Pragas e doenças no cultivo da banana: revisão e perspectivas

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1. RESUMO

O Brasil se destaca como o quarto maior produtor mundial de Banana, sendo está a fruta mais consumida pelos brasileiros e ocupando a segunda posição em produção no Brasil. O Estado da Bahia se destaca nacionalmente com a maior área destinada a este cultivo,  mas amarga a segunda posição em toneladas produzidas, perdendo para o estado de São Paulo. A baixa produtividade está relacionada à baixa tecnologia adotada, variedades com baixo potencial produtivo e suscetíveis às pragas e doenças além do manejo inadequado da cultura. A fruta é exportada em uma quantidade ainda tímida, porém crescente. A qualidade fitossanitária da fruta também é um fator de perda para esta cadeia, visto que, apenas frutos de alta qualidade, produzidos livres de resíduos de agrotóxicos, pragas e doenças são capazes de conquistar mercados novos e exigentes. O manejo integrado de pragas preconiza o uso de várias técnicas para controlar o nível populacional das pragas, assim minimizando os Danos Econômicos; conhecer e identificar as pragas e as doenças é de extrema importância para saber ao certo quais são as táticas a serem adotadas. O presente trabalho tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre as principais pragas e doenças que acometem os plantios de banana no Brasil, além de descrever os sintomas e os métodos de controle possíveis para essas doenças e pragas, analisando o mercado internacional e os impactos causados pelo risco de contaminação com  Fusarium oxysporum f.sp. cubense Raça 4, além de expor a situação dos produtores de banana inseridos dentro da pandemia do COVID-19.

Palavras-chave: Musa spp. Manejo Integrado de Pragas. Fitossanidade.

2. INTRODUÇÃO

O Brasil ocupa a quarta posição mundial em produção de banana, ficando atrás de índia, China e Indonésia. (Food and Agriculture Organization, FAO, 2018). A cultura da banana é a segunda frutífera mais produzida no Brasil, ficando atrás somente da produção de laranja. A produção de banana está distribuída em todo o território nacional, sendo o Nordeste responsável por 34% da produção, ocupando o 2° lugar em maior produção e o município de Bom Jesus da Lapa no Oeste Baiano é considerado o maior produtor de banana do país, representando 2,5% da produção nacional (EMBRAPA, 2019).

Índia lidera a produção de banana com mais de 30 milhões de toneladas e Brasil, em quarto lugar tem produção de mais de 6 milhões de toneladas.  No Brasil, a banana ocupa a 11° posição dentro das top 20 comodities brasileiras (FAO, 2018).

No ano de 2019, o Brasil alcançou 16% de aumento no volume da exportação de fruticultura. Em comparação ao ano de 2018, pode-se observar um aumento no volume de exportação de banana de 21%. Atualmente, o estado da Bahia representa 10,25% de toda exportação e a exportação de frutas no primeiro semestre de 2020 representa 3,2%. (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, MAPA, 2020).

O Brasil possui área destinada a fruticultura de mais de 2,5 milhões de hectares. Estima-se que a produção equivale a 33 milhões de reais em valores brutos. A mão-de-obra equivale a 16% em relação ao total do agronegócio brasileiro. (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados, ABRAFRUTAS, 2019). Do ponto de vista econômico e social, cada hectare plantado e colhido de banana demanda de 2 a 5 trabalhadores, o que representaria potencialmente considerando a produção brasileira, 5 milhões de postos de trabalho.

Apesar da Bahia ter o clima ideal para o cultivo da banana, São Paulo lidera a produção de banana mesmo tendo menor área cultivada e isto se deve aos processos tecnológicos aprimorados que resultam em maior produtividade.

Dentre os entraves que há no processo de exportação de banana, há a baixa qualidade da fruta, que não atende ao mercado internacional, consumidor altamente exigente. Cultivar banana de alta qualidade para exportação requer tecnologias de produção, de pós colheita e comercialização mais desenvolvidas que as que são utilizadas atualmente.

Um dos fatores de perda de qualidade da fruta que se torna um fator limitante a exportação é o manejo fitossanitário. Somente frutas livre de pragas, injúrias, distúrbios e doenças atingem o mercado internacional.  Há alta exigência por parte dos países importadores que as frutas não sejam hospedeiras de um organismo praga transmissor de doença. Outro fator que deve ser levado em conta é a contaminação por agrotóxicos, sendo este objeto constante de observação por partes de países importadores. 

Estima-se que as perdas causadas por artrópodes (insetos e ácaros) sejam de aproximadamente 7,7% anualmente, o que equivale a 15 bilhões de dólares (OLIVEIRA et al., 2014). Além do ataque por parte de artrópodes, há a presença de doenças causadas por fungos, bactérias e vírus que comprometem a produção efetiva da banana. Algumas doenças como a Sigatoka-negra por exemplo podem causar até 100% de perdas do plantio.  

Praga é configurada como qualquer organismo vegetal ou animal capaz de causar danos a culturas ou produções vegetais. Sendo assim, a presença de pragas configura prejuízo e ameaça aos pequenos e grandes agricultores.Para o controle efetivo das pragas, recomenda-se o uso do monitoramento integrado de pragas (MIP). As pragas podem ser controladas através de métodos cultural, biológico, varietal, químico, genético ou comportamental.Um MIP quando bem adotado, diminui inclusive, o uso excessivo de agrotóxicos, alinhando a produção com a tendência de sustentabilidade do mercado consumidor interno e externo.

Apesar da alta exigência por parte dos países importadores, a Bahia apresenta vantagem no processo de aumentar a exportação da banana, pois tem o clima mais favorável a produção de banana, já que em regiões como Sul e Sudeste em que sofrem com o frio, ocorre perdas da qualidade da aparência da banana, que faz com que a sua casca adquira coloração escurecida, prejudicando a comercialização internacional.

Levando em conta o alto consumo de banana a nível nacional, bem como, a valorização do produtor local, a alta capacidade de produção para exportação, a severidade  que algumas doenças e pragas apresentam e a necessidade de um controle de pragas  e doenças efetivo, faz-se necessário elencar quais são as principais pragas e doenças que atacam a cultura da banana,  discutindo acerca do MIP, doses de agrotóxicos recomendados e controle alternativo utilizado para produções orgânicas, além de citar a cultivares resistentes e suas características, visando auxiliar os produtores no controle de doenças e pragas, maximizando assim a produção principalmente no estado da Bahia, visto que é uma área de cultivo promissora e clima favorável e que atualmente apresenta produtividade baixa em relação ao estado de São Paulo.

3. REVISÃO DE LITERATURA

A banana é a fruta mais consumida pelo mercado interno devido a sua elevada riqueza nutricional, é uma boa fonte energética e possui alto teor de carboidrato, além de possuir vitaminas A, B1, B2 e C, sais minerais como potássio, cálcio, fósforo, sódio e magnésio (EMBRAPA, 20--).

A banana processada também faz parte da dieta da população mundial e com a tendência do mercado consumidor a dietas veganas e vegetarianas, a procura por banana aumenta, a exemplo, farinhas de banana, biomassa de banana e banana chips, que são alimentos processados muito utilizados por pessoas adeptas de dietas veganas e vegetarianas (VEJA, 2019).

Com mais de 106 milhões de toneladas produzidas, a banana ocupa a primeira posição no ranking mundial de produção. No Brasil, a produção corresponde aproximadamente a 7 milhões de toneladas do todo produzido mundialmente. Isso significa dizer que o Brasil representa 6,9% do total produzido mundialmente (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, 2019).

O Nordeste possui área cultivada de banana de 180.220 hectares com rendimento médio de 12,94 toneladas por hectare totalizando uma participação na produção brasileira de 34,2%. No Nordeste a produção baiana ganha destaque, ficando em segundo lugar com produção de 828.284 toneladas por hectare, o que equivale a participação de 12,2% da produção brasileira nacional (EMBRAPA, 2019).O município de Bom Jesus da Lapa no oeste da Bahia lidera a produção de banana com rendimento médio de 24,15 toneladas por hectare. (EMBRAPA, 2019)

No brasil, 95% da produção de banana é consumida pelo mercado interno, sendo o consumo per capta no ano de aproximadamente 25 quilos. Cerca de 98% da produção de banana é consumida in natura e o restante processado, como o caso da banana chips, farinhas, purês e doces (EMBRAPA, 20--).

Segundo SIMÃO (1998, p.39), citado por da SILVA (2019) “A fruticultura se constitui, a um só tempo, em uma atividade econômica, social e alimentar”.

Segundo SIMÃO (1998, p.41), citado por da SILVA (2019) ‘’O valor econômico da fruticultura não se situa somente na produção de frutos para o mercado consumidor, mas baseia-se também no aproveitamento dos frutos para a industrialização, criando riquezas e gerando o bem social’’.

De acordo com GONÇALVES (2015, p.13), citado por da SILVA (2019)

‘’No campo social, a fruticultura se destaca por ser uma fonte geradora de empregos, pois a atividade tem grande exigência em mão de obra: são necessários cuidados no pomar, durante a produção, na colheita, no processamento dos frutos e no manejo de produtos industrializados. Estima-se que, para cada hectare cultivado são criados de três a cinco novos postos de trabalho, contribuindo ainda para a fixação do homem no campo, sendo, portanto, considerada a atividade agrícola brasileira que mais emprega. Além do emprego, o setor propicia renda em regiões consideradas mais pobres e secas, que com a utilização do sistema de irrigação, pequenos produtores e grandes empresas podem cultivar frutas de boa qualidade durante todo o ano.’’

De acordo com MACEDO (2007, p.8)

‘’Apesar de ter apenas uma pequena fatia do mercado internacional, o Brasil merece destaque também nesse setor. A receita nacional com exportação de banana aumentou 205% nos últimos 10 anos – observados os triênios 1993/95 e 2003/05 –, número bem acima da média de crescimento mundial, que foi de 35%. O principal motivo para o incremento na receita brasileira foi o fato de, no início da atual década, o Brasil ter passado a exportar para a Europa. Essa operação, por sua vez, deve-se basicamente à instalação de uma multinacional no Nordeste do País, especializada na produção de banana de alta qualidade, atendendo às exigências do mercado europeu.’’

Segundo GALVÃO (2014)

‘’De acordo com o Artigo II do novo texto da Convenção Internacional para Proteção de Vegetais adotado na XX Sessão da Conferência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO, bem como pela Resolução 14/79, promulgada pelo Decreto n.º 318, de 31 de outubro de 1991 e publicado no Diário Oficial da União de 1º de novembro de 1991, o termo praga significa qualquer forma de vida vegetal ou animal, ou qualquer agente patogênico daninho ou potencialmente daninho para os vegetais ou produtos vegetais.’’

Manejo Integrado de Pragas baseia-se em quatro elementos: controle manual, níveis de tolerância das plantas aos danos causados pelas pragas, monitoramento da população para tomada de decisão e estudo da biologia e ecologia da cultura e das pragas. (EMBRAPA, 2005)

Segundo Picanço (2010) Manejo Integrado de pragas é um sistema que visa controlar o ataque de pragas pelo uso integrado de métodos selecionados, com parâmetro técnico, ecológico, econômico e sociológicos. Sistema este, também conhecido como manejo ecológico de pragas.

4. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho será desenvolvido com base em uma revisão de literatura, elencando quais as principais pragas e doenças que acometem o cultivo da banana e que representam maior importância econômica.

Nesta seção, serão discutidos nome vulgar, nome científico, sintomas causados, hábitos, método de controle e propagação, além de material expositivo acerca das pragas e doenças.

Outro ponto importante a ser abordado nesta revisão são os entraves existentes dentro do manejo de pragas na cultura da banana, destacando a importância de pragas e doenças que limitam a exportação da banana, além da importância do conhecimento das pragas quarentenárias, uso do MIP empregado para o controle das principais pragas e doenças, além de abordar o que mudou no uso de defensivos agrícolas ao longo dos anos.

4.1. PRAGAS

4.1.1. Broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus)

A broca-do-rizoma, também conhecido popularmente por moleque-da-bananeira ou Cosmopolites sordidus (Figura 1), é a praga mais severa da cultura da banana. Descoberto pela primeira vez em 1915, esta praga ataca praticamente todas as culturas, podendo em alguns casos causar redução de até 80% da área plantada.

Figura 1 – Inseto Cosmopolites sordidus adulto.

Fonte: Embrapa, 2015.

A broca-do-rizoma possui 4 fases de desenvolvimento, sendo ovo, larva, pupa e adultos. O inseto adulto é um pequeno besouro preto de exoesqueleto quitinoso, com comprimento entre 15 a 20mm.

Gold et al. (2002), citado por Queiroz (2016) acrescentaram como característica desse inseto comportamento gregário e fototropismo negativo, ou seja, possuem hábitos noturnos sendo ativos entre às 18h e 6h. Durante o dia, são geralmente observados em locais úmidos nos restos da cultura, principalmente nas bainhas foliares próximas à base das plantas. Apresentam tanatose, comportamento de defesa no qual simulam a própria morte.

De acordo com Silva (1985), citado por Queiroz (2016) Cosmopolites sordidus são sedentários e, embora possuam asas funcionais, raramente voam. Sua dispersão é comum pelo movimento de material de plantio infestado contendo ovos, larvas, pupas ou adultos. Os adultos também podem se mover a longas distâncias.

Apesar de sua fase adulta não ser considerada praga, mas sim sua fase larval, as fêmeas adultas são as responsáveis por depositarem os ovos no ponto de inserção da bainha das folhas, próximo a coroa do rizoma, essas, possuem preferência por bananeiras já frutificadas, uma vez que o rizoma se encontra mais rico em nutrientes. Uma vez ovo depositado, 5 a 8 dias após ocorre a eclosão das larvas. Uma fêmea adulta pode depositar de 10 a 50 ovos. A taxa de deposição das fêmeas vai depender da quantidade de indivíduos agrupados, alimentação e temperatura.

Na literatura, o período de incubação dessas larvas varia muito. Algumas literaturas citam que o período de incubação dura em média de 3 a 15 dias (EMBRAPA, 2003) e outras literaturas citam que o período de incubação dura em média 5 a 8 dias. (QUEIROZ, 2016)

As larvas possuem coloração branco-leitosa e cabeça marrom, medindo aproximadamente 11mm (EMBRAPA, 2003).

Figura 2 – Fase larval do Cosmopolites sordidus, fase em que causa ataques e danos ao cultivo da banana.

Fonte:  Kofler, 2014.

Após completarem seu ciclo, as larvas se direcionam para fora das galerias construídas internamente no rizoma. Terminado o ciclo larvar, inicia-se o ciclo de pupa, que dura em média 5 a 8 dias. Após terminado o ciclo de pupa, torna-se inseto, encerrando assim o seu ciclo.

O ataque desta praga na cultura da banana causa obstrução dos tecidos e vasos, impedindo a absorção de nutrientes e água, além de causar redução no desenvolvimento da planta e dos cachos. Com o enfraquecimento na base da planta e o crescimento dos cachos, combinado com a ação dos ventos, essas plantas tendem a tombar.

Os sintomas encontrados na planta são amarelecimento de folhas com posterior secamento, possível ausência de frutificação a depender do grau de dano e morte da gema apical de plantas jovens. Já os frutos podem apresentar-se com menor peso médio que o comum, além de serem mais finos que aqueles comparados com plantas sadias (EMBRAPA, 2003).

A abertura dessas galerias (Figura 3) pode ser porta de entrada para outros patógenos como fungos e bactérias, além do moleque-da-bananeira também ser uma praga apontada como disseminadora do Mal-do-Panamá (EMBRAPA, 1999).

Figura 3 – Galerias no pseudocaule da banana causadas por ataque de larvas de Cosmopolites sordidus.

Fonte: Embrapa, 2015

4.1.2. Tripes da erupção e tripes da ferrugem  (Frankliniella spp., Caliothrips bicinctus, Chaetanaphothrips orchidii, Bradinothrips musae)

Tripes-da-erupção é um inseto muito recorrente no Brasil em diversas culturas. Apesar do ataque dessa praga nos bananais, a qualidade do fruto para consumo não é afetada, entretanto a qualidade visual do fruto sim, o que se torna um empecilho para a qualidade visual da fruta exigida para exportação.

Estes insetos possuem coloração branca quando jovem e marrom-escura quando adultos, além de possuírem asas franjadas. Algumas literaturas citam que este inseto pode medir de 0,5 a 1mm e outras literaturas citam que o comprimento deste inseto varia de 1,2 a 1,5mm (Figura 4). Os adultos são encontrados, geralmente, nas flores novas, ainda protegidas pelas brácteas MOREIRA (1987), citado por EMBRAPA (2015).

Figura 4 - Inseto tripes-da-erupção na fase adulta.

Fonte:  Embrapa, 2015.

Os tripes adultos depositam os ovos individualmente logo no início de desenvolvimento dos frutos. À medida que os frutos se desenvolvem, aparecem puncturas ásperas ao tato (Figura 5), originando o sintoma conhecido como erupção. Moreira (1987) Apud Embrapa (2015). O ataque destes insetos através da abertura na epiderme atua como uma porta de entrada para outros patógenos como fungos.

Figura 5 - Puncturas na epiderme da casca de banana causada por ataque de tripes-da-erupção.

Fonte: Embrapa, 2017.

Como método de controle utilizado por muitos produtores utiliza-se o ensacamento de cachos e eliminação do coração.

Outro inseto também pertencente a ordem dos Thysanopteros é o tripes-da ferrugem. Este, é considerado uma das pragas mais comprometedoras à exportação de banana. Apesar de não trazer danos a qualidade de polpa do fruto, a qualidade visual fica bastante depreciada. O ciclo de vida desse inseto dura aproximadamente 25 dias e os ovos são depositados na cutícula da planta. As formas jovens apresentam coloração amarelo-claro e movem-se lentamente.

Os frutos atacados pela tripes-da-ferrugem apresentam inicialmente manchas esbranquiçadas, posteriormente surgem manchas castanho avermelhadas decorrente da perda de elasticidade da epiderme da casca da banana.

Figura 6 - Sintoma do ataque de tripes-da-ferrugem no cultivo da banana.

Fonte: Embrapa, 2015.

O método de controle deste inseto também é ensacamento dos cachos, remoção do coração e limpeza de restos culturais, já que estes são os locais.

4.1.3. Pulgão-da-bananeira (Pentalonia nigronervosa)

O pulgão-da-bananeira possui cerca de 1,2mm a 1,6mm de comprimento (Figura 7). As formas jovens deste inseto possuem coloração clara e as formas adultas deste inseto apresentam coloração avermelhada a marrom-escura. Este inseto encontra-se na base do pseudocaule das bananeiras, protegidos pelas bainhas foliares.

Figura 7 - Pulgão-da-bananeira

Fonte: Vézina, A., Lepoint, P., 2020.

4.1.4. Lagarta desfolhadora (Caligo brasiliensis, Opsiphanes invirae, Antichloris eriphia)

Existem três gêneros de lagartas desfolhadoras que atacam o cultivo da banana. No estado da Bahia ocorrem Caligo brasiliensis, Opsiphanes invirae e Antichloris eriphia. Enquanto no estado de São Paulo, há ocorrência de outras espécies.

A lagarta desfolhadora Caligo brasiliensis também é chamada de ‘’borboleta-coruja’’ em razão da sua similaridade com a mesma quando suas asas estão abertas. O estádio em que esta borboleta se configura como uma praga da bananeira é o estádio larval. A deposição de ovos é feita grupalmente sobre as folhas de bananeira. A eclosão das lagartas ocorre no período de 7 a 10 dias após a deposição dos ovos. As lagartas do gênero Caligo spp. São gregárias e possuem hábito noturno. As lagartas deste gênero mimetizam as folhas secas da bananeira, apresentando coloração marrom e podem medir até 12 centímetros (Figura 8).

As lagartas do gênero Caligo e Opsiphanes  iniciam a atividade alimentar nas margens das folhas, exceto a nervura central, diminuindo significativamente a área foliar e quantidade de fotossintatos. 

Figura 8 - Lagarta adulta Caligo brasiliensis na fase em que configura praga ao cultivo da banana.

Fonte: Mathias, J.  2018.

As lagartas do gênero Opsiphanes  depositam os ovos individualmente e o desenvolvimento dessas lagartas também é individual. No último estágio de desenvolvimento medem cerca de 8 cm e apresentam coloração verde com uma faixa longitudinal amarela-esverdeada (Figura 9). Estas lagartas são comumente encontradas na face inferior das folhas

Figura 9 - Lagarta adulta Opsiphanes invirae, na fase em que configura praga ao cultivo da banana.

Foto: Embrapa, 2011.

As lagartas pertencentes ao gênero Antichloris são as que possuem o menor comprimento no último estádio larval, apresentando em média 3 centímetros e intensa presença de pelos nessa fase larval (Figura 10). No estádio adulto essas mariposas se assemelham a vespas, possuindo uma coloração escura.

Figura 10 - Lagarta adulta Antichloris eriphia, na fase em que configura praga ao cultivo da banana.

Fonte: Embrapa, 2015.

Diferente das lagartas dos gêneros Caligo e Opsiphanes, a Antichloris eriphia se alimenta através da perfuração do limbo foliar prejudicando o desenvolvimento da planta.

Apesar da ocorrência no estado da Bahia destas três espécies de lagartas, no geral, a sua ocorrência está em controle devido ao equilíbrio que se dá em função da presença de inimigos naturais. No entanto, a presença em excesso destas lagartas deve-se ao uso indevido de defensivos agrícolas, que no geral causam desequilíbrio no controle por parte dos inimigos naturais.

4.1.5. Abelha irapuá (Trigona spinipes)

A abelha irapuá possui ampla distribuição no Brasil, podendo atacar diversas culturas. Frequentemente são consideradas pragas, por possuírem o hábito de destruir partes de plantas cultivadas, como flores, folhas, hastes e frutos (RENNER, 1983; ALMEIDA; LAROCA, 1988; BOI«A JUNIOR. et al., 2004; AZEREDO et al., 2006 apud EMBRAPA, 2010).

Este inseto também conhecido como ‘’abelha-cachorro’’ mede cerca de 6 milímetros de comprimento e apresenta coloração preta e são encontradas nos bananais na fase de floração (Figura 11). 

Figura 11 - Abelha irapuá adulta.

Fonte: Embrapa, 2017.

O ataque nas flores e frutos gera lesões ao longo das quinas (Figura 12).  Esta praga atua como um limitante a exportação e comercialização nacional, pois o ataque deprecia a qualidade visual do fruto. Sua importância também está associada à transmissão da bactéria causadora do moko. Ao ferir flores e frutos, e ao sugar a seiva exsudada das cicatrizes, as abelhas podem transmitir, de uma planta para outra, a bactéria fitopatogênica segundo Cordeiro & Mesquita (2001) apud Embrapa (2004).

Figura 12 - Lesões provocadas pelo ataque de Trigona spinipes.

Fonte: Embrapa, 2017.

4.2. DOENÇAS

4.2.1. Sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis).

A sigatoka-negra é considerada a doença mais severa da cultura da banana. O agente causal é o fungo Mycosphaerella fijiensis. Este fungo se propaga por dois tipos de esporos: os conídios e ascósporos. Os conídios são esporos assexuais, já os ascósporos são sexuais. A ocorrência de cada esporo ocorre em momentos diferentes. Nos primeiros estádios de lesão da folha na face abaxial, forma-se os conídios dos conidióforos. Através da ação de água e vento ocorre o desprendimento destes conídios.

 Os ascósporos, que são os fungos sexuais se formam posteriormente principalmente em folhas mortas ou necrosadas. O aspecto do sintoma são manchas de coloração branco-acinzentado.

As condições climáticas são fatores determinantes a duração do ciclo de vida do fungo, além do manejo praticado na cultura e a suscetibilidade do hospedeiro. Com presença de água sobre a folha, após 17 dias os sintomas já podem começar a aparecer. A chuva e o vento são os maiores disseminadores da doença.

Os primeiros sintomas são aparecimento de estrias de coloração marrom na face abaxial da folha (Figura 13), e posteriormente essas estrias adquirem coloração negra (Figura 14).

Figura 13 - Primeiros sintomas na folha de bananeira causados por Mycosphaerella fijiensis.

Fonte: FERRARI, J.T.; NOUEIRA, E.M.C.,2008.

Figura 14 - Lesões enegrecidas na folha de bananeira causadas por Mycosphaerella fijiensis.

Fonte: FERRARI, J.T.; NOUEIRA, E.M.C.,2008.

4.2.2. Sigatoka-amarela (Mycosphaerella musicola)

O agente causal da sigatoka amarela é o Mycosphaerella musicola. Os danos causados por este fungo estão ligados a redução da área foliar devido as lesões, morte prematura das folhas, redução no tamanho do cacho, maturação precoce dos frutos, e menor número de penca por cacho, ou seja, redução da produtividade.  Diferente da sigatoka-negra que as manchas aparecem na face abaxial da folha, na sigatoka-amarela, as lesões aparecem na face adaxial da folha.

 A doença apresenta 5 estádios em que as lesões se apresentam de maneira diferente na planta. Reconhecer estes estádios possibilita ter conhecimento sobre o grau de dano no momento, possibilitando uma tomada de decisão. No primeiro estádio, a lesão se inicia com 1mm de comprimento, apresentando um ponto ou risca levemente descolorido. No segundo estádio o risco aumenta de tamanho e descoloração. No terceiro estádio o risco apresenta forma oval alongada e coloração levemente parda. No quarto estádio esta mancha alongada apresenta halo amarelado na borda e cor parda acentuada no meio. No quinto estádio a mancha já de forma elíptica possui 12mm a 15mm de comprimento e o interior da mancha é cinza, seco e deprimido (Figura 15).

Figura 15 - Manchas elípticas característica da Sigatoka-amarela.

Fonte: FERRARI, J.T.; NOUEIRA, E.M.C.,2008.

4.2.3. Doença de fusariose (Fusarium oxysporum f.sp. cubense, Raça 4)

Fusarium oxysporum f.sp. cubense é um fungo causador da doença de fusariose. Esta doença possui diferentes graus de dano as diversas variedades. A banana ‘’maçã’’ por exemplo, é altamente suscetível, a banana da ‘’prata também apresenta suscetibilidade, porém, inferior a banana ‘’maçã’’.

Este fungo está presente em todas as regiões produtoras de banana. A disseminação deste fungo está ligada principalmente ao contato de raízes de mudas sadias com mudas infectadas. O fungo também é disseminado através de material contaminado, água de irrigação, animais e solo.

Os principais sintomas da doença de fusariose são: rachadura no pseudocaule (Figura 16), quebra de folhas, manchas vermelhas indicando a presença do fungo no interior do pseudocaule (Figura 17), murcha e amarelecimento foliar (Figura 18) (EMBRAPA, 1999).

Figura 16 - Pseudocaule da banana com rachadura causada por doença de fusariose.

Fonte: Embrapa, 20--?

Figura 17 - Manchas vermelhas no interior do pseudocaule da banana causados por doença de fusariose.

Fonte: Embrapa, 20--?

Figura 18 - murcha e amarelecimento foliar causado por doença de fusariose.

Fonte: Embrapa, 20--?

4.2.4. Moko (Ralstonia solanacearum Smith Raça 2)

O moko possui como agente causal a bactéria Ralstonia solanacearum Smith Raça 2.  A transmissão dessa doença se assemelha com a da doença de fusariose. Pode ocorrer através de utilização de ferramentas mal desinfectadas, contaminação por contato com outras raízes infectadas e movimentação de solo. Além destes, a transmissão também pode ocorrer através de insetos que visitam as inflorescências como abelhas, moscas e vespas. A abelha irapuá é um exemplo de inseto transmissor do moko.

O principal sintoma característico do moko é a descoloração vascular central no pseudocaule e presença de manchas avermelhadas devido a presença da bactéria (Figura 19). O coração e a ráquis se secam e a última bráctea do coração cai sem enrolar. Nos frutos, pode-se perceber podridão seca (Figura 20), além de presença de frutos amarelos em cachos ainda imaturos (EMBRAPA, 20--).

Figura 19 - Pseudocaule da bananeira com descoloração vascular central causado por moko.

Fonte: Embrapa, 20--

Figura 20 - Podridão seca dos frutos de banana causada pelo moko.

Fonte: Embrapa, 20--

Não existem variedades resistentes ao moko. No entanto, variedades que possuem brácteas persistentes dificultam a penetração e disseminação da doença.

4.2.5. Antracnose (Colletotrichum musae)

A antracnose é causada por diferentes raças do fungo Colletotrichum musae.

É uma doença pós-colheita, em que a infecção ocorre no fruto imaturo e o sintoma se manifesta na fruta madura, comprometendo seu aspecto visual e qualitativo.

A antracnose é uma doença muito importante pois o manejo incorreto em todas as fases de produção da banana pré e pós porteira podem acarretar em prejuízos. O aparecimento deste fungo está relacionado ao beneficiamento do mesmo. Manuseio dos cachos e refrigeração incorretos e ausência de controle químico podem acarretar no aparecimento desta doença.

O fungo ataca flores, brácteas, pecíolos, folhas e frutos. Nos frutos, forma lesões escuras e deprimidas. Em condições ambientais incorretas como alta umidade as lesões apresentam mucilagem rosada sobre as manchas (Figura 21).

Figura 21 - Lesões no fruto maduro da banana causadas por antracnose.

Fonte: Agrolink.

Para esta doença existem variedades resistente a antracnose, como BRS Vitória, BRS Japira.

4.3. ENTRAVES

4.3.1. Monitoramento integrado de pragas

O monitoramento integrado de pragas visa aumentar o controle natural das pragas através do uso integrado de métodos de controle. O método de controle a ser utilizado deve ser escolhido com base em parâmetros técnicos, lucratividade e economia, que sejam ecologicamente corretos, ou seja, que visem a preservação do homem e do ambiente e que seja viável socialmente.

As pragas podem ser classificadas quanto o grau de dano, grau de ocorrência e local de ocorrência, no Quadro 1 abaixo há a classificação das pragas em relação ao cultivo de banana.

Quadro 1 - Classificação das principais pragas artrópodes que atacam o cultivo de banana.

Tipos

Classificação

Exemplos

Praga direta

Organismo que ataca diretamente a parte comercial da planta.

Tripes da erupção e tripes da ferrugem (Frankliniella spp.,Caliothrips bicinctus,

Chaetanaphothrips orchidii, Bradinothrips musae).

Abelha irapuá (Trigona spinipes).

Praga indireta

Organismo que ataca uma parte da planta e afeta indiretamente a parte comercial.

Broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus),

Pulgão-da-bananeira (Pentalonia nigronervosa)

Organismos não-praga

Organismos que nunca atingem o nível de controle.

Geralmente inimigos naturais das pragas do cultivo da banana.

Pragas secundárias

Raramente atingem o nível de controle.

Lagartas desfolhadoras (Caligo brasiliensis,

 Opsiphanes invirae, Antichloris eriphia)

Praga chave

Organismos que frequentemente ou sempre atingem o nível de controle.

Broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus)

Praga frequente

Organismos que frequentemente atingem o nível de controle.

Broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus)

Praga severa

Organismos cujo ponto de equilíbrio é maior que o controle.

Broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Além destas pragas existem ainda as pragas de classificação quarentenária A1 e A2. Pragas de classificação A1 pragas que representam uma ameaça a economia da agricultura no país, no entanto, estão ausentes no Brasil. Pragas de classificação A2 são pragas que já estão presentes no Brasil, no entanto não de forma generalizada, mas em alguma região ou sob vigilância de estações quarentenárias.

De acordo com a Instrução Normativa nº 38, de 1 de outubro de 2018 do Ministério da Agricultura e Meio Ambiente, o fungo  Mycosphaerella fijiensis causador da Sigatoka-negra é considerado ainda uma praga quarentenária do tipo A2, com ocorrência em diversos estados, incluindo o estado da Bahia. Ralstonia solanacearum raça 2, agente causal do moko também é uma praga quarentenária A2 com ocorrência em alguns estados, mas não no estado da Bahia. Fusarium oxysporum f.sp. cubense agente causal do mal-do-panamá é uma doença quarentenária A1, ou seja, não são registrados casos no Brasil até o presente momento.

O MIP consiste em alguns componentes importantes, sendo eles: diagnose, tomada de decisão e seleção dos métodos de controle das pragas.  É necessário realizar a prévia diagnose, identificando a praga a ser controlada e se existe a presença ou não de inimigos naturais. A tomada de decisão é quando se escolhe os métodos de controles a serem utilizados, se estes serão artificiais ou naturais. 

Os métodos de controle podem ser preventivos, culturais, mecânicos, físicos, biológicos, químicos, genéticos, comportamental e de resistência. Métodos de controle preventivos baseiam-se em um conjunto de ações que antecedem o plantio. Utilização do material propagativo de boa procedência, livre de patógenos e injúrias, utilização de cultivares adaptadas a região do plantio e prévia limpeza do material utilizado são bons exemplos de controle preventivo. O método de controle cultural consiste em práticas de manejo que visem diminuir a incidência de pragas. Essas práticas agrícolas baseiam-se em observar a época de plantio, características das sementes, preparo correto do solo, adubação e plantio direto. É importante observar que, o plantio direto por exemplo, pode beneficiar a ocorrência de inimigos naturais, mas em alguns casos, pode propiciar a permanência de algumas pragas de solo.

Os métodos mecânicos/físicos de controle baseiam-se em práticas que impeçam ou dificultem o acesso da praga a planta.  O método de controle físico consiste em utilizar temperatura e luminosidade em desfavor das pragas. O método biológico de controle visa a utilização de inimigos naturais da praga em que se deseja eliminar. A utilização desse método de controle permite que diminua o uso de defensivos químicos e a consequente intoxicação dos alimentos e possível aumento de resistência da praga.

O método de controle genético consiste no controle das pragas através do uso de esterilização híbrida. (PICANÇO, 2010). Controlar pragas através do método comportamental consiste no uso de hormônios, feromônios, atraentes, repelentes e macho estéril para que mudem o comportamento da praga a fim de controlar sua incidência. E, por fim, o controle por resistência consiste em utilizar variedades que apresentam resistência a determinada praga ou doença. Este também é um método cultura.

Os custos do MIP podem se tornar um entrave no controle da praga. Deve ser feito a análise prévia da área através do histórico de evolução econômica da cultura a ser utilizado o método de controle pretendido e qual o nível de dano da praga e só então determinar o método e o momento exato do controle. Utilização de métodos de controle químicos de maneira irracional podem acarretar em descontrole do nível populacional de inimigos naturais e favorecer a seleção por resistência de insetos praga.

Na cultura da banana, para todas as pragas e doenças existe um método mais adequado para o controle dos mesmos. Entretanto, o MIP pode se tornar um entrave no controle de pragas quando a adoção de um método pode favorecer a permanência de um inseto-praga ao invés de controlá-lo.  Um exemplo disso é o controle das lagartas desfolhadoras, que atualmente não configuram praga, no entanto, o uso de controle químico de forma errada propicia resistência e descontrole entre pragas e inimigos naturais.

Em alguns casos, a escolha do método de controle químico também pode constituir como um empasse a exportação, já que alguns defensivos químicos são liberados no Brasil, porém podem ser proibidos no país importador.

Para o controle de Cosmopolites sordidus, o controle químico através da utilização de defensivos tornou-se inutilizável devido à alta toxicidade, possibilidade de criar resistência nos organismos-alvo e translocação para o fruto. O controle químico de forma errada reduz a presença de predadores da broca-do-rizoma.

Como método de controle cultural, estudos recentes indicam que a cobertura do solo pode sim aumentar a biodiversidade, no entanto não há redução no número de adultos presentes, o que indica que há favorecimento a sobrevivência de ovos e larvas do organismo-praga de Cosmopolites sordidus (CARVAL et al., 2016).

Os métodos de controle do Cosmopolites sordidus que são mais efetivos são a utilização de controle comportamental, biológico e de resistência. Em controle comportamental são utilizadas iscas com feromônio retirado do macho, comercialmente conhecido como Cosmolure. No controle biológico as iscas são construídas a partir da utilização do fungo Beauveria bassiana.

A utilização de variedades resistentes para o controle de Cosmopolites sordidus ainda requer muitos estudos. Embrapa (2017) cita que, as variedades conhecidas como Terra, D’Angola, Terrinha, Grande Naine, Nanica, Nanicão e maçã são suscetíveis e as variedades tipo Prata, Prata Anã e Pacovan são consideradas resistentes.

Para o controle de tripes-da-erupção e tripes-da-ferrugem são utilizados o método de controle cultural através do ensacamento dos cachos contendo inseticida, além da remoção do coração e dos restos florais. Outro método de controle, também realizado para controlar tripes-da-erupção e tripes-da-ferrugem é a remoção do coração, cerca de 2 semanas após a emissão da última penca. O procedimento de retirar o coração aumenta o comprimento dos últimos frutos e também proporciona aumento no peso do cacho de forma geral.

Outras alternativas no ensacamento dos cachos é utilizar solução de alho e pimenta a 0,6% ou Nim 1% nesses sacos de polietileno, já que a utilização dos sacos impregnados com o inseticida encarece a produção. No entanto, um estudo realizado por Milanez, et al. (2010) constatou que somente as soluções com Nim 1% e o inseticida imidacloprid foram eficazes no controle de tripes-da-erupção. O que configura um entrave do MIP no controle dessas pragas, pois não há na literatura cultivares resistentes ou outro método de controle dessas pragas.

Outro impasse que a utilização de cachos ensacados pode apresentar são as condições edafoclimáticas da região. Um estudo realizado no estado do Amazonas com quatro cultivares de bananeira verificou que nas condições edafoclimáticas locais, o ensacamento dos cachos impregnados com inseticida organofosforado diminuiu a produção em 10 toneladas além de diminuir também o diâmetro da polpa da cultivar Prata Zulu. Esse resultado é o oposto do que dizem outros trabalhos já publicados, que preconizam aumento na produtividade de 16 a 25%. No entanto no estado do Amazonas isso não aconteceu, provavelmente pela característica de não apresentar estações bem definidas e nem alta amplitude térmica, neste caso, o ensacamento dos cachos nessas condições climáticas antecipa a maturação dos frutos em detrimento do aumento de produção. (MOREIRA, 2008)

O método de controle do pulgão-da-bananeira é químico através de pulverizações de primicarb, mivinfós, metasistox ou malation a 0,1%. (KIMATI & CORDEIRO, 1997). No entanto essa praga possui inimigos naturais como Diomus oportunus, as joaninhas. O controle dessa praga exige cautela, já que atualmente encontra-se em controle com seus inimigos naturais e o uso indiscriminado de inseticidas pode provocar resistência na praga e diminuição do nível populacional de inimigos naturais, assim como nas lagartas desfolhadoras.

O método de controle adotado para abelha irapuá também é o método cultural através do ensacamento dos cachos com sacos de polietileno impregnados com inseticidas.

Os métodos de controle da sigatoka-negra e sigatoka-amarela são muito parecidos pois o agente causal é um fungo. O método de controle para essas doenças são diversos, sendo uns menos ou mais efetivos e menos ou mais vantajosos que outros. Para controlar essas doenças podem ser utilizadas o método de controle através do uso de variedades resistentes. No caso do controle de sigatoka-negra, as variedades Mysore, Caipira, Thap Maeo, Fhia 18, Pacovan Ken, Preciosa, Fhia Maravilha, Prata Garantida, Japira e Vitória são consideradas resistentes. As variedades resistentes a sigatoka-amarela são Mysore, Nanicão IAC 2001, Terra, D’angola, Caipira, Thap Maeo, Prata Baby, Pacovan Ken, Preciosa, Tropical, Prata Caprichosa, Prata Garantida, Prata Zulu, Japira e Vitória. (Quadro 2) (EMBRAPA, 20--).

Quadro 2 – Comparativo de variedades resistentes e suscetíveis e existência de dupla resistência a sigatoka-negra e sigatoka-amarela.

Variedades

Sigatoka negra

Sigatoka amarela

Dupla resistência

Mysore

Resistente

Resistente

Sim

Caipira

Resistente

Suscetível

Não

Thap Maeo

Resistente

Resistente

Sim

Fhia 18

Resistente

Suscetível

Não

Pacovan Ken

Resistente

Resistente

Sim

Preciosa

Resistente

Resistente

Sim

Fhia Maravilha

Resistente

Suscetível

Não

Prata Garantida

Resistente

Resistente

Sim

Japira

Resistente

Resistente

Sim

Vitória

Resistente

Resistente

Sim

Nanicão IAC 2001

Suscetível

Resistente

Não

Terra

Suscetível

Resistente

Não

Prata Baby

Suscetível

Resistente

Não

Tropical

Suscetível

Resistente

Não

Prata caprichosa

Resistente

Resistente

Sim

Prata Zulu

Suscetível

Resistente

Não

Fonte: Elaborado pelo autor.

Outro método adotado para o controle de sigatoka tanto amarela quanto negra é o método de controle cultural através de práticas que visem a reduzir o microclima favorável ao aparecimento do fungo, além da utilização de controle químico através do uso de fungicidas.

O Mal-do-panamá causado por Fusarium oxysporum f.sp. cubense, Raça 4 é considerada uma praga quarentenária do tipo A1, ou seja, até o momento presente não existem notificações da ocorrência dessa doença no Brasil, no entanto a doença se espalha pela Ásia, com grande impacto na Indonésia, China e Filipinas. A Embrapa tem realizado fortes estudos afins de promover o manejo de um eventual foco da doença e construção de variedades resistentes, já que o controle químico é inviável.

Métodos e controle cultural e biológicos também vêm sendo estudados em conjunto. Os estudos são feitos com base em estudos da epidemiologia, sistemas de plantio e melhorias na qualidade do solo, além do monitoramento constante das populações de Fusarium oxysporum f.sp. cubense, Raça 1, considerando que os estudos são feitos com base na Raça 1 desse patógeno e não a Raça 4, que é a raça mais preocupante atualmente. Todos os estudos são feitos observando virulência, agressividade, hospedeiros alternativos, entre outras características de controle (EMBRAPA, 20--).

Considerando o estudo realizado pela Embrapa em relação às variedades resistentes ao Fusarium oxysporum f.sp. cubense Raça 1, foram elencadas as variedades que possuem suscetibilidade ou resistência a essa doença (Quadro 3).

O controle por resistência como citado anteriormente não se aplica ao moko da bananeira causado por Ralstonia solanacearum Smith Raça 2, já que todas as variedades citadas anteriormente apresentam suscetibilidade ao moko. O método de controle cultural é bastante empregado através da eliminação de plantas doentes além das plantas vizinhas mesmo que estas não apresentem sintomas visíveis. A erradicação de plantas doentes é feita através da injeção do herbicida glifosato 50% no pseudocaule, desinfecção de ferramentas e controle de insetos que atuam como transmissores, como é o caso da abelha irapuá. Até o momento presente não são encontrados outros métodos de controle para o moko da bananeira (Embrapa, 2005).

Quadro 3 - Variedades resistentes e suscetíveis a doença de fusariose.

Variedades

Resistência a doença de fusariose

Prata

Suscetível

Pacovan

Suscetível

Prata A anã

Suscetível

Maçã

Suscetível

Mysore

Resistente

Nanica

Resistente

Nanicão

Resistente

Nanicão IAC 2001

Resistente

Grand Naine

Resistente

Terra

Resistente

D’angola

Resistente

Caipira

Resistente

Theo Maeo

Resistente

Prata Baby

Resistente

Fhia 18

Suscetível

Pacovan Ken

Resistente

Prata Gaucha

Resistente

Preciosa

Resistente

Prata Garantida

Resistente

Prata Zulu

Suscetível

Vitória

Resistente

Japira

Resistente

Fonte:  Elaborado pelo autor. Adaptado da Embrapa.

O método de controle da antracnose é cultural, ou seja, por meio de práticas de manejo que são realizadas desde o campo até a pós-colheita, já que os sintomas são muito presentes com o decorrer do amadurecimento dos frutos.  Eliminação de folhas velhas e restos florais, limpeza e desinfecção do tanque de despencamento e cobertura do cacho com saco de polietileno, além de controlar a condição dos transportes, evitando a criação de um microclima favorável através do controle de umidade e temperatura.

COELHO et al. (2010) realizaram testes com os fungicidas tiabendazóis e imazalil no controle de C. musae isolado de três cultivares de bananas (Prata Anã, FHIA 02 e ST 4208), que foram inoculados em bananas Prata Anã, armazenadas a 20ºC e 12ºC. A utilização dos fungicidas foi feita durante o período pós-colheita e os resultados mais eficientes foram provenientes do uso do fungicida tiabendazol. Também foi possível verificar que existe diferença na patogenicidade dos isolados utilizados, o que resulta em especificidade da cultivar. O isolado da prata anã é o mais agressivo em comparação aos isolados de outras cultivares. Outros fungicidas também são utilizados como o benomil, tiofanato metílico e prochloraz.

4.3.2. Defensivos agrícolas e manejo de pragas

Muitos inseticidas e fungicidas são utilizados visando o controle de pragas e doenças na bananeira. No entanto o controle por parte dos agricultores deve respeitar uma série de exigências nacionais e internacionais caso esse produto seja destinado a exportação.

De acordo com informações obtidas do MAPA (2019), os critérios de regulamentação de agrotóxicos no Brasil se classificam como mais rígido que outros países, pois a regulamentação brasileira é própria, não atendendo as normas do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de produtos Químicos, sistema GHS. Caso o Brasil obedecesse a esse sistema de classificação, o índice de pesticidas classificados como extremamente tóxicos passariam de 34% para cerca de 14%.

Em outras palavras, adotar o sistema de classificação GHS, indicaria que pesticidas com potencial de causar riscos à saúde humana estariam classificados como mais brandos, mesmo que ele fosse extremamente tóxico. No entanto, no dia 23/07/2019 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) decretou um novo marco regulatório adotando o sistema GHS de classificação. A classificação Brasileira era dividida em 4 categorias desde 1989 e agora está dividida em 6 categorias de classificação a partir de 2019.

A classificação GHS possui três principais elementos de comunicação de rótulos, que são a utilização do símbolo, palavras de sinalização e declaração de perigos, sendo caracterizado assim um caráter mais assertivo acerca dos riscos que cada agrotóxico pode apresentar para quem o manuseia, sendo declarado por fim, como um sistema de comunicação harmonizado em que tem como objetivo avançar na proteção da saúde através da informação.

Além do novo marco regulatório, em 2019 também houve a maior liberação de agrotóxicos da história do Brasil. Houve a aprovação de 479 agrotóxicos, maior número já registrado desde 2005 de acordo com o MAPA. Destes 479, 26 são registros novos e os outros 448 são registros genéricos, ou seja, cópia do princípio ativo dos 26 pesticidas inéditos ou ainda, elaborados com base em agrotóxicos já existentes no mercado. Dentro da liberação dos 26 produtos inéditos, 3 deles são novos princípios ativos químicos, são os Florpirauxifen-benzil, Fluopiram e Dinotefuran. No entanto, o Dinotefuran é recomendado para 16 culturas, não incluindo a banana. Assim como o Dinotefuram, o Fluopiram também não está registrado para a cultura da banana.

Em relação aos países importadores, O Fluopiram é autorizado na União Europeia e nos Estados Unidos, o Dinotefuram não possui registro para uso na agricultura na União Europeia e está em análise nos Estados Unidos. Além dessas novas substâncias liberadas, o MAPA ainda liberou 56 novos produtos genéricos à base de 26 princípios ativos. Os princípios ativos Glufosinato de Amônio, Dibrometo de Diquate, Propanil, Bifentrina e Fipronil são banidos na União Europeia, no entanto liberados no ano de 2019 para o Brasil. Além destes princípios ativos, outros 5 não são autorizados na União Europeia. Ou seja, dos 26 princípios ativos liberados, 6 são banidos e 5 não são autorizados.

De acordo com Teixeira (2019) o ex-presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA) cita que o Brasil em apenas um ano liberou mais agrotóxicos do que a União Europeia no período de 8 anos, questionando também os princípios ativos escolhidos para liberação, em uma tentativa de baratear os custos de produção agrícola no Brasil, o que vai contra ao explanado pelo MAPA, em que o argumento utilizado é de que a liberação destes agrotóxicos seriam para acompanhar a União Europeia. Dos 29 agrotóxicos liberados pela União Europeia no ano de 2018 a 2019, alguns possuem características como: alta degradação e baixa toxicidade, o que vai de contra a muitos agrotóxicos liberados no Brasil em 2019.

De acordo com o MAPA, o objetivo da grande liberação de agrotóxicos é utilizar moléculas menos tóxicas e ambientalmente corretas, isso porque o registro de novos agrotóxicos de ação similar só pode acontecer se possuírem risco à saúde menor ou igual aos agrotóxicos presentes no mercado, outro ponto abordado é que a variedade de agrotóxicos aumenta a concorrência no mercado com consequente queda no preço do defensivo o que acabaria por baratear o custo de produção.

Entretanto o barateamento assume um entrave a produção, já que com menores preços, pode ocorrer estimulação do uso de agrotóxicos, ocasionando aumento na resistência das pragas e até mesmo descontrole entre inimigos naturais, se caso houver.

Os países do Mercosul e União Europeia possuem acordo de livre comércio com o Brasil, no entanto por questões culturais, a União Europeia trabalha a agricultura com visão preventiva, ou seja, previnem a utilização de diversos agrotóxicos passíveis de causar riscos à saúde da população. No Brasil, são feitos testes para comprovar previamente que o produto aplicado é perigoso e caso seja constado, que deixe de ser aplicado. Em alguns casos, isso não acontece. As normas rígidas da União Europeia e disparidades nos defensivos utilizados entre ambos pode se tornar um entrave a comercialização internacional.

Outro ponto importante a ser citado é a inconsistência de informações métodos de controle químico encontrado na literatura e disponíveis no sistema do AGROFIT para a banana. Para o controle de algumas pragas e doenças a literatura cita diversos inseticidas que não estão registrados no sistema, o que de certa forma apresenta uma falta de subsídio a diversos produtores que utilizam o sistema como base de pesquisa confiável afim de obter controle de pragas e doenças na banana.

Considerando o exposto acima, ainda dentro do uso de pesticidas no cultivo da banana voltado a exportação, deve ser considerado também o Limite Máximo de Resíduos (LMR) de agrotóxicos permitidos na banana exportada.

O estabelecimento de LMR visa impedir a contaminação de alimentos e propagação de doenças e pragas. Considerando que o agrotóxico não foi degradado pelo próprio metabolismo do vegetal, este permanece no alimento, levando o consumidor a ingeri-lo. O LMR possui o objetivo de assegurar que estes resíduos não constituam um risco à saúde dos consumidores. Os limites estabelecidos levam em conta a Ingestão Diária Aceitável (IDA) preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). (HERMIDA, C., PELAEZ, V., da SILVA, L., 2015).

O LMR é importante para assegurar trânsito de commodities no mercado internacional, afim de que haja uma regulamentação dos níveis aceitos nos mercados. O Codex Alimentarius determina LMR’s de segurança aos países exportadores para que os limites não sejam ultrapassados se tornando assim uma barreira técnica comercial a exportação.

No entanto a organização da Codex assume regras restritivas pois não considera diferenças edafo-climáticas regionais, condições de análise e análise de estudo de resíduos, assim como hábito alimentar de cada país. Considerando essas inconsistências, a discrepância entre limites tolerados ou não de resíduos podem constituir um entrave a exportação pois pode gerar aumento no custo de produção, risco de desperdício de colheita, redução da capacidade de exportar e exclusão de países exportadores menores por não atenderem as regras específicas.

Para exportar banana, o produtor deve pesquisar sobre os LMR’S máximos permitidos no país importador, evitando que a exportação se torne um entrave.

Alguns dos compostos citados na literatura de pesquisa deste presente trabalho estão citados no Codex Alimentarius para a cultura da banana. Imidacloprid, por exemplo utilizado no controle de tripes-da-erupção tem como LMR 0,05 mg/kg aceito, assim como o Glifosato utilizado no controle do Moko da bananeira também possui LMR de 0,05 mg/kg. O tiabendazol utilizado para controle de antracnose possui LMR de 5 mg/kg. O imazil também citado como um dos fungicidas utilizados para controle de antracnose foi atualizado na tabela de classificação de LMR pelo Codex pela última vez em 2019, estabelecendo-se 3 mg/kg (Quadro 4).

Quadro 4 – LMR estabelecido para a cultura da banana segundo a Codex Alimentarius.

Pesticida

LMR (mg/kg)

Praga/doença

Ano da última atualização

Imidacloprid

0,05

Tripes

2004

Glifosato

0,05

Moko

2006

Tiabendazol

5,00

Antracnose

1999

Imazil

3,00

Antracnose

2019

Fonte:  Elaborado pelo autor adaptado de Codex Alimentarius.

Interessante ressaltar que nem todos os pesticidas utilizados citados na literatura brasileira estão na lista citada pela Codex, outro ponto interessante é que nenhum pesticida citado pela literatura consultada para controle de pulgão-da-bananeira está presente na lista do Codex e nem na lista do AGROFIT.

4.3.3. Pragas, cenário atual e exportação

A produção de banana no Brasil é liderada pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, Espírito Santo, Ceará e Pernambuco. Em uma análise das principais regiões produtoras da Bahia em um comparativo com os anos de 2017 a 2019 pode-se perceber em algumas regiões o aumento da área produtiva ou redução da mesma. O vale da Ribeira, a maior região produtora da banana situada no estado de São Paulo, não teve aumento na área. A região de Bom Jesus da Lapa no estado da Bahia teve aumento de 5% na área planta com cultivo de banana quando comparados a variação do ano de 2017 para 2018, no entanto não houve avanço na área no ano de 2018 a 2019. A região Norte de minas no estado de Minas Gerais por exemplo, reduziu a área de cultivo de banana em 10%. Atualmente a área total de produção de banana dos maiores estados produtores equivale a 82.275 há, dados de 2019 (BARBIERI, M.G & HACKMANN, R., 2019).

Os maiores importadores de banana são a União Europeia que correspondeu por uma média anual de 32% das importações entre 2010 e 2016, seguido dos Estados Unidos, representando 25% (FAO, 2019). Em 2018 os principais destinos da exportação de banana foram Uruguai, Argentina, Estados Unidos e Reino Unido, juntos estes países foram responsáveis pelo consumo de 86% do total exportado neste ano. As perspectivas do mercado de exportação consideram que o Brasil tenha vantagens na exportação ao MERCOSUL, este fato pode estar associado com fortes enchentes na Bolívia (BARBIERI, M.G & HACKMANN, R., 2019).

Outro ponto que beneficia as exportações brasileiras de banana são as condições climáticas que ameaçam o potencial de produção do Caribe, região esta que se apresenta vulnerável a tempestades tropicais. Além disso, uma ameaça iminente é a prevalência de doenças e pragas que afetam o cultivo de banana. A ameaça se deve particularmente ao risco do fungo Fusarium oxysporum f.sp. cubense Raça 4 causador da doença de fusariose atingir as plantações de banana no Brasil e Caribe, já que este fungo já está presente na Ásia, Oriente Médio e África. Além destes locais, a murcha também já está presente no Nordeste de La Guajira na Colombia. (FAO, 2019).

Apesar do risco iminente de contaminação devido à proximidade com a Colombia, de acordo com previsões da (FAO, 2019) o Brasil não está em área de risco até 2028. No entanto, do ponto de vista econômico e globalizado, o avanço da doença pode causar surtos de escassez de solos livres de patógenos, uma vez que não existem meios de controle da doença de fusariose atualmente e o patógeno pode permanecer por décadas no solo. Com as perdas de rendimento devido ao surto da doença da murcha, os custos de produção serão mais elevados, tornando-se uma ameaça aos pequenos produtores que utilizam a banana como meio de subsistência. De acordo com as projeções as perdas em áreas agricultáveis de banana até o ano de 2028 serão equivalentes a 160.000 hectares globalmente. Do ponto de vista social, considerando uma média de 1,5 trabalhadores por hectare, isso implicará em 240.000 trabalhadores desempregados, em volume de produção as perdas serão equivalentes a 2,8 milhões de toneladas até 2028.

Em contrapartida a produção de banana vêm enfrentando dificuldades devido ao aumento do custo de produção, aliado ainda aos altos níveis de competição entre comerciantes internacionais. A alta competitividade tem forte influência na redução dos preços. A redução do preço no produto final implica em pressão sobre o salário dos trabalhadores. Do ponto de vista social, os preços baixos são um grande obstáculo a persistência dos produtores no setor, pois com preços baixos, o pagamento de salário decente torna-se complicado e o investimento em melhorias na produção também é prejudicado. Os maiores custos associados a produção de banana referem-se a gastos com mão-de-obra, custos com fertilizantes e controle fitossanitário. As despesas com fertilizantes e pesticidas teve um aumento recente devido a elevação do custo e maior frequência de uso (FAO, 2019).

A fruticultura brasileira alcançou aumento de 16% no volume de exportações em 2019. Foram exportadas 980 mil toneladas de frutas, sendo 79.396.574 kg de banana exportada, aumento de 24,8% em relação a 2018. Comparando o primeiro semestre de 2019 com o primeiro semestre de 2020 o volume de banana exportado aumentou 17% no cenário atual (ABRAFRUTAS, 2020).

No cenário da pandemia do COVID-19, a expectativa é que não haja alterações significativas dos polos exportadores. De abril até a primeira quinzena de maio de 2020, Bom Jesus da lapa, o polo exportador do Nordeste ofertou maiores quantidades de banana para o mercado interno, o que pode indicar redução na taxa de exportação (EMBRAPA, 2020).

Do ponto de vista do mercado nacional a nível de pequenos produtores (que são a grande maioria), o cenário é diferente devido aos níveis de manejo inadequados, restrições hídricas, falta de cuidado pós-colheita e falta de organização.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O cultivo da banana é importante para pequenos produtores e para os polos exportadores. Atualmente o cultivo de banana está passando por uma série de modificações, estas que tem influência direta com cinco principais fatores: estabelecimento de novo marco regulatório, grande liberação de agrotóxicos, ameaça iminente da murcha de Fusarium oxysporum, estabelecimento da pandemia do COVID-19 e desencontro de informações, encontradas na literatura.

Do ponto de vista do estabelecimento do novo marco regulatório adaptando-se ao padrão internacional, a ANVISA juntamente ao MAPA estabelece que a adoção de padronização internacional abre portas ao mercado internacional, pois possibilita que o Brasil esteja equivalente aos países importadores, além de melhorar as informações nas embalagens dos agrotóxicos, deixando a linguagem mais clara para quem os consome.

De acordo com o MAPA, a adoção do sistema transfere agrotóxicos considerados no Brasil como extremamente tóxicos para uma classificação mais branda. O próprio órgão alega que o Brasil não está dentro da classificação internacional e que por isso seria considerado mais seguro que outros países, pois caso estivesse dentro dessa classificação, os agrotóxicos extremamente tóxicos passariam de 34% para 14%, o que do ponto de vista ambiental pode ser considerado um afrouxamento do sistema de classificação, no entanto em 2019, este marco foi estabelecido. A nota emitida pelo MAPA e a adoção da nova classificação apresentam convergências, sendo necessário estabelecer até que ponto o novo marco regulatório realmente é eficiente para o Brasil.

A grande liberação de agrotóxicos também é uma situação problemática pois por um lado é defendida a ideia de que a liberação é positiva do ponto de vista econômico, uma vez que aumentada a variedade de agrotóxicos, a competitividade aumenta e os valores dos agrotóxicos diminuem. O problema se constitui justamente na redução do valor dos agrotóxicos. Com os preços muito abaixo, uma possível consequência seria o estímulo a utilização de agrotóxicos, e com a utilização em excesso aumenta a resistência de pragas, assim como aconteceu com a resistência de Cosmopolites sordidus, popularmente conhecido como broca-do-rizoma e os surtos que esporadicamente acontecem das lagartas por descontrole entre as taxas de inimigos naturais dessa praga, que estão associados ao mau uso de agrotóxicos e ainda considerando os dados da FAO, o uso de agrotóxicos aumentou.

No Brasil a produção é dividida em pequenos produtores e alguns polos exportadores de banana. É muito comum a prática incorreta do uso de agrotóxicos por parte dos pequenos produtores que utilizam o cultivo de banana como meio de subsistência e inserção no mercado nacional através de feiras e varejistas. Do ponto de vista dos pequenos produtores a pratica de subdoses é influenciada por agrotóxicos de valores muito altos e a prática de superdoses pode ser influenciada por agrotóxicos muito baratos e isso só acontece porque muitos pequenos produtores já enfrentam desafios de manejo inadequado, falta de logística e informação, restrição hídrica e baixos cuidados na pós colheita, sendo este último um agravante a persistência de Antracnose.

A grande liberação de agrotóxicos ainda prejudica a imagem do Brasil a nível internacional, pois muitos agrotóxicos aqui liberados são proibidos pelos países importadores. O principal importador de banana no Brasil é a União Europeia. O que deve ser analisado é até que ponto essa grande liberação de agrotóxicos e adoção do marco regulatório de fato atual de forma positiva para os pequenos e grandes polos produtores.

Ainda considerando a situação atual dos produtores de banana, está presente também a pandemia do COVID-19. Com o início da pandemia e depreciação do real, a manutenção do pomar também encareceu, já que alguns insumos são obtidos internacionalmente, juntamente com a queda da demanda do mercado interno, a margem de receita líquida também diminuiu. Do ponto de vista social, considerando aumento dos custos de produção e queda na demanda, isso implica também na redução da mão-de-obra empregada. O mesmo não aconteceu com os produtores exportadores, com alta do dólar e manutenção das exportações, não sofreram grandes impactos do ponto de vista econômico, que nesse cenário aumentou volume de exportações em 17% em 2020 em relação ao primeiro semestre de 2019.

Outro ponto que merece atenção é a ameaça de contaminação pela doença da murcha-de-fusariose. Desde a notificação do Fusarium oxysporum sp. Cubense Raça 1 descoberto pela primeira vez na Austrália em 1876, os produtores de banana que na época plantavam cultivares do grupo Gross Michel tiveram que mudar todas as cultivares utilizadas devido a contaminação com a primeira raça, agora em 2019, utilizando variedades do grupo Cavendish. Mesmo a FAO alertando sobre o Brasil estar em uma área de risco iminente, por outro lado é considerada a ideia de que no cenário atual não há evidências que comprovem uma contaminação próxima para o Brasil.

Do ponto de vista econômico, tanto polos exportadores quando pequenos produtores serão prejudicados com a possível contaminação por murcha-de-fusariose, devido a agressividade da Raça 4. Com a infecção da Raça 1, os produtores já tiveram que se adaptarem a nova realidade e com a contaminação da Raça 4 não será diferente, considerando as perdas em cima da variedade mais exportada que é o Grupo Cavendish. Os pequenos produtores serão os mais prejudicados pois terão que dispor de recursos financeiros para controlar uma doença que não tem método de controle. O encarecimento dos custos de produção e falta de logística de muitos pequenos produtores já é uma realidade, aliado a contaminação pela Raça 4, de fato poderia culminar em abandono do cultivo alta taxa de desemprego.

Ainda de acordo com a literatura citada, os testes para resistência a murcha-de-fusariose no Brasil são feitos pela EMBRAPA considerando a Raça 1 e não apresenta nenhuma variedade testada como resistente a Raça 1 e com a Raça 4 não será diferente. No caso da Bahia, além das doenças mais recorrentes no cultivo de banana, ainda há o controle de Sigatoka-negra, que é um entrave a limitação do uso de variedades, pois o controle dessa doença é limitado ao uso de variedades resistentes, não apresentando outro método de controle, considerando a dependência do consumidor em evitar o uso de variedades não resistentes e ainda assim ter mercado consumidor.

Considerando a literatura consultada para elaboração deste trabalho, para o controle de pulgão-da-bananeira por exemplo, houve um desencontro de informações. Por um lado, a literatura cita diversos agrotóxicos utilizados para controle desta praga e por outro no site do AGROFIT não tem nenhum pesticida registrado para controle desta praga tampouco esta informação pode ser encontrada no site da Codex Alimentarius.

6. CONCLUSÃO

As mudanças que vêm ocorrendo ao cultivo da banana são preocupantes do ponto de vista social e econômico. O estabelecimento do novo marco regulatório contradiz a grande liberação de agrotóxicos no ano de 2019 podendo prejudicar a imagem internacional do Brasil diante dos principais países importadores e influenciar produtores ao uso indiscriminado de agrotóxicos causando aumento de resistência de pragas, como já ocorreu com Cosmopolites sordidus. As informações disponíveis na literatura quando comparados artigos, estudos, AGROFIT e Codex traduzem uma inconsistência de dados, quando aliado ao fato de que ultimamente um dos maiores custos de produção está atrelada ao uso de pesticidas podem inferir que o uso de agrotóxicos no Brasil ainda é equivocado.

Os maiores prejudicados diante do estabelecimento do COVID-19 são os pequenos produtores, que possuem recursos escassos, aliado a falta de logística frente a pandemia. Por outro lado, os polos exportadores conseguem sobressair durante a pandemia, considerando o aumento no volume de exportação de 17% em relação ao mesmo período no ano de 2019.

Entretanto, o risco iminente de contaminação pelo Fusarium oxysporum f.sp. cubense Raça 4 é uma ameaça a todos os produtores, sendo eles pequenos agricultores ou polos de exportação, o que por outro lado pode ser considerado uma porta de entrada para o estabelecimento do cultivo de outras variedades.

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Publicado por: Larissa Barbosa de Souza

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