Psicossomática e Sexualidade

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA PSICOSSOMÁTICA
REGIONAL SÂO PAULO (ABMP)

MARIA IZABEL LABRUCIANO TONELLI
DR. DEOCLECIO TONELLI

MONOGRAFIA

PSICOSSOMÁTICA E SEXUALIDADE

SÃO PAULO
2008

PSICOSSOMÁTICA E SEXUALIDADE

Monografia apresentada à diretoria do Curso de Formação em Psicossomática como requesito parcial para a obtenção do título de Especialista em Medicina Psicossomática, sob orientação da Prof.ª M.s. Maria Aparecida Mello

SÃO PAULO
2008

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos professores da ABMP-SP, que possibilitaram nossa formação ética e científico-profissional, ao longo destes anos de convívio.
Agradecimentos especiais a Maria Rosa Spinelli, Solange Lopes de Souza e alguns colegas que nos estimularam e incentivaram a prosseguir para a conclusão deste curso.

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho à ABMP-SP e, em particular, aos professores.

RESUMO

Neste contexto, o estudo tem o objetivo de identificar como um fenômeno clínico que se expressa no corpo, que se projeta em uma doença psicossomática e sua relação com a sexualidade. Pretende-se analisar como a psicossomática é um referencial para compreender os valores e significados da sexualidade na vida da pessoa, avaliar como os traumas e fracassos podem evoluir para doenças psicossomáticas contribuindo para distúrbios funcionais e apontar as abordagens em psicossomática na história emocional relacionada à sexualidade. A metodologia do estudo centrou-se na pesquisa bibliográfica e exploratória com autores e textos especializados sobre a relação entre Psicanálise e Psicossomática. Os resultados demonstram que o paradigma médico tradicional não leva em consideração os fenômenos psicossomáticos que afetam a saúde ou a integridade física quando fatores psicológicos desempenham qualquer papel, incluindo aí as predisposições aos acidentes corporais e as falhas do sistema imunológico de uma pessoa. Desta forma, a medicina não trata de forma global o ser humano, na medida em que seus procedimentos de tratamento são realizados apenas com base no homem físico, rejeitando os fenômenos inconscientes que são complexos e poderão ter o poder de desencadear doenças. Os objetivos do estudo foram satisfatórios quanto aos resultados na medida em que comprovou através da visão de vários autores a relação entre os fenômenos psicossomáticos e as doenças relativas ás neuroses atuais que possuem um foco na psiconeurose.

PALAVRAS-CHAVE: Psicossomática, Psicanálise, Sexualidade, Doença.

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
1. 1 A VISÃO PSICOSSOMÁTICA 4
1.2 Conceito de Psicossomática 4
1.3 Psicossomática: A influência de fatores psiquicos e as manifestações físicas 6
1.4 Uma análise do paradigma biomédico ou medicina ocidental tradicional 17
2. A VISÃO PSICOSSOMÁTICA DOS TRAUMAS E DOENÇAS RELACIONADOS A SEXUALIDADE 22
2.1 Estudos Teóricos de Base Psicanalítica 22
3. Objetivo 31
4. CONCLUSÃO 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32

1. INTRODUÇÃO

Psicossomática e Sexualidade

Na realização de um estudo sobre sexualidade e Psicossomática, faz-se necessário compreender a Psicossomática e como o termo rompe a divisão corpo/organismo para reconstituir um conjunto biológico unindo psique e somatizações que concentram abordagens diversas e que contemplam a visão Psicossomática e sistêmica da Sexualidade. A abordagem psicanalítica sob o enfoque freudiano oferece as condições para compreender a estrutura da sexualidade humana sob o ponto de vista da etiologia de certas neuroses.

Neste contexto, o estudo tem o objetivo de identificar como um fenômeno clínico que se expressa no corpo, que se projeta em uma doença psicossomática e sua relação com a sexualidade. Pretende-se analisar como a psicossomática é um referencial para compreender os valores e significados da sexualidade na vida da pessoa, avaliar como os traumas e fracassos podem evoluir para doenças psicossomáticas contribuindo para distúrbios funcionais, apontar as abordagens em psicossomática na historia emocional relacionada à sexualidade.

Justifica-se a realização do estudo com base no pressuposto de que a Medicina Psicossomática possui os fundamentos para compreender as relações mente-corpo dando destaque a explicações psicológicas da patologia somática, uma proposta de assistência integral e uma transcrição, para a linguagem psicológica dos sintomas corporais, que busca perceber o doente submerso em sua construção simbólica particular, em que a doença é apenas mais um componente necessário ligado à sexualidade humana.

A Psicossomática tem seus pilares assentados, sobre os conhecimentos da Fisiologia, Psicologia Social, Patologia Geral, Psicologias Dinâmicas (notadamente, a Psicanálise) sendo portanto um estudo interdisciplinar que envolve o conhecimento de outras áreas.

A motivação para a escolha do tema se reflete no reconhecimento de que a psicossomática valoriza a subjetividade humana, a história de vida das pessoas e sua relação com emotividade e a afetividade. Portanto, o tema envolve inúmeros processos humanos que se estabelecem e marcam profundamente o ser humano como a família, o ambiente cultural e as representações sociais.

O ser humano como ser dinâmico e holístico com o mundo, tem importante papel nas relações interpessoais e intra-pessoais em suas relações e, nelas desenvolve seu papel de cidadão participando efetivamente da vida social, cultural e política no meio no qual está inserido. Neste contexto, o ser humano não está isolado, mas em constantes relações com o meio.

A saúde, a doença e os processos de cura são construções sociais e representações que se incorporam em quadro complexo que envolve fatores biológicos, socio-econômicos, culturais, psicossociais e religiosos, que influenciam nas suas atitudes face à doença e aos processos de cura.

Assim, compreende-se que a doença e a cura, se vistas como uma inter-relação psicológica do ser, tem suas representações dimensionadas na forma de cura ou de dificuldades de reverter os processos da doença, quando se tratam também de traumas infantis que envolvem a vivência da sexualidade.

Assim como tantos outros conceitos e expressões sofreram distorções importantes, e que infelizmente se familiarizaram, o conceito Psicossomático também sofreu, como se tivesse tornado em uma panacéia universal.

Existe um grande número de significados e tendências na psicossomática, o que revela a possibilidade de se estabelecer um estatuto preciso e definitivo para o conceito Psicossomático.

Levando em conta esta possibilidade, a Psicossomática é a tentativa viva e concreta de se estudar o ser humano de uma forma integral, persistindo sempre o maior dos desafios: “o efetivo encontro do ser humano consigo próprio e com o outro” que representa a sexualidade.

Sabe-se que o mundo circundante é percebido de forma diferente pelos seres vivos, assim também o é sentir-se doente. Cada indivíduo vive de forma própria o seu mundo, através da dinâmica mental que constrói a partir da realidade externa, ou seja, segundo sua história de vida.

O estudo está formado por dois capítulos e as considerações finais. Na parte introdutória apresenta-se uma visão geral do estudo a partir das tendências, do problema, objetivos geral e específico, justificativa e relevância do tema.

O primeiro capítulo apresenta uma visão geral da visão psicossomática.

1.1 A VISÃO PSICOSSOMÁTICA

1.2 Conceito de Psicossomática

Mello Filho (1992) considera que a Psicossomática tem como objeto de estudo as relações entre a estrutura psicológica e as doenças que afetam o corpo e, a inter-relação entre mente/corpo para compreender o sentido da doença.

Perestrello (1983) avalia que a Psicossomática tem a função de relacionar a vida emocional com o surgimento das doenças, buscando a sua inter-relação com com a psique humana.

Como a doença é um estado que tem como foco uma perturbação de órgãos e células é preciso identificar os tipos de doenças que poderão ser causadas pelo estado emocional e psicológico, além de processos inconscientes e intra-psíquicos, especialmente os que são oriundos da sexualidade humana. Segundo Silva (2003, p.2):

“Os sintomas mais básicos que aparecem envolvendo fatores sexuais revelam a brutalidade do fator sexual para a vida humana quando aquele aparece como um problema. Nela, encontramos sintomas como cefaléias, prisões de ventre e outros que decorrem de uma atividade sexual não satisfatória segundo Freud (1898), como por exemplo, o excesso de masturbação. Há também na neurose de angústia sintomas de natureza diversa, como distúrbios respiratórios ou cardíacos, diarréias e congestões, os quais aparecem quando há uma deflexão da libido de sua aplicação satisfatória, a qual Freud (1895) encontrou de forma mais objetiva e fatual no coito interrompido. Na hipocondria não se verificam sintomas somáticos concretos; contudo, ela concerne a uma experiência de ordem também corporal, como a nosofobia (medo de ficar doente), ligada aos sintomas da neurose de angústia.”

Lewis (1988) aponta que os estudos em psicossomática demonstram que os sinais das doenças no corpo poderão ser uma reação que é o caminho para o equilíbrio físico, psíquico e emocional.

Desta forma, a psicossomática contribui para a cura e a prevenção de futuras doenças, pois estimula a reflexão da vida do indivíduo como um todo no tocante às doenças somáticas que surgem, tendo como fator etiológico os aspectos mentais.

A evolução da medicina psicossomática vem contribuindo para a compreensão da doença a partir de um enfoque psicossocial, a partir da situação existencial (física ou psíquica). Ballone (2001) considera que grande parte das doenças adquiridas pelo ser humano é resultado de seus relacionamentos desequilibrados com o mundo.

Nesse contexto, essa visão impõe uma reflexão sobre os sentimentos humanos e como as emoções têm poder de trazer efeitos maléficos e benéficos sobre a saúde. O enfoque terapêutico da psicossomática envolve um profundo refletir sobre as formas de compreender a doença e os efeitos emocionais da vida sobre a pessoa.

Estudos de base psicossomática apontam a influência dos fatores psíquicos nos distúrbios físicos, no estado psicológico da pessoa e o papel do meio externo, particularmente o meio social como reflexo na doença.

Assim, compreende-se que há uma influência no estado de saúde do corpo em relação com o psiquismo da pessoa sendo possível investigar os possíveis fatores psíquicos influentes nos eventos da doença.

Portanto, entende-se que qualquer ser humano ao saber que está doente, sente os reflexos emocionais e afetivos da doença. Nesse caso, o ser doente poderá se sentir invadido por reações psíquicas que podem prejudicar o estado da doença e desfavorecer o processo de cura que poderia ser possível ou, até mesmo, o tempo de recuperação.

Assim, compreende-se que a doença e os processos de cura são construções sociais, resultantes de um processo complexo que integra fatores biológicos, socio-econômicos, culturais e psicossociais que permeiam o contexto da história de vida das pessoas e que exercem marcada influência nas suas atitudes face à doença e aos processos de cura.

O modelo convencional da medicina sistêmica apresenta uma visão reducionista da saúde e doença já que, em seu modelo, não coexistem no processo terapêutico a enorme gama de questões que demonstram a correlação entre cura e o estado emocional.

1.3 Psicossomática: A influência de fatores psiquicos nas manifestações físicas

Esse processo que envolve um eixo problematizador como a relação indivíduo/sociedade, é fundamental para ser refletida pelos profissionais de saúde como questão que diz respeito à importância da inserção das ciências sociais na saúde coletiva.

Estudos de base psicossomática apontam à influência dos fatores psíquicos nos distúrbios físicos no estado psicológico da pessoa e o papel do meio externo, particularmente o meio social como reflexo na doença.

Assim, compreende-se que há uma influência no estado de saúde do corpo em relação com o psiquismo da pessoa, sendo possível investigar os possíveis fatores psíquicos influentes nos eventos da doença.

Estudos de Soucasaux (2007) na área de psicossomática com várias pacientes, permitiram constatar que as doenças que ocorriam no útero feminino desencadearam importantes fatores psíquicos.

Nesse órgão especificamente existe um forte poder psicossomático, devido à sua intrínseca relação simbológica com a natureza feminina. As doenças no ovário alteram significativamente a imagem da mulher perante si e os outros. Portanto, afetam psicologicamente a mulher, na medida em que envolvem uma extensa rede de interações fisiológicas, anatômicas e psíquicas.
Soucasaux (2007) adverte sobre essa relação semiótica que precisa ser considerada na totalidade do tratamento de doenças na ginecologia. Segundo o autor, deve-se considerar que a mulher apresenta uma infinidade de traços muito peculiares que exigem uma compreensão mais profunda de seus problemas, sendo necessário um enfoque psicossomático para permitir a totalidade.

Os ovários femininos têm na concepção de Soucasaux (2007):

“Os caracteres anatômicos, fisiológicos e psíquicos da mulher interagem entre si, e como essa totalidade complexa se reflete na problemática ginecológica. Não são apenas partes ou fragmentos isolados do corpo da mulher que exigem a atenção do profissional, mas sim o todo do feminino, a sua totalidade somatopsíquica.”

Desse modo, a prática da Ginecologia deve abranger não só a Medicina e a Biologia, como também a Psicologia e a intrincada relação mente-corpo. Considerando-se que as doenças somáticas e seus sintomas conceituam o fenômeno de conexão a que atribui o sentido de expressão simbólica de conflito.

Neste sentido, a doença psicossomática se reverte de conflitos internos, relativos à conexão de conflito existente por ser esse órgão uma simbologia de fertilidade da mulher. Portanto, quando as doenças psicossomáticas atingem a mulher é necessário uma visão muito mais próxima da reflexão filosófica e metafísica e, portanto, mais globalizante ou holística.

O enfoque mais importante para contemplar as necessidades femininas no concernente ao quadro de saúde reprodutiva deverá considerar de forma global os aspectos bio-psico-sociais, buscando as melhores formas de manutenção da confiança no binômio médico-paciente.

Rosas (2006, p. 2) considera que “a prática clínica da tocoginecologia deverá necessariamente passar por uma interação médico-paciente baseada em uma comunicação empática, respeitando a dignidade da mulher”, sua condição e capacidade de tomar suas próprias decisões, seguindo os princípios básicos da bioética.

É nesse sentido que, atualmente, a medicina psicossomática vem ganhando espaço entre os profissionais da área médica, porque tanto a abordagem preventiva quanto curativa, considerando seu corpo somático, seu funcionamento psíquico e sua realidade social, busca o estabelecimento de conexões psicossomáticas através do exercício da interdisciplinaridade.

Daí, os desafios do tratamento terapêutico que envolve uma multidisciplinaridade nos tratamentos de certas doenças ginecológicas. Soucasaux (2007, p. 2) adverte para a necessidade de uma:

“Abordagem integrada da totalidade somatopsíquica da mulher com os detalhes específicos dos órgãos e sistemas típicos do sexo feminino, também baseado no estudo morfológico, funcional, simbólico e arquetípico dos órgãos sexuais da mulher.”

Assim, compreende-se que a medicina tradicional e os meios da tocoginecologia não conseguem apreender a realidade da representação simbólica e do arquétipo representado pelos ovários, assim como as construções simbólicas e mitológicas entremeadas nas vivências femininas. Ainda segundo Soucasaux (2007, p. 3):

“A trajetória biológica de tudo o que no corpo da mulher é caracteristicamente feminino é determinada pela trajetória biológica dos ovários ao longo da vida, uma vez que eles são as fontes básicas dos estrogênios - os principais hormônios da feminilidade ao nível somático.”

A compreensão que nos remete é de que existe uma relação simbólica que situa a natureza feminina e os ovários na medida em que representa uma visão de sua feminilidade.

Portanto, entende-se que qualquer ser humano ao saber que está doente sente os reflexos emocionais e afetivos da doença. Nesse caso, o ser doente poderá se sentir invadido por reações psíquicas que podem prejudicar o estado da doença e desfavorecer o processo de cura que poderia ser possível ou mesmo o tempo de recuperação.

Neste contexto, a doença e a cura estão intrinsecamente ligadas ao fenômeno humano e psicológico, portanto, fatores internos do psiquismo do indivíduo, como o estado de depressão ocasionado pelo isolamento imposto pelas características da doença, as frustrações, baixa estima, traumas e desgostos, podem desencadear as chamadas doenças da alma.

Pode-se afirmar que algumas pessoas se sentem infelizes e tomam atitudes negativas perante a vida, que são esboçadas quando o indivíduo se encontra em um estado de doença do corpo que aflige o estado psíquico.

Os progressos da medicina oficial e a introdução das ciências sociais e humanas favoreceram para que a doença e o indivíduo passassem a ser vistos pela medicina antropológica de forma humanizada o que favoreceu a compreensão da saúde, da doença, dos processos de procura de saúde e das terapêuticas. Embora ainda se verifiquem práticas que necessitam ser revistas e refletidas sobre a humanização das doenças e seus reflexos na cura.

Considerando-se que conforme Jeammet (1989, p. 205) “um fator psicológico interveniente, não de modo contingente, como poderá ocorrer em qualquer afecção, contribuindo essencialmente à gênese da doença, como as ações que impõe isolamento ao ser doente e fatores estressores como um ambiente mórbido ou demasiadamente silencioso e apático”. Assim, o ser doente é também um ser psíquico, social e cultural.

A visão da doença como fator somático apresenta uma ação integrativa e enriquecedora do conhecimento profissional sobre a saúde, além de constituir um paradigma de uma forma de pensar do ser humano que privilegia a interação terapêutica profissional humanizadora da transição para a saúde que considera o homem como um ser dinâmico plenamente envolvido na natureza, sociedade e na cultura.

Conforme Geertz (1983, p. 113) “o enfoque psicossomático relativo à doença tem uma relação com a visão antropológica da doença que implica, de um lado, analisar a doença como um elo entre mente e corpo na relação entre razão e sentimento, historicamente formulados e intrinsecamente relacionados a esta”.

Assim, a antropologia admite plenamente as relações mente e corpo, com ênfase na explicação psicológica da patologia somática, numa proposta de assistência integral e alternativa e uma transcrição para a linguagem psicológica dos sintomas corporais.

Mas, certamente, os mesmos guardam semelhanças o que permite identificar parâmetros comuns entre os pacientes psicossomáticos, como: dificuldades de descrever emoções ou mesmo senti-las e possuem segundo alguns autores, o tipo de estrutura de pensamento neurótico, frente por exemplo a perdas emocionais. Neste momento, frente a essas perdas e a impossibilidade de lidar com tais afetos há o empobrecimento do Ego e a vulnerabilização, desta forma, do soma.

Castro (2007) aponta que a Psicossomática como campo de conhecimento humano exige um tratamento interdisciplinar ou multidisciplinar na medida em que o tratamento das doenças envolvem uma relação forte “entre o aparelho psíquico e somático”. O autor considera (2007, p. 2):

“Portanto, são sistemas distintos, com regras distintas, mas que se relacionam, interagem, e como o próprio prefixo “inter” nos diz: “posição intermediária,” com noções de reciprocidade entre os dois sistemas. Não temos dúvidas que o aparelho psíquico é formado a partir do somático, da percepção sensorial. Não temos dúvidas também que o somático sofre influências constantes do aparelho psíquico, com manifestações físicas variadas.”

Neste sentido, percebe-se a necessidade de haver um quadro de diferentes conhecimentos, inclusive sob o enfoque psicanalítico e psicomossomatista que possam no tratamento do paciente desenvolver as relações existentes entre os diversos conhecimentos que compõem o quadro psíquico, o somático e o social.

A visão multidisciplinar favorece o diagnóstico das doenças de cunho psíquico e somático. O ser humano como ser dinâmico e holístico com o mundo, tem importante papel nas relações interpessoais e intra-pessoais em suas relações e, nelas desenvolve seu papel de cidadão participando efetivamente da vida social, cultural, política e social no meio no qual está inserido. Neste contexto, o ser humano não está isolado, mas em constantes relações com o meio.

A saúde, a doença e os processos de cura são construções sociais e representações que se incorporam em quadro complexo que envolve fatores biológicos, socioeconômicos, culturais, psicossociais e religiosos, que influenciam nas suas atitudes face à doença e aos processos de cura.

Assim, compreende-se que a doença e a cura se vistas como uma inter-relação psicológica do ser, tem suas representações dimensionadas na forma de cura ou de na dificuldade de reverter os processos da doença. Conforme Cerchiari (2000, p. 2):

“A medicina psicossomática, a partir do século passado, como reação à tradição dualista cartesiana, surge com a proposta holística na maneira de olhar a doença. Somente no século posterior, o termo psicossomática é retomado, influenciado pelo desenvolvimento da psicanálise e do modelo freudiano, iniciando, desta forma, sua estruturação.”

A contribuição da psicossomática na compreensão e reflexão sobre a doença e a cura estão intrinsecamente ligadas ao fenômeno humano e psicológico, portanto, fatores internos do psiquismo do indivíduo, como o estado de depressão ocasionado pelo isolamento imposto pelas características da doença, as frustrações, baixa estima, traumas e desgostos, podem desencadear as chamadas doenças da alma.

Pode-se afirmar que algumas pessoas se sentem infelizes e tomam atitudes negativas perante a vida, que são esboçadas quando o indivíduo se encontra em um estado de doença do corpo que aflige o estado psíquico.

Os progressos da medicina oficial e a introdução das ciências sociais e humanas favoreceram para que a doença e o indivíduo passassem a ser vistos pela medicina antropológica de forma humanizada. Esta visão favoreceu a compreensão da saúde, da doença, dos processos de procura de saúde e das terapêuticas, embora ainda se verifiquem práticas que necessitam ser revistas e refletidas sobre a humanização das doenças e seus reflexos na cura. Considerando-se que conforme Jeammet (1989, p. 205):

“Um fator psicológico interveniente, não de modo contingente, como poderá ocorrer em qualquer afecção, contribuindo essencialmente à gênese da doença, como as ações que impõe isolamento ao ser doente e fatores estressores como um ambiente mórbido ou demasiadamente silencioso e apático.”

Assim, o ser doente é também um ser psíquico, social e cultural. A visão da doença como fator somático apresenta uma ação integrativa e enriquecedora do conhecimento profissional sobre a saúde, além de constituir em paradigma de uma forma de pensar o ser humano que privilegia a interação terapêutica profissional humanizadora da transição para a saúde que considera o homem como um ser dinâmico plenamente envolvido na natureza, sociedade e na cultura. Assim, Laplantine (1991, P. 41) considera que:

“O modelo assistencial no paradigma biomédico ocidental, a patologia significa o mau funcionamento ou má adaptação de processos biológicos e psicológicos no indivíduo; enquanto enfermidade (estar doente) representa as reações pessoais interpessoais e culturais perante a doença.

De acordo com o autor, a saúde, a doença e o tratamento são partes de um sistema cultural e, como tal, devem ser entendidas nas suas relações mútuas. Examiná-las isoladamente é distorcer a compreensão da natureza dos mesmos, de como funcionam num dado contexto e em relação ao tratamento e cuidados de saúde.

Na contemporaneidade, a assistência médica pelo paradigma biomédico intensifica os tratamentos de forma a não considerar as necessidades dos doentes e seus sentimentos psicológicos frente à doença, pode também ser identificada como mais uma forma de exclusão, por que contribui para o afastamento do indivíduo de uma situação que ocorre consigo e que precisa ser compreendida para que se estimulem a formação de uma consciência de enfrentamento da doença e não apenas de passividade.

A doença seria, no entanto, uma construção de uma possibilidade de vivenciar afetos sem risco de uma dor impossível: a sua própria destruição como sujeito. O adoecer, segundo Rodolpho Paulo Rocco no livro Psicossomática Hoje de Julio de Mello Filho, coloca em jogo mecanismos inconscientes de adaptação e defesa como: Regressão, Negação e Racionalização.

A utilização de mecanismos de defesa para preservar o ego e a interação com objetivos parciais bons e maus caracteriza a posição esquizo-paranóide. Um número de experiências positivas maior que a das negativas ocasiona a transição a posição depressiva.

A psicanálise em seus primeiros estudos demonstrou como o soma reage e transfere para a psique problemas que o aparelho psíquico, na maioria das vezes mal estruturado, não consegue resolver.

É nesta fase que todo conflito se torna uma ameaça ao desenvolvimento dessa pessoa, que inconscientemente aciona os mecanismos de defesa para diminuir a tensão. Isto ocorre porque o sujeito, muitas vezes, não consegue suportar alguns problemas e aí recorre aos mecanismos de defesa de maneira a diminuir tal conflito existente manifestando-se sob a forma de fobias, compulsão, obsessão, etc.

A maior parte dessas manifestações tem caráter psicossomático e, embora não se tenha conseguido cientificamente um reconhecimento de tal processo, o sintoma somático admite ser interpretado porque está a serviço de uma outra intenção, a intenção psíquica. A compulsão no vômito, poderia, por exemplo, ser explicada pela necessidade do sujeito colocar para fora alguma coisa que lhe está prejudicando. Mas, as coisas não caminham apenas pela lógica, afinal, cada sujeito é estruturado a partir de traços próprios e sua constituição se faz de acordo com seu percurso e a partir de sua trajetória, daí a complexidade e sua singularidade.

O ser humano está em constante movimento e a todo momento surgem situações que exigem dele uma solução. No entanto, se este processo for total ou parcialmente bloqueado a solução não será adequada, a ação se mostrará comprometida e a emoção fica contida, o que implica que a manifestação da emoção faz-se de maneira indireta e/ou simbólica. Aproximando-se muito, portanto, aos conceitos de somatização e conversão.

Deve-se sintetizar e operacionalizar este movimento:


É compreendido portanto, que a doença é uma reação ativa do organismo às ameaças simbólicas decorrentes da integração social, e não apenas um efeito aos estímulos nocivos.

O estresse, por exemplo, seja ele físico, psicológico ou social, é um termo que compreende um conjunto de reações e estímulos que causam distúrbios no equilíbrio do organismo, freqüentemente com efeitos danosos. Selye descreveu o que chamou de síndrome geral de adaptação com três fases sucessivas: alarme, resistência e esgotamento. Após a fase de esgotamento surgem então as doenças, intituladas por ele de doenças de adaptação.



Apesar do aumento do nível de conhecimentos, sobre esta extensa e complexa rede, ainda não se conhecem os mecanismos pelos quais o organismo estabelece com uma “adequada” ou uma “má” resposta diante dos agentes estressores.

A enfermidade psicossomática é o negativo de um positivo (unidade do psique e do soma) segundo Winnicott; para Capristano o ser humano é essencialmente psicossomático. Alexander frisa que o sintoma é uma expressão simbólica produzida no sistema neuro-muscular com a função de liberar tensões emocionais.

Para Dethlefsen; Thornald e Dahlke (1983) o sintoma é uma manifestação do que nos faz falta, de princípios que não foram vividos pela consciência e que descem para o corpo, tornando-se visíveis como sintomas corporais. O sintoma aparece como espelho de nossa alma e exige a nossa atenção. No sentido holístico, os acumpunturistas e reflexologistas enfatizam a necessidade de um olhar médico no âmbito energético do processo que ocorre no corpo.

Perestrello passa a propor uma nova concepção sobre doença ressaltando a noção do homem como unidade psicossomática. Eva, Vilardo e Kubo vêem as ocorrências clínicas como sintomas psicossomáticos que aparecem sem um sentido atribuído.
Segundo Lazlo (1996), o adoecer psicossomático é preenchido por produção simbólica em que não há como reintegrar o corpo biológico pois, trata-se de uma “não natureza” transformada pelo homem.

Dethlefsen; Thornald e Dahlke apresentam uma abordagem dedicada à lógica da consciência humana, em que o corpo nunca está doente ou saudável, visto que nele se expressam as informações da consciência que se tornam visíveis ou o âmbito de concretização da consciência. O corpo nada faz por si mesmo, tudo que acontece em um ser vivo, é a condensação da imagem (do grego eidolon), cada uma das funções do corpo depende de um padrão de informação cuja origem é a própria consciência.
A doença seria a perda relativa da harmonia ou de uma ordem até então equilibrada, o fato do desequilíbrio se torna visível, palpável na forma dos sintomas corporais. Dethlefsen; Thornald e Dahlke ressaltam que a doença está arraigada na existência humana, o sintoma nos avisa que, com os seres humanos, como seres anímicos, estamos doentes. O sintoma nos informa que está faltando alguma coisa (se nada lhe faltasse, a saúde (o equilíbrio) estaria sadia, integra, perfeita). Falta consciência e portanto, tem-se um sintoma.

A visão psicossomática é usada para todos os sintomas sem exclusão, a visão unitária da doença permite distinguir doença (âmbito da consciência) e sintoma (âmbito do corpo) como um sinal que atrai sobre si a atenção, o interesse e a energia, pondo em risco o fluxo natural do processo. Esta interrupção de energia é sentida como se viesse de fora, como se fosse uma perturbação. O sintoma deve tornar-se supérfluo e manifestar-se. O nosso olhar de sintoma deverá nos levar com mais profundidade a compreender o que o sintoma está nos apontando, separando a forma do conteúdo.

O sintoma é um companheiro capaz de ajudar a descobrir o que falta, seu único objetivo é tornar-nos perfeitos. É preciso entender a linguagem do sintoma. Toda a nossa linguagem é psicossomática e conhece as inter-ligações entre corpo e psique.

Os sintomas são muitos mais úteis; capazes de nos orientar e nos integrar em nós mesmos, através da aprendizagem e conscientização para a transmutação da doença. É no sintoma que o homem vive aquilo que não quis tomar consciência, o sintoma usa o corpo como instrumento para a pessoa tornar-se cada vez mais um todo, conhecer a si mesmo e descobrir o self e o todo que o compõe. O sintoma nos torna mais honestos, pois torna visível o que estava reprimido.

1.4 Uma análise do paradigma biomédico ou medicina ocidental tradicional

O paradigma biomédico no processo de concepção da doença e seus mecanismos de cura impõem à racionalidade médica, moderna, que tem como traço fundamental o mecanismo fisiologista. Nessa concepção, a vida deixou de ser objeto central da prática médica (clínica), e a forma humana passou a ser vista de forma dissociada dos aspectos psicossociais. Ainda conforme Nicoletti (2007, 04):

“Em função do modelo reducionista de saúde, ensinado atualmente nas escolas médicas, a especialização em doenças ou em sistemas ou órgãos é o objetivo da maior parte dos alunos (e ser atendido por um especialista em doenças parece ser a vontade da maior parte dessas pessoas). Isso leva o médico dos nossos dias a se distanciar cada vez mais daquele que deveria ser seu verdadeiro objetivo, qual seja, o de ser um especialista em saúde, entendida no seu sentido mais amplo de bem estar físico, mental e social.”

Desta forma, Ruffino Netto e Pereira (1982) avaliam os diferentes níveis que se têm colocado na interpretação do processo saúde-doença e suas implicações, especialmente nos trabalhos e estudos na área da epidemiologia que são ainda bastante conservadores e carecem de uma visão holística que permita uma percepção maior das estruturas que deveriam ser transformadas para se levar à saúde.

FIGURA Nº 01 – Demonstração da estrutura do processo saúde-doença na área de epidemiologia

Fonte: J. Pneumologia vol. 26 nº.4 São Paulo July/Aug. 2000

Os autores analisam o processo de saúde-doença na medicina tradicional, a partir dos modelos de assistência na saúde pública nos serviços de epidemiologia que ainda mantém uma estrutura baseada em aspectos ideológicos para explicar a doença. Conforme Luz (1996, p. 137) “esse modelo é marcado por profunda racionalidade médica significando um sistema lógico e teoricamente estruturado que apresenta dimensões interligadas”.

Esse processo tem sua base fisiológica iniciada na enzima intracelular, que se desenvolve no tecido celular afetando a saúde do indivíduo. O processo de doença envolve o domínio de poder da família que se utiliza dos serviços públicos de saúde. De acordo com Ruffino Neto (2002, p. 3):

“O plano dos serviços de saúde foram concebidos com novas bases e utilizando nova lógica de repasse de recursos financeiros para os municípios em uma lógica que altera radicalmente a forma de focalizar e pensar o plano de atividades. Para se obter recursos financeiros, o serviço de saúde tem que mostrar resultados, isto é, curar pacientes de tuberculose e devolver estes pacientes efetivamente curados para a sociedade. Isto significa pensar na forma de procurar os suspeitos, identificá-los, diagnosticar a doença, tratar e obter boa adesão ao tratamento.”

Neste contexto, deve-se acrescentar que caberá ao Município/Estado, o empenho em melhorar o seu sistema de informações para notificar casos e notificar as curas.

O processo de tratamento de doenças na concepção de Sevalho (1993, p. 15), deve necessariamente envolver o sujeito doente como centro do paradigma médico, tendo como base a humanização na relação médico-paciente como elemento fundamental da terapêutica e buscar os meios terapêuticos simples, despojados tecnologicamente (menos dependentes de tecnologia dura), menos caros e, entretanto, com igual ou maior eficácia em termos curativos.

No entanto, a medicina tradicional tende a menosprezar as terapias alternativas à exemplo da acupuntura oriental, dentro dos serviços básicos de saúde prestados às populações.

Aponta-se neste gráfico acima de Starfield (1992) apud Minayo (2005), as diretrizes dos elementos que compõem o sistema de saúde formado por uma estrutura composta de pessoal ou recursos humanos, serviços de saúde, instalações específicas em hospitais, clínicas e postos de saúde, com base em vários tipos de serviços de assistência médica orientada nos vários estados brasileiros por um sistema de gestão organizacional.



Neste contexto, as condições exigem a reformulação, a organização e o funcionamento dos respectivos sistemas de saúde, tendo em vista a redução dos recursos disponíveis para o setor, assim como para a política social em geral.

Canesqui (2002, p. 5) considera que atualmente há uma maior flexibilidade, na saúde coletiva e nas ciências sociais, para abrir-se a novos objetos que suscitam mudanças ou permanências nas visões de mundo e valores sobre as doenças psicossomáticas.

Os hospitais se tornaram os espaços da cura de patologias em abordagem técnica da saúde e da terapia médica, através de métodos altamente sofisticados. E na saúde pública, o descaso e a falta de equipamentos médicos e medicamentos demonstram como a saúde pública no Brasil está precária. Os profissionais têm necessidade de atualizar seus conhecimentos em tempo limitado e precisam de meios eficientes para encontrar, avaliar e aplicar a melhor evidência em suas práticas de rotina.

Estas atitudes ou posturas redutoras da medicina tradicional do modelo ocidental confundem-se frequentemente com a atividade científica do médico e de outros profissionais de saúde, quando orientados por uma visão objetiva do sofrimento humano. É a perspectiva de quem vê a doença, sem considerar suas ramificações intrapessoais, familiares e sociais, que colocam a própria doença como alheia ao indivíduo ou visualizando apenas os aspectos biológicos.

O paradigma biomédico na medicina tem sido muito discutido e combatido pelos profissionais que se dedicam a compreender a doença e a cura sob o enfoque sócio-antropológico e, portanto, em uma visão problematizadora desta realidade que não abrange toda a realidade da doença.

Na contemporaneidade, a assistência médica pelo paradigma biomédico intensifica os tratamentos de forma a não considerar as necessidades dos doentes e seus sentimentos psicológicos frente à doença, pode também ser identificada como mais uma forma de exclusão, porque contribui para o afastamento do indivíduo de uma situação que ocorre consigo e que precisa ser compreendida para que se estimule a formação de uma consciência de enfrentamento da doença e não apenas de passividade.
Aceitando a definição médica da doença como processo bioquímico que afeta o corpo individual, os sociólogos apontavam somente de forma complementar para sua dimensão social sem, na verdade, analisá-la como um produto de sua própria época sócio-histórica.

2. A VISÃO PSICOSSOMÁTICA DOS TRAUMAS E DOENÇAS RELACIONADOS À SEXUALIDADE

2.1 Estudos Teóricos de Base Psicanalítica

Quintella & Mattos (2006) realizam um estudo sob a perspectiva da doença sob o enfoque psicanalítico no campo da Medicina dando especial destaque às concepções freudianas acerca da neurose e das doenças de cunho psicopatológico.

Através da práxis psicanalítica na área da Medicina estabeleceram que todos os tipos de doenças que implicam em fenômenos voltados a aspectos psicossomáticos são um desafio para a Medicina, embora atualmente, a clínica médica já reconheça a importância do fenômeno psicossomático e sua relação com as doenças no tocante ao espaço da sexualidade humana.

Conforme Castro (2007, p. 3):

“Outro aspecto da Psicossomática é o que aborda, numa única conduta, aspectos ditos curativos e preventivos. Se existe relação de confiança e atenção, tecnicamente adequada, libertadora, não há porque separar curativo e preventivo. Dentro de uma visão social e ambiental, a interdisciplinaridade está presente. Além das condições individuais, o meio solidário, seguro, em que a pessoa possa ser assistida com carinho , eficácia e ética , a atitude é curativa e preventiva. O objetivo é participar juntamente com o paciente de um processo em que ele se torne cada vez mais consciente do sentido do seu adoecer , do seu mal estar.”

Portanto, analisa-se que a psicossomática envolve um estudo mais detalhado do ser humano e suas relações com o corpo e seus problemas somáticos. Neste sentido, com uma tipologia de doenças que refletem necessariamente um olhar sob o ângulo do ser interior e seus conflitos e traumas, característicos do campo psicanalítico denominado neurose atual. Conforme Silva (2003, p. 3):

“A neurose atual se centralizou como complexo eclosivo da psiconeurose, à medida que, na atualidade da dinâmica psicossexual do paciente, a neurose atual vem como manifestação bruta de uma complexidade sexual psiconeurótica que encontra sua etiologia num passado correlato à sexualidade infantil. A ligação entre as duas neuroses se configura a partir daquilo o que Freud denominou 'libido'. De acordo com o dizer de Freud, a neurose atual está contida na psiconeurose.”

Entende-se portanto que a psiconeurose possui um fator determinante no desenvolvimento psicossexual do paciente, estando intrincado em bases profundas de sua infância.

É nas bases dos estudos de Freud que as respostas para as doenças psicossomáticas se revestem de explicações para doenças do passado e atuais que afligem a humanidade. As doenças caracterizadas pela neurose possuem intepretações muitas vezes distintas. Conforme Silva (2003, p. 1):

“As neuroses atuais aparecem para a psicanálise no centro de toda a questão de Freud: a sexualidade e sua importância para a vida mental (Freud, 1905). Desenvolvendo uma teoria da sexualidade, Freud demonstrou uma gama de determinantes das questões que levam o homem ao sofrimento. Dentre essas questões, Freud pontuou alguns fenômenos concernentes a estados corporais específicos, de natureza eminentemente somática, característicos do que se denominou 'neurose atual', onde se incluem a neurastenia, a neurose de angústia e a hipocondria.”

Trata-se de um tema cuja cautela é fundamental para evitar pressupostos que não condizem com a realidade dos fenômenos verificados sob o prisma da Psicanálise quando se trata das dimensões psicopatológicas. Segundo Marty (1993, p. 45):

“Se não equivocadamente, mas de maneira problemática do ponto de vista do próprio modelo do qual partem – aquele circunscrito à ineficácia da elaboração psíquica das tensões corporais (neurose atual) – os pesquisadores do IPSO defendem a idéia de que um amplo grau de atividade psíquica – sobretudo aquele encontrado nas “psiconeuroses” – protege o corpo físico das descargas de excitação somática. A insuficiência funcional do aparelho psíquico estaria, sob essa vertente, na raiz da somatização.”

Neste sentido, existem pressupostos que apontam a existência de cargas de excitação somática em pacientes com um quadro clínico de psiconeurose, colocando-se as projeções psíquicas sob o enfoque somático.

Avaliando-se os estudos de Freud sobre o fenômeno da neurose, se determinam divergências no “princípio proposto por Marty” no tocante ao que se denomina de forma inconsistente de neurose atual, apontadas por Freud em seus estudos e que determinam uma ruptura que não possui convergência com estudos psicanalíticos. (Quintella & Mattos, 2006, p. 2)
Conforme Silva (2003, p. 5) o princípio martiniano enfoca:

“A classificação sistemática que se faz nos enfoques de Marty para a psicossomática define que o paciente somático é sempre peculiar, específico dentro do quadro clínico, não havendo possibilidades de um contexto, por exemplo, obsessivo e ao mesmo tempo, psicossomático. Uma psiconeurose se apresentaria, nesse âmbito, como resultado da elaboração mental de um conflito, estando o último na raiz da sintomatização. Na falta de recursos representacionais do pré-consciente, por uma disfunção básica do aparelho psíquico, não haveria sintomatização psiconeurótica, havendo assim uma desorganização libidinal sobre o soma.”

Neste sentido, as investigações sobre a neurose na concepção freudiana evocam a necessidade de considerar no bojo da neurose: “Os aspectos intrínsecos das neuroses como um todo na delimitação de suas fronteiras, bem como na interface de seus fenômenos” (Freud, 1917).

Portanto ao contrário de estudos recentes que apontam o termo “neuroses atuais ou contemporâneas” demarcando um isolamento do teor psíquico como produção de somatizações não se firmem sob o ponto de vista freudiano na medida em que se estabelece: “Uma íntima conexão entre os fenômenos da psiconeurose e os fenômenos da neurose atual”. (Quintella & Mattos, 2006, p. 3)

Neste aspecto, relacionam-se as tendências de continuidade e não de ruptura entre as neuroses do tempo de Freud e as chamadas neuroses atuais. A diferença de análise está centrada nos conceitos de “isolamento/proteção”. Sob o ponto de vista freudiano não existe um isolamente das cargas somáticas na conjuntura que marcam as excitações sexuais, pelo contrário existiria um acirramento da atividade psíquica, ou seja, o grau de acirramento da neurose encontra o seu ápice nos fenômenos desta atividade mental humana. Na concepção de Silva (2003, p. 4):

“Clinicamente, as neuroses atuais e as psiconeuroses aparecem mescladas, simultaneamente. A neurose atual se centralizou como complexo eclosivo da psiconeurose, à medida que, na atualidade da dinâmica psicossexual do paciente, a neurose atual vem como manifestação bruta de uma complexidade sexual psiconeurótica que encontra sua etiologia num passado correlato à sexualidade infantil.”

Entende-se portanto que existe uma relação entre as neuroses atuais e as psiconeuroses que se encontram no bojo das questões que envolvem a sexualidade humana.

Neste contexto é preciso considerar que segundo Silva (2003), existem divergências centrais na concepção de Freud quanto aos resultados a que chegaram os pós-freudianos. Conforme o autor, as neuroses atuais possuem relação intrínseca com a psiconeurose. Na perspectiva de Marty (1993) se coloca o isolamento entre o "paciente somático" e o psiconeurótico.

O ponto de divergência neste foco se situa na visão de Freud acerca da existência de uma conexão entre as psiconeuroses e as neuroses atuais que podem aparecer de dois modos determinantes, ou seja, independentemente no bojo das neuroses atuais. Silva (2003) Apud Freud (1898; p. 264).

A base do problema é identificar nas manifestações da neurose atual como alcançar os fenômenos que marcam a complexidade do quadro de pacientes psiconeuróticos. Freud avalia que o sintoma legado ao foco do centro neurótico é um estágio de um sintoma psiconeurótico. Neste sentido, os pressupostos freudianos apontam para a ligação entre as duas neuroses.

Na visão de Silva (2003) Freud estabelece os fundamentos de que quando se iniciam os sintomas da neurose de angústia que se encontra no cerne da “excitação não descarregada vinculada ao coito que emerge como sintoma de ansiedade ou fornece o núcleo para a formação de um sintoma histérico" (Freud, 1912; p. 266, Apud Silva (2003).

Silva (2003) avalia que freud relaciona de forma clara a relação entre a psiconeurose e a manifestação da neurose de angústia, que se encontra no cerne do sintoma histérico. O autor ainda cita que nos estudos clínicos de Freud, existem resultados de estudos com pacientes que demonstram que há casos mistos, onde as fronteiras entre psiconeuroses e neuroses atuais, se mesclam sintomas da neurastenia com os de uma psiconeurose.

Constata-se haver uma ruptura na clínica atual no tocante a esse fenômeno psiconeurológico que se afasta da corrente psicanalítica mais profunda. Neste sentido como realizar uma ampla discussão dos problemas da neurose atual sem determinar dentro da abordagem psicossomática a sua relação direta com os fatores psíquicos que marcam o fenômeno da doença, sem que se processe efetivamente uma abordagem psicanalítica sobre a psicossomática?

É neste pressuposto que os autores partem para um análise do ponto vista da neurose como doença psicossomática a partir da abordagem freudiana, relacionando os processos interativos entre “as psiconeuroses e as neuroses atuais”.

“A hipótese freudiana da libido encontra suas raízes nos problemas relativos à excitação sexual somática, desencadeadora de distúrbios corporais tais como a respiração, a inervação vasomotora, distúrbios da atividade cardíaca, diarréia, congestões, parestesias, prisão de ventre, etc”. “

Neste sentido, aponta-se nestes processos de desencadeamento de problemas fisiológicos uma relação direta com a excitação somática. A libido foi identificada por Freud como fator na avaliação da neurose atual, como processo puramente somático, sem no entanto estar relacionado a implicações psíquicas. (Freud, 1895). Assim Freud avaliou tal processo como:

“Um campo de desvio da libido de sua aplicação “satisfatória”, atrelado a uma não consumação da excitação no ato sexual, concluindo-se um bloqueio no curso da excitação, esta impedida de descarga via coito ou de escoamento psíquico.”

No entendimento de Freud existiam diferenciações entre a psiconeurose e a neurose atual, a primeira está relacionada aos aspectos históricos do sujeito e portanto implicam profundamente em uma dimensão intra-psíquica, enquanto as neuroses atuais estariam diretamente relacionadas a fatores patológicos determinados por bloqueios no curso da excitação somática provocada pelas implicações do metabolismo sexual, em uma visão fisiológica. (Freud, 1898).

Conforme Silva (2003, p. 2):

“Freud marca esses fenômenos denominando-os como "neuroses atuais", conferindo a eles o caráter de contemporaneidade dos fatores sexuais envolvidos em sua sintomatologia, em oposição ao caráter de historicidade da sexualidade conferido aos sintomas referentes ao grupo das psiconeuroses (...)”

Assim, compreende-se que as duas neuroses tem um foco em comum que poderão começar com a neurose, tendo sintomas que poderão ser também considerados como foco de neuropatologia.

Segundo Quintella & Mattos (2006, p. 4) o problema relativo à neurose tem uma explicação na profundidade de traumas infantis que se canalizam no “fator de oposição historicidade/atualidade nos termos da relação psiconeurose/neurose atual”. Segundo Freud (1930) apud Quintella & Mattos (2006, p. 4):

“A perfeita harmonização da saúde psíquica está no encademento de “uma relação sexual absolutamente satisfatória, sem entraves para o sujeito na sua relação com o objeto, e sem referência ao complexo de castração, é fundamental na própria constituição do sujeito.”

Entende-se portanto que é a variabilidade dos resultados das pulsões, estão relacionadas com as neuroses atuais, enquanto as psiconeuroses possuem uma raiz psíquica de somatizações. Neste contexto Silva (2003, p. 3) Aponta:

“Tal excitação é de ordem somática, de maneira que há um acúmulo somático da excitação sexual. Freud afirma que isso vem acompanhado de um "(...) decréscimo da participação psíquica nos processos sexuais" (ibid.; p. 109). No climatério feminino e masculino há um aumento na produção de excitação. Por razão desse aumento, "(...) a psique se mostra relativamente insuficiente para manejá-lo" (ibid.; p. 111). Tal insuficiência psíquica na neurose atual é, segundo Freud, relativa à soma de excitação. Isso levaria Freud a postular que a neurose de angústia é o resultado da excitação sexual somática que não foi elaborada psiquicamente (ibid.).

O autor expõe na concepção de Freud a origem somática da sexualidade que estaria centrada na repressão de fatores como a excitação, tornando possível o desencadeamento de uma doença psicossomática.

Nascimento (2008) faz um estudo sobre psicossomática e psicoterapia corporal, a partir das concepções teóricas de Franz Alexander, Wilhelm Reich e Federico Navarro apresentando a perspectiva psicanalítica de Franz Alexander e a discussão sobre as patologias somatopsicodinâmicas de Reich.

Alexander acredita que existe uma associação entre tensão emocional como um fator significante da etiologia de diversas doenças como a perturbação emocional e doenças denominadas de psicossomáticas. Ao mesmo tempo que utiliza o aspecto psicodinâmico, determina a importância de situar o quadro de doenças dentro de um enfoque psicanalítico.

Estudos de Alexander com pacientes comprovaram a intrincada relação entre “componentes psicológicos, “estilo de vida próprio” e suas reações no processo de adoecer. Portanto, os fatores psicológicos ou emocionais “alteravam a homeostase e a propensão ao adoecer”. (Nascimento, 2008, p. 1)

O foco dos estudos de psicossomática passou a ter o seu centro na experiência emocional corretiva e a aplicação da técnica com esses pacientes. Portanto, Alexander determinou os processos de ruptura a partir da posição controversa, o que causou seu rompimento com o foco psicanalítico. Segundo Silva (2003, p. 1):

“O desenvolvimento da teoria psicanalítica deu margem a se pensar no campo clínico as causas fundamentais que acarretam os distúrbios somáticos constatados na clínica médica supostamente ligados aos processos psíquicos. Partindo de considerações de Freud pertinentes à psicanálise, a psicossomática se estabeleceu com suas singularidades, na tentativa de se instaurar um modelo teórico que, baseado nos princípios das neuroses atuais, desse conta de explicar as ocorrências dos chamados "pacientes somáticos".”

Reich da mesma forma rompeu com a concepção psicanalítica, em face de divergências teórico/técnicas. Neste sentido, em seus pressupostos, critica profundamente a visão sistêmica da medicina tradicional que avança para um modelo sistêmico.

Sengundo Reich era preciso desenvolver uma abordagem médica voltada ao paciente e foi no enfoque da psicanálise, mais propriamente de Freud, que encontrou uma abordagem que coloca em foco os transtornos orgânicos como fator desencadeador de doenças como a histeria, cujo foco desencadeador se constitue de “sintomas corporais decorrentes de conflitos emocionais causados por emoções reprimidas” a partir de fato inconsciente. (Nascimento, 2008, p. 1)

Neste sentido, a doença teria uma “expressão simbólica de um conteúdo conflitivo sendo o fato desencadeado para descarregar a tensão emocional existente no interior do ser humano. Castro (2008, p. 2), avalia:

“A descoberta do inconsciente , este , o objeto da psicanálise , tira do homem a possibilidade de ser dono, senhor do seu próprio Eu. Portanto, por mais que controle, que tente dirigir toda sua ação e sua vontade, na tentativa de organizar e ordenar tudo o que realiza espontaneamente, ele não consegue, porque existem “pensamentos” que surgem de repente, automaticamente. São forças de origem sexual , no seu sentido amplo , que assumem suas próprias vias de expressão e que não dependem da consciência.”

Neste contexto, a psicanálise representa um foco de investigação fundamental nas histerias, neuroses e transtornos psicossomáticos.

Nesse enfoque, as emoções que são reprimidas, por estarem em conflito com os padrões de personalidade, não podem ser liberadas através dos canais habituais de inervação específica, daí o paciente acaba deslocando a descarga emocional através dos sintomas, que parcialmente aliviam a tensão e criam defesas. As respostas vegetativas aos estados emocionais compreendem as reações viscerais aos estímulos emocionais regulados pelo sistema vegetativo, que controla condições internas do organismo.

Neste sentido, avalia-se que as emoções têm o poder de determinar a somatização de conflitos em um movimento contínuo de contração e expansão – a pulsação característica do estado de saúde. Neste sentido, o desconforto emocional, poderá acabar gerando psicopatologias e as enfermidades.

Capitão & Carvalho (2006) analisam que, sob o ponto de vista da psicanálise, os estudos de McDougall (1996) buscaram desvendar os problemas relativos à significação oculta dos desvios sexuais e da homossexualidade que remontam à análise das histórias de desenvolvimento psicossexual nas etapas de desenvolvimento para a compreensão das manifestações psicossomáticas da primeira infância.

Os resultados de sua análise com pacientes, permitiu avaliar que os fenômenos psicossomáticos não poderiam, do ponto de vista psicanalítico, ser limitados às doenças do soma e que deveriam incluir teoricamente tudo aquilo que atingisse o corpo real (diferentemente da conversão histérica cujo alvo é o corpo imaginário), chegando até mesmo às suas funções autônomas. (Capitão & Carvalho, 2006)

3. OBJETIVO

O objetivo desse trabalho foi fazer uma revisão de literatura acerca do tema Psicossomática e Sexualidade

4. CONCLUSÃO

O estudo realizado permitiu avaliar a importância do enfoque psicanalítico na compreensão das doenças conhecidas como neuroses atuais. A análise de Freud sobre o tema envolve uma avaliação de sua proximidade no plano dos sintomas e do surgimento de casos mistos que determinam a necessidade de um estudo multidisciplinar e interdisciplinar para que os profissionais possam de forma eficiente determinar o problema.

As neuroses atuais estão no cerne do problema referente às chamadas psiconeuroses, considerando que existem vários sintomas que determinam a existência de um foco psicossexual que determina os fatores das neuroses. Portanto, deve-se analisar os problemas humanos que poderão ocorrer devido a traumas e conflitos sexuais que remontam à evolução psicossexual da pessoa.

Neste sentido o paradigma médico tradicional não leva em consideração os fenômenos psicossomáticos que afetam a saúde ou a integridade física quando, fatores psicológicos desempenham qualquer papel, incluindo aí as predisposições aos acidentes corporais e às falhas do sistema imunológico de uma pessoa. Desta forma, a medicina não trata de forma global o ser humano, na medida em que seus procedimentos de tratamento são realizados apenas com base no homem físico, rejeitando os fenômenos inconscientes que são complexos e poderão ter o poder de desencadear doenças.

Os objetivos do estudo foram satisfatórios quanto aos resultados na medida em que comprovou através da visão de vários autores a relação entre os fenômenos psicossomáticos e as doenças relativas às neuroses atuais que possuem um foco na psiconeurose.

Entende-se que a medicina ocidental deverá introduzir um novo paradigma médico que possa aceitar as diversas faces em que se apresentam as doenças e seus sintomas. Neste sentido, a psicanálise vem trazer uma luz, quando se trata da compreensão destes fatores inconscientes na vida do ser humano e o seu enfoque fundamental que não deverá ser descartado devido à sua complexidade.

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Publicado por: Maria Izabel Labruciano Tonelli

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