Indicadores de Desempenho
1. OBJETIVOS
1.1 Por que medir?
- Você gostaria de melhorar o desempenho da sua área?
- O que você deseja modificar?
- Quanto você quer melhorar?
- Onde você quer chegar?
- Qual a situação atual em relação a essa meta?
- Está muito longe, falta muito ou pouco?
- Quanto?
- Como você vai saber se melhorou ou não?
1.2 Medição
- "Obtemos aquilo que inspecionamos ( medimos ), não aquilo que esperamos".
- A medição é necessária para confirmar que os esforços dispendidos na melhoria tiveram efeito. Medição está associado a melhoramento.
- O mais importante motivo para a medição é apoiar o sistema de melhorias.
- O sistema de medição de uma empresa é como o painel de instrumentos de um avião. Cada instrumento indica uma variável. O piloto utiliza uma série de medições para conduzir bem o avião, ele não utiliza apenas uma medição.
- A medição serve para: controle, previsão, estimativa, tomada de decisão, identificação de problemas, solução de problemas, avaliação de melhoramentos ( monitoramento da implantação da estratégia, "feedback" contínuo, parte do processo gerencial ).
- Não se pode medir aquilo que não se pode definir operacional e conceitualmente.
- A medição é o único mecanismo que nos permite saber se estamos removendo sistematicamente as causas comuns e especiais dos erros de nossos sistemas e processos, a uma velocidade razoável.
- A medição pode ser utilizada de maneira eficaz para impulsionar e motivar a melhoria da performance.
- A medição pode dizer-nos onde precisamos de melhoria, pode ajudar-nos a priorizar os alvos de nossas energias e recursos, pode motivar, pode dizer-nos quando nos tornamos melhores e é parte natural e inerente ao processo gerencial.
- Não se pode medir e definir aquilo que não se compreende.
- A medição proporciona uma base comum para a tomada de decisão.
- Os indicadores são usados na função CHECK do PDCA.
- A melhor pessoa para medir o trabalho é quem o executa.
1.3 Relação com clientes ( internos e externos ):
- Se você souber como o cliente avalia seu trabalho, tente transformar essa avaliação em um indicador. É uma forma de mensurar o grau de satisfação do seu cliente.
2. CONCEITOS
2.1 Conceito de problema
Ponto de vista tradicional:
- Qualquer diferença entre uma situação desejada e a situação atual. Problema é, portante, um resultado indesejável do trabalho quando se compara o previsto com o real.
Ponto de vista da competitividade:
- Qualquer diferença entre você e seu concorrente.
2.2 Conceito de indicador
- É o parâmetro que medirá a diferença entre a situação desejada e a situação atual, ou seja, ele indicará um problema. O indicador permite quantificar um processo.
- São parâmetros representativos dos processos que permitem quantificá-los.
2.3 Características de um indicador
- Ser representativo;
- Fácil de entender;
A facilidade para que qualquer um tire suas conclusões a partir de um indicador é fundamental para a sua utilidade.
- Testado no campo.
Um indicador não tem valor até que prove que realmente funciona.
- Econômico;
Indicadores que dão trabalho para serem calculados não funcionam.
- Disponível a tempo;
Dados atrasados não representam mais a situação atual. Devem estar disponíveis antes que a situação mude.
- Compatível:
Ser compatível com os métodos de coleta disponíveis.
2.4 Indicadores de qualidade:
- Estão mais ligado às saídas do processo
- Representam a eficácia com que o processo sob estudo atende às necessidades de seus clientes. Medem a satisfação do cliente.
- Indicam se seu processo está fazendo seus produtos/serviços certos.
Fórmula = Quantidade de não atendimentos ( problemas,erros,desvios )
Quantidade Total ( quantidade, tempo, $$$ )
2.5 Indicadores de produtividade:
- Estão mais relacionados aos fatores internos
- Utilizados para medir a utilização de recursos disponíveis ao processo.
- Representa a eficiência dos processos na produção de produtos/serviços
- O melhoramento desse indicador significa otimização de processos e diminuição de custos.
Fórmula = Total de saidas .
Recursos consumidos ( ou disponíveis )
2.6 Índices
Representam o padrão de medida ou unidade de medida dos indicadores, permitindo uniformidade, estabelecimento de metas e acompanhamento. Sempre que possível, usar valores relativos
Indicadores Índices
- Satisfação de clientes - n. de devolução/n. de clientes
- Produtividade - toneladas/hora
- Custo - dólar/tonelada
2.7 Critérios de performance:
- Eficácia:
Significa realizar as coisas certas, pontualmente e com os requisitos de qualidade especificados. A eficácia está na saída do processo. A sua medida é igual a : output obtido
output esperado
Fizemos aquilo que nos propusemos a fazer?
- Eficiência:
A eficiência é medida na entrada do processo. Refere-se a consumo de recursos.
Quantos recursos consumimos em relação ao que propusemos a consumir?
- Qualidade
Fizemos as coisas que nos propusemos, tão bem quanto deveríamos?
- Produtividade
- Qualidade de vida no trabalho
- Inovação
- Lucratividade ( para centros de lucro ), orçamento ( para centros de custo )
2.8 Tipos de indicadores
Os processos em uma empresa podem ser classificados em dois níveis:
- Processos interfuncionais: são decorrentes de objetivos corporativos. Esses processos não estão ligados a uma determinada área funcional da empresa apenas. Exemplos: melhoria de comunicação, desenvolvimento de novos produtos, padronização, reconhecimento e participação de empregados, etc.
- Processos funcionais: correspondem às atividades principais de um órgão. A estruturação de uma empresa com base nesses processos facilita o gerenciamento diário. Exemplos: compras, vendas, manutenção, operação, etc.
3. IMPLANTAÇÃO
3.1 Passos para implantação:
a) Definir o público alvo.
b) O que ele necessita? Há indicadores para avaliar a empresa como um todo e há indicadores que apenas avaliam o desempenho de determinado órgão.
c) Defina os indicadores. Atenção:
- Pontos relevantes no atendimento ao cliente
- Pontos onde o produto/serviço muda de mãos
d) Defina a frequência de elaboração e o formato dos relatórios.
e) Estabeleça para cada um deles uma situação aceitável, desejada, ideal ("benchmarking"). O cliente é quem deve definir.
f) Compare com a situação real, encontrada, atual.
g) Divulgue os indicadores
h) Descubra as causas da diferença
i) Identifique as soluções que eliminem estas causas
j) Forme uma equipe que fará a melhoria, estabeleça um cronograma e um método de ação.
l) Melhore seu processo
m) Confirme que o problema foi solucionado
n) Revise os procedimentos documentados
o) Treine todo o pessoal no novo método.
p) Estabeleça os controles necessários
3.2 Responsabilidades dos funcionários
- Fazer o trabalho em tempo, dentro da especificação de qualidade, com a quantidade certa de recursos.
- Melhorar continuamente a performance do indivíduo, do grupo, da organização e dos sistemas.
3.3 Indicadores e melhorias
Para que o sistema de medição sirva de impulso para a melhoria, ele deve ser compreendido e aceito pelos usuários do sistema. Uma maneira de aumentar a compreensão e aceitação é envolver os usuários no seu desenvolvimento. A medição serve como "feed-back" para permitir que as pessoas saibam como estão-se desempenhando. Desta forma, a medição é um componente importante do processo de motivação.
3.4 Seleção de indicadores:
Incluir:
a) Clientes
b) Desempenho de produtos e serviços
c) Operações e desempenhos internos, abrangendo processos do negócio, serviços de apoio
d) Desempenho de fornecedores
e) Aspectos financeiros e de custo
Normalmente a seleção é iniciada pelos indicadores de custo. Depois temos qualidade, produtividade/tempo e inovação.
3.5 Estabelecimento de padrões:
- É necessário estabelecer padrões para avaliar os indicadores. Na fase de implantação pode haver dificuldade em obter esses padrões. Sugerimos uma sequência que deve ser perseguida até atingir o último tópico.
- Comparar seus índices com:
a) Dados históricos ( dos últimos três anos );
b) Dados de empresas do mesmo ramo
c) Dados dos concorrentes
d) Dados dos melhores especialistas no assunto ( "benchmarking" )
3.6 Uso de indicadores:
Os indicadores existem para serem avaliados. Ações corretivas devem ser tomadas para atingir as metas. Recomendações devem ser feitas para atingir novos padrões. O uso dos indicadores pode também ser otimizado:
- Análise crítica e atualização;
- Redução do ciclo de tempo desde a coleta de dados até a análise crítica e implementação das ações corretivas/recomendações;
- Acesso dos indicadores a todos que dele necessitam;
- Integração dos dados com o planos de melhoria.
- Os indicadores, em geral, estão relacionados aos registros da qualidade.
3.7 Indicadores funcionais X indicadores interfuncionais
Antes de estabelecer os indicadores funcionais deve ser feita uma análise crítica do processo, para confirmar sua validade, para confirmar que agrega valor à organização. Esses indicadores devem estar relacionados à expectativa de seus clientes, internos ou externos. É recomendável fazer primeiro o fluxograma das atividades do órgão.
A seleção de indicadores corporativos ou interfuncionais implica primeiramente em uma visão global dos assuntos estratégicos da empresa. Dizem respeito a todos os envolvidos: clientes, funcionários, fornecedores, acionistas e sociedade como um todo. Esses indicadores ficam melhor definidos quando a empresa adota a metodologia de planejamento estratégico.
4. BARREIRAS À IMPLANTAÇÃO
4.1 A medição é ameaçadora: as pessoas em geral não temem a medição, elas até gostam do "feedback". O que elas temem é o mau uso dos dados gerados. Medição não é só controle. É a constatação da implantação de melhorias.
4.2 Exatidão da medição: nem sempre a precisão é essencial. É melhor ter alguma medição, mesmo não tão precisa, do que não ter nenhuma.
4.3 Enfoque em um único indicador: o piloto não dirige o avião olhando para apenas um instrumento.
4.4 Ênfase excessiva na produtividade da mão de obra.
4.5 Medidas subjetivas não são confiáveis: medição não objetiva não significa medição não confiável.
4.6 Os padrões funcionam como teto para a performance.
5. Bibliografia
Milet, Evandro et allii, Indicadores de Qualidade e Produtividade para a Área de Informática: Ed. LTC/MCG, Rio de Janeiro, 1993
Sink, Scott, Planejamento e medição para a performance: Ed. Qualitymark, Rio de Janeiro, 1993
Fundação Prêmio Nacional da Qualidade, Critérios de Excelência - o estado da arte da Gestão da Qualidade Total: Ed. FPNQ, São Paulo, 1993
Mendonça, Mauro, Curso Indicadores de Qualidade e Produtividade: DAMICOS, Salvador, 1994
8. ANEXO
Exemplo de indicadores:
SEGURANÇA
( ) ACIDENTE C/ AFASTAMENTO. u
( ) S/ AFASTAMENTO u
( ) TAXA DE FREQUÊNCIA
( ) TAXA DE GRAVIDADE
( ) (EMPREITEIRAS). ACID C/ AFASTAMENTO u
( ) S/ AFASTAMENTO u
ADMINISTRAÇÃO
( ) HORAS EXTRAS u
( ) ABSENTEÍSMO %
( ) AÇÕES TRABALHISTAS u
( ) FREQUÊNCIA AO SERVIÇO MÉDICO u
PRODUÇÃO
( ) PRODUÇÃO ton
( ) PADRAO A %
( ) OFF-SPEC %
( ) FATOR OPERACIONAL %
COMERCIAL
( ) VENDAS TOT. MERC INTERNO. ton
( ) MERC EXT ton
( ) RECLAM. CLIENTE PROCEDENTES. ton
( ) IMPROCEDENTES. ton
( ) ESTOQUES ton
( ) PREÇO MERC. INT. US$/ton
FINANCEIRO
( ) RESULTADO US$ mil
( ) DÍVIDA LONGO PRAZO US$ mil
( ) ORÇAMENTO % prev/realizado
( ) PAGAMENTOS EM ATRASO % do faturamento
MEIO AMBIENTE
( ) DQO
( ) DBO
( ) INFRAÇÕES
SUPRIMENTOS
( ) % DE COMPRAS EM EMERGÊNCIA
( ) % DE MATERIAIS RECEBIDOS FORA DE ESPECIFICAÇÃO %
Publicado por: Silmara Yurksaityte Mendez
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