BENEFÍCIOS DO CONTROLE INTERNO PARA A EFICIÊNCIA DE UMA EMPRESA

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1. RESUMO

O Controle Interno visa garantir que os objetivos propostos no planejamento de uma entidade possam ser alcançados dentro do melhor tempo e com a máxima eficiência quando da sua execução. Esse trabalho de caráter bibliográfico busca apresentar os pilares ou objetivos de controle que podem ser empregados em uma empresa, quais sejam: proteção dos recursos: versa por fornecer o investimento e a otimização dos recursos da empresa para aumentar o uso dos meios internos e assim diminuir o capital investido; assegurar que seus registros contábeis e financeiros são precisos e confiáveis: poderá fornecer ferramentas que assegurem a tomada de decisões e gere maior confiabilidade quando da execução das tarefas da empresa; promover a eficiência operacional: este ponto acaba sendo um resultado natural que deve ocorrer quando da execução dos dois pontos já apresentados de forma eficiente. Uma empresa que não se baseia nos pilares do controle interno ou o faz de forma equivocada dificilmente incorrerá na eficiência operacional; encorajar o cumprimento de suas determinações: se volta especificamente para o estabelecimento das normas dos setores de cada empresa. Diante da extrema necessidade de as empresas se adaptarem ao dinâmico processo de mudanças que ocorrem diariamente, o controle interno oferece ferramentas que podem ser usadas para auxiliar e gerir os diversos setores empresariais.

Palavras Chave: Controle Interno, Objetivos do Controle, Gestão Empresarial

ABSTRACT

Internal Control aims to ensure that the objectives proposed in the planning of an entity can be achieved within the best time and with maximum efficiency when they are carried out. This bibliographic work seeks to present the pillars or control objectives that can be employed in a company, namely: protection of resources: it deals with providing investment and the optimization of company resources to increase the use of internal resources and thus reduce the invested capital; ensure that your accounting and financial records are accurate and reliable: it can provide tools that ensure decision making and generate greater reliability when carrying out the company's tasks; promote operational efficiency: this point ends up being a natural result that must occur when the two points already presented are executed efficiently. A company that is not based on the pillars of internal control or does it wrongly is unlikely to incur operational efficiency; encourage the fulfillment of its determinations: it is specifically aimed at establishing the norms of the sectors of each company. In view of the extreme need for companies to adapt to the dynamic process of changes that occur on a daily basis, internal control offers tools that can be used to assist and manage the various business sectors.

Keywords: Internal Control, Control Objectives, Business Management

2. INTRODUÇÃO

O controle é parte integrante da história. Muitas das passagens históricas carregam consigo uma metodologia utilizada na época que auxiliava o homem em suas atividades, e foi a partir dessa necessidade que essas técnicas foram se desenvolvendo, se adaptando ao tempo e as atividades que iam surgindo.

Com o passar das épocas o controle passou a ser visto não só como uma ferramenta de atividade laborais, mas uma função de grande importância para o desenvolvimento das mais diversas funções. A filosofia inovou o modo de pensar do homem: os filósofos tendo a necessidade de entender todas as coisas, precisava de ferramentas que os ajudassem a entender tais coisas. Silva (2002, p.2) explica que:

Nesse contexto de inteligência e domínio da razão em que evolui o ser humano, a possibilidade de controle sobre os fenômenos ou fatos que ocorrem em seu derredor levou o homem a criar dispositivos ou métodos, inicialmente rudimentares, hoje sofisticados, para controlar os acontecimentos, de forma a evitar resultados indesejáveis que pudessem afetar seu bem-estar, seu equilíbrio ou seus propósitos.

A partir desse entendimento, o desenvolvimento de ferramentas de controle ganhou seu próprio espaço. O controle apesar de ter um núcleo conservado, ou seja, seu significado, pode e deve ser usado em todas as atividades, sua importância é tamanha que se bem moldado servirá de base para os diversos seguimentos empresariais, na verdade, esse enfoque é necessário para identificar as ferramentas ideais a serem utilizadas pelo gestor.

E neste cenário de necessidade de enfoque que surge o Controle Interno: para garantir que os objetivos propostos no planejamento de uma entidade possam ser alcançados dentro do melhor tempo e com a máxima eficiência quando da sua execução. Seu desenvolvimento e aplicação nas empresas deve ser levado em conta para o bem da entidade.

Considerando a importância do Controle Interno para uma organização, faz-se necessário conhecer seus objetivos para sua efetiva aplicação no ambiente empresarial.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. PANORAMA SOBRE O CONTROLE INTERNO

A origem da palavra controle não se volta um significado especifico. Segundo a história, os processos de surgimento da escrita e dos numerais foram ações para fornecer o “controle” das atividades desenvolvidas pelo homem (INSTITUTO LEGISLATIVO BRASILEIRO, 2018,

p. 10). Migliavacca (2002, p.17) acrescenta que a palavra “controle” significa "cópia de uma relação de contas"; já na língua francesa “controler” significa registrar, inspecionar, examinar (SILVA, RODRIGUES E SILVA, 2018, p. 7).

Para Chiavenato (2005, p. 512) o controle atinge todas as áreas da atividade humana. Consciente ou inconscientemente o homem faz uso dessa ferramenta sendo um processo que serve como norte para a atividade fim a que se deseja (p. 512).

O conceito dado por Chiavenato leva ao entendimento de que mesmo não havendo um planejamento tácito, o homem já desenvolve em si essa necessidade de controlar os meios para se chegar a um fim. São essas práticas desenvolvidas que envolvem o processo de controle e determinam seu grau de eficácia.

Percebe-se que a palavra controle tem muitas origens, cada período da história trouxe suas marcas e com isso modificação no significado dessa palavra.

Martins (2003, p. 221) afirma que "controle significa conhecer a realidade, compará-la com o que deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e suas origens e tomar atitudes para a sua correção". Ou seja, refere-se a uma ferramenta essencial para organizar métodos auxiliando no alcance dos objetivos propostos.

Após alguns conceitos referentes ao termo controle, torna-se perceptível a sua forte ligação com os princípios básicos das organizações que pretendem ter um mínimo de conhecimento sobre os fatos ocorridos em sua entidade. Seu fundamento se fez necessário considerando os objetivos propostos, que levam na direção de adentrar seu conceito nas questões contábeis e administrativas das empresas. Trata-se então do que chamamos de controle interno.

É possível compreender a abrangência da definição de controle interno a partir das definições apresentadas a seguir, onde alguns autores expõem suas posições.

Attie (1992, p. 28) remete a ideia de que o controle interno compreende todos os meios planejados numa empresa para dirigir, restringir, governar e conferir suas várias atividades com o propósito de fazer cumprir seus objetivos.

Franco e Marra (2001 p. 267), entendem o controle interno como: “(...) todos os instrumentos da organização, destinados a vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitem prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzem reflexos em seu patrimônio”.

Mediante esses conceitos infere-se que o Controle Interno é aplicado de forma não compactada, ou seja, ela é fragmentada para possibilitar uma visão mais clara das atividades que são exigidas. Destrinchando o conceito dado por Attie compreende-se que a boa dirigência de uma empresa engloba restrições, necessita de uma boa governança e de uma boa equipe para manter a ponte entre o estabelecido e o alcançado.

Com a implementação de um sistema de controle interno apropriado e eficaz em seus fluxos e atentando para a importância destes controles, as organizações, independentemente de seu tamanho ou área de atividade, podem certificar uma margem de segurança capaz de impedir erros e fraudes que possam dar prejuízos futuros (SILVA, 2010. p. 111).

A segurança é um fator importante e essencial para a empresa, pois a partir dessa base é que será possível averiguar com certeza os dados que não estão de acordo e aqueles que podem ser decorrentes de fraudes, tomando assim as medidas cabíveis para evitar maiores danos.

O Tribunal de Contas da União (2013, p. 15) define Controle Interno da seguinte forma:

O controle interno [administrativo] tem por finalidade mitigar riscos e assegurar que os objetivos da organização (do principal) sejam alcançados. A responsabilidade das unidades/órgãos de controle ou auditoria interna é avaliar a consistência, qualidade e suficiência dos controles internos implantados pelos gestores.

Diante do exposto, chama-se atenção para a importância dos controles internos como instrumento que, se bem aplicado, permite à administração de uma entidade acompanhar e medir o alcance de seus objetivos e de suas metas, através do cumprimento das regras e estratégias estabelecidas no planejamento estratégico.

Attie (1998, p. 201) remete a ideia de que:

(..) a função da contabilidade como instrumento de controle administrativo é hoje unanimemente reconhecida. Um sistema de contabilidade que não esteja apoiado em um eficiente controle interno, até certo ponto, inútil, uma vez que não é possível confiar nas informações contidas nos seus relatórios.

Nesse sentido, a contabilidade e o controle interno estão interligados. Informações contábeis erradas podem gerar tomadas de decisões erradas. Isso prova a estreita ligação entre o controle interno nas organizações e sua contabilidade. Portanto, não se pode falar em contabilidade de qualidade sem um controle interno eficaz e permanente nas empresas (BORDIN E SARAIVA, 2005. p. 201).

Tão relevante quanto as definições mencionadas, é o entendimento que elas passam da importância do controle interno, pois se torna claro e objetivo que é impossível, na atualidade, a sobrevivência de qualquer instituição que não disponha de controles mínimos que possam certificar a sua continuidade. Empresas economicamente de todos os portes têm, por obrigação e por questão de sobrevivência, que manter controles sobre as operações que são realizadas internamente e que possam vir a intervir nos seus objetivos (NASCIMENTO, GOMES E OLIVEIRA, 2020. p. 23).

Cada empresa, conhecendo sua abrangência e limitação, deve propor um plano de Controle Interno adequado considerando essas variáveis, independentemente de seu tamanho, pois as empresas em si dependem de estabelecimento desse controle para melhor aproveitamento.

Pode-se afirmar que todas as organizações de médio e grande porte econômico possuem controle interno que garanta a eficiência para a sua evolução, caso contrário, certamente teriam seu fim antes mesmo de chegar a esse patamar (OLIVEIRA, 2019. p. 14).

É importante destacar também que quando os controles internos não estão funcionando como deveriam, isso pode ser tão prejudicial quanto não os ter, haja vista que podem proporcionar um andamento distorcido dos procedimentos, gerando dados de forma incorreta que se transformam em informações que não são confiáveis. E isso pode gerar tomadas de decisões erradas por parte de seus gestores (OLIVEIRA, 2009).

Essas decisões erradas, a depender da gravidade, podem trazer resultados desastrosos e de difícil correção, além de demandar mais tempo, recurso financeiro e pessoal. Por isso ocontrole interno não deve ser visto como algo superficial, pois sua ausência ou sua má aplicação podem gerar efeitos negativos na gestão da empresa.

A importância do controle interno n as organizações vem aumentando com o passar dos anos, pois com o tempo o aumento das estruturas organizacionais exige um devido controle, aumentando sua importância nas empresas (MONTEIRO, 2015. p. 161).

Alguns fatores influenciam no crescimento dessas organizações, como a globalização e a abertura de mercado, que fazem com que as empresas, além de buscar melhores resultados, o façam de forma organizada para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo (VIAPIANA, 2000. p. 28-29)

Diante desses fatores, o controle interno tornou-se uma ferramenta indispensável para instituições que querem espaço no mercado (LIMA, et. al. 2012. p. 2). Pode-se considerar que o controle interno é a condição de sobrevivência para as empresas, que tendem a buscar eficiências, prevenindo erros, fraudes, atos ilícitos de alguns funcionários, e desperdícios desnecessários do patrimônio da empresa. Tais fatos são importantes para conduzir a empresa a um melhor desenvolvimento, tornando-se mais competitiva (MACHADO E TONIN, 2012. p. 27).

Levando em consideração os benefícios apresentados, necessário se faz conhecer os tipos de controles ou ferramentas de controles que podem ser empregados em uma empresa. Reske Filho, Jacques e Marian (2005, p. 50) afirmam que os métodos devem ser aplicados levando em consideração a área fim a que se deseja monitorar bem como a realidade e estrutura de cada empresa.

3.2. O CONTROLE INTERNO: FOCO NAS ATIVIDADES

Nesse aspecto Maximiniano (2000, p. 458) estabelece que o foco nas atividades deve ser levado em conta, pois os funcionários sabendo da atividade controlada trabalharão com um foco em seus resultados, sendo mais fácil de comparar os padrões obtidos daqueles estabelecidos. Isso gerará uma maior visibilidade aos resultados, podendo então serem consertados ou reajustados para se alcançar objetivo.

O foco nas atividades irá levar o funcionário a estudar a real situação em que a atividade se encontra e possibilitará tratar as falhas para se chegar ao objetivo. Nesse aspecto Floriano e Lozeckyi (2008, p.3) afirmam que:

Os resultados previstos devem ser comparados com os realizados, pois esse processo de avaliação de resultados reais em relação aos planejados identifica se o desempenho está dentro dos padrões desejados. Assim o administrador irá direcionar suas atenções para correção do desempenho dos casos críticos que estão fora dos padrões esperados, além de focar aspectos estratégicos, nos quais existe maior probabilidade de ocorrência de desvio que pode provocar maior problema nas atividades e operações crítica.

Maximiniano (2000) afirma que duas vertentes devem ser observadas para o chamado controle interno de uma organização:

1) Alimentação do fluxo de informações a respeito do desempenho real e dos objetivos estabelecidos (Maximiniano,2000. p. 456);

2) Informar ao sistema o que deve ser feito para assegurar a realização dos objetivos (Maximiniano,2000. p. 456).

A colocação desses autores leva a compreensão de que conhecer a atividade possibilita entender quais medidas de controle tomar e em que proporção para evitar gastos desnecessários de recursos e de força humana além de evitar a perda de tempo.

Tais medidas desenvolvidas para execução do Controle Interno foram esmiuçadas com foco para determinado objetivo. Logo, conhecer a atividade é importante, porém, saber como trabalhar cada ferramenta é essencial e deve ser posta em execução por gestores e funcionários aptos.

3.3. OS OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO

Yoshida e Reis (2005, p.709) enumera alguns objetivos que baseiam o controle interno das empresas: proteger seus recursos; assegurar que seus registros contábeis e financeiros são precisos e confiáveis; promover a eficiência operacional; encorajar o cumprimento de suas determinações. Ainda segundo os autores, além desses objetivos, as ferramentas de controle podem ser empregadas de três formas, a saber: forma preventiva: aqueles empregados com vistas a evitar que haja erros, prejuízos, desperdícios ou irregularidades.

Pela lógica esse tipo de controle é o mais ideal e que deve ser buscado sua implementação, pois a detecção de falhas antes do fim do processo evita que este volte a cadeia produtiva, reduzindo os custos; forma detectiva: os detectivos são aquelas ferramentas que detectam o erro no momento em que ocorrem, permitindo a correção deles antes do fim de suas etapas e forma corretiva: servem para realizar a correção dos erros e prejuízos a posteriori; adoção ulterior das etapas que incorreram em erros (p. 710). Conhecer esses objetivos e qual a forma de implantação do controle interno é fundamental.

Além de Yoshida e Reis (2005), a NBC 16.8 (2008) (Normas Brasileiras de Contabilidade) também estabelece esses objetivos além de outros, como se pode observar:

a) Salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais;

b) Dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente

c) Contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade;

d) Estimular adesão às normas e às diretrizes fixadas

Igualmente apresentado por Attie (2010, p. 155) e Vieira (2011, p. 23) para que se tenha uma eficiência do sistema de controle interno, torna-se indispensável cumprir com os objetivos do sistema, sendo apresentado a seguir:

a) Salvaguarda dos interesses - Refere-se à proteção do patrimônio da empresa contra qualquer tipo de perdas ou riscos devido a erros ou irregularidades. Mas para isso é necessário que a empresa dê o suporte necessário para que o trabalho possa ser realizado (VIEIRA, 2011, p. 23).

b) Precisão e confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais - Compreende a geração de informações adequadas e oportunas, necessárias gerencialmente para administrar e compreender os eventos realizados na empresa (VIEIRA, 2011, p. 23).

c) Estímulo à eficiência operacional - Determina prover os meios necessários à condução das tarefas, com o objetivo de obter o entendimento, aplicação e ação tempestiva e uniforme (VIEIRA, 2011, p. 23).

d) Aderência às políticas existentes – Tem como objetivo assegurar que as diretrizes e normas estabelecidas pela administração sejam seguidas pelos funcionários, para uma melhor eficiência na empresa (VIEIRA, 2011, p. 23).

Em detrimento da importância de tais objetivos, será apresentado agora de forma analítica a importância de cada um.

3.3.1. Proteção de recursos

A proteção de recursos versa por fornecer o investimento e a otimização dos recursos da empresa para aumentar o uso dos meios internos e assim diminuir o capital investido (GARCIA, KINZSLER E ROJO, 2014. P.10). Para os autores é fundamental haver o controle daquilo que a empresa possui. Uma empresa que não mantém o controle de estoque está suscetível a gastos desnecessários, levando a perca de recursos e ao desnivelamento, obtendo aqueles que não são precisos e deixando de obter aqueles necessários.

Rosa (2007, p.64) afirma que o controle interno nas instituições busca o melhor aproveitamento da empresa, tais ferramentas resguardam seus ativos contra erros ou irregularidades, não podendo, portanto, serem menosprezadas, pois seu desenvolvimento eficaz depende de seu uso de maneira correta.

Dias (2008, p.25) elenca os principais pontos que devem ser levados em consideração para que haja o controle de recursos, a saber:

Tabela 1: Pontos Principais a serem levados em consideração no controle de estoques

Determinar “o quê”

Deve permanecer em estoque: número de itens;

Determinar “quando”

Se devem reabastecer os estoques: periodicidade

Determinar “quanto”

De    estoque    será    necessário    para    um    período

predeterminado: quantidade de compra;

Receber,       armazenar       e

guardar

Os     materiais     estocados    de    acordo    com     as

necessidades;

Identificar e retirar

Do estoque os itens obsoletos e danificados.

Fonte: Dias, 2008. Adaptado

Observando a tabela é possível notar como o controle de recursos deve ser bem organizado. Saber aquilo que se tem em estoque gera a margem de segurança da empresa, direcionando a criação de um cronograma de reabastecimento para as futuras compras levando ao terceiro ponto: conhecer quanto do estoque é necessário para um período pré-determinado bem como aquilo que é necessário no momento, visto que a empresa, sendo dinâmica, poderá ter diversas mudanças em seu estoque.

O último ponto da análise de Dias é a identificação e a retiradas daqueles itens obsoletos e danificados. É praticamente impossível não haver perdas de recursos em uma empresa, logo o controle a ser empregado visa diminuir essa quantidade e controlar aquilo que não tem mais valia para retirada do estoque, evitando assim a sobrecarga e a ocupação desnecessária desse ambiente.

3.3.2. Segurança, precisão e confiabilidade dos registros contábeis e financeiros

A confiabilidade e a precisão dessas informações dos relatórios contábeis compreendem a geração de informações adequadas e claras que levem ao entendimento e a compreensão dos fatos realizados na organização, conforme menciona Bordin e Saraiva (2005):

Com relação a este objetivo, tem-se que esta precisão e confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais compreendem a geração de informações adequadas e oportunas, fundamentais no campo gerencial e administrativo, para compreensão dos fatos e eventos realizados na organização (p. 205-206)

Crepaldi (2007, p. 36) afirma que o controle interno de natureza contábil dentro de uma empresa envolve toda o corpo da organização, desde os sistemas até os métodos, os procedimentos e os empregados dos diversos setores, “com o propósito de salvaguardar o patrimônio da empresa como: bens, direitos e obrigações, além da verificação de todos os registros contábeis da empresa, a fim de avaliar se os mesmos se encontram devidamente correto”

Lorezoni e Vieira (2013, p.122) corroboram com esse pensamento, e afirmam que a análise dos documentos contábeis possibilita a detecção de falhas na rotina das empresas podendo assim nortear a escolha de quais controles poderiam ser utilizados para melhor aproveitamento dos recursos. Os mesmos autores afirmam que essa possibilidade de correção atribui aos documentos contábeis mais confiabilidade fornecendo maior segurança para as tomadas de decisões.

Em contrapartida pode-se afirmar que o preenchimento equivocado e a indevida atenção aos documentos contábeis poderão prejudicar a empresa, “as informações oferecidas pela contabilidade através de seus relatórios de certa forma ficam prejudicadas para efeitos gerencias, e para as tomadas de decisões” (OLIVEIRA, 2009. P. 15).

Attie (2000, p.119) ao falar desse tipo de controle elenca algumas medidas que possibilitam a sua realização:

a) Documentação confiável: fazer uso da documentação em tempo oportuno para registrar as transações;

b) Conciliação: buscar estabelecer a precisão e as diferenças que podem existir nas várias fontes de informação ao qual a empresa se utiliza. Possibilitando que haja equilíbrio entre as informações e buscando eliminar as pendências existentes;

c) Análise: busca compreender e identificar a composição de cada item que está sendo examinado;

d) Plano de contas: classifica a empresa a partir de uma estrutura formal de contas já existentes. O uso de manuais de contabilidade associadas ao uso das contas concede mais clareza quando da sua classificação e apresenta um cenário mais estruturado para a tomada de decisões em relação a cada conta;

e) Tempo hábil: menor espaço de tempo possível para registrar as transações do período de competência;

f) Equipamento mecânico: a utilização de equipamento mecânico visa facilitar e agilizar o registro das transações, fomentando a divisão de trabalho

O controle contábil poderá fornecer ferramentas que assegurem a tomada de decisões e gere maior confiabilidade quando da execução das tarefas da empresa. Mesmo com a necessidade do controle contábil, muitas empresas ligam os processos de contabilidade a questões fiscais e governamentais, algo que foi claramente exposto por Favero (2005, p. 14):

O controle econômico é, sem dúvida, uma das finalidades do sistema de escrituração, contudo não abrange em sua totalidade o objeto da Contabilidade. Os fenômenos relacionados com a formação dos custos, com a realização da receita, e outros que provocam variações patrimoniais, são objeto de operações de controle, mas a Contabilidade não se limita apenas a esses aspectos.

Verifica-se, portanto, que os sistemas de contabilidade abrangem um cenário muito maior, sua limitação é errônea e deve ser evitada para que a empresa usufrua de forma mais completa dos benefícios que esse controle poderá trazer para a empresa.

3.3.3. Promoção e eficiência operacional

Este ponto acaba sendo um resultado natural que deve ocorrer quando da execução dos dois pontos já apresentados de forma eficiente. Uma empresa que não se baseia nos pilares do controle interno ou o faz de forma equivocada dificilmente incorrerá na eficiência operacional, levando a empresa a gastos desnecessários, a desvios de recursos e a imprecisão dos dados levantados (MATTOS E MARIANO, 1999. p. 35).

Ainda segundo os autores (p.35), por outro lado a implementação dos controles internos encaminhará a empresa a obtenção dos seus objetivos de maneira eficaz, efetiva e eficiente.

Rezende e Favero (2004, p. 37) afirmam que a eficiência operacional também envolve a exposição das normas que cada setor tem de maneira clara e objetiva para que haja um empenho por parte de todos na execução das tarefas e demande menos tempo, pois o conhecimento das normas e das regras estabelecidas por cada setor traz mais confiança ao trabalho do funcionário, que será norteado de maneira transparente no seu serviço.

3.3.4. Encorajar o cumprimento de suas determinações

Esse objetivo do controle interno se volta especificamente para o estabelecimento das normas dos setores de cada empresa. As determinações que fundamentam as atividades de uma empresa devem ser aplicadas de acordo com a atividade designada para cada setor tendo em vista a correta execução de suas atividades.

De acordo com Floriano e Lozeckyi (2008, p. 5) as determinações de funcionamento das atividades de uma empresa devem ser guiadas pelos princípios éticos de retidão e de integridade moral dos indivíduos que compõem a estrutura da empresa; devem se ater igualmente a estrutura da empresa, sua abrangência e tipo de serviço.

Tais princípios devem ser encorajados pelos gestores para garantir que haja receptibilidade por parte dos funcionários, devendo a empresa manter o monitoramento e verificar quais pontos estão sendo cumpridos e quais não estão para posteriormente tomar as medidas cabíveis.

Oliveira e Linhares (2007, p. 162) sustenta a formalização das instruções e sua aderência da seguinte forma:

Para atingir um grau de segurança adequado, é indispensável que as ações, procedimentos e instruções sejam disciplinados e formalizados através de instrumentos eficazes, ou seja, claros e objetivos e emitidos por autoridade competente; é necessária a existência, no órgão/entidade, de sistemas estabelecidos para determinar e assegurar a observância das diretrizes, planos, normas, leis, regulamentos e procedimentos administrativos internos.

Tais diretrizes devem ser pregadas pela empresa para se tornar parte da rotina dos funcionários e evitar que procedimentos sejam realizados de maneira contrária aquele estabelecido pelas diretrizes.

4. METODOLOGIA

4.1. TIPO DE ESTUDO

Estudo de caráter bibliográfico descritivo, conforme estabelecido por Gil (2010), que descreve o trabalho bibliográfico como sendo aquele baseado em materiais já elaborados como livros, revistas, artigos e periódicos sobre o tema. O ponto principal dos trabalhos com foco na bibliografia é escolher de forma criteriosa os melhores e mais significativos artigos de uma forma mais abrangente, possibilitando o enriquecimento do trabalho considerando a ampla leitura que necessita ser realizada para sua elaboração (TRIENTA, et.al. 2014).

A pesquisa bibliográfica tem grande importância no mundo acadêmico, pois o autor realiza uma série de pesquisas que possibilita conhecer de forma aprofundada o conteúdo escolhido fazendo com que o mesmo obtenha maior discernimento, adotando uma postura científica (MARTINS E CUNHA, 2016).

Em relação ao caráter descritivo, esse tipo de estudo se volta ao conceito e posicionamento dos mais variados autores publicados em livros, revistas, periódicos, portais e outras plataformas de pesquisa que trazem em sua estrutura o conteúdo ao qual será abordado (ALBUQUERQUE JACQUES E RESKE FILHO, 2007. p. 5).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da extrema necessidade de as empresas se adaptarem ao dinâmico processo de mudanças que ocorrem diariamente, o controle interno oferece ferramentas que podem ser usadas para auxiliar e gerir os diversos setores empresariais.

Os conceitos que embasam o Controle Interno mostram que este pode e deve ser usado nas empresas independentemente da área fim, pois, devido a sua importância, se desenvolveu tendo como pilares objetivos que traduzem e fornecem essas diretrizes necessárias ao Controle organizacional; seu uso e aplicação devem ser moldados para se apresentar de uma forma que abranja os diversos setores.

Outro ponto a ser observado diz respeito ao tamanho da organização: sua capacidade de gerir recursos e a abrangência de suas atividades. Esse conhecimento levará a aplicação das ferramentas de Controle Interno adequadas à realidade de cada empresa evitando assim gastos desnecessários da entidade. Esse conhecimento não pode ser ignorado, a aplicação eficaz de uma ferramenta de controle em uma organização pode não gerar a mesma eficiência em outra, mesmo que ambas sejam do mesmo segmento.

Faz-se necessário conhecer bem cada setor bem como capacitar os funcionários para que haja sucesso nos resultados do método de Controle empregado; o Controle Interno quando mal executado pode levar a resultados não satisfatórios, além dos riscos de geração de informações erradas que levarão a tomada de decisões erradas. Nada adianta ter as ferramentas e não ter quem as domine, logo, o treinamento é essencial, devendo fazer parte do escopo da empresa quando da implementação de novas técnicas.

Devido ao seu vasto campo de atuação bem como as diversas ferramentas de controle que existem, recomenda-se que mais estudos dessa natureza sejam realizados a fim de subsidiar futuras pesquisas nessa área do conhecimento.

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Por

José Moises Rodrigues Oliveira - Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade Leão Sampaio

Raimundo Ivan Feitosa Filho - Especialista em Contabilidade Tributária pela Faculdade de Juazeiro do Norte-FJN


Publicado por: José Moisés Rodrigues Oliveira

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