Relatório de estágio supervisionado clínico: abordagem cognitivo comportamental

1. INTRODUÇÃO

O presente relatório sistematiza o processo de estágio Supervisionado clínico I, com abordagem cognitiva comportamental, realizado no Centro de Psicologia Aplicada no Iles Ulbra de Itumbiara – GO. O estágio foi supervisionado pela Psicóloga e Professora Carina do Carmo Couto.

As atividades desenvolvidas foram/serão: Atendimentos individuais de pessoas na lista de espera e que já tinham passado por sessões no CPA e/ou pessoas que aguardam na lista de espera e aguardam atendimento inicial no CPA (Clínica de Psicologia Aplicada).

O estágio foi organizado de forma que tivesse um atendimento e uma supervisão para que os estagiários sempre fossem para o atendimento com orientações necessárias, essas supervisões ocorreram em grupos e individuais ministradas pela professora Carina do Carmo, para que houvesse discussão do que já foi estudado em teoria e suas aplicações na prática. Foram feitos estudos dirigidos em casa, na própria clínica e biblioteca, além de livros para leitura, foram feitos estudos de testes e escalas (conforme necessidade) para aplicações durante os atendimentos.

A prática clínica é uma das modalidades de estágio supervisionado, obrigatório, oferecida aos estudantes de psicologia na graduação para a obtenção do título de psicólogo. O estágio clínico constitui um importante elemento da formação acadêmica do aluno de Psicologia para o futuro exercício da profissão. Conhecer a experiência do estudante neste processo e sua relação com a supervisão é relevante para compreender sua formação.

O presente relatório tem o objetivo de retratar a minha trajetória durante o estágio. Relato a caracterização e as vivências comuns ao grupo de estágio, além das opiniões oriundas de vários momentos de troca e discussões a respeito das experiências vividas. E, individualmente, registro os aspectos mais singulares da minha vivência.

2. Objetivos do Estágio Supervisionado I:

O Estágio de Formação Profissional visa coerência e integração com as ênfases do Curso de Psicologia e também a articulação de maneira eficiente entre teoria e prática. Busca-se coerência e continuidade entre o que se passa em sala de aula e nas atividades desenvolvidas na prática do aluno.

O estágio Supervisionado I foi desenvolvido no Centro de Psicologia Aplicada no Iles Ulbra de Itumbiara – GO.

As atividades desenvolvidas foram/serão: Atendimentos individuais de pessoas na lista de espera e que já tinham passado por sessões no CPA e/ou pessoas que aguardam na lista de espera e aguardam atendimento inicial no CPA (Clínica de Psicologia Aplicada).

A abordagem utilizada foi/será a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, o estágio foi/será organizado de forma que tivesse um atendimento e uma supervisão para que os estagiários sempre fossem para o atendimento com orientações necessárias, essas supervisões ocorreram/ocorrem em grupos e individuais ministradas pelo professor da disciplina, para que houvesse discussão do que já foi estudado em teoria e suas aplicações na prática. Foram/serão feitos estudos dirigidos em casa, na própria clínica e biblioteca, além de livros para leitura, foram/serão feitos estudos de testes e escalas (conforme necessidade) para aplicações durante os atendimentos.

Podem-se caracterizar os objetivos do Estágio Supervisionado Específico como: agenciar a integração e complementação dos conhecimentos teórico-práticos com a aplicação das diversas áreas de atuação da psicologia em situações de exercício profissional; propiciar condições de vivenciar a passagem do papel de estudante para o de profissional; possibilitar reflexão sobre a postura ética e profissional; favorecer integração com o mercado de trabalho; prestar serviços de natureza psicológica à comunidade externa e interna da cidade de Itumbiara e região, excetuando os alunos do Curso de Psicologia; identificar oportunidades de desenvolvimento científico-tecnológico através de informações geradas por sua prática; propiciar meios e instrumentos facilitadores de pesquisa; promover e facilitar a participação de seus membros em atividades comunitárias e científicas.

2.1. Apresentação da instituição

Há mais de quatro décadas, a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) zela pelo ensino de qualidade nos níveis fundamental, médio, profissionalizante e superior no país. O início foi na educação de base, quando a primeira escola foi fundada, em Canoas (RS), no ano de 1911. Já com o ensino superior, a Instituição iniciou suas atividades com as Faculdades Canoenses, criadas em 1972. Efetivamente, como universidade, está desde 1988, quando foi decretada sua criação, tendo seu reconhecimento pelo Conselho Federal de Educação ocorrido um ano depois, em 1989.

A partir dos anos 80, a Ulbra expandiu sua ação educacional para fora dos limites do Rio Grande do Sul, instalando desde então unidades em seis municípios do Norte e Centro-oeste do Brasil, o que a caracterizou como multicampi.

A partir de 2003, inova no ensino superior e se torna uma das pioneiras na educação a distância, ofertando cursos de graduação em ambiente virtual de aprendizagem próprio. Esse processo surge como uma consequência de seu movimento pela educação de qualidade e formação de um profissional empreendedor.

Atualmente, a Ulbra atua com a estrutura de educação superior presencial e a distância, com a rede de escolas de educação básica e com as emissoras de rádio e televisão, as quais dão suporte ao ensino. Em 2014, a mantenedora da Ulbra passou a ser a Aelbra, a qual impulsiona a missão da Instituição em desenvolver, difundir e preservar o conhecimento e a cultura pelo Ensino, a Pesquisa e a Extensão.

2.2. Centro de Psicologia Aplicada - CPA

O Centro de Psicologia Aplicada -CPA, funciona como uma espécie de clínica-escola do curso de graduação em Psicologia do ILES/ULBRA Itumbiara. No local são desenvolvidas atividades de ensino, pesquisa, extensão, estágios curriculares e voluntários, todos ligados às áreas de Psicologia Educacional, Psicologia e Processos Clínicos e Psicologia e Processos de Gestão.

A estrutura o Centro de Psicologia Aplicada conta com dois banheiros, uma recepção com secretária, uma sala da coordenação técnica, uma sala de aula, uma sala de observação do Comportamento Humano, uma sala de testes psicológicos, uma sala de supervisão, um espaço para atendimento infantil, duas saletas de atendimento em grupo, cinco consultórios de atendimento individual e um almoxarifado.

O Centro de Psicologia Aplicada também oferece consultas psicológicas para crianças, adolescentes, adultos e idosos, bem como presta serviços a instituições da comunidade de Itumbiara e proximidades.

A função básica do CPA no Estágio Supervisionado Básico:  favorecer a integração entre supervisores e alunos; facilitar a inserção do aluno nos diversos atendimentos; receber e arquivar os relatórios de pesquisa; controlar a carga horária do estágio e os graus conferidos aos relatórios; proporcionar supervisão das pesquisas realizadas; receber, avaliar e arquivar os relatórios de pesquisa.

3. Descrição dos atendimentos

3.1. ESTUDO DE CASO 1

Identificação do paciente

Nome: R.D.C

Idade: 47 ANOS

Data nascimento: 12/11/1974

Sexo: FEMININO

Estado Civil: CASADA

3.1.1. Demanda e Motivo da Consulta

A paciente quem procurou a Clínica CPA, com queixa relacionadas ao seu casamento. A mesma diz passar por problemas conjugais a algum tempo.

3.1.2. Atendimentos Realizados

ATENDIMENTO 1 de R.D.C

Data: 17/03/2021

Hora: 14:00 horas

Essa sessão teve como objetivo, fazer as apresentações pessoais e do programa, informar a paciente sobre o processo, como iriam decorrer as sessões e os fins que se pretendiam para tal.  

Foi aplicada a anamnese, para que fosse possível conhecer um pouco o sujeito, as informações bases, a sua história desde o nascimento até ao momento, que são dados importantes para avaliação psicológica.

No decorrer da entrevista de anamnese, a paciente se mostrou bastante emotiva, houve momentos em que tivemos que fazer pausas para que a mesma conseguisse se recompor de suas lagrimas.

A mesma compartilhou diversas demandas relacionadas ao seu relacionamento, onde já havia tempo que está passando por essas situações de traição, humilhação, vergonha e hoje ela percebe que não precisa vivenciar esse histórico, levantando assim outra demanda, relacionado a autocuidado, autoestima.

Respeitando o momento e o tempo da paciente, não foi possível concluir a anamnese.

ATENDIMENTO 2 de R.D.C

Data: 25/03/2021

Hora: 14:00 horas

Na segunda sessão a paciente chegou com uma aparência mais calma. A mesma disse que conseguiu conversar com o marido para tentar uma reconciliação, e o mesmo aceitou, reinando assim um ambiente de paz no lar, onde decorreu o equilíbrio emocional da paciente.

Foi trabalhado nesse dia um questionário de perguntas sobre a Classificação de problemas e também um teste para avaliar o relacionamento da mesma. Em suas respostas nos questionários, a paciente sempre demostrava raiva e tristeza ao falar sobre seu cônjuge. Na maioria de suas respostas eram levadas ao maior nível de classificações ruins, por exemplo:

Terapeuta: “R.D.C, em uma classificação de 0 a 5 onde 0 é pouco e 5 é altíssimo, quanto você o seu esposo”

Terapeuta: “Nível de comunicação?”

R.D.C:  “01, não conversamos e nem sabemos conversar um com o outro.”

Terapeuta: “Forma de resolver conflitos?”

R.D.C:   “01, meu marido não sabe resolver as coisas.”

Neste dia foi sugerido que a paciente convidasse seu cônjuge para fazer terapia de casal.

ATENDIMENTO 3 de R.D.C

Data: 31/03/2021

Hora: 14:00 horas

Como exposto no atendimento 2, foi sugerido que a paciente sugerisse para seu marido a terapia de casal, a mesma chegou na sessão e disse ter conversado com o marido, mas que não houve resposta, e então ela não insistiu.

Com a não resposta do marido, a paciente levantou algumas questões sobre duvidas, em relação a permanecer ou não no relacionamento. Foi orientado que não tomasse nenhuma decisão permanente onde há emoções temporárias. A mesma concordou e assim demos sequência na anamnese.

ATENDIMENTO 4 de R.D.C

Data: 07/04/2021

Hora: 14:00 horas

Neste dia iniciamos a sessão com uma longa conversa, onde a mesma expos que não consegue manter um diálogo com o marido, mesmo após a reconciliação. Foi utilizado então a técnica da cadeira vazia. Essa técnica tenta reproduzir um encontro com uma situação ou pessoa, de modo a dialogar com ela e, assim, entrar em contato emocional com o evento, podendo aceitá-lo e dar-lhe uma conclusão. A técnica foi bem executada e o objetivo da mesma era que a paciente conseguisse reproduzir da mesma forma com o seu cônjuge.

No mesmo dia foi abordado também sobre autoestima, pois como mencionado no segundo atendimento e também foi possível observar a paciente estava um pouco abatida e desaminada quanto a ela mesma.

Foi feito então uma dinâmica onde a paciente mencionava em algumas folhas de papeis as qualidades que ela via nela mesma, e após escrever R.D.C reproduzia as qualidades escritas na frente do espelho, falando para si mesma como ela se via e que decide não aceitar menos do que aquelas qualidades destacadas por ela mesma nos papeis.

A mesma agradeceu pela dinâmica e disse que estava se sentindo melhor, mais importante e valorizada. 

ATENDIMENTO 5 de R.D.C

Data: 14/04/2021

Hora: 14:00 horas

A paciente chegou para a quinta sessão dizendo que durante a semana conseguiu conversar com o marido e que a dinâmica da cadeira vazia a auxiliou muito para que ela pudesse conversar com ele. Houve uma discussão de ambas as partes decorrente a ciúmes e insegurança no relacionamento, mas que a mesma conseguiu contornar a situação. Ela viu a oportunidade de falar com o cônjuge sobre a terapia de casal novamente e o mesmo se comprometeu a procurar a CPA para iniciar sua terapia.

Como na última sessão foi demostrado de maneira pratica com a dinâmica da cadeira vazia, como a paciente poderia chegar no seu parceiro para conversar, houve a necessidade de iniciarmos a psicoeducação com o auxílio do texto “Assertividade: o que é e por que é útil e como aprender?”, onde foi possível através dele trabalhamos sobre os seguintes temas, Auto-afirmação, Capacidade de defender direitos legítimos,  Capacidade de expressar opiniões pessoais, Capacidade de fazer e recusar pedidos; Expressar sentimentos positivos, Capacidade de fazer e receber elogios, Capacidade de expressar afectos positivos,  Capacidade de iniciar e manter conversas; Expressar sentimentos negativos, Capacidade de expressar afectos negativos legítimos; Conhecimento dos próprios direitos;

E assim finalizamos essa sessão.

ATENDIMENTO 6 de  R.D.C

Data: 28/04/2021

Hora: 14:00 horas

Como mencionado na sessão 5, foi sugerido a paciente que utilizasse no seu dia a dia a assertividade, e assim foi feito. A mesma chegou para a 6° sessão muito alegre, compartilhando que tem vivido dias bons e de paz com a família e acredita que seja decorrente ao marido ter iniciado a terapia  também. Continuamos com o texto da assertividade e fizemos uma dinâmica onde a paciente concordava com tópicos relacionados a limites dentro de um relacionamento, sendo o que ela acredita que pode ou não aceitar dentro dele.

ATENDIMENTO 7 de R.D.C

Data: 05/05/2021

Hora: 14:00 horas

Após a 6° sessão, as situações familiares ruins acabaram. A paciente continua muito alegre, a mesma comentou sobre diversas atividades de lazer compartilhadas com a família durante a semana, e diz que houve uma melhora significativa, acreditando assim que continuara bem com seu cônjuge, se o mesmo continuar na terapia.

Iniciamos nesse dia o “Caderno do Eu”, onde a paciente conta experiências de sua vida e nele recebe dicas sobre autocuidado e autoestima.

O proposito seria utilizar o caderno durante as próximas sessões, mas essa foi a ultima terapia que a mesma compareceu, sendo assim desligada do tratamento psicológico por falta.

3.2. ESTUDO DE CASO 2

Identificação do paciente

Nome: A.G.T

Idade: 10 ANOS

Data nascimento: 02/07/2011

Sexo: FEMINNO

Estado Civil: SOLTEIRA

Profissão do pai: EMPRESARIO

Profissão da mãe: NÃO TEM CONTATO

3.2.1. Demanda e Motivo da Consulta

O caso foi encaminhado pelo Pai, com queixa de dificuldades de aprendizagem e concentração na hora da execução de atividades.

3.2.2. Atendimentos Realizados

ATENDIMENTO 1 de A.G.T

Data: 07/04/2021

Hora: 15:00

Essa sessão teve como objetivo, fazer as apresentações pessoais e do programa, informar ao Pai sobre o processo, como iriam decorrer as sessões e os fins que se pretendiam para tal.

Explicou-se o pai da criança o objetivo que seria de a acompanhar durante seis meses o caso da filha e se estivesse de acordo. Depois disto pediu-se a mãe que pronunciasse sobre o assunto, dando a sua opinião e decisão, dando sequência a sessão, conforme consentimento do Pai, foi pedido para que o mesmo assinasse o TERMO DE CONSENTIMRNTO E AUTORIZAÇÃO PARA O ATENDIMENTO INFANTIL.

Foi aplicada a anamnese infantil, para que fosse possível conhecer um pouco o sujeito, as informações bases, a sua história desde o nascimento até ao momento, que são dados importantes para avaliação psicológica.

ATENDIMENTO 2 de A.G.T

Data: 14/04/2021

Hora: 15:00

No segundo atendimento pude ter o meu primeiro contato a paciente, para que pudéssemos nos apresentar e nos conhecer, realizei uma atividade com a mesma que consistia em fazer desenhos respondendo algumas perguntas elaboradas por mim, como por exemplo:

“O que você acha que vai fazer na terapia?”

“O que você mais gosta de fazer?”

“O que você não gosta de fazer?”

“O que você mais ama nesse mundo?”

A paciente se mostrou bastante interessada na atividade, gosta muito de conversar e sempre antes de desenhar, me contava sobre o que iria fazer no papel. Seus desenhos demostra sempre muita alegria, com cores vivas e alegres.

ATENDIMENTO 3 de A.G.T

Data: 24/04/2021

Hora: 15:00

A paciente chegou para atendimento bastante alegre, foi proposto ser contato a estória do livro “Porque vou a terapia? ”, para crianças. Quando uma criança chega na terapia, muitas vezes tem dificuldade de entender o que é um terapeuta e o que será feito naquele espaço. Por vezes acredita que aquele espaço é meramente recreativo ou pode até entendê-lo como algo assustador em função de que ali serão abertas suas intimidades e dificuldades. "Porque vou à Terapia? ”: Crianças entendendo a terapia cognitivo-comportamental" ajuda o terapeuta, a família e a própria criança a dar significado a um momento que é recheado de novidades e que pretende auxiliar no sentido de reduzir o sofrimento de todos envolvidos. O livro, além de trazer material explicativo, também se propõe a ser interativo. A criança é estimulada a escrever sobre o seu processo fazendo conexão com aquilo que a história oferece. O material pode ser lido em etapas, de forma que cada parte seja trabalhada com a criança a partir de suas próprias vivências, sentimentos, pensamentos e comportamentos.

A partir da leitura do livro, fizemos pinturas e as atividades propostas no texto, sempre levando na linguagem e no nível de entendimento da paciente, a mesma soube explicar de maneira clara o que entendeu do livro, até a parte onde paramos. Não finalizamos em uma sessão.

ATENDIMENTO 4 de A.G.T

Data: 28/04/2021

Hora: 15:00

Neste dia demos continuidade na historia “Porque vou a terapia”, e assim a mesma realizou os desenhos e escreveu conforme solicitado no livro. Após a finalização da leitura, ela me explicou o que entendeu. Não percebi nenhuma dificuldade em compreender e em se expressar.

ATENDIMENTO 5 de A.G.T

Data: 05/05/2021

Hora: 15:00

Iniciamos o 5° atendimento abordando um assunto delicado vivenciado por ela em seu contexto familiar. A mesma me mostrou sempre muito aberta para falar sobre diversas situações ruins que já viveu, e também sobre situações que tem vivenciado em sua casa. Ela disse ter muita confiança na terapia, por isso estava abrindo seu coração, falou de sentimentos e sobre coisas que não conseguia perdoar. Conversamos a sessão inteira sobre esses assuntos, eu deixei que ela desabafasse, orientei a mesma sobre todos os assuntos abordados e ao finalizar a sessão, a paciente disse que se sentia mais leve.

ATENDIMENTO 6 de A.G.T

Data: 09/06/2021

Hora: 15:00

Houve uma pausa nos atendimentos devido a contaminação do Covid-19, na qual testei positivo.

A paciente retornou para a sessão dizendo que sentiu muita falta e estava cheia de novidades relacionadas a sua família, deixei que a mesma falasse e desabafasse. Ela contou sobre situações de brigas vivenciadas na sua casa, com seu pai e sua madrasta, mas que já estava tudo resolvido entre eles.

Após sua fala, foi aplico o teste TEACO-FF e também o teste AC. Os testes mencionados não são aplicáveis em crianças, mas apliquei para que pudesse ter uma percepção melhor a respeito da desenvoltura da mesma, pois na anamnese seu pai questionou que a paciente tem muita dificuldade para raciocinar.

Os testes não serão corrigidos, pois a finalidade da aplicação não eram para obter resultados estatísticos. Mas os resultados obtidos através da observação foi positivo, não houve nenhuma dificuldade.

ATENDIMENTO 7 de A.G.T

Data: 16/06/2021

Hora: 15:00

Dando continuidade na aplicação de atividades para observar o raciocínio da paciente, foi aplicada neste dia uma brincadeira chamada “O jogo dos pontos”, onde é preciso muita concentração para obter os resultados positivos no final do jogo.

A paciente não demostrou dificuldade e obteve resultados positivos no jogo, vale ressaltar que a mesma não tinha conhecimento do jogo antes de ser aplicado na sessão.

3.3. ESTUDO DE CASO 3

Identificação do paciente

Nome: M.F.D

Idade: 47 ANOS

Data nascimento: 02/03/1974

Sexo: MASCULINO

Estado Civil: CASADO

3.3.1. Demanda e Motivo da Consulta

O paciente foi encaminhado pela esposa R.D.C, a mesma faz atendimentos psicológicos com demanda do casamento e foi sugerido a psicoterapia de casal com atendimentos separados.

3.3.2. Atendimentos Realizados

ATENDIMENTO 1 de M.F.D

Data:14/04/2021

Hora:16:00

Essa sessão teve como objetivo, fazer as apresentações pessoais e do programa, informar ao paciente sobre o processo, como iriam decorrer as sessões e os fins que se pretendiam para tal.

O paciente deixou bem claro que só iniciou a terapia porque a esposa sugeriu, porque não via nenhuma necessidade de fazer terapia de casal, alegando que sozinho consegue administrar tudo o que acontece entre ele e a esposa. Em todos os momentos o mesmo jogou algumas perguntas sobre a terapia de sua esposa e em todos os momentos era esclarecido que a teria dela assim como a dele, era individual, onde não cabia passar informações para ele e nem mesmo a sessão dele para ela.

O paciente demostrou muita dificuldade em se abrir verdadeiramente, apesar de contar toda sua história de casado, surgia sempre em um tom de sarcasmo, como por exemplo:

Paciente M.A: “Eu cometi muito erros com minha esposa, mas o que adianta eu falar essas coisas aqui se ela já te falou tudo? ”

Terapeuta: “Gostaria de ouvir a sua versão nos acontecimentos que serão compartilhados por você, a sua terapia é individual e sua”

Paciente M.A: “Haja paciente para ficar estudando as mesmas coisas duas vezes, eu acredito que errei, mas que o problema esteja nela”.

Foi possível perceber a soberba em muitas de suas falas, demostrando ser uma pessoa muito bem-sucedida e autossuficiente, sem precisão de um psicólogo ou terapia de casal.

ATENDIMENTO 2 de M.F.D

Data: 28/04/2021

Hora: 16:00 horas

No segundo contato com o paciente demos continuidade na anamnese. Dessa vez, o paciente estava mais aberto para fazer a respeito de si mesmo e levantou a demanda de ansiedade, depressão e pensamentos suicidas. O mesmo não acredita que seu quadro pode ser mudado pois já convive assim por muitos anos, mas orientei que continuasse na terapia para um melhor avanço.

Foi passado para o paciente no fim da sessão o “Acalme-se”, como atividade de casa, após a explicação.

ATENDIMENTO 3 de M.F.D

Data: 05/05/2021

Hora: 16:00 horas

Começamos a sessão abordando assuntos relacionados a ansiedade, insônia e depressão. O paciente disse não ter praticado as técnicas passada na sessão anterior. Realizei duas dinâmicas com o mesmo, que consistia em contar como se trabalha a ansiedade social e a outra era as consequências de uma ansiedade não trabalhada. Foi possível observar que a dinâmica 2 apresenta um resultado alto para todas as consequências da ansiedade, pois o paciente alega sentir a maioria delas.

 O mesmo chegou com pensamentos que é difícil superar suas crises e se ajuda nessas questões, mas mediante a conversa que tivemos relacionadas do tema em questão, e atividades desenvolvidas, ele mudou sua percepção.

Foi passada outra técnica de relaxamento para casa e foi pedido para que ele fizesse para melhor andamento da terapia.

3.4. ESTUDO DE CASO 4

Identificação do paciente

Nome: Y.H.S

Idade: 05 ANOS

Data nascimento: 02/05/2005

Sexo: MASCULINO

Estado Civil: SOLTEIRO

Profissão da mãe: Do lar

3.4.1. Demanda e Motivo da Consulta

A mãe da criança procurou atendimento psicológico na CPA, para o mesmo, com queixa e dificuldade na linguagem e fala.

3.4.2. Atendimentos Realizados

ATENDIMENTO 1 de Y.H.S

Data: 24/04/2021

Hora: 08:30

A primeira sessão marcada com os pais, nesse caso a mãe, foi realizada com o intuito de informar a mesma sobre o processo.

Foi uma sessão de apresentação desde o pessoal ao profissional, de explicação ao programa do estágio e as razões do encaminhamento da criança. Depois isso foi solicitado a mãe para dar a sua opinião e não só, se ela concordasse e aceitasse que o seu filho tivesse acompanhamento psicológico. Ela mostrou-se logo de início interessada e disposta a acompanhar o filho, pelo que o feedback por parte dela foi positiva, realçando que seria de estrema importância para o filho, pois com a ajuda psicológica ele conseguiria treinar e falar com mais facilidade. Posto isso, após a discussão dos trâmites do atendimento, deu-se início a anamnese infantil, para que fosse possível conhecer um pouco o sujeito, as informações bases, a sua história desde o nascimento até ao momento, que são dados importantes para avaliação psicológica.

ATENDIMENTO 2 de Y.H.S

Data: 29/04/2021

Hora: 08:30

Na segunda sessão pude ter o primeiro contato com a criança, e logo de início já foi possível perceber a sua dificuldade com a fala. Como era o nosso primeiro encontro, deixei que o mesmo ficasse bem à vontade na sala infantil e que pudesse brincar com o brinquedo que ele escolhesse, e então ele escolheu brincar de boliche, pega vareta e dama.

Por ser muito pequeno, ele não tinha muito conhecimento com as brincadeiras, mas ele gosta de brincar da maneira dele.

ATENDIMENTO 3 de Y.H.S

Data: 08/05/2021

Hora: 08:30

No meu segundo contato com o paciente, foi proposto ser contato a estória do livro “Porque vou a terapia? ”, para crianças. Quando uma criança chega na terapia, muitas vezes tem dificuldade de entender o que é um terapeuta e o que será feito naquele espaço. Por vezes acredita que aquele espaço é meramente recreativo ou pode até entendê-lo como algo assustador em função de que ali serão abertas suas intimidades e dificuldades. "Porque vou à Terapia? ”: Crianças entendendo a terapia cognitivo-comportamental" ajuda o terapeuta, a família e a própria criança a dar significado a um momento que é recheado de novidades e que pretende auxiliar no sentido de reduzir o sofrimento de todos envolvidos. O livro, além de trazer material explicativo, também se propõe a ser interativo. A criança é estimulada a escrever sobre o seu processo fazendo conexão com aquilo que a história oferece. O material pode ser lido em etapas, de forma que cada parte seja trabalhada com a criança a partir de suas próprias vivências, sentimentos, pensamentos e comportamentos.

A partir da leitura do livro, fizemos pinturas e as atividades propostas no texto, sempre levando na linguagem e no nível de entendimento do paciente, o mesmo soube explicar do jeito dele, de forma simples, o que entendeu do livro.

Após a leitura, explicação ele não quis fazer as pinturas, e então paciente ficou livre para brincar nos brinquedos da sala infantil.

ATENDIMENTO 4 de Y.H.S

Data: 12/06/2021

Hora: 08:30

Neste dia, já pude iniciar o processo de treino de linguagem com o paciente. Foi utilizado na sala infantil o material de contar estórias em fantoches e também a cortina de contar estórias.

Por meio dos materiais disponíveis e mencionados acima, coloquei o paciente sentado próximo ao cenário de teatro e utilizei aninais de estimação, tanto impressos como também ursos de pelúcia, para que o paciente pudesse ter mais facilidade para compreender quais eram os animais que apareciam ao decorrer da estória.

Dei início ao contando história com os animais, sempre usando uma linguagem simples e infantil, o paciente identificou todos os animais mostrados durante a apresentação. Instrui ao paciente, sempre que falasse o nome dos animais, falasse alto e de forma lenta, para que eu pudesse observar quais as letras que o paciente tinha mais dificuldade para falar.

Por ser um paciente infantil, é possível perceber que ele perde bastante a linha de raciocínio, e até mesmo se cansa com facilidade das dinâmicas propostas, sempre querendo brigar com os brinquedos oferecidos na sala infantil, mas sempre retomo a atenção do mesmo para a atividade proposta, ressaltando que se houver comportamento e participação, poderá realizar outras brincadeiras no final.

Nesta sessão pude perceber também que o paciente não é alfabetizado e isso dificultaria bastante no processo de desenvolver a linguagem, pois o mesmo não reconhece quais são as letras que tem mais dificuldade.

ATENDIMENTO 5 de Y.H.S

Data: 19/06/2021

Hora: 08:30

Antes de iniciar a 5° sessão com o paciente, chamei a mãe na sala para que pudesse mostrar a ela a dificuldade da linguagem decorrente a não alfabetização da criança.

Mostrei para a mãe que seria proposto fazer atividades com o Alfabeto, desenhos e pontilhados, par que assim o paciente conhecesse as letras e que eu pudesse identificar com mais facilidade quais eram as letras que o mesmo tinha mais dificuldade na hora de falar, além de passar atividades para casa, para que houvesse treino e me auxiliasse durante as sessões. A mesma concordou e assim demos início ao processo de aprendizagem das vogais, iniciando nesta sessão com as Letras A e E. Sempre levando juntamente com as letras imagens que associasse com as vogais, para que ele pudesse repetir qual imagem se tratava.

ATENDIMENTO 6 de Y.H.S

Data: 30/06/2021

Hora: 16:00

Pude perceber que o paciente fez as atividades passadas para casa e conseguiu com facilidade se lembrar das letras trabalhadas na última sessão e em casa.

Demos continuidade no processo, dessa vez com as letras I e O, utilizando além das atividades imprimidas, também o quadro branco.

O paciente concluiu o que foi pedido e utilizou dos minutos finais para brincar na sala infantil.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estágio Básico em Psicologia Clínica, realizado durante o primeiro semestre do ano de 2021, me ajudou a construir uma base sólida de conhecimentos que em períodos anteriores eram apenas expectativas de minha parte.

A oportunidade de conhecer um pouco mais a rotina do processo clinico me ajudou a compreender o quão importante se faz o processo das entrevistas iniciais e o atendimento continuo.

As orientações dadas pela supervisora Carina do Carmo Couto, que permitia a discussão, correção e entendimento de todos os casos estudados, foram de suma importância para o enriquecimento de meus conhecimentos, obtendo da supervisora todo o suporte necessário para meu aprendizado prático e teórico.

Houve de minha parte grande empenho por conhecer, discutir e compreender os casos relatados e acredito que os relatos discutidos em supervisão e a singularidade de cada um me proporcionaram grandes oportunidades de aprendizado, o que descrevo como de suma importância para meus futuros estágios.

Acredito que o ideal proposto pela disciplina tenha sido alcançado com a realização dos objetivos propostos no início do semestre que eram o de trazer embasamento para o início do atendimento clínico que se realizará no próximo semestre (Estágio em Psicologia Clínica I) e aprimorar meus conhecimentos para uma futura prática profissional na área de psicologia clínica.

Foi muito gratificante contribuir para o bem-estar e desenvolvimentos pessoal, familiar e social dos pacientes atendidos no âmbito das consultas psicológica e as pessoas envolvidos na dinâmica do meu estágio.

5. Referências Bibliográficas

Amaral, V.L.A.R. (1999). Novos desafios na formação do psicólogo na área da saúde. Em: R.R. Kerbauy (Org.) pp. 03-09. Santo André: ARBytes Editora.

Banaco (2005). Sobre comportamento e cognição: Aspetos teóricos metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitiva, V. 3 (p. 1-5) São Paulo: Editora Arbytes.

Basso, L & Wainer, R. (2001) Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, Vol. 7, Nº1 , em: http://www.rbtc.org.br/detalhe_artigo.asp?id=138

Powell, V., Abreu, N., Oliveira, I. & Sudak, D. (2008) Terapia cognitivocomportamental da depressão, em : http://www.scielo.br/pdf/rbp/v30s2/a04v30s2.pdf