Redação do texto científico
Notadamente, quando se trata do ato de redigir, nunca é demais relembrarmos o conceito de texto. Tal termo, que por sua vez é originário do latim, cujo significado se revela por tecido, trama, entrelaçamento, torna-se materializado pelo trabalho de tecer, entrelaçar ideias. Com base nesse pressuposto, afirma-se que a redação do trabalho científico consiste na expressão, ora materializada e documentada, dos resultados oriundos de uma dada investigação. Para tanto, ela deve ser elaborada, analisada, fundamentada e estruturada de forma objetiva, clara e precisa.
Dessa forma, quando o assunto versa sobre a escrita, é essencial que o emissor sempre se paute por alguns princípios básicos, tais como, “o quê”, “para quê” e “para quem” escrever. Em se tratando desse último aspecto, o enfoque principal se encontra nele – o interlocutor –, haja vista que dele depende a perfeita compreensão do discurso, pois somente assim a interlocução será efetivada.
Tais princípios estabelecem uma relação intrínseca com outros, não menos importantes. Um deles diz respeito à relevância temática, uma vez que, entre as várias possibilidades temáticas existentes, há sempre aquelas que trarão maiores benefícios à sociedade de modo mais expressivo. Saber delimitá-lo é também de extrema relevância, uma vez que se faz necessário que o pesquisador tenha clareza suficiente para restringi-lo, caso contrário pode correr o risco de se perder em meio a assuntos paralelos.
Partindo para a prática, segue como passo inicial o chamado esboço de todo o trabalho a ser realizado. Nesse sentido, tem-se a redação provisória, cujo momento é ainda de elencar ideias, elaborar novas propostas, acrescentar e/ou suprimir pensamentos, enfim, trata-se de uma fase de experimentação, de ajustes, procurando chegar à fase posterior – que é a redação definitiva.
Realizados esses procedimentos, passemos a ela. Assim sendo, como se trata de um discurso oficial, definitivo, ocorre que toda uma estruturação deve ser rigorosamente obedecida, tendo em vista as partes que delimitam o texto expositivo-argumentativo, ou seja, introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução, tomada em seu sentido literal, representa o início do discurso, da enunciação, cuja finalidade deve se pautar por atrair a atenção do leitor, de modo a situá-lo no assunto sobre o qual irá discutir. Caberá também a tal parte explanar acerca deste assunto, definir suas reais contribuições para o ser humano e para a sociedade; exaltar os objetivos que se espera do trabalho realizado, além de apresentar as partes estruturais que comporão o trabalho.
O desenvolvimento compreende a explanação das ideias propriamente ditas, associada à fundamentação lógica e cuidadosa destas. Como todo texto cuja finalidade discursiva se atém à argumentação acerca de determinado assunto, eis que o objetivo da referida parte é tão somente expor e demonstrar. Assim, numa atitude puramente descritiva, o emissor propõe o que irá provar, procurando explicar, discutir e demonstrar ideias, as quais culminam na etapa final – demarcada pela conclusão.
A conclusão sintetiza as ideias antes abordadas. Trata-se da amarração de todos os posicionamentos assumidos pelo emissor, antes expressos no desenvolvimento, bem como revela as consequências e inferências a que o enunciador pôde chegar mediante sua busca. Enfim, materializa todo o fecho do discurso.
Torna-se interessante ressaltar também acerca de dois outros importantes aspectos: tendo em vista o caráter que norteia o texto em questão, é essencial que o emissor disponha dos conhecimentos relativos às normas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), as quais conferem cientificidade suficiente ao discurso ora abordado. Outra questão diz respeito ao rigor documental, pois no intuito de dar credibilidade ao texto, fazer uso desse rigor é, sobretudo, atribuir maior veracidade às informações prestadas.
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte
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