara e gema e borrifador de água representando a chuva.

A história chamada AS DUAS PASSARINHAS (autor desconhecido), foi da seguinte forma:

Era uma vez, duas passarinhas que eram muito amigas, mas com o tempo, suas famílias mudaram de árvore e cada uma foi viver sua vida e acabaram perdendo o contato.

Muitos anos depois, se reencontraram numa árvore perto de um shopping. (a contadora mexia as duas chuchinhas com pompom nos dedos simbolizando a conversa entre as duas).

-Não acredito, é você Julia?

-Sim, estou surpresa, é você Gabi?

-Sim, sou eu, quanto tempo.

E as duas colocaram a conversa em dia:

-Piu, piu, piu, Piu, piu, piu, Piu, piu, piu...

- Menina, você não vai acreditar, casei!

-Verdade, que demais, eu também casei Gabi! Sabe, vou te contar um segredo: Tenho um ovinho dentro da minha barriga!

-Uau, que demais, então somos duas, também estou pra botar um ovinho! Então Júlia, que tal fazermos nossos ninhos juntas, nesta mesma árvore, daí chocamos nossos ovinhos e conversarmos enquanto chocamos!

-Perfeito Gabi, mas pena que é tão complicado fazer ninhos não é verdade, e se eu quebrar alguma unha... ai, ai...

-Sim Júlia, não é nada fácil fazer um ninho, lembro muito bem como minha mãe me ensinou, graveto por graveto...

-Só de pensar já estou ficando cansada Gabi!

-Então vamos começar logo, daí acabamos também cedo.

-É Gabi, fazer o que, vamos começar.

- Júlia, achei um graveto, tem bastante aqui perto dessa árvore...

-Sim... Já estou indo, ai, como é pesado, como é cansativo, como demora...

Enquanto Gabi fazia seu ninho com vários gravetos, Júlia só reclamava, porque sujou seu pé, porque lascou suas unhas, porque os gravetos eram pesados... (a contadora mexia as duas chuchinhas com pompom nos dedos como se estivessem fazendo o ninho utilizando os palitos de picolé como gravetos).

Numa dessas reclamações, Júlia olhou do outro lado do muro e viu um material muito diferente, macio, fofinho e tinha o suficiente pra fazer vários ninhos.

Júlia sem pensar duas vezes, resolveu fazer seu ninho com aquele material tão prático e ainda quis dividir com sua amiga Gabi. (a contadora com o papel higiênico fez o ninho da passarinha Julia e então utilizou o ovo de silicone).

-Gabi, olha o que eu achei, esse material fofinho, macio, nova tecnologia, com certeza vou fazer meu ninho com ele, sem dizer que é super prático e rápido, e terei tempo de sobra pra ir ao shopping! Pronto, botei meu ovinho, agora vou fazer minhas unhas e algumas comprinhas, à noite volto pra chocar meu ovinho. Você tem certeza mesmo que não quer fazer seu ninho com esse material tão prático?

-Sabe Júlia, até que gostaria você já acabou de fazer seu ninho tão rápido e eu ainda estou no começo, mas acho que vou ficar e fazer meu ninho do jeito que aprendi com minha mãe, com gravetos mesmo.

-Tudo bem querida, você quem sabe, eu vou então tchau Gabi!

-Tchau Júlia... Ai, ai, será que fiz o certo, estou tão cansada, mas não vou parar até terminar.

A passarinha Gabi passou o dia todo pegando gravetos por gravetos, até a noitinha.

Quando terminou, botou seu ovo e foi tomar um banho, pois já estava noite.

Foi quando de repente começou um temporal, muito vento e chuva que impossibilitou tanto a passarinha Gabi como a passarinha Júlia de voltarem ao ninho.

A passarinha Gabi estava tranquila, pois tinha feito seu ninho com gravetos firmes e seu ninho estava super seguro.

Porém Júlia não estava tão confiante assim.

E no dia seguinte, pela manhã, depois da tempestade, tanto Gabi como Júlia foram ao seu ninho ver se estava tudo bem com seus ovos e tal foi a tristeza de Júlia ao ver seu ninho destruído e seu ovinho caído e quebrado no chão! (a contadora utilizou o borrifador de água para sinalizar a chuva, e ao molhar o papel higiênico, este derreteu onde utilizou o ovo de silicone quebrado, transmitindo através de movimentos nos pompons as emoções de cada passarinha).

O material que Júlia tinha feito seu ninho era macio, prático e o resultado era rápido, mas era papel, papel higiênico, ela havia encontrado um rolo inteiro de papel higiênico, mas ao molhar com a chuva, rasgou!

Gabi por sua vez, fez com gravetos, um material resistente, porém mais trabalhoso, mas o resultado foi que seu ninho ficou firme e seu ovinho continuou seguro.

Mensagem transmitida: Hoje os pais estão procurando maneiras mais práticas para educar seus filhos, com internet, celulares, tablet e outras tecnologias mais, mas se não utilizarmos materiais resistentes como o ensinar a criança a brincar, ouvir histórias, recortar e muitas outras atividades pedagógicas, nossos filhos não terão base sólida para um futuro próximo.

Depende não somente dos pais, mas de cada educador “ensinar a criança no caminho que deve andar, e quando for grande não se desviará dele”! (provérbios 22:6)

Esse texto diz respeito a tudo, a tudo que ensinarmos as crianças, e quando elas crescerem, serão espelhos e seguirão os exemplos dado a elas.

Magali Viana da Cruz Batista

Personagem: Lili Caramelo

Figura 1: Cesta com toda história dentro.

Figura 2: Duas chuchinhas com pompom nos dedos representando as passarinhas.

Figura 3: Palito de picolé representando os gravetos

Figura 4: Rolo de papel higiênico, representando material macio.

Figura 5: 2 ovos de plástico, um com abertura no meio, outro não e ovo de silicone com clara e gema.

Figura 6: Borrifador de água representando a chuva.

Figura 7 e 8: Contação de Histórias na Capacitação Curto Circuito, para os professores da EMEIF de São Francisco/SP.

8.1.1. PROFESSORES CAPACITADOS NA PRÁTICA

Os projetos, cursos, capacitações e incentivos para a contação de histórias na educação infantil, como por exemplo, o acima mencionado transformam a escola, os educadores e os alunos. A magia da leitura, a sua leveza e a tranquilidade que esta enriquece os conhecimentos das crianças é incalculável.

Uma história boa e bem contada marca e embeleza a vida. Um exemplo do sucesso desses projetos e da importância da contação de histórias para a educação infantil é encontrado na EMEIF de São Francisco/SP através da professora Valdenice Aparecida Merlotto dos Santos, formada em Magistério, Biologia, Pedagogia e Pós Graduada em Gestão Escolar, conhecida como Tia Val tendo como personagem Tia Magnólia que adora contar histórias.

Em suas apresentações utiliza diferentes objetos como fantoches, chacoalho, lenços, roupas, leitura direta com o livro ou não, várias vozes para personagens diferentes, modificação na altura e entonação da voz, gestos, caretas, às vezes cenários, entre muitos outros.

Em especial no estudo folclórico em agosto de 2019, apresentou na escola para as crianças a lenda do Lobisomem, e para a sua turma além de realizar a contação da lenda do Lobisomem, organizou em sua casa um cenário folclórico Brasileiro contendo os personagens mais importantes como o Saci-Pererê, mula sem cabeça, curupira, yara, boi tatá, índio, etc., e ainda possibilitou uma demonstração de objetos folclóricos como peão, peteca, bola de meia, arco e flecha, chacoalho, leque, roupa, cocar, colar e machado indígena, moringas, lamparinas, maquina fotográfica antiga e um moinho.

Além das variedades de materiais encontrados, o diferencial para realizar a contação de história é o gosto do próprio contador pela mesma e por seus ouvintes, o que evidentemente a de sobra na professora Tia Val, que transforma com amor o ano letivo comum dos seus alunos em um marcante ano de momentos felizes de conhecimentos e inspiração.

Figura 9 e 10: Professora Valdenice Aparecida Merlotto dos Santos – contação de história folclórica da Lenda do Lobisomem.

Figura 11: Contação de história utilizando lenço preto, chacoalho e uma bolsa.

Figura 12: Utilização de fantoche simbolizando o Lobisomem.

Figura 13: Preparação de cenários para Contação de Histórias.

Figura 14: Contação de Histórias na escola EMEIF São Francisco SP.

9. CONCLUSÃO

O estímulo à leitura ocorre ao longo dos anos escolares e fora dele também, principalmente com a participação da família da criança. Através desse incentivo, a criança se interessa em aprender e se transforma num leitor capaz, ou seja, a leitura está diretamente ligada à motivação.

Portanto, contar histórias em sala de aula possibilita uma viagem que desperta a curiosidade e a magia, tornando o ambiente mais leve e o aprendizado mais natural e prazeroso.

A contação de história desenvolve a criatividade, educa, emociona, estimula a sabedoria, melhora a toma de decisões, socializa, e aproxima as crianças dos seus professores. Além das diversas riquezas proporcionadas a pratica de contação de histórias é o primeiro passo para conduzir as crianças pelo caminho da leitura como também pelo caminho da reflexão e conhecimento.

O mundo atual está cheio de tecnologias, onde todas as informações ou notícias, músicas, jogos, filmes, podem ser trocados por e-mails, cd’s e dvd’s, e vem tomando o lugar dos livros. Essa troca prejudica diretamente as pessoas no futuro, já que a leitura esta em toda parte, e é essencial.

As dificuldades encontradas são em produzir e interpretar textos, grandes dificuldades em compreender de forma crítica a sociedade em que vive, dificuldade em provas, vestibulares resolução das questões, não terá posicionamento nem senso crítico, entre outros.

O profissional deve ser capacitado e realizar a contação de histórias de forma adequada, com o livro de acordo com a faixa etária, lugar apropriado, e tendo um diferencial chamativo que proporcionará divertimento as crianças.

Conclui-se que escutar histórias além de despertar o interesse em conhecer e em ler livros, influencia diretamente no processo de ensino-aprendizagem o tornando mais rápido e prazeroso.

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Publicado por: ANA CLÁUDIA MERLOTTO DOS SANTOS

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