Escrita da dissertação ou da tese: como proceder?

A escrita da tese ou da dissertação, ainda que desafiadora, materializa-se de forma plena quando bem planejada
A escrita da tese ou da dissertação, ainda que desafiadora, materializa-se de forma plena quando bem planejada

O contexto em que porventura se encontra um(a) pós-graduando(a) parece se contornar de alguns desafios muitas vezes demarcados por questionamentos, insegurança, medo, falta de competências necessárias (compreendendo que competências em tudo se assemelha com conhecimento), indecisões, entre muitos outros aqui inviáveis de serem descritos na íntegra.

Como casos ilustrativos acerca dos “tais” questionamentos, podemos começar apontando acerca da ligeira confusão que se manifesta em muitas “cabecinhas” sobre a diferenciação que se deve atribuir à dissertação e à tese, as quais, não raras as vezes, concebem-se sob um grande e tortuoso equívoco. Assim, norteados por tal ocorrência é que propomos levar até você algumas considerações de cunho relevante, no sentido de que esses embaraços se desfaçam vez por todas. Para tanto, convidamo-lo(a) a estabelecer novamente um pouco mais de contato com o texto  “Dissertação e tese – traços que as definem”   e se certificar de alguns pormenores com os quais precisa se interagir.

De posse deles, o “território” parece aos poucos se tornar mais habitável, bem como as dificuldades vão ganhando conotações um pouco mais amenas, sobretudo porque essa é a nossa maior intenção, partindo do princípio de que as orientações aqui explanadas realmente poderão fazer toda a diferença. Como instância primeira, apontamos para a necessidade de desmitificar acerca do fato de que todos os passos a serem seguidos devem, necessariamente, obedecer a uma ordem sequencial, haja vista que essa é uma ideia que representa uma realidade passível de ser questionada, dada a flexibilidade que se atribui ao pós-graduando de iniciar por aquela parte cuja afinidade é maior, ou seja, aquela parte que representa maior interesse segundo os objetivos a que se propõe. Agindo mediante esse instinto de autonomia, as ideias irão fluir de modo natural, e você, com a habilidade que paulatinamente é conquistada, irá encaixá-las nos respectivos capítulos, criados daí em diante.

Outro procedimento, também recomendável, diz respeito ao fato de que, encontrando-se nesse patamar, possivelmente deve ter apresentado um projeto de pesquisa. Assim, tendo-o como subsídio, comece voltando um olhar mais apurado para a metodologia da qual fez uso para construí-lo, começando a partir dos tempos verbais, antes expressos no futuro, obviamente que se apresentarão no passado. Como iniciativa maior, não há como duvidar de que o procedimento mais cabível é ir fazendo os ajustes necessários, aprimorando, acrescentando, sempre tendo em vista aquilo que realmente se desenvolveu durante o trabalho, sobretudo na parte prática. Pegando esse gancho, os demais procedimentos podem a ele se assemelhar, ou seja, o mesmo processo pode ser feito com a problematização e a revisão da literatura, e assim por diante.

Tomada no seu sentido literal, a conclusão (ou considerações finais) precisa realmente “finalizar” tudo, sendo que esse finalizar deve se revestir daquilo que ficou, daquilo que se conquistou mediante os objetivos cumpridos. Caso contrário, tudo não passará de uma reafirmação dos resultados alcançados – o que simboliza um procedimento recorrente, acredite. Dessa forma, muitas das vezes é preciso que se dê tempo ao tempo, isto é, que haja um afastamento de tudo aquilo que no momento está sendo produzindo, para que em ocasiões seguintes haja uma retomada de todos os processos. Muitas vezes esse distanciamento permite ao autor certa liberdade para que novas ideias, novos voos sejam alçados rumo, quem sabe, à conexão da pesquisa ora em questão com demais áreas, o que não significa nada improdutivo.


Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

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