A GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DE UM AEROPORTO INTERNACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NO AEROPORTO DE CABO FRIO

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1. RESUMO

Por este artigo pretende-se compartilhar informações sobre um dos mais modernos aeroportos internacionais, localizado no município de Cabo Frio, Região dos Lagos – Rio de Janeiro. Pretende-se, também, demonstrar sua importância estratégica para o desenvolvimento da região e do país. Pretende-se, ainda, apresentar previsões de melhorias para o seu pleno desenvolvimento, assim como ações capazes de tornar-se referência em infraestrutura. O artigo apresenta um breve histórico da economia da região, além dos avanços até os dias atuais e mostra qual é a participação do Aeroporto Internacional de Cabo Frio, bem como, os desafios de recursos humanos.

Palavras-chave: aeroporto – gestão – desenvolvimento econômico – recursos humanos

ABSTRACT

For this article we intend to share information about one of the most modern regional airports, located in the municipality of Cabo Frio, Região dos Lagos - Rio de Janeiro. It is intended also to demonstrate its strategic importance to the development of the region and the country. It is intended also present predictions of improvements to its full development, as well as actions that can become a reference in infrastructure. The article presents a brief history of the economy of the region, in addition to advances to the present and shows what the interest of the Cabo Frio International Airport, as well as the human resources challenges.

Keywords: airport – management – economic development - human resources

2. INTRODUÇÃO

Por sua localização privilegiada e estratégica para o ramo da logística e Offshore[1], ampla infraestrutura e enfoque na prestação de serviços, o Aeroporto Internacional de Cabo Frio tem uma boa parcela de contribuição no crescimento da cidade e vem desenvolvendo um importante papel na logística do transporte de cargas nacionais, recebendo cargas através dos diversos modais.

Possui voos regulares de passageiros para Belo Horizonte – MG, além de receber voos de Campinas – SP. O aeroporto conta ainda com voos regulares de carga dos EUA e Europa. Além de receber voos comerciais, por sua localização, transformou-se em uma importante base para o segmento Offshore, atendendo às plataformas de petróleo na bacia de Campos e de Macaé, envolvendo voos diários de helicópteros.

Hoje são 17 aeronaves em operação, que fazem, diariamente, três voos (decolagens e pousos). Estes helicópteros transportam petroleiros para as plataformas marítimas da Petrobras. Existe uma expectativa de que a movimentação aumente com a exploração do petróleo do pré-sal.

Para atender à crescente demanda a empresa Libra Aeroportos, atual administradora do aeroporto de Cabo Frio está realizando investimentos para expansão do empreendimento e já estão em andamento os projetos de construção de dois pátios de aeronaves, para asa móvel (helicópteros) e asa fixa (aviões), nova pista de táxi[2], novo terminal de passageiros para a Petrobras e nova torre de controle, com respectivos equipamentos, para atender ao mais alto padrão da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, além de áreas de armazenagem e de manuseio de cargas. Com essa ampliação novos empregos serão gerados. As obras já iniciaram e o término está previsto para 2015. A projeção é que, em cinco anos, o terminal passe dos atuais 230 mil passageiros para 800 mil.

O fortalecimento do aeroporto de Cabo Frio como hub[3] logístico propicia a atrair mais negócios para a região, além de acrescentar valor à economia e à arrecadação fiscal do estado do Rio de Janeiro.

3. CABO FRIO – UMA CIDADE MODERNA

A cidade começou a ser ocupada em 1503. A primeira área da cidade a ser ocupada foi onde hoje é o bairro conhecido como Passagem. No início da colonização, havia uma disputa entre os franceses e os portugueses pelo domínio do Pau-Brasil. Em 1575, os portugueses reuniram um forte exército, juntamente com tribos indígenas, com a finalidade de desfazer o domínio francês. Por isso, os índios Tamoios aliados aos franceses foram dizimados na região.

Em 1615, os portugueses aumentaram presença na região e fundaram a cidade inicialmente conhecida como Santa Helena do Cabo Frio, que passou a se chamar Nossa Senhora da Assunção do Cabo Frio e, posteriormente, somente Cabo Frio. Foram realizadas obras de proteção como a construção do Forte São Mateus, inicialmente conhecido como Forte de Santo Inácio do Cabo Frio.

A região de Cabo Frio passou a se desenvolver na segunda metade do século XVII, devido à facilidade de produção de sal na Lagoa de Araruama em meio a uma grave crise do sal português. O início de produção salineira provocou um impulso na economia, que começou a construir um centro urbano.

Até o século XIX, foram se desenvolvendo atividades de pesca e agricultura, embora a indústria de sal predominasse no local. Paralelo a isto, havia um grande crescimento da população.

No século seguinte, com a vinda de visitantes de todo o país, o turismo gerou um crescimento ainda mais acelerado. O fluxo de turistas em alta temporada e construção de casas contribuíram para que o território expandisse amplamente. Assim, a principal atividade econômica da cidade passou a ser o turismo, juntamente com a pesca.

A indústria do petróleo é outra fonte de renda do município, que devido a sua localização geográfica, recebe Royalties[4] desde o final da década de 90. Para apoiar este segmento, e o de turismo, foi construído o Aeroporto Internacional de Cabo Frio. Tal empreendimento representa um avanço para o desenvolvimento comercial e turístico da região.

4. AEROPORTO INTERNACIONAL DE CABO FRIO

O Aeroporto Internacional de Cabo Frio foi construído com o objetivo de desenvolver o turismo na região e foi inaugurado em dezembro de 1998, pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro em parceria com o Comando da Aeronáutica, pelo Programa Federal de Auxílio aos Aeroportos (PROFAA) e iniciou suas atividades sob a administração dos governos estadual e federal.

De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986), aeródromo é toda área destinada a pouso, decolagem e movimentação de aeronaves. [...] Aeroportos são os aeródromos públicos dotados de instalações e facilidades para apoio de operações de aeronaves e de embarque e desembarque de pessoas e cargas. (ANAC, [2014])

Em dezembro de 2000, começaram as operações aéreas regulares com voos da empresa TAM. No ano seguinte, o aeroporto foi transferido à iniciativa privada por meio de licitação, ficando em regime de concessão, com prazo de 22 anos e desde então ficou sendo administrado pela empresa Costa do Sol Operadora Aeroportuária S/A. Neste mesmo ano, foi internacionalizado, passando a receber voos charters[5] diretos da Argentina e Chile com frequência.

Em 2005, o Estado do RJ e o Governo Federal investiram R$ 35.000.000 em obras, que incluíram aumento da pista e melhoria das instalações. No mesmo período, foi firmado convênio com o Porto do Forno para operação conjunta. Assim, teve início a operação do armazém alfandegado, garantindo a capacidade operacional multimodal entre o Aeroporto de Cabo Frio e o Porto do Forno, em Arraial do Cabo. Após dois anos de obras, em 2007, foi inaugurada a nova pista com 2.560 metros e a expansão do pátio de estacionamento de aviões para mais de 30.000 metros quadrados, com a presença do presidente da república na época, Luiz Inácio Lula da Silva.

Com a conclusão da obra, o aeroporto passou a ter as condições necessárias para receber voos charters e aviões cargueiros. Sendo assim, em 2008, recebeu o seu primeiro voo charter cargueiro da Europa.

O empreendimento consolidou-se como uma importante base logística, capaz de movimentar e desembaraçar com agilidade mercadorias originadas do Brasil ou do exterior, não apenas por via aérea, como também, por rodoviária, provenientes de outros aeroportos e portos.

No ano seguinte (2009), o Terminal de Cargas foi ampliado para 60.000 metros quadrados e foi dado início aos voos cargueiros regulares vindos dos EUA. Neste mesmo ano, iniciaram os voos de helicópteros em apoio às plataformas Offshore. Um ano depois, em 2010, foi inaugurada a base de apoio de helicópteros, com a construção de um terminal exclusivo para Petrobras realizar check-in[6], briefing[7] e outros serviços.

No dia 28 de março de 2011 o aeroporto de Cabo Frio teve a sua primeira operação de exportação de carga com destino à França, passando a ser também uma plataforma de exportação.

Neste mesmo ano, a Costa do Sol vendeu 60% de suas ações para o Grupo Libra, tornando-o administrador da empresa. O Grupo preza pelo crescimento em acordo com o meio ambiente e tem como valores: agir com ética, empreender, excelência, inovar, diversidade e paixão. Na visão estabelecida pela empresa deixa claro estes valores.

Somos apaixonados pela ideia de crescer promovendo o crescimento de todos que se relacionam conosco. Acreditamos no crescimento em harmonia com o meio ambiente, que valoriza a vida, as pessoas e melhora a sociedade. É assim que queremos criar, inovar e fazer a diferença em todos os setores em que atuamos. (GRUPO LIBRA, [2014])

Em 2013, a organização fechou contrato com para receber o primeiro e único voo cargueiro regular vindo direto da Europa (Amsterdam) para o estado do Rio de Janeiro.

Em março de 2014, foi assinado pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) – Moreira Franco, o Convênio que concede o comando do Aeroporto Internacional de Cabo Frio a prefeitura do município por mais 35 anos.

4.1. LOCALIZAÇÃO

Está posicionado geograficamente a aproximadamente 140 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, 85 quilômetros de Macaé – RJ, 580 quilômetros de São Paulo – SP, 576 quilômetros de Belo Horizonte – MG e 438 quilômetros de Vitória – ES.

Situado a poucos quilômetros dos principais polos produtores de petróleo do país – Bacias de Campos e de Santos. Sua localização é um excelente diferencial logístico e garante uma maior agilidade no transporte das cargas aos seus destinos.

O aeroporto é responsável por toda a armazenagem alfandegada do Porto do Forno, que está localizado a 7 quilômetros do mesmo.

4.2. INFRAESTRUTURA                                                                          

O Aeroporto de Cabo Frio, possui a segunda maior pista de pouso do estado, com 2.560 metros por 45 metros. É muito utilizado para receber voos cargueiros destinados à indústria petrolífera. Possui um pátio para aeronaves de 30.400 metros quadrados permitindo que os maiores aviões de carga do mundo operem nele.

O Terminal de Cargas possui 60.000 metros quadrados, sendo 18.000 metros quadrados cobertos e área alfandegada 38.000 metros quadrados.  Oferece serviço de rampa[8], ágil no carregamento e descarregamento de cargas aéreas, com espaço disponível para estacionamento dos equipamentos de apoio de solo.  Capacitado para receber contêineres de todos os tipos e dimensões; disponibiliza de 3 câmaras frigoríficas certificadas pela ANVISA, além de instalações para receber containers refrigerados ou frigoríficos; possui depósito de medicamentos climatizado.

Possui dois terminais de passageiros com capacidade para 300 pessoas. Um é independente para passageiros de helicópteros destinados às plataformas de petróleo.  Oferece um amplo estacionamento, com vagas para 100 carros em média. Disponibiliza de telefone público, lanchonete, assistência médica 24 horas (com ambulância de plantão).

4.3. SETORIZAÇÃO

4.3.1. ADMINISTRAÇÃO

Setor responsável pelos assuntos administrativos do aeroporto, controle e recebimento de materiais de estoque e consumo, recebimento e arquivo de notas fiscais e documentação, como autorizações e certificados.

Tem o papel de apoio a diretoria, além de realizar o controle orçamentário, apresentação de indicadores e resolução de problemas.

4.3.2. OPERAÇÕES

O setor de operações é responsável por programar, esquematizar e fiscalizar todas as ações ocorridas no pátio das aeronaves e pista (pouso/decolagem), que envolvem equipamentos, veículos, pessoas (colaboradores, tripulação e passageiros) e aeronaves de modo a garantir a segurança das operações aéreas e a integridade da vida humana. Realiza serviços de handling[9] das empresas aéreas e arrecada as tarifas das operações aeroportuárias.

Faz diariamente inspeções no pátio das aeronaves e nas pistas de pouso/decolagem para analisar suas condições, quanto à sinalização, sujeira e integridade do asfalto, providenciando soluções, quando necessário.

As principais atividades do setor são: atendimento de rampa (carregamento e descarregamento cargas e bagagens); atendimento ao passageiro (check-in, check-out, embarque e desembarque); arrecadação tarifária; controle de dados estatísticos; inspeções e limpeza de pátio e pista e serviços prestados às aeronaves: retirada dejetos do seu interior; abastecimento com água potável; parqueamento[10]; fornecimento de energia com equipamentos geradores de energia.

Para atuar em determinadas funções do setor de operações é necessário possuir algumas certificações da ANAC, como: Abastecimento de Água Potável; Limpeza Interna de Aeronaves; Drenagem de Dejetos (QTU); Direção Defensiva; Sinalização e Parqueamento; Push Back[11]; Operador de Loader[12]; Cargas Perigosas. Todas estas certificações tem vencimento, sendo imprescindível que a empresa ministre treinamentos aos colaboradores que tem este pré-requisito para exercer suas funções na empresa.

4.3.3. SEGURANÇA

O setor de segurança é responsável pela segurança da Aviação Civil, atuando nos controles de acesso às Áreas Restritas de Segurança (ARS) do aeroporto. Para operar neste setor é necessário pessoal devidamente qualificado e capacitado, além de equipamentos de proteção contra atos de interferência ilícita a aviação civil.

Uma das funções mais contratadas pelo Aeroporto Internacional de Cabo Frio é a de APAC - Agentes de Proteção da Aviação Civil. Estes profissionais são capacitados e certificados pela ANAC para garantir a proteção da Aviação Civil. Os APAC trabalham realizando inspeção de pessoas (passageiros, tripulantes e colaboradores) que acessam a pista e em bagagens.  São responsáveis pela proteção de aeronaves estacionadas e pelo controle de acesso as áreas restritas (pátio e pista).

Para atuar em determinadas funções do setor de segurança é necessário possuir algumas certificações da ANAC, como: Curso de Operador de Raio-X; Básico em Segurança da Aviação Civil; Curso de Supervisão em Segurança da Aviação Civil; Curso de Gerenciamento em Segurança da Aviação Civil; Curso de Instrutor de Segurança da Aviação Civil; Curso de Auditor AVSEC. A maioria destes cursos tem validade, tendo que ser ministrados treinamentos periódicos para reciclagem dos colaboradores que necessitam destas certificações para exercer suas funções.

4.3.4. TECA – TERMINAL DE CARGAS

É o setor responsável pelo controle, armazenamento e integridade das cargas importadas ou destinadas a exportação que chegam ao aeroporto pelos diversos modais.

As principais atividades realizadas no setor são importação ou exportação com regimes aduaneiros, recebimento/expedição de cargas, carregamento e descarregamento de carga, despaletização[13], unitização[14] e desunitização[15] de contêineres e cargas em geral.

Para operar em determinadas funções do TECA é necessário possuir algumas certificações da ANAC, como: Direção Defensiva; Operador de Empilhadeira; e Cargas Perigosas. Todas estas certificações tem vencimento, sendo indispensável que a empresa forneça treinamentos aos colaboradores que tem este requisito para exercer suas atividades na organização.

4.3.5. EPTA – ESTAÇÃO PERMISSIONÁRIA DE TELECOMUNICAÇÕES E TRÁFEGO AÉREO

Tem o objetivo de garantir a operacionalidade, de forma responsável e segura, do tráfego aéreo no Aeródromo de Cabo Frio. A EPTA presta os serviços de controle de tráfego aéreo, serviços de informação de voo e de alerta. Possui auxílios à navegação aérea para dar suporte as aeronaves. Autoriza as operações de pouso e decolagem.

Para operar em determinadas funções da EPTA é imprescindível possuir a certificação da ANAC referente ao curso de Operador de Estação Aeronáutica.

4.3.6. COA – CONTROLE DE OPERAÇÕES AEROPORTUÁRIAS

Responsável por monitorar todo o aeroporto e é uma ferramenta importante para a segurança operacional. Coordena todos os procedimentos que deverão ser tomados em caso de emergência e fornece suporte ao setor de segurança. Acompanha todas as operações aeroportuárias através de câmeras e arquiva todas as imagens capturadas.

4.3.7. ENGENHARIA E MANUTENÇÃO

O setor de engenharia e manutenção tem como finalidade realizar obras, instalações e ou manutenções preventivas e corretivas das classificações civil e elétrica, além de ser responsável por garantir os serviços de jardinagem e limpeza em todo recinto aeroportuário, prevenindo desgastes de instalações, mobílias, pavimentos, bem como de toda vegetação, prevenindo despesas desnecessárias, preservando o meio ambiente e permitindo a ininterrupção das operações aeroportuárias dentro do estado admissível de segurança operacional estipulado nas regulamentações vigentes e normas correlatas.

Outras atividades do setor são: criar e seguir o cronograma anual de manutenção preventiva; realizar inspeções periódicas; receber e resolver ordens de serviço diariamente, vindas de todos os setores onde houver alguma necessidade de instalação ou manutenção.

Para atuar em algumas funções deste setor é necessário possuir nível técnico, como na função de eletricista, por exemplo. Para estes casos a empresa exige registro em Órgão regulamentador.

4.3.8. SCI – SEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

 É o setor responsável pelo pronto atendimento às ocorrências de emergência em todo o recinto aeroportuário atuando no serviço de prevenção e combate a incêndio, garantindo que os procedimentos previstos em legislação quanto ao salvamento, prevenção e combate a incêndio sejam cumpridos, e assim, as operações aeroportuárias não sejam interrompidas.

Para atuar em nas funções operacionais deste setor é necessário possuir um curso de CBBA – Curso Básico de Bombeiro de Aeródromo certificado pelo ILA – Instituto de Logística Aeronáutica.

4.3.9. SGSO – SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA OPERACIONAL

O SGSO é um setor que tem a missão de gerenciar as operações aéreas com efetividade e segurança, em conformidade com a legislação específica em vigor. O sistema integra todos os aspectos de segurança aplicáveis às atividades associadas (direta ou indiretamente) às operações aéreas.

O setor procura a melhoria contínua da segurança operacional, que é minimizar o risco de lesões às pessoas ou danos aos bens, mantendo em um nível aceitável, por meio de um processo de identificação de perigos e gerenciamento dos riscos.

Uma das principais atividades do setor é a orientar e conscientizar sobre a gestão de risco para todas as áreas operacionais, reduzindo os riscos e perigos em todas as atividades e o constante monitoramento das ações mitigadores do risco.

4.3.10. MANUTENÇÃO MECÂNICA

É o setor responsável pela manutenção preventiva e corretiva de todos os equipamentos operacionais do aeroporto. É dividido em área administrativa e área operacional. Sua função é cultivar equipamentos e máquinas em condições de total funcionamento a fim de garantir a produção e execução de serviços com qualidade, prevenindo prováveis falhas ou quebras dos equipamentos ou de seus componentes.

Principais atividades: realizar manutenções corretivas e preventivas; alcançar soluções apropriadas de manutenção para todos os equipamentos do sítio aeroportuário; receber e executar ordens de serviços (mecânicos, lanternagem, hidráulicos, pneumáticos, soldagem, serralheria e pintura industrial); identificar e separar os materiais necessários para realização dos serviços; criar requisições de compras dos materiais necessários para realização dos serviços; controle de almoxarifado de materiais relacionados às atividades do departamento; criar e alimentar indicadores, trabalhando para o cumprimento das metas estipuladas ao setor.

4.3.11. TI – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

É o setor responsável por administrar e manter a gestão da informação do complexo aeroportuário através de dispositivos, sistemas e equipamentos, de forma armazenar dados e gerar informações para tomada de decisão.

Sua missão é acrescentar valor ao negócio através da mais moderna tecnologia e processos para reduzir os custos do negócio e reduzir riscos organizacionais.

4.4. RH – RECURSOS HUMANOS

É o setor responsável por recrutar e selecionar candidatos a vagas de emprego que estejam abertas nas diversas áreas no aeroporto. O setor cuida das questões humanas, como resolução de conflitos e definições de salários e benefícios.

Tem a missão de treinar todos os colaboradores de acordo com as necessidades e controlar certificados e validade dos mesmos, além de motivar os funcionários.

4.5. INVESTIMENTOS E MELHORIAS PREVISTAS

O investimento que partiu de um objetivo de desenvolver o turismo regional poderá alavancar um dos maiores empreendimentos do Estado, pois o Governo do Estado está prestes a liberar uma verba de R$ 100.000.000 para a realização de obras de ampliação.

Entre as mudanças programadas, está o aumento do pátio de aviões cargueiros. Serão construídos 65.000 metros quadrados de área que vai permitir o estacionamento simultâneo de quatro aeronaves de grande porte. O pátio dos helicópteros também passará pelo processo de ampliação, com um aumento de 66.000 metros quadrados. Sendo assim, o número de voos diários de helicópteros, que hoje são 17, aumentará para 42. Estas obras tem previsão de serem concluídas em três anos.

O objetivo é transformar o aeroporto em um empreendimento âncora e desenvolver na região um grande centro privado de logística aeroportuária para diversas empresas, principalmente para as que trabalham com transporte de cargas do setor offshore.  (SOARES, 2013)

Além das obras citadas acima, estão previstas obras de construção de duas pistas destinadas a helicópteros, ampliação do pátio de aeronaves, sinalização horizontal e painéis de sinalização luminosa do Aeroporto Internacional de Cabo Frio.

O aeroporto está sendo preparado para receber voos durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

5. MOVIMENTAÇÃO NA ECONOMIA DA CIDADE

Nos últimos anos, Cabo Frio firmou-se como uma alternativa para a movimentação de cargas aéreas na região Sudeste. Ganhou importância como base logística para importações de equipamentos da indústria de óleo e gás.

Nos últimos cinco anos houve um aumento superior a 177% no volume e superior a 300% no valor em dólares das cargas processadas. Durante o período de 2005/2010, o terminal de cargas movimentou cerca de 61.000 de toneladas, no valor aproximado de US$ 2 bilhões, gerando R$ 226,5 milhões em ICMS para o Estado do Rio de Janeiro. (CABO FRIO JB NEWS, 2013)

Embora seja conhecido como um polo de carga, o aeroporto também é uma porta de entrada de turistas e empresários que desembarcam no local em busca de investimentos na Região dos Lagos.

Em reportagem, o prefeito do município de Cabo Frio, Alair Correia, disse que a ampliação do aeroporto já está provocando reflexos na economia, com a construção de novos hotéis e reforço na receita da cidade.

Outro dos planos da empresa é criar um condomínio logístico e industrial em área de 2,5 milhões de metros quadrados vizinha ao aeroporto e que pertence à Companhia Nacional de Álcalis.

O Aeroporto Internacional de Cabo Frio teve um crescimento de 65% em volume de cargas de 2008 para 2009, o que resultou em um faturamento de R$ 40 milhões, apesar da crise mundial. Em 2007, a receita bruta do aeroporto era de pouco mais de R$ 9 milhões. Em 2008, a cifra aumentou para R$ 14,5 milhões, chegando aos R$ 40 milhões no ano passado, mais do que o dobro do ano anterior. Em volume, foram transportadas 15,7 mil toneladas em 2009, contra 9,5 mil toneladas em 2008. Também em 2009, o aeroporto movimentou, em carga, mercadorias no valor de US$ 525 milhões, o que gerou uma receita tributária de R$ 157 milhões. (META CONSULTORIA E COMUNICAÇÃO, [2013])

6. DESAFIOS DE RECURSOS HUMANOS

Em uma cidade de médio porte com um aeroporto de padrão internacional com suporte para receber os maiores cargueiros do mundo, fazem-se necessários o recrutamento, a seleção e o treinamento de mão-de-obra, capacitando-a para as mais diversas funções exigidas em um aeroporto de padrão internacional.

Devido à precariedade do ensino brasileiro, existe a dificuldade de encontrar candidatos que tenham a preparação adequada para preencher vagas em diversos cargos específicos de um aeroporto. Além disso, em Cabo Frio, uma cidade de interior, os moradores parecem não ter interesse em se qualificar. Trabalhador mal qualificado leva mais tempo para desempenhar as suas tarefas. A empresa gasta mais tempo e dinheiro para produzir.

Então, como recrutar um candidato que tenha as qualidades mínimas exigidas para exercer a função para a qual ele está sendo contratado, em uma cidade de médio porte, sem mão-de-obra qualificada?

Para o perfeito desenvolvimento dos serviços aeroportuários e por ser regulado pela ANAC, o setor de recursos humanos necessita capacitar os profissionais com determinados treinamentos que são fundamentais para cada setor, pois de acordo com as atividades exercidas, alguns setores precisam ter certificações específicas.

O modal aéreo é um importante indutor da alavancagem do crescimento econômico, uma vez que permite o eficiente escoamento produtivo e a viabilização do turismo nacional, importantes geradores de divisas para o País. O setor de aviação carece de regulação, basicamente, por duas razões: uma de natureza técnica e outra econômica.

A razão de natureza técnica diz respeito à exigência de que as operações aéreas (tanto em terra como no ar) cumpram requisitos rigorosos de segurança e treinamento da mão-de-obra. Na ausência de regulamentação e fiscalização, a segurança e o treinamento poderiam ser de nível inadequado, colocando em risco a vida de passageiros e trabalhadores. (ANAC, [2014])

A dificuldade de se encontrar mão-de-obra qualificada tem afetado muitas empresas. Para o sucesso das empresas, é necessário investir na capacitação com qualidade de seus colaboradores. Treinar é a palavra chave para os que almejam sucesso, e muitas organizações já contam com planejamentos e programações especiais, focadas em suas necessidades, para construir equipes preparadas e atualizadas. Para isso, é necessário realizar, além de tudo, um planejamento orçamentário, pois na maioria das vezes a empresa precisará investir financeiramente para realizar um treinamento eficaz, ou a empresa deverá liberar um ou dois funcionários exemplares de suas atividades rotineiras, para que estes realizem os treinamentos de outros colaboradores, replicando conhecimento, sendo mais econômico para a empresa.

Quanto ao planejamento do treinamento, para CHIAVENATO (2002) este é uma decorrência do diagnóstico das necessidades e que geralmente os recursos colocados à disposição, estão relacionados com a problemática diagnosticada.

MILKOVICH e BOUDREAU (2000) destacam ainda que um sistema eficaz e constante de planejamento e avaliação do treinamento é essencial para assegurar o retorno adequado do investimento realizado.

Em sua maioria, as empresas contratam o trabalhador para exercer determinadas funções, onde ele fará diversos tipos de tarefas. Por falta de mão-de-obra qualificada, muitas vezes o recrutador contratará o candidato que tem capacidade para exercer determinadas funções, mas terá dificuldades em exercer outras. Por isso, segundo CHIAVENATO (2010), é necessário realizar um levantamento das necessidades de treinamento que a organização apresenta. Estas necessidades nem sempre são claras.

Necessidades de treinamento são as carências de preparo profissional das pessoas, ou seja, a diferença entre o que a pessoa deveria saber e fazer e aquilo que ela realmente sabe e faz. Significam um descompasso entre o que deveria ser e o que realmente é. Uma necessidade de treinamento é uma área de informação ou habilidades que um indivíduo ou grupo precisa desenvolver para melhorar ou aumentar sua eficiência, eficácia e produtividade no trabalho. (CHIAVENATO, 2010, p. 373)

 Assim que forem identificadas as necessidades de treinamento, a organização deverá providenciar tal qualificação para que sejam sanadas as dúvidas e dificuldades de desenvolvimento, tornando- se um benefício para os funcionários, para a empresa e principalmente para os clientes. Caso contrário, representará desperdício de tempo e/ou financeiro.

As organizações devem se atentar para realizar treinamentos nas áreas de seus interesses e dos colaboradores. Será perda de tempo e de dinheiro treinar um colaborador para uma área que não é a que ele atua.

Para que o treinamento se torne realmente eficiente, deverá ser um processo racional que obedeça a uma programação geral que interesse aos empregados e à empresa concomitantemente. (CHIAVENATO, 1999, p. 51)

Investir em treinamento é ferramenta estratégica no desenvolvimento organizacional e para que o treinamento seja eficiente, eficaz e efetivo é necessário um planejamento bem elaborado de acordo com o que se pretende.

Porém, a qualificação do profissional, e consequentemente, experiência em alguma área, prepara o empregado para o mercado e, nesse momento, a retenção da mão-de-obra qualificada passa a ser um grande desafio. Todo o investimento realizado inicialmente, na capacitação destes profissionais, pode ser perdido devido ao turnover[16].

A retenção passa a ser um ponto de atenção para a área de recursos humanos, que pode promover incentivos, como plano de cargos e salários e promoções.

7. CONCLUSÃO

Projetado para estimular o desenvolvimento do turismo na região e aumentar a receita do município – gerando emprego e renda para a população, o aeroporto superou todas as expectativas, tornando-se uma importante base de apoio logístico às operações Offshore de petróleo e gás, além de ser alternativa adequada para as cargas com destino a Região Metropolitana do estado, por estar localizado entre a cidade do Rio de Janeiro e Macaé.

Com capacidade inicial para atender aeronaves do porte Boeing 737/30 e inaugurado com uma pista de 1.700 metros por 30 metros, o aeroporto foi reestruturado para atender as maiores aeronaves, como Boeing 747/300 (Jumbo), tendo sua pista ampliada para 2.560 metros por 45 metros.

Pode-se afirmar que o empreendimento foi e, ainda é fundamental para o desenvolvimento da economia da região por se tratar de uma das empresas que mais empregam na região, com um quadro de mais de 200 funcionários.

A dificuldade de se encontrar mão-de-obra qualificada tem afetado muitas empresas. Para o sucesso das organizações, é necessário investir em capacitação com qualidade de seus colaboradores. Por isso, o Aeroporto Internacional de Cabo Frio preza pela qualificação de seus funcionários, disponibilizando treinamentos constantes e oferecendo, assim, um serviço de qualidade, contribuindo para o crescimento da empresa.

Com o intuito de preparar os jovens candidatos da região ao entorno, o aeroporto de Cabo Frio possui programas sociais, como o “Libra Cidadania”, projeto que recruta jovens potenciais de comunidades carentes e disponibiliza de um curso de auxiliar administrativo, juntamente com ajuda de custo aos alunos para possivelmente no futuro oferecer-lhes uma vaga de emprego na empresa.

A companhia conta também com um projeto que auxilia financeiramente os colaboradores a investirem em capacitação profissional externa, como um curso de graduação ou pós-graduação. Neste projeto, a organização reembolsa o colaborador 50% da mensalidade do curso, incentivando-o a crescer com a empresa. Projetos assim valorizam os funcionários e os motivam a se qualificar para oferecer serviços de excelência.

Pensando no crescimento de seus colaboradores, o Grupo Libra implantou no aeroporto de Cabo Frio um plano de cargos e salários. Além de possuir um projeto chamado “Novos Caminhos”, onde disponibilizam vagas, priorizando a promoção de seus colaboradores ao invés de realizar contratações externas para cargos de responsabilidade.

A empresa entende que é importante investir em qualificação de seus profissionais para que cada vez mais a empresa possa crescer em excelência, contribuindo com a visão da organização, de crescer promovendo o crescimento de todos que se relacionam com o Grupo, por isso estabeleceu uma meta anual de que deverá ser oferecido para cada colaborador no mínimo 24 horas de treinamento em áreas correlacionadas às suas respectivas atividades e recentemente criou um programa chamado “Academia Libra”, que se trata de um sistema de gestão da aprendizagem dos colaboradores, o programa promove treinamento para desenvolvimento contínuo de seus funcionários nas áreas críticas de interesses do Grupo e para a gestão do conhecimento organizacional.

8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

CHIAVENATO, Idalberto – Gestão de Pessoas - 3ª ed. – Rio de Janeiro: Elsever, 2010.

CHIAVENATO, Idalberto – Recursos Humanos. 7ª ed, São Paulo Atlas, 2002.

CHIAVENATO, Idalberto – Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos: como incrementar talentos na empresa – 4ª ed. – São Paulo: Atlas, 1999.

MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, John W. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.

MATERIAL DA INTERNET

ARAÚJO, P.R. G1 Região dos Lagos. Publicado edital para ampliação do Aeroporto de Cabo Frio: Secretaria estadual de Transportes vai usar recursos do Programa Federal de Auxílio aos Aeroportos. Rio de Janeiro, fev.2014. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/publicado-edital-para-ampliacao-do-aeroporto-de-cabo-frio-11663956#ixzz2xGaYe4Uq>. Acesso em: 11 jun. 2014.

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[1] Termo utilizado para designar atividade de empresas de exploração petrolífera que operam afastadas da costa.

[2] Área destinada à movimentação de aeronaves em solo.

[3] Designação dada a aeroportos que são os principais centros de operações de voos comerciais.

[4] Compensação financeira devida ao Estado pelas empresas concessionárias produtoras de petróleo e gás natural no território brasileiro.

[5] Voo fretado por operadoras de turismo. Normalmente para rotas que não estão nos planos de voos repetitivos.

[6] Registo e verificação de um viajante e da sua bagagem antes de uma viagem de avião, num cruzeiro ou afim.

[7] Reunião em que são dadas informações e instruções aos passageiros para explicar sobre voo que irão fazer.

[8] Serviços de apoio a aeronaves com equipamentos próprios, como escada, esteiras, etc.

[9] Atendimento de rampa e passageiros.

[10] Sinalização e orientação para o estacionamento de aeronaves.

[11] Equipamento de apoio para rebocar um avião para fazer algum tipo de manobra em local de pouco espaço.

[12] Equipamento que auxilia na retirada de cargas do avião.

[13] Retirada da carga do palete;

[14] Ato de unificar, colocar em um mesmo volume ou local, diversas cargas, valores ou informações;

[15] Operação inversa a unitização.

[16] Rotatividade de pessoal. Demissões e contratações em determinado período.


Publicado por: Caroline Vargas de Araujo Moreno

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