COMPORTAMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM LATOSSOLO AMARELO ADUBADO E CALCAREADO
índice
- 1. RESUMO
- 2. INTRODUÇÃO
- 3. REVISÃO DE LITERATURA
- 3.1 Características gerais da cultura
- 3.2 Produção , produtividade e teor de sacarose
- 3.3 Sistemas de preparo de solo para cultivo da cana-de-açúcar
- 3.4 Importância da adubação na qualidade da cana-de-açúcar
- 3.4.1 Efeito da adubação nitrogenada
- 3.4.2 Efeito da adubação fosfatada
- 3.4.3 Efeito da adubação potássica
- 3.5 Importância da calagem e seus efeitos no solo e na cultura
- 3.6 Comportamento de variedades com espaçamentos distintos
- 3.7 Declínio das variedades de cana-de-açúcar
- 4. MATERIAL E MÉTODOS
- 4.1 Área experimental
- 4.1.1 Clima, solo e localização
- 4.1.2 Área experimental e tratamentos
- 4.1.3 Preparo do solo e tratos culturais
- 4.1.4 Atividades de campo e de laboratório
- 4.1.5 Análise Estatística
- 4.2 Delineamento Experimental e Tratamentos
- 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
- 5.1 Caracterização Física da Área
- 5.2 Caracterização química do solo
- 5.3 Precipitação pluviométrica
- 5.4 Número médio de perfilhos
- 6. Produtividade
- 6.1 Teor de sacarose
- 6.1.1 Sem calc. e adubo
- 6.1.2 Calcário
- 6.1.3 Adubo
- 6.1.4 Calcário + adubo
- 7. CONCLUSÕES
- 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1. RESUMO
A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) pertence à família das gramíneas e é cultivada no Brasil em área de 4,3 milhões de hectares, constituindo uma das melhores opções dentre as fontes de energias renováveis e apresentando, também, importante papel no contexto agrícola paraibano, principalmente, na fabricação de rapadura e de aguardente. O declínio desta cultura na região Nordeste e a aceitabilidade crescente na região Sudeste justifica a realização de pesquisas a nível de campo. Com o objetivo de avaliar o comportamento de dez variedades de cana-de-açúcar em solo classificado como latossolo amarelo sob efeito de calagem e adubação, a pesquisa foi conduzida durante os anos de 1999 a 2001 em condições de sequeiro na Fazenda Experimental Chã de Jardim do CCA/UFPB no município de Areia-PB, utilizando delinamento experimental de blocos ao acaso, constando o fatorial 4 x 10, com três repetições. Os tratamentos foram representados por: parcelas sem adubo e sem calcário (testemunha), com adubo e calcário, somente com adubo e somente com calcário. As cultivares foram: SP, RB, NA, POJ, 419, CB 45-3, IANE, CB 4142, Casa Grande e Pernambucana. Dos resultados obtidos, foram observados que os maiores rendimentos em todos os parâmetros analisados e nos dois anos foram obtidos nos tratamentos que receberam fertilizantes. Observou-se também que houve melhores respostas quanto ao teor de sacarose durante o segundo ano de cultivo em conseqüência de estresse hídrico provocado pela irregularidade na distribuição das chuvas durante a fase de crescimento vegetativo da cultura.
BEHAVIOR OF VARIETIES OF SUGAR CANE IN YELLOW LATOSSOL ADUBADO AND CALCAREADO.
CAVALCANTE, F. de S. Behavior of varieties of sugar cane in yellow latossol adubado and calcareado. 2002. 34p. Work of Conclusion of Course (Graduation in Agronomy), Center of Agrarian Sciences, Federal University of the Paraíba, Areia- PB.
ABSTRACT
The sugar cane (Saccharum spp.) it belongs to the family of the grassy ones and is cultivated in Brazil in area of 4,3 million hectares, constituting one of the best options amongst the power plants you renewed and presenting, also, important paper in the paraibano agricultural context, mainly, in the manufacture of rapadura and aguardente. The decline of this culture in the Northeast region and increasing acceptability in the Southeastern region justifies the accomplishment of research the field level. With the objective to evaluate the behavior of ten varieties of yellow sugar cane-of-sugar in ground classified as latossol under calagem effect and fertilization, the research was lead during the years of 1999 the 2001 in conditions of dry land in the Experimental Farm Chã of Garden of the CCA/UFPB in the Areia-PB city, using experimental delinamento of blocks to perhaps, consisting 4 factorial x 10, with three repetitions. The treatments had been represented by: parcels without seasoning and calcareous rock (witness), with seasoning and calcareous rock, only with seasoning and only with calcareous rock. To cultivate them had been: SP, RB, In, POJ, 419, CB 45-3, IANE, CB 4142, House Grande and Pernambucana. Of the gotten results, they had been observed that the biggest incomes in all the analyzed parameters and the two years had been gotten in the treatments that had received fertilizers. It was also observed that it had better answers how much to the text of sacarose during as the year of culture in consequence of estress hidric provoked for the irregularity in the distribution of rains during the phase of vegetative growth of the culture.
2. INTRODUÇÃO
A cana-de-açúcar Saccharum spp. pertence à família das gramíneas e é utilizada em nosso país desde a colonização no século XVI, assumindo importância econômica desde então. É uma planta de metabolismo C4 com uma grande quantidade de matéria seca por unidade de peso, tendo duas vezes mais nitrogênio na folha quando comparada com plantas de metabolismo C3 (Black et al., 1978).
A cana-de-açúcar é atualmente cultivada no Brasil em área de 4,3 milhões de hectares (Cunha et ali, 2001) e segundo Maule et al. (2001), é uma das melhores opções dentre as fontes de energias renováveis, apresentando grande importância no cenário agrícola brasileiro e um futuro promissor no cenário mundial.
A cultura da cana-de-açúcar desempenha um papel importante no contexto agrícola paraibano, principalmente na microregião do Brejo Paraibano, não somente por se constituir em matéria-prima para produção de açúcar e álcool, mas também, por ser largamente utilizada na fabricação de rapadura e de aguardente e por empregar, durante quase todo ano, expressiva mão-de-obra.
De acordo com Cesar et al. (1987), vários fatores interferem na produção e maturação da cultura da cana-de-açúcar, sendo os principais a interação edafoclimática, o manejo da cultura e a cultivar escolhida. Conforme Dariva et al. (1986), a escolha de cultivares de cana-de-açúcar é importante, visto que elas apresentam características particulares quanto à adaptação ao clima e ao solo, quanto a resistência às pragas e moléstias e quanto a quantidade de sacarose produzida. O planejamento de variedades a serem cultivadas fundamenta-se no conhecimento das suas características agrotecnológicas, bem como, na sua adaptabilidade às diversas situações ambientais. A utilização de variedades selecionadas, com manejo adequado, é reconhecidamente, uma técnica eficiente para se obter melhor produtividade, sem elevação dos custos a nível de produtor.
O local de produção pode ser explorado ao máximo para melhor rendimento da cultura e conseqüentemente maior lucratividade ou competitividade para as agroindústrias da cana-de-açúcar (Maule et al., 2001).
Melo (1970) informa que a escolha racional de variedades é fator primordial na elevação dos índices de produtividades na agroindústria canavieira, enquanto que Model et al. (1991) e Fernandes (1997), ressaltam que, sob o aspecto agroindustrial, a cana-de-açúcar pode ter seu ciclo dividido em dois estágios: um de crescimento e outro de maturação, ambos ocorrendo simultaneamente com predominância de um sobre o outro em função de vários fatores meteorológicos.
Há uma variação em termos de variedades cultivadas, pois cada região ou estado produtor de cana-de-açúcar cultiva uma ou outra variedade que melhor se adapte às condições locais (Dariva et al., 1986). Segundo Pinto (1971) o comportamento da cana é muito variável de campo para campo, em razão do solo, e de ano para ano, em razão das condições meteorológicas. Dessa forma, Galvez (1979) indica que a avaliação de variedade é um passo necessário e importante no desenvolvimento de um programa de melhoramento de qualquer cultivo.
A longevidade da cultura da cana-de-açúcar, assim como o incremento de sua produtividade econômica máxima, dependem de uma série de fatores, onde destaca-se o adequado trato cultural oferecido às soqueiras (Orlando Filho, 2001a).
A relação NPK nas fórmulas de adubação, deve variar conforme a carência dos teores de nutrientes essenciais pela cultura e as quantidades existentes no terreno a ser explorado. A procura de doses economicamente recomendáveis de N, P2O5 e K2O para cana-de-açúcar é sem dúvida questionável, tendo em vista as respostas da cultura a aplicação dos nutrientes.
As funções da calagem são: correção da acidez do solo; precipitação do alumínio; eliminação do manganês tóxico; fornecimento de cálcio e magnésio às plantas; melhoria da CTC do solo; incremento da disponibilidade de alguns nutrientes minerais e elevação das atividades microbiológicas do solo (Orlando Filho, 2001b). Entetanto, a resposta das culturas à calagem depende de fatores ligados à planta, ao solo e ao corretivo empregado, de tal modo que, quando esses fatores são corretamente considerados, obtém-se a máxima eficiência com essa prática agrícola (Quaggio, 1986).
O Nordeste brasileiro, com produtividade média de cana-de-açúcar inferior à média nacional, vem passando por uma crise seríssima, onde várias usinas faliram e as áreas cultivadas com essa cultura, foram substituídas, principalmente por pastagem (Barros, 1998). A busca de cultivares ou variedades de cana-de-açúcar adaptadas às condições edafoclimáticas e com melhores produtividades, talvez seja a solução para o seu retorno às áreas de exploração com essa cultura.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de variedades de cana-de-açúcar Saccharum spp. Sob efeito de calagem e adubação em Latossolo Amarelo no município de Areia durante dois anos de cultivo.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Características gerais da cultura
Planta da família das gramíneas e pertencente ao gênero Saccharum a cana-de-açúcar perfilha abundantemente na fase inicial do desenvolvimento. É planta própria de climas tropicais e subtropicais, possivelmente originária do sudeste da Ásia.
Conforme Passos et al. (1973), existem varias espécies do gênero Saccharum ( S. officinarum, S. spontaneum, S. robustum e etc.). A escolha de um boa variedades têm muita importância para a indústria do açúcar e para a do álcool, pois deve ser considerados uma série de fatores tais como: precocidade de maturação; boa adaptação ao solo; época de plantio correta; adaptação ao clima; boa resistências a pragas e doenças entre outros.
No que se refere aos fatores climáticos para a produção desta cultura, a temperatura é, provavelmente, o de maior significação. A planta é geralmente tolerante as altas temperaturas, com capacidade de reprodução em regiões com temperatura média de verão ao redor de 47oC, desde que seja empregada irrigação eficiente. Temperaturas mais baixas (menos de 21oC) diminuem a taxa de alongamento dos colmos e, provavelmente, a acumulação de sacarose. O insucesso das tentativas de associar a taxa de fotossíntese, por unidade de área foliar, com a produtividade econômica, por unidade de superfície de terreno, demonstra que há necessidade de melhor entendimento sobre os aspectos puramente metabólicos do processo e também dos sistemas de transporte e acumulação dos metabólicos, principalmente da sacarose, que se constitui no mais valioso produto econômico da cana-de-açúcar. Assim, estudos sobre as relações entre a eficiência dos sítios de produção (folhas) e dos sítios de acumulação (colmo), devem ser cuidadosamente analisados durante o crescimento da cultura e associados com parâmetros climáticos.
3.2. Produção , produtividade e teor de sacarose
Na produção da cana-de-açúcar, a maximização da produtividade econômica, associada à maior longevidade das soqueiras tem grande importância na viabilidade da cultura.
Em São Paulo a safra 98/99 foi extremamente favorável no que se refere as precipitações pluviométricas fartas e bem distribuídas, contribuindo para superávit da produção agrícola da cultura da cana-de-açúcar. A produtividade média em São Paulo, saltou de 80 t/ha para 88t/ha (Orlando Filho, 1999).
Com produção e estoques em alta e preços em baixa, as empresas do setor amargaram fortes prejuízos financeiros e, como conseqüência disso, adotaram severas medidas para a redução dos custos de produção, a fim de se ajustarem a este mercado em baixa. Várias medidas foram tomadas pelas empresas. Nesse sentido, o setor mais afetado foi o agrícola, que consome a maior parte dos recursos financeiros. Dentre as ações de racionalização de gastos adotados, encontram-se a redução drástica do plantio, a renegociação dos contratos de arrendamento de terras, a devolução de áreas distantes ou inviáveis, a manutenção de parte da cana sem cortar na safra 98/99, redução e parcelamento da remuneração da cana dos produtores independentes, dispensa maciça de funcionários e redução nos tratos culturais, particularmente a adubação das soqueiras, que representa quatro quintos da área total cultivada.
A influência do conjunto de fatores que podem alterar o comportamento das plantas, é um assunto que normalmente tem preocupado os responsáveis pela produção comercial da cana-de-açúcar. Assim sabe-se que as práticas relativas ao manejo da cultura e as características edafoclimáticas durante o ano agrícola, interagem com reflexos significativos sobre a produção final da gramínea. Apesar disso, a bibliografia é muito carente sobre esse tipo de trabalho, limitando-se apenas a evidenciar a influência de fatores individuais sobre a produtividade da cana-de-açúcar. Deste modo, são inúmeras as publicações a respeito do efeito da adubação, das variedades, das práticas culturais, etc., sobre a produtividade, porém a maioria tem um valor limitado apenas às condições do experimento.
Contrariando esta tendência Bittencourt et al. (1989), verificaram que o conjunto de outros fatores não relativos à fertilidade do solo, como tem sido definida pelas análises de rotina, passam a ter uma influência muito maior sobre o comportamento da cultura.
De acordo com Nunes Júnior (2001), a influência climática faz uma grande diferença no teor de sacarose da cana-de-açúcar, visto que, nas regiões em que há uma interação entre um clima quente e seco e o solo mais arenoso e menos fértil, a cana sente mais o “stres” e, como conseqüência, alcança teores de sacarose de até 12% mais elevados.
3.3. Sistemas de preparo de solo para cultivo da cana-de-açúcar
As operações de preparo do solo constituem o primeiro passo para boa produção da lavoura de cana-de-açúcar, pois, seus efeitos podem refletir-se por todo o ciclo da cultura, abrangendo até cinco anos ou mais. O uso inadequado de máquinas, veículos e equipamentos cada vez mais pesados, aliado a um tráfego cada vez mais intenso, vem provocando e intensificando o problema da compactação de solos cultivados com cana-de-açúcar, principalmente, em terras roxas estruturadas, latossolos roxos e latossolos vermelho-amarelos (Freitas, 1987).
De acordo com Hakansson & Reeder (1994), a camada compactada é mais resistente, quanto maior for a sua profundidade. A compactação do solo, proporciona impedimento ao desenvolvimento normal do sistema radicular e diminuição na absorção de água e nutrientes. Com o objetivo de atenuar os efeitos nocivos da compactação, a subsolagem tem sido adotada como operação de rotina em muitas usinas e destilarias (Barbieri et al., 1984).
Zambello Jr. & Orlando Filho (1981), observaram que para cana-planta há operações de preparo de solo que aumentam a aeração do solo, coincidindo com a elevação da temperatura e da umidade. Esses fatores influem no aumento da atividade dos microrganismos do solo, na decomposição rápida dos restos da cultura e na diminuição da relação C/N, proporcionando, assim, maior quantidade de nitrogênio disponível para cana-de-açúcar por ocasião do seu plantio.
Bianchini et al., (2001), afirmaram que a manutenção do palhiço, associado à pouca mobilização do solo, reduz consideravelmente as perdas de solo por erosão e que a cobertura formada pelo palhiço dificulta o aparecimento de plantas daninhas e serve como um reservatório de nutrientes que serão lentamente devolvidos ao solo.
Os efeitos dos sistemas de preparo do solo sobre as propriedades físicas do solo na cultura da cana-de-açúcar tem sido avaliadas através de um período de um ciclo da cultura, variável, em média, de quatro a seis anos. Todavia, pode-se estimar a média de cinco cortes da cana, a partir dos resultados do primeiro corte e da primeira soqueira (Braga Júnior, 1994). Com isso, obtém-se, em dois anos de experimentação, uma tendência da resposta dos tratamentos ao longo de cinco anos.
Segundo Magalhães & Braunbeck (1998), a exigência por parte dos ambientalistas, de que a colheita da cana seja realizada sem queima, tem crescido e encontrado respaldo no setor político, à medida que a demanda por investimentos de capital em outros setores tecnológicos exigem um melhor controle da qualidade do ar.
Além da análise agronômica dos efeitos das diversas modalidades de preparo, nos vários tipos de solo em que a cana é cultivada, tem sido incrementada, nos últimos anos, a análise econômica dos sistemas, devido ao enorme peso que os custos estão tendo na definição do sistema de produção a ser adotado.
3.4. Importância da adubação na qualidade da cana-de-açúcar
A qualidade tecnológica da cana-de-açúcar depende de uma série de fatores tais como: variedade, condições climáticas, ciclo da cultura e estado nutricional da planta. Este último, por sua vez, depende do nível de adubação. A interação ou o conjunto destes fatores é que define o potencial qualitativo e quantitativo da matéria-prima para a extração de açúcar ou a produção de álcool.
No cultivo da cana-de-açúcar, não ocorre períodos de alta demanda de adubos e portanto, não é necessário a construção de unidades produtoras de grande porte, que exigiriam altos investimentos iniciais. (Bittencourt et al., 2000).
Conforme Silva et al. (1977) e Orlando Filho & Zambello Jr. (1980), a adubação mineral ou orgânica é uma prática que pode interferir no processo de maturação. O uso de altos níveis de adubos pode induzir vigoroso desenvolvimento vegetativo, resultando plantas com maior teor de umidade e teores mais baixos de sacarose, devido, em parte, ao efeito de diluição e também, ao maior consumo de energia.
O rendimento industrial também pode ser afetado pela adubação. O processo de purificação do caldo exige quantidades mínimas de fósforo inorgânico para que ocorra uma eficiente precipitação e remoção das impurezas.
O aumento no teor de cinzas do caldo, causado pela maior absorção de potássio pela planta, também provoca efeitos negativos na fabricação do açúcar. Quanto maior o teor de cinzas maior a dificuldade na cristalização. Por outro lado, na fabricação do álcool os constituintes das cinzas do caldo agem como fonte de nutrientes para o processo fermentativo, aumentando a velocidade de desdobramento dos açúcares em álcool.
3.4.1. Efeito da adubação nitrogenada
O nitrogênio é responsável por funções de alta importância no metabolismo vegetal e, o seu fornecimento em níveis ideais, é importante para que a planta possa externar suas potencialidades produtivas.
Conforme Vitti et al. (1984) a eficiência da adubação nitrogenada é aumentada por meio de diversas práticas: emprego de formas com disponibilidade controlada, o que evita perdas por lixiviação; parcelamento das doses, com a mesma finalidade; localização adequada em relação à semente, muda ou planta adulta para garantir maior aproveitamento e evitar elevação exagerada na pressão osmótica da solução do solo; calagem para evitar a limitação imposta pela acidez excessiva; no caso particular da uréia, as perdas por volatilização podem ser reduzidas em parte mediante a incorporação superficial ou o emprego de cátions que levam à fixação do NH3 no local; uso de variedades capazes de responder à adubação nitrogenada é outro meio para aumentar a eficiência dos adubos.
O fertilizante nitrogenado é um dos mais caros dos nutrientes aplicados na cana-de-açúcar. Segundo Lima Jr. (1982), a eficiência desse fertilizante é geralmente menor que 50%, face as perdas verificadas através dos processos de lixiviação, volatilização, desnitrificação ou mobilização pelos microorganismo do solo.
Especificamente com relação à cana-planta, Humbert (1968), menciona que a mesma é mais eficiente que a cana soca no uso do nitrogênio e que essa eficiência estaria ligada, provavelmente, a um maior vigor e distribuição do seu sistema radicular.
A adubação nitrogenada normalmente está associada ao maior crescimento vegetativo, o que determina, invariavelmente, plantas com maior teor de umidade. Fritz (1974), estudando o efeito de doses crescentes de N, observou que houve redução no teor de sacarose devido ao aumento de umidade da cana, uma vez que a determinação da porcentagem de sacarose na matéria seca não se alterou.
Sabe-se que a cana retira, anualmente, grandes quantidades de N do solo (150 a 250 Kg ha-1) e que os solos, de maneira geral, por serem pobres em N total, recebem fertilizantes nitrogenados. Entretanto, a resposta da cana-de-açúcar à fertilização nitrogenada tem sido quase sempre baixa, especialmente na cana-planta (Araújo et al. 2001).
3.4.2. Efeito da adubação fosfatada
Durante muitos anos, como acontecia com outras culturas, os plantadores de cana ou só usavam fósforo na adubação ou empregavam fórmulas muito concentradas nesse elemento, uma vez que eram compensadores os resultados desse modo de proceder. Um grande número de ensaios mostrou a capacidade que o fósforo tem de aumentar a produção de cana.
A maioria dos solos agricultáveis contém médio a baixo teor de fósforo disponível para as plantas e, adicionalmente, apresentam média a alta capacidade de retenção dos fosfatos aplicados via fertilizante (Oliveira et al. 1982).
Goedert & Sousa (1984), afirmam que a adição de fósforo apresenta efeito residual para os próximos cultivos, sendo fator importante na economia dessa prática. O fósforo ao ser aplicado ao solo é rapidamente adsorvido ou transformado em compostos de melhor solubilidade através de reações de precipitações.
3.4.3. Efeito da adubação potássica
Segundo Braga & Yamada (1984), de uma maneira geral, os solos brasileiros apresentam uma pequena reserva de potássio, dado ao alto grau de intemperismo dos mesmos. As possíveis exceções podem ser creditadas aos solos em que a fração argila é denominada por montmorilonita e mica.
O potássio possui comprovadamente efeitos sobre o teor de cinzas do caldo da cana, pois é o elemento que aparece em maior proporção nas cinzas Silva et al. (1977) e Orlando Filho & Zambello Jr. (1980), o elevado teor de cinzas provoca efeitos negativos na fabricação do açúcar. A sua ação melassigênica dificulta a cristalização pela formação de falsos núcleos, reduzindo o rendimento industrial de açúcar ensacado e, consequentemente produzindo uma quantidade maior de mel final. Entretanto, no processo de produção do álcool, os constituintes das cinzas agem como fornecedores de nutrientes para as leveduras ou co-fatores do processo fermentativo.
Dentre os efeitos benéficos causados pelo potássio na cultura da cana-de-açúcar, destaca-se o de produzir maior teor de sacarose na planta. Para Malavolta (1984), espécies e variedades diferem na eficiência com que utilizam os elementos absorvidos no processo de formação da colheita.
3.5. Importância da calagem e seus efeitos no solo e na cultura
Malavolta (1979), define que, solos ácidos, quer dizer terras com grande quantidades de íons de hidrogênio, pouco magnésio e potássio (às vezes ) muito alumínio e muito manganês. De posse desses conhecimento é que se utiliza a calagem para a correção de solos que se encontram ácidos.
Com relação à aplicação de corretivos ao solo, Raij & Quaggio (1984) afirmam que a calagem favorece o aproveitamento do fósforo no solo ou do elemento aplicado como fosfatos solúveis; e deve ser feita com antecedência de pelo menos três meses, para que haja tempo de reação do corretivo com o solo. Mielniczuk (1983), acrescenta que a dose de máxima eficiência econômica do calcário, por área cultivada, depende da magnitude da resposta das culturas à calagem, do efeito residual nos anos seguintes à aplicação, dos preços dos insumos e produtos e de outros fatores que determinam os tetos de rendimento.
A calagem pode afetar favoravelmente a produção de culturas em solos ácidos, mas os efeitos dependem da espécie, existindo ainda efeitos diversos entre variedades, tendo também, a calagem, uma característica marcante, que é o efeito residual, que se mantém por vários anos, mesmo considerando que as perdas de cálcio e magnésio são elevadas. Prado & Fernandes (2001), estudando a cana, constataram que a aplicação do calcário afeta linearmente a produção de colmos.
A análise química e granulométrica dos calcários, tem por finalidade avaliar a qualidade do insumo que é caracterizada por um índice denominado “Poder Relativo de Neutralização Total” (PRNT). Já a análise de solos, como é realizada rotineiramente para fins de fertilidade, procura apenas determinar a quantidade do calcário que deve ser aplicado a uma certa área.
No caso da cana-de-açúcar, muitos dos experimentos instalados procuraram verificar a resposta da planta, sem a preocupação de estabelecer padrões ou métodos indicadores que pudessem servir de base para a recomendação da prática da calagem. Somente na década de 80 é que surgiram os primeiros trabalhos com esse objetivo. Dentre eles, Azevedo et al. (1981), informam que a aplicação de calcário seria recomendável por proporcionar um aumento significativo na produção, independente do nível de Al+3 existente nesses solos; afirmam ainda que, a partir de teores de Ca+2 menores que 0,8meq/100 cm3 de solo e Mg+2 inferiores a 0,6meq/100 cm3, são grandes as possibilidades de obtenção de bons resultados à calagem.
Para Marinho & Albuquerque (1981), os teores de Ca+2 e Mg+2 em torno de 1,9meq/100ml de solo são considerados suficientes. Para calcular a quantidade de calcário a aplicar para elevar o Ca+2 e o Mg+2, basta subtrair de 1,9 a 2,0 os teores desses elementos (Ca+2 e Mg+2) dados pela análise de solo, obtendo-se diretamente as quantidades teóricas de calcário.
O efeito residual do calcário em solo cultivado com cana-de-açúcar pode prolongar-se até 56 meses, especialmente em solos arenosos (Orlando Filho et al., 1996).
A maioria das áreas cultivadas com a cultura da cana-de-açúcar no Brasil encontra-se em solos com diferentes gradientes de acidez. Esse aspecto é reconhecidamente um dos principais fatores da baixa produtividade das culturas. Assim, pequeno investimento na agricultura contribui para retorno econômico elevado, como o uso do calcário (Prado & Fernandes, 2001).
3.6. Comportamento de variedades com espaçamentos distintos
A redução de espaçamentos de plantio de cana, é reconhecida como uma forma de se aumentar a produção por unidade de área. Com a redução do espaçamento, as plantas apresentam menos colmos e de menor tamanho, por área. Entretanto resulta em elevação da produtividade.
Segundo Basile Filho et al. (1993), o espaçamento reduzido pode aumentar consideravelmente a produtividade agrícola dos canaviais em conseqüência do maior número de colmos por área. Apesar disso, é preciso considerar que a redução de espaçamento implica num consumo maior de mudas, encarecendo os custos de produção da cana-de-açúcar. O trabalho de revisão de literatura feita pela COPERSUCAR (1989), mostra que a redução de espaçamentos de 1,40 para 1,10m entre linhas, possibilita uma expectativa de acréscimo médio de 10% na produtividade de cana-de-açúcar.
Conforme Coleti et al. (1987) os dois componentes básicos da produção de cana-de-açúcar são o peso e a população de colmos. A população por unidade de área é diretamente afetada pelo espaçamento. Com a redução do espaçamento, a densidade de colmos/m linear e o peso dos colmos são reduzidos. Mas o crescimento geométrico do seu número por área resulta em elevação da produtividade. A qualidade da matéria-prima não tem sido alterada em função do espaçamento, na imensa maioria dos trabalhos.
Basile Filho et al. (1993), em experimento com 3 variedades de cana e dois espaçamentos (1,45 e 1,00m), verificaram que o menor espaçamento aumentou a produtividade em 23 t/ha. Este aumento na produtividade representou um acréscimo de 33,7%. O percentual de cobertura do terreno aos 120 dias após plantio foi de 79% para 1,45m e 100% para 1,10m. Com esses resultados os autores também concluem que a cobertura mais rápida entre linha é favorecida pela redução do espaçamento e pelo uso de variedades com boa capacidade de brotação e perfilhamento.
Barnes (1974) verificou que a extensão do perfilhamento e a sobrevivência dos perfilhos até a colheita é, de certa forma, uma característica varietal muito influenciada pelo meio ambiente e que o perfilhamento, em grande parte determina a produtividade da cultura e que também, nem todos os perfilhos sobrevivem até a maturidade.
3.7. Declínio das variedades de cana-de-açúcar
O estudo da progressão da evolução das plantas é muito complexo: independentemente dos métodos de reprodução, existem diversas tendências de manifestações com características de evolução global positiva ou regressiva em relação aos objetivos de uma produção.
Para Dillewijn (1952), a evolução regressiva pode ser chamada declínio, de enfraquecimento, degenerescência, sempre com características de perda de competitividade em relação a clones de seleção mais recentes.
O declínio de uma variedade de cana-de-açúcar é proveniente de uma alteração na programação do processo regulador da produção de células. A quebra de um cromossomo de forma acidental ou por agressão, tal como o parasitismo biológico, as toxinas provenientes de reações químicas do ambiente, pode ter uma ação direta ou em sinergia sobre o programa da diferenciação celular.
Matsuoka (1981) informa que a variedade tende a esgotar toda sua capacidade de adaptações de seu polimorfismo genético dentro de um mesmo complexo ecológico no qual está sendo submetido ao processo de apreciação. A apreciação da variedade tem efeito positivo numa primeira fase e depois de atingir um ponto de equilíbrio. As constantes do ambiente superam a adaptabilidade da cana-de-açúcar que entra na fase do declínio.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Área experimental
A pesquisa foi conduzida em condições de sequeiro, na Fazenda Experimental Chã de Jardim, pertencente ao Centro de Ciências Agrárias (CCA), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no município de Areia – PB no período de 1999 a 2002.
4.1.1. Clima, solo e localização
O município de Areia está inserido na Microrregião do Brejo Paraibano a 60 58’ 12’’ de latitude sul e 350 42’ 15’’ de longitude a oeste de Greenwich, com altitude de aproximadamente 575 m, apresentando tipo climático Asi’ de Köppen, que se caracteriza por ser quente úmido com chuvas de outono-inverno. Pela classificação bioclimática de Gaussen, a área é classificada como 3 dTh, nordestino subseco com precipitação pluviométrica anual de 1400 mm e com período seco de 1 a 3 meses. A temperatura média é de 25,5 0C e a umidade relativa do ar varia entre 75% em novembro a 87% nos meses de junho/julho (Gondim & Fernandes, 1980).
O solo no local da pesquisa, apresenta uma declividade média de 3 % e foi classificado como Latossolo Amarelo. (EMBRAPA, 1999).
4.1.2. Área experimental e tratamentos
A área experimental com dimensões de 50 m de comprimento e 30 m de largura é constituíu-se de 3 blocos, de 12 m de comprimento por 28m de largura, separados por 5 m. A parcela experimental foi representada por uma fileira de 28m subdividida em 4 partes de 7m, onde cada cultivar foi plantada e conduzida com os tratamentos: a) sem calcário e sem adubo; b) apenas com calcário; c) apenas com adubo e d) com calcário e adubo. As fileiras das extremidades de cada bloco, constituíram as bordaduras do bloco.
Os tratamentos foram representados por dez cultivares de cana-de-açúcar (Pernambucana, SP, RB, NA, IANE, POJ, CB 45-3, CB 4141, CO 419 e Casa Grande), cultivadas na presença e na ausência de calagem e adubação, com três repetições, plantada em sulcos, espaçados de 1m.
4.1.3. Preparo do solo e tratos culturais
O preparo inicial da área para implantação do experimento foi realizado através de roço manual da vegetação nativa (capoeira) para limpeza da área e o preparo do solo por tração mecânica através de aração e gradagem. O sulcamento para plantio foi realizado com enxada manual.
As limpas foram utilizadas nos momentos necessários, sendo realizadas manualmente, com enxada. A colheita foi realizada sem queima.
4.1.4. Atividades de campo e de laboratório
No início, na fase de implantação do experimento e por ocasião da colheita da cana foram feitas coletas de solo para avaliação das características físicas e químicas da área experimental. As determinações físicas foram representadas por: textura (Day, 1965), densidade de solo e de partículas (Blake, 1965a e b), diâmetro médio ponderado de agregados via seca (Silva & Mielniczuk, 1997), diâmetro médio ponderado de agregados via úmida (Tisdall et al., 1978), porosidade total (Vomocil, 1965); enquanto que as determinações químicas foram representadas por: pH do solo e teores de fósforo, potássio, cálcio, magnésio e matéria orgânica (EMBRAPA, 1997).
Na área experimental, foram realizadas contagens de perfilhamento por tratamento, durante a condução do experimento e teor de sacarose e produção de colmo, quando da colheita da cana-de-açúcar.
4.1.5. Análise Estatística
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com três repetições, enquanto os tratamento foram representados por: 10 cultivares de cana, cultivadas na ausência e presença de calcário e na ausência e presença de adubação.
No processamento dos dados utilizou-se o programa estatístico SAEG (Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas da Universidade Federal de Viçosa-MG), versão 5.1.
4.2. Delineamento Experimental e Tratamentos
O experimento, conforme ítem anterior, seguiu o delineamento de blocos ao acaso, com três repetições, representadas por parcelas constituídas de uma linha com 28m, dividida em 4 partes de 7m, onde foram distribuídas os tratamentos (testemunha, com calcário, com adubo e com adubo e calcário). As cultivares foram: SB, RP, NA, POJ, CO 419, Casa Grande, CB 45-3, IANE, Pernambucana e CB 4142.
50m
A calagem foi realizada com a aplicação de calcário dolomítico, na quantidade de 980 kg/ha, conforme recomendação de calcário, baseada no conteúdo de alumínio do solo, à lanço. A distribuição de calcário em cada bloco foi feita por sorteio e distribuído manualmente na superfície da área experimental após aração e incorporado com a operação de gradagem.
A adubação com nitrogênio, fósforo e potássio realizada na implantação dos tratamentos e após a primeira colheita da cana seguiu a sugestão do Laboratório de Fertilidade do Solo do Departamento de Solos e Engenharia Rural do CCA/UFPB, que foi 20 – 100 –100, isto é, 20 kg de N por hectare, 100 kg de P2O5 por hectare e 100 kg de K2O por hectare, tendo como fonte de nitrogênio o sulfato de amônio, como fonte de fósforo o superfosfato triplo e como fonte de potássio o cloreto de potássio.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Caracterização Física da Área
Os valores referentes a densidade do solo, densidade de partículas e porosidade total do primeiro e segundo ano de cultivo, encontram-se na Quadro 01. Dos valores, observa-se para as três profundidades analisadas que os valores de densidades de solos e de partículas são baixos e os de porosidade total são elevados, conseqüência da boa agregação do solo e do pouco revolvimento mecânico da camada superficial a que este solo é submetido, uma vez que a área do experimento encontrava-se em pousio.
São bastantes semelhantes os valores de densidade de partículas para os blocos estudados. De acordo com Hillel (1970), a densidade de partícula está sujeita à modificação de seus valores quando ocorre alteração do conteúdo de matéria orgânica e do material mineral. Como o material mineral e o conteúdo de matéria orgânica não são diferentes entre blocos, este deverá ser o motivo da semelhança entre valores de densidade de partícula entre os blocos..
Os valores da porosidade total das áreas analisadas, são elevados e bastante semelhantes tanto entre blocos como em relação às diferentes profundidades analisadas nos anos de cultivo. Os valores de porosidade total do Quadro 01, mostram que estes proporcionam à área experimental uma fácil absorção da água pelo solo. As pesquisas têm mostrado que a exploração agrícola com cana-de-açúcar, associada ao tempo de exploração, provocam maiores modificações na distribuição dos espaços porosos do solo, reduzindo a macroporosidade e aumentando conseqüentemente a microporosidade (Carvalho et al., 1991 e Silva & Ribeiro, 1992), entretanto isso somente ocorre em áreas cuja exploração já vem sendo processadas a algum tempo
Quadro 01. Valores de densidades do solo e de partículas e porosidade total para área de plantio de cana-de-açúcar, para os anos de 2000 e 2001.
Profundidade |
Densidade |
Porosidade Total |
||||||
Solo |
|
Partículas |
||||||
2000 |
2001 |
2000 |
2001 |
|||||
cm |
-------------------------------kg.dm-3---------------------------- |
m3.m-3 |
||||||
|
Bloco 1 |
|
|
|||||
0-10 |
1,18 A |
1,10 A |
2,65 A |
2,63 B |
0,55 A |
0,58 A |
||
10-20 |
1,13 B |
1,10 A |
2,60 A |
2,70 A |
0,56 A |
0,59 A |
||
20-30 |
1,12 B |
1,12 A |
2,63 A |
2,62 B |
0,57 A |
0,57 A |
||
|
Bloco 2 |
|
|
|||||
0-10 |
1,13 B |
1,08 B |
2,62 A |
2,59 B |
0,57 A |
0,58 A |
||
10-20 |
1,13 B |
1,11 A |
2,63 A |
2,63 B |
0,57 A |
0,58 A |
||
20-30 |
1,18 A |
1,09 A |
2,63 A |
2,61 B |
0,55 A |
0,58 A |
||
|
Bloco 3 |
|
|
|||||
0-10 |
1,10 B |
1,06 B |
2,64 A |
2,61 B |
0,58 A |
0,59 A |
||
10-20 |
1,11 B |
1,04 B |
2,62 A |
2,49 C |
0,58 A |
0,58 A |
||
20-30 |
1,08 C |
1,02 C |
2,62 A |
2,59 B |
0,59 A |
0,61 A |
Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5%
No Quadro 02, são apresentados os valores de macro e microagregados do solo para os blocos analisados, com suas respectivas profundidades, separados por tamisagem seca e úmida para o primeiro e segundo ano de cultivo. Com relação à tamisagem via seca, verifica-se que os valores de macroagregados são elevados, superando os 85% no primeiro ano e 83% no segundo ano, enquanto os de microagregagos variam de 7,88 a 14,58% no primeiro ano e 12,07 a 16,09% no segundo ano. Entretanto, os valores de macro e microagregados são bastante semelhantes entre os blocos analisados. Quando submetidos à tamisagem via úmida, a diferença entre macro e microagredades diminui, uma vez que uma certa quantidade de macroagragados são desfeitos pelo umedecimento, face a instabilidade de alguns agregados em água. Assim, os valores de macroagregados são diminuídos, variando de 76,70 a 85,70% no primeiro ano e 74,68 a 81,95% no segundo ano e os microagregados variando de 14,30 a 23,30% no primeiro ano e 18,05 a 25,32% no segundo ano de cultivo. Mesmo ocorrendo redução de macroagregados quando comparados os valores de tamisagem seca e úmida, os agregados do solo apresentam-se bastante resistentes à desagregação, mostrando que os mesmo são estáveis em água, uma vez que a variação foi pequena.
Os valores de macro e microagregados do Quadro 02, mostram uma boa estabilidade dos agregados tanto por via seca quanto por via úmida. Ambos os métodos expressaram altos valores percentuais de macroagregados.
Silva & Mielniczuk (1997) mostram que os valores de macroagregados mantém-se elevados nas áreas de cultivos, quando estes são determinados por tamisagem via seca e que, dependendo de sua estabilidade, os valores dos agregados podem ser baixos (agregados instáveis) ou elevados (agregados estáveis) quando submetidos a tamisagem úmida.
Quadro 02. Valores percentuais de macro e microagregado obtidos por peneiragem seca e úmida para área de plantio de cana-de-açúcar nos anos de 2000 e 2001.
Profundidade |
Macroagregado |
|
Microagregado |
|||||||||||
Seco |
|
Úmido |
|
Seco |
|
Úmido |
||||||||
2000 |
2001 |
|
2000 |
2001 |
|
2000 |
2001 |
|
2000 |
2001 |
||||
cm |
-------------------------------------------%------------------------------------------- |
|||||||||||||
|
Bloco 1 |
|||||||||||||
0-10 |
88,47 |
84,09 |
78,59 |
76,56 |
|
11,53 |
15,91 |
21,41 |
23,44 |
|||||
10-20 |
85,54 |
83,91 |
77,11 |
74,68 |
|
14,46 |
16,09 |
22,89 |
25,32 |
|||||
20-30 |
90,59 |
84,53 |
76,69 |
76,40 |
|
9,41 |
15,47 |
23,31 |
23,60 |
|||||
|
Bloco 2 |
|||||||||||||
0-10 |
89,04 |
84,42 |
82,57 |
78,63 |
|
10,96 |
15,58 |
17,43 |
21,37 |
|||||
10-20 |
85,97 |
87,93 |
80,25 |
77,46 |
|
14,03 |
12,07 |
19,75 |
22,54 |
|||||
20-30 |
85,42 |
84,88 |
79,50 |
79,22 |
|
14,58 |
15,11 |
20,50 |
20,78 |
|||||
|
Bloco 3 |
|||||||||||||
0-10 |
92,12 |
84,89 |
85,73 |
79,61 |
|
7,88 |
15,11 |
14,27 |
20,39 |
|||||
10-20 |
88,30 |
86,77 |
85,38 |
80,22 |
|
11,70 |
13,23 |
14,62 |
19,78 |
|||||
20-30 |
87,95 |
84,87 |
82,41 |
81,95 |
|
12,05 |
15,13 |
17,59 |
18,05 |
Os valores de diâmetro médio ponderado de agregados obtidos por peneiragem seca (DMPAs) e úmida (DMPAu), como, também da relação DMPAu e DMPAs, para o primeiro e segundo ano de cultivo são apresentados no Quadro 03. Dos dados, verifica-se que os valores de DMPAs são superiores a 2,200 mm, enquanto que os de DMPAu são maiores que 1,5 mm, indicando serem os mesmos resistentes a alterações, o que é comprovado pelos valores da relação DMPAu / DMPAs que variam de 0,527 a 0,967 mm no primeiro ano e 0,683 a 0,836 mm no segundo ano de cultivo. Estes valores, segundo Silva & Mielniczuk (1997b), representam elevada estabilidade dos agregados do solo.
Silva & Mielniczuk (1997) mostram que quanto mais estáveis os agregados, os valores da relação DMPAu/DMPAs tendem a aproximar-se do valor 1, o qual representa estabilidade em água de 100%. Dos valores do Quadro 03, verifica-se ainda que os diferentes blocos, apresentam valores com boa estabilidade. Vieira et al. (1978), Sidiras et al. (1982), Carpenedo & Mielniczuk (1990) e Silva & Mielniczuk (1997b), explicam que a boa distribuição dos teores de matéria orgânica seriam os maiores responsáveis por esse fenomeno.
Quadro 03. Valores de diâmetros médios ponderados de agregados seco DMPAS e úmido DMPAU e relação DMPAU/DMPAS para as profundidades analisadas durante os dois anos de cultivo.
Profundidade |
DMPAu |
|
DMPAs |
|
DMPAu/DMPAs |
||||||
2000 |
2001 |
|
2000 |
2001 |
|
2000 |
2001 |
||||
cm |
------------------------------mm--------------------------- |
|
|
||||||||
|
Bloco 1 |
|
|
||||||||
0-10 |
1,836 |
1,644 |
2,697 |
2,184 |
0,680 |
0,753 |
|||||
10-20 |
1,533 |
1,540 |
2,323 |
2,188 |
0,659 |
0,704 |
|||||
20-30 |
1,549 |
1,700 |
2,936 |
2,335 |
0,527 |
0,728 |
|||||
|
Bloco 2 |
|
|
||||||||
0-10 |
2,052 |
1,691 |
2,713 |
2,166 |
0,756 |
0,781 |
|||||
10-20 |
1,958 |
1,685 |
2,360 |
2,467 |
0,829 |
0,683 |
|||||
20-30 |
1,816 |
1,709 |
2,353 |
2,232 |
0,771 |
0,766 |
|||||
|
Bloco 3 |
|
|
||||||||
0-10 |
2,178 |
1,734 |
2,556 |
2,265 |
0,852 |
0,765 |
|||||
10-20 |
2,135 |
1,852 |
2,206 |
2,365 |
0,967 |
0,783 |
|||||
20-30 |
1,926 |
1,868 |
2,260 |
2,233 |
0,852 |
0,836 |
Os valores referentes a areia, silte e argila, para as diferentes profundidades analisadas dos diferentes blocos sob uso de cana-de-açúcar, encontram-se no Quadro 04. Dos resultados, observa-se que a fração areia predomina, seguida dos valores de argila e silte, classificando-se o solo em argilo arenoso. Verifica-se também que enquanto os teores de areia decrescem em profundidade, os de argila aumentam.
A textura do solo, é tida como uma característica estável, não sendo afetada pelo cultivo e uso do solo (Hillel, 1970 e Brady, 1989). Entretanto, os dados do Quadro 04, não mostram variações nos teores de areia, silte e argila entre os blocos estudados. Isso devido a homogeneidade dos componentes texturais formadores do solo, como também da uniformidade da área experimental.
Quadro 04. Granulometria e classificação textural das áreas de acordo com a profundidades analisadas.
Profundidade |
|
Frações texturais |
|
Classificação textural1 |
Areia |
Silte |
Argila |
||
cm |
--------------------gkg-1-------------------- |
|
||
|
Bloco 1 |
|
||
0-10 |
528,50 |
107,50 |
364,00 |
Argilo arenosa |
10-20 |
521,50 |
73,30 |
405,20 |
Argilo arenosa |
20-30 |
503,44 |
78,47 |
418,10 |
Argilo arenosa |
|
Bloco 2 |
|
||
0-10 |
519,57 |
95,83 |
384,60 |
Argilo arenosa |
10-20 |
513,57 |
60,20 |
426,23 |
Argilo arenosa |
20-30 |
488,47 |
75,57 |
435,97 |
Argilo arenosa |
|
Bloco 3 |
|
||
0-10 |
503,70 |
75,77 |
420,53 |
Argilo arenosa |
10-20 |
515,33 |
40,23 |
444,43 |
Argilo arenosa |
20-30 |
490,70 |
34,47 |
474,83 |
Argilo arenosa |
1 Classificação de acordo com Lemos & Santos (1996).
5.2. Caracterização química do solo
No Quadro 05, são apresentados os teores de nutrientes avaliados na camada 0-20 cm, por ocasião da implantação de experimento e do segundo ano de cultivo. Dos dados, verifica-se que os teores de fósforo, potássio e magnésio são baixo, enquanto que os de cálcio e matéria orgânica são médios havendo uma redução nos teores de potássio, sódio e alumínio e um aumento nos teores de fósforo, cálcio, magnésio e matéria orgânica durante o segundo ano de cultivo. Verifica-se também que os valores de pH e alumínio trocável, exigem a aplicação de calcário para melhorar quimicamente o ambiente para o cultivo da cana-de-açúcar . Os latossolos são bastantes lixiviados apresentando, portanto, teores de bases trocáveis baixo. O teor de matéria orgânica foi classificado como médio durante o primeiro e segundo ano de cultivo aumentando após o segundo ano, resultante da melhoria nas propriedades químicas e físicas do solo através do cultivo da cana-de-açúcar e colheita sem queima.
Quadro 05. Valores médios de nutrientes encontrados na área experimental e pH.
Determinações |
||||||||
Ano pH em água |
P |
K |
Na+ |
H++Al+3 |
Al+3 |
Ca+2 |
Mg+2 |
M.O. |
|
---mg dm-3--- |
----------------cmolc dm-3-------------------------- |
g dm-3 |
|||||
2000 5,30 |
2,01 |
33,00 |
0,13 |
5,30 |
0,49 |
3,00 |
0,70 |
20,58 |
2001 5,57 |
3,75 |
23,50 |
0,04 |
8,70 |
0,14 |
3,62 |
1,80 |
27,60 |
5.3. Precipitação pluviométrica
No Quadro 06, são apresentados os dados de precipitação mensal e anual, para os anos estudados. Dos dados, observa-se uma grande variabilidade na distribuição das chuvas quer em termos de valores mensais ou de totais anuais. Constata-se que no segundo ano de cultivo (2000-2001) houve um decréscimo a partir do primeiro mês de cultivo (julho) ainda na fase vegetativa da cultura e que no primeiro ano de cultivo (1999-2000) houve um aumento na quantidade de chuvas a partir do sétimo mês de cultivo (dezembro) até o final do ciclo vegetativo da cultura em maio de 2000.
Verifica-se no primeiro semestre de 2001 uma distribuição irregular de chuvas, sendo o mês de junho o de maior precipitação pluviométrica. A distribuição mensal irregular, independente dos totais anuais, termina por imprimir na cultura efeitos que às vezes comprometem a produção final de colmo, principalmente quando a deficiência de água ocorre em uma das fases fisiológicas da cultura que tem maior relação com crescimento, a fase vegetativa.
Quadro 06. Precipitação pluviométrica mensal e anual durante os anos de 1999 a 2001.
Mês |
Precipitação anual |
||
|
1999 |
2000 |
2001 |
|
---------------------------------------mm--------------------------------------- |
||
Janeiro |
43,1 |
110,0* |
46,6** |
Fevereiro |
122,6 |
155,3* |
19,7** |
Março |
142,0 |
119,8* |
175,1** |
Abril |
62,0 |
269,4* |
155,3** |
Maio |
140,9 |
120,5* |
10,5** |
Junho |
110,4* |
323,7 |
235,1** |
Julho |
113,8* |
349,7** |
160,8 |
Agosto |
76,9* |
308,1** |
139,6 |
Setembro |
35,4* |
219,9** |
65,3 |
Outubro |
28,4* |
20,2** |
21,3 |
Novembro |
7,7* |
25,0** |
20,06 |
Dezembro |
57,2* |
45,1** |
62,7 |
Total |
940,4 |
2066,7 |
1112,06 |
Os Números em negrito representam o período que compreende o ciclo vegetativo da cana-de-açúcar.
* safra 1999-2000
** safra 2000-2001
Fonte: Estação meteorológica 826961 – AREIA – PARAÍBA – BRASIL.
5.4. Número médio de perfilhos
O número de perfilhos (plantas existentes) em 5m linear de área útil de cada tratamento) das variedades de cana-de-açúcar, submetidos aos diferentes tratamentos, durante o primeiro e segundo ano de cultivo, é apresentado no Quadro 07. Dos dados, verifica-se uma considerável variabilidade na quantidade de plantas existentes entre os tratamentos, sendo favorecidos aqueles tratamentos que receberam adubação em ambos os anos, ao passo que os menores valores pode ser verificado no tratamento que não recebeu calcário e adubo, não diferindo estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% durante o segundo ano de cultivo (2001).
Observa-se que a variedade com maior número de perfilhos foi RB com 63,67 para o segundo ano de cultivo (2001) e IANE com 60,66 para o primeiro ano de cultivo (2000), enquanto que as variedades que obtiveram os menores valores foram NA com 14,66 e 14,67 e POJ com 17,00 e 15,33 para o primeiro e segundo ano de cultivo, respectivamente.
A cana-soca é formada após o primeiro corte da cana-de-açúcar, quando as gemas contidas no colmo, tendem a brotar e formar novas touceiras. Esta brotação, no início, é efetuada às expensas das reservas existentes na planta velha, alimentada pelo seu antigo sistema radicular que paulatinamente vai cessando suas atividades, sendo substituídas por novas raízes que se formarão a partir da brotação recém emergente (Valio et al., 2000).
A variação em número de perfilhos entre variedades, dá-se pela capacidade de melhor aproveitamento dos nutrientes e água, além dos foto-assimiláveis melhores captados, pelas variedades. Esta característica, verificada por Barnes (1974), determina em grande parte a produtividade da cultura.
QUADRO 07. Número médio de perfilhos (plantas existentes), em área útil de 5m de comprimento, para o primeiro e segundo ano de cultivo.
Variedades |
Número de Perfilhos |
|||||||||||||||||||||
Sem Calcário e adubo |
Calcário |
Adubo |
Calcário+Adubo |
|||||||||||||||||||
|
2000 |
2001 |
|
|
2000 |
2001 |
|
|
2000 |
2001 |
|
|
2000 |
2001 |
|
|||||||
IANE |
32,00 AB |
32,00 AB |
55,00 A |
41,00 A |
36,00 B |
47,00 A |
60,66 A |
61,00 A |
||||||||||||||
RB |
30,33 AB |
30,00 AB |
45,33 A |
33,00 B |
36,66 B |
60,67 A |
47,66 A |
63,67 A |
||||||||||||||
CO 419 |
34,66 A |
29,00 AB |
57,00 A |
34,67 B |
41,00 B |
58,33 A |
47,66 A |
43,00 B |
||||||||||||||
CASA GDE |
42,33 A |
32,67 A |
48,00 A |
26,67 BC |
39,33 B |
46,67 A |
52,66 A |
43,00 B |
||||||||||||||
PERNAMB. |
26,66 AB |
24,33 B |
53,33 A |
31,33 BC |
33,33 B |
50,33 A |
54,00 A |
46,67 A |
||||||||||||||
CB 45-3 |
29,00 AB |
26,67 AB |
51,00 A |
32.00 BC |
29,33 BC |
58,33 A |
47,33 A |
39,00 B |
||||||||||||||
SP |
27,00 AB |
27,00 AB |
42,00 AB |
29,67 BC |
28,66 BC |
48,33 A |
47,66 A |
52,00 A |
||||||||||||||
CB 4142 |
22,66 B |
20,00 B |
31,00 BC |
17,33 C |
38,00 B |
41,00 B |
34,66 B |
39,67 B |
||||||||||||||
POJ |
28,66 AB |
26,67 AB |
37,33 B |
15,33 C |
17,00 C |
29,33 BC |
36,00 B |
25,67 B |
||||||||||||||
NA |
14,66 B |
14,67 B |
29,00 BC |
21,00 BC |
15,33 C |
38,00 B |
27,66 B |
53,00 A |
||||||||||||||
Méd. Trats. |
28,80 |
26,40 |
44,90 |
28,20 |
30,33 |
47,80 |
45,49 |
46,67 |
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
6. Produtividade
A produção de cana-de-açúcar para as variedades e tratamentos analisados durante as safras de 1999-2000 e 2000-2001, são apresentados no Quadro 08. Dos resultados, observa-se que as menores produções foram obtidas pelos tratamentos em que as cultivares não receberam nem calcário, nem fertilizantes, como o tratamento com apenas a aplicação apenas de calcário. Também observa-se que o primeiro ano de cultivo foi o que apresentou as maiores produções de colmo, sendo favorecido pela intensidade e distribuição das chuvas durante a fase vegetativa da cultura. Das cultivares avaliadas, de uma maneira geral, a POJ foi quem apresentou menor desenvolvimento produtivo com 3,47 toneladas por hectare durante a safra 2000-2001 e CB 4142 com 12,00 toneladas por hectare durante a safra 1999-2000. As maiores produções de colmo foram obtidas nos tratamentos que receberam calcário associado com adubo químico, porém, sem maiores diferenças, quando comparadas entre si.
Observa-se ainda, que além da variação de produção entre tratamentos, ocorrem ainda, variações entre os dois anos de cultivo e entre os dados de produção das cultivares de cana-de-açúcar, com maior produção para as variedades Casa Grande com 70,53 toneladas por hectare durante a safra 1999-2000 e a variedade CB 45-3 com 65,13 toneladas por hectare durante a safra 2000-2001, demonstrando haver uma melhor adaptabilidade dessas cultivares aos latossolos em regime de sequeiro.
QUADRO 08. Produtividade das variedades de cana-de-açúcar referente ao primeiro e segundo ano de cultivo. (safras 1999-2000 e 2000-2001).
Variedades |
Produtividade |
|||||||||||||||||||||||
6.0.1. Sem calc. e adubo
|
6.0.2. Calcário
|
6.0.3. Adubo
|
6.0.4. Calcário + adubo
|
|||||||||||||||||||||
|
2000 |
2001 |
|
|
2000 |
2001 |
|
|
2000 |
2001 |
|
|
2000 |
2001 |
|
|||||||||
-------------------------------------------------ton.ha-1----------------------------------------------------- |
||||||||||||||||||||||||
CASA GDE. |
54,33 A |
23,27 B |
44,13 A |
10,80 B |
82,13 A |
44,67 B |
70,53 A |
34,67 BC |
||||||||||||||||
IANE |
18,73 B |
11,40 B |
30,06 A |
12,07 B |
59,26 B |
46,20 B |
60,90 A |
47,07 AB |
||||||||||||||||
CO 419 |
40,33 AB |
17,67 B |
37,00 A |
15,67 B |
90,46 A |
56,53 B |
57,66 A |
32,73 BC |
||||||||||||||||
CB 45-3 |
24,40 B |
13,13 B |
23,33 A |
13,67 B |
72,26 A |
65,13 A |
55,33 AB |
36,00 BC |
||||||||||||||||
RB |
21,40 B |
13,00 B |
27,33 A |
13,80 B |
50,73 B |
41,67 BC |
52,20 AB |
36,80 BC |
||||||||||||||||
SP |
19,73 B |
12,53 B |
17,40 B |
16,53 B |
57,30 B |
52,80 B |
48,26 AB |
44,60 B |
||||||||||||||||
PERNAMB. |
15,93 B |
11,13 B |
19,26 A |
9,27 B |
55,13 B |
40,73 BC |
58,06 A |
34,07 BC |
||||||||||||||||
CB 4142 |
22,73 B |
12,27 B |
12,00 B |
7,67 B |
43,80 BC |
35,40 BC |
41,86 B |
30,40 BC |
||||||||||||||||
POJ |
20,53 B |
3,73 B |
22,53 A |
3,47 B |
45,20 B |
18,53 C |
39,26 B |
13,47 C |
||||||||||||||||
NA |
14,60 B |
6,13 B |
15,46 B |
10,20 B |
40,70 BC |
44,87 B |
34,20 B |
40,60 B |
||||||||||||||||
Méd. Trat. |
25,27 |
12,43 |
24,85 |
11,31 |
59,70 |
44,65 |
51,83 |
35,04 |
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
6.1. Teor de sacarose
Os teores de sacarose de cana-de-açúcar (Grau Brix) das variedades e dos tratamentos aplicados, determinados por ocasião das colheitas das safras 1999 - 2000 e 2000 – 2001 encontram-se no Quadro 09. Dos dados, observa-se que, houve uma variabilidade muito pequena entre os tratamentos e entre as cultivares e que mesmo no tratamento que não recebeu adubo e calcário os teores de sacarose se equipararam aos dos demais tratamentos.
Verifica-se ainda no Quadro 09 que as variedades de cana-de-açúcar com os maiores teores de sacarose foram SP com 21,18 e 21,31 e RB com 20,56 e 21,11 para o primeiro e segundo ano de cultivo, respectivamente, enquanto que os menores teores de sacarose obtidos durante o primeiro e segundo ano de cultivo foram CO419 com 17,11 e POJ com 14,78, respectivamente e a variedade Pernambucana com 17,15 e 17,62.
QUADRO 09. Teores médio de grau brix, obtidos durante a colheita das variedades de cana-de- açúcar, referente ao primeiro e segundo ano de cultivo. (safras 1999-2000 e 2000-2001)
Variedades |
Teor de Sacarose |
||||||||||||||||||||||||
6.1.1. Sem calc. e adubo
|
6.1.2. Calcário
|
6.1.3. Adubo
|
6.1.4. Calcário + adubo
|
||||||||||||||||||||||
|
2000 |
2001 |
|
|
2000 |
2001 |
|
|
2000 |
2001 |
|
|
2000 |
2001 |
|
||||||||||
--------------------------------------------------Grau Brix--------------------------------------------------- |
|||||||||||||||||||||||||
SP |
20,27 A |
19,49 A |
19,55 A |
18,76 AB |
20,28 A |
21,18 A |
20,11 AB |
21,31 A |
|||||||||||||||||
RB |
19,55 A |
20,22 A |
17,94 AB |
19,80 A |
20,56 A |
21,11 A |
19,46 AB |
20,13 AB |
|||||||||||||||||
IANE |
19,33 A |
20,68 A |
19,39 A |
19,18 AB |
19,66 AB |
20,22 AB |
18,39 AB |
20,49 A |
|||||||||||||||||
CASA GDE |
19,27 A |
18,98 A |
19,22 AB |
18,79 AB |
19,83 AB |
19,75 AB |
19,16 AB |
18,78 AB |
|||||||||||||||||
CO 419 |
17,11 B |
18,87 A |
17,94 AB |
20,31 A |
17,94 B |
19,18 AB |
18,28 AB |
20,09 AB |
|||||||||||||||||
POJ |
19,00 A |
14,78 B |
17,61 AB |
18,69 AB |
20,28 A |
18,76 AB |
18,38 AB |
18,95 AB |
|||||||||||||||||
NA |
18,94 A |
18,20 A |
18,11 AB |
19,78 A |
17,78 B |
19,09 AB |
17,38 B |
18,24 AB |
|||||||||||||||||
CB 4142 |
17,94 A |
18,07 A |
16,16 B |
17,92 AB |
18,05 B |
18,07 B |
17,50 B |
18,44 AB |
|||||||||||||||||
CB 45-3 |
17,27 B |
18,13 A |
17,16 B |
19,47 A |
17,22 B |
18,69 AB |
17,77 B |
19,00 AB |
|||||||||||||||||
PERNAMB. |
17,44 A |
18,18 A |
16,86 B |
18,31 AB |
17,15 B |
17,62 B |
17,63 B |
19,11 AB |
|||||||||||||||||
Méd. Trats. |
18,61 |
18,56 |
17,99 |
19,10 |
18,90 |
19,37 |
18,41 |
19,45 |
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%
7. CONCLUSÕES
O cultivo de culturas semi perenes e em solo permeável, como o latossolo é difícil e exige maior atenção daquele que trabalha a terra.
A adubação com nitrogênio, fósforo e potássio, isoladamente ou associada à calagem contribuíram para aumentar a produtividade da cana-de-açúcar, sendo as variedades Casa Grande com 70,53 toneladas por hectare e CB 45-3 com 65,13 toneladas por hectare, as que obtiveram as maiores produções de colmo durante as safras 1999-2000 e 2000-2001, respectivamente, demonstrando uma melhor adaptação às condições edafoclimáticas da região.
Os teores médios de sacarose não mostraram correlação com a produtividade das variedades utilizadas, enquanto que os maiores valores de perfilhamento aconteceram com as variedades mais produtivas em colmos.
A ocorrência de meses com baixos valores de precipitação pluviométrica durante a fase vegetativa da cultura contribuiu para menores respostas dos tratamentos aplicados em produção de colmos.
A área do local do experimento foi caracterizada pelas boas propriedades físicas do solo, porém com condições limitantes à exploração agrícola em regime de sequeiro.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Publicado por: FARNÉSIO DE SOUSA CAVALCANTE
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