Gestão Escolar: Espaço para a Participação

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1. RESUMO

O Trabalho de Conclusão de Curso investiga a Gestão Escolar como uma estrutura de articulação na qual todos os componentes da organização escolar se integram de forma recíproca. Isso demonstra a importância da implantação da gestão democrática para o desenvolvimento do conhecimento dos educandos na sociedade atual. O trabalho pretende refletir sobre a Gestão Escolar democrática das escolas pesquisadas de diferentes escolas privadas, municipais e estaduais. Enfoca o papel do gestor no sentido de proporcionar espaço para a participação de todos os setores da escola no âmbito das decisões no processo pedagógico e administrativo. Os resultados obtidos demonstram a importância para a sociedade atual da Gestão Democrática na perspectiva do conhecimento interdisciplinar e da qualidade da educação.

Palavras-chave: Gestão Escolar. Educação. Comunidade Escolar. Conhecimento Global.

ABSTRACT

The End of Course Work investigates the School Management as a joint structure in which all components of the school organization are integrated in a reciprocal manner. This demonstrates the importance of the implementation of democratic management to develop the knowledge of students in today's society. The work aims to reflect on the School Management democratic schools surveyed from different private schools, city and state. Focuses on the role of the manager in order to provide space for the participation of all sectors of the school as part of decisions on administrative and pedagogical process. The results demonstrate the importance to society of the current Democratic Administration in view of interdisciplinary knowledge and the quality of education.

Keywords: School Management. Education. Community School. Global Knowledge.

2. INTRODUÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso aborda o tema Gestão Escolar como espaço para a participação. A abordagem engloba o estudo da escola como uma instituição onde o trabalho do gestor escolar tem papel diferenciado dos gestores de outras áreas. A ênfase na gestão participativa, onde o corpo docente e a comunidade externa devem contribuir com suas habilidades, é um espaço de articulação e de convergência de múltiplas forças.

A realização do Trabalho de Conclusão de Curso tem por finalidade investigar os fundamentos teóricos da Gestão Escolar para qualificar a participação de todos os sujeitos da comunidade educativa. A gestão desenvolvida com a participação de todos os membros da comunidade escolar resulta numa ação mais qualificada na construção do conhecimento e na estruturação das relações internas e externas. O trabalho tem como meta conhecer melhor os modelos de gestão desenvolvidos pelos gestores das Escolas do Município de Marau, na perspectiva de uma gestão participativa ou vertical e autoritária.

O problema de pesquisa trata de enfocar a Gestão Escolar como ação conjunta e participativa de todos os setores da escola, objetivando a construção do conhecimento. A problemática compreende algumas questões a serem respondidas a partir da investigação teórica e da observação da prática escolar. O problema fica evidente com a formulação de algumas perguntas indicativas para uma construção teórica consistente. Qual é a relação entre a Gestão Escolar e a participação dos membros e setores constitutivos da organização escolar? Uma Gestão Escolar autoritária verticalmente exercida inibe a formação de uma comunidade escolar participativa e de ação integradora? Uma Gestão Escolar democrática suscita a participação dos sujeitos da escola na construção coletiva da organização escolar e do processo de conhecimento? O texto tem como enfoque a abordagem na qual é evidenciada a Gestão Escolar que possibilita a articulação de uma dinâmica integradora dos variados setores da escola na sistemática global da comunidade educativa.

O método da pesquisa é de cunho qualitativo. A pesquisa consiste em interpretar as experiências vitais relacionadas à prática da Gestão Escolar, envolvendo a organização do conhecimento, a participação comunitária e democrática, a coletivização das capacidades e potencialidades individuais e a visão dos gestores escolares sobre a sua própria prática. Por esta razão, a pesquisa prescinde de qualquer forma de tabulação quantitativa. A pesquisa qualitativa evidencia a viabilidade da construção do conhecimento a partir da organização da realidade prática traduzida na sistematização teórica. Neste sentido, o trabalho começa com a universalidade do momento teórico, desce à realidade prática na realização da pesquisa e retorna ao universal quando o teórico e o prático são integrados num outro nível.

Na atualidade, muito se comenta a respeito da Gestão Escolar, porque é através dela que todos os segmentos da escola convergem. Ela tem a função de unir, direcionar e tornar coerente as ações da escola. Pensar a Gestão Escolar é lutar contra mecanismos neoliberais que permeiam os meios de comunicação social para superar o individualismo e formar no interior da escola uma cultura de participação. Nesse sentido, torna-se necessário compreender os conceitos e as concepções de Gestão Escolar e de participação como forma de incluir os sujeitos que dela fazem parte, e, apontando os desafios da escola diante do exercício da gestão e da participação, efetivar um processo participativo escolar.

Os gestores escolares têm o desafio de democratizar os saberes e as práticas dentro da escola, procurando envolver todos os sujeitos a fim de que cada um assuma seu papel em prol de uma escola mais participativa. A escola é formada por sujeitos pensantes que lutam por uma sociedade justa, procurando promover ações participativas e atividades que visem o envolvimento e o comprometimento das pessoas. Assim, cada membro e cada setor da estrutura escolar necessitam assumir seu papel para construir uma escola democrática e participativa.

O exercício de pensar a participação e a Gestão Escolar remete os sujeitos da escola no seu envolvimento na prática educativa que inclui toda a escola. A Gestão Escolar tem a função de integrar os setores da escola e esta na comunidade como um todo. Partindo desse pressuposto, todos terão vez e voz para contribuir com sua opinião, sugestões e críticas para a melhoria do processo de ensinar e de aprender.

O trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo desenvolve o conceito de Gestão Escolar e suas características. O capítulo enfoca a estrutura organizacional da escola, desenvolve uma breve exposição sobre a estrutura interna das escolas, os elementos que constituem o sistema de organização e gestão e a conceituação sobre gestão participativa e seus princípios.

O segundo capítulo apresenta a pesquisa realizada em escolas do Município de Marau, sendo duas particulares, duas municipais e três estaduais. Foram elaborados alguns questionamentos diretamente dirigidos aos gestores escolares com a finalidade de recolher contribuições referentes aos seus conhecimentos e às práticas relativas à Gestão Escolar. As perguntas formuladas têm como fio condutor a estrutura de uma organização escolar democrática e participativa, a relação da escola com a comunidade e a construção do conhecimento pelo viés da interdisciplinaridade. As questões foram distribuídas em mãos de cada diretor, que teve um prazo de sete dias para responder por escrito e fazer a devolução. O critério de preferência pelas escolas pesquisadas é a distribuição por diferentes bairros e por diferentes instituições como municipais, estaduais e particulares.

O terceiro capítulo expõe uma análise das respostas dos questionamentos a partir do referencial teórico desenvolvido no primeiro capítulo. Dentro da estrutura geral do trabalho, o terceiro capítulo será uma tentativa de síntese entre o teórico e o prático, entre conceito e realidade, entre o conhecimento e a prática quotidiana. O capítulo tem como enfoque as relações de participação entre os membros e setores da escola, as convergências e divergências entre a teoria e a prática e os desafios diante de uma Gestão Escolar moderna.

3. CONCEITUAÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR.

Na atualidade, fala-se muito sobre gestão escolar, mas poucos conseguem, de fato, construir e elaborar um conceito sobre o tema. O conceito é uma forma de entender e compreender o objeto, já que a busca da gestão escolar compromete a escola e os sujeitos e oferece um caminho oposto à lógica neoliberal que torna as pessoas individualistas. Por isso, ao tratar de gestão escolar, torna-se importante ter como princípio orientador a democratização, promovendo a “redistribuição e compartilhamento das responsabilidades que objetivam intensificar a legitimidade do sistema escolar”, destaca Luck et al (2005, p. 16).

A expressão Gestão Escolar caracteriza o planejamento do trabalho escolar e racionalização do uso dos recursos materiais, financeiros, intelectuais; dirigir e controlar os serviços necessários à educação, bem como coordenar e controlar o trabalho das pessoas. Para as instituições escolares, atribui-se o termo organização institucional pela maior abrangência, entendendo-se que as instituições escolares possuem fortes características interativas que as diferencia de empresas convencionais.

Conforme Libâneo, et al (2001, p. 77).

Organizar é bem dispor elementos (coisas e pessoas), dentro de condições operativas (modos de fazer), que conduzem a fins determinados. Administrar é regular tudo isso, demarcando esferas de responsabilidade e níveis de autoridade nas pessoas congregadas, afim de que não se perca a coesão do trabalho e sua eficiência geral.

Na prática, os termos organização e administração podem ser aplicados combinadamente, desde que seja explicitado o conteúdo de cada um. Podemos ver a escola como uma organização na medida em que ela se caracteriza como uma unidade social que interage em si e sobre si mesma, que opera através de processos organizativos próprios, trabalhando coletiva e democraticamente, a fim de alcançar os objetivos da instituição. Para que a instituição funcione de forma articulada, é importante a tomada e o controle das decisões, para assim denominar a gestão.

A participação dá às pessoas a oportunidade de controle de seu próprio trabalho, sentindo-se parte orgânica da realidade, para essa modalidade de gestão, no contexto da organização escolar. Mediante esta prática, é superado o exercício de poder individual para promover a construção da competência centrada na unidade escolar como um todo.

A gestão é caracterizada como a atividade na qual são realizados os procedimentos para atingir os objetivos da organização, envolvendo e interagindo os aspectos gerenciais e técnico-administrativos. A direção é um atributo da gestão, pela qual é afunilado o trabalho coletivo das pessoas que trabalham grupalmente, orientadas e integradas aos objetivos. A direção em ação toma as decisões na organização, e coordena os trabalhos para serem trabalhados da melhor forma possível.

A organização da gestão escolar possui variadas concepções sobre a organização escolar e a educação, relacionando a sociedade e a formação dos alunos. São três as concepções mais representativas de gestão: a concepção tecnicista, a autogestionária e a democrático-participativa.

Na concepção técnico-científica a direção é centralizada em apenas uma pessoa, e as decisões são tomadas verticalmente, bastando cumprir um plano sem a participação dos professores, com maior ênfase nas tarefas que nas pessoas. Esta concepção segue alguns métodos da administração empresarial, caracterizada pela divisão técnica do trabalho escolar, pela concentração do poder no diretor que tem mais autoridade que todos.

A concepção autogestionária baseia-se na responsabilidade coletiva, sem uma direção centralizada, com participação igual de todos os membros da instituição. Caracteriza-se pela auto-organização do grupo institucional e alternância de funções, pois na autogestão social o poder de todos os componentes da escola resulta na elaboração do plano político-pedagógico e acentua a responsabilidade coletiva para normas.

Na concepção democrático-participativa a tomada de decisões se dá coletivamente através da busca de objetivos comuns assumidos por todos, como dirigentes e dirigidos, todos avaliam o trabalho e são avaliados, havendo a participação ativa do todo.

Tendo em vista estas três concepções de organização da gestão, podemos perceber quando a gestão está centrada no indivíduo ou na coletividade. É caracterizada pela relação entre a direção e a totalidade da escola, defende a tomada coletiva das decisões a partir da discussão pública delas.

Esta estratégia de participação tem como objetivo a obtenção de bons resultados e o sentido da prática da democracia de construir formas não autoritárias, intervindo nas decisões de poder e definindo coletivamente os rumos dos trabalhos. Por sua vez, a LDB1 9394/96, em seu Art. 13, diz que a gestão democrática e as suas normas deve ter como princípios: I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II- participação das comunidades escolares e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Dessa forma, a descentralização acontece dentro das escolas, mas aumenta a responsabilidade das equipes diretivas e da comunidade escolar. Assim, fica para a comunidade escolar incorporar a gestão democrática, tendo a autonomia para construir a Proposta Política Pedagógica de acordo com o seu contexto.

A organização geral da escola é canalizada pelo trabalho conjunto de todas as pessoas integradas aos objetivos da educação em relação à sociedade e à formação dos alunos. A direção coordena os trabalhos para que sejam executados da melhor maneira, avaliados e modificados pelas próprias pessoas para corresponder aos propósitos necessitados da direção.

O diretor escolar é responsável pelo funcionamento pedagógico e administrativo, portanto, necessita dos dois conhecimentos, pois desempenha, predominantemente, a gestão geral da escola e, especificamente, as funções administrativas, repassando a parte pedagógica aos coordenadores pedagógicos. O diretor tem uma importância muito significativa de fazer com que a escola seja respeitada pela comunidade. Segundo Libâneo (2001 p.87) O diretor da escola é o responsável pelo funcionamento administrativo e pedagógico da escola, portanto necessita de conhecimentos, tanto administrativos, quanto pedagógicos.

Existe também a participação dos pais na organização da escola, correspondendo a novas formas de relação entre escola, sociedade e trabalho. A escola não pode ser uma instituição isolada, pois cada categoria de sujeitos possui diferentes visões das questões escolares.

Os primeiros estudos e as primeiras práticas de Administração Escolar apontaram modelos burocráticos, inspirando a organização escolar na organização empresarial. No estudo desta questão existem dois enfoques, o cientifico-racional e o crítico de cunho sócio-político.

No primeiro enfoque, a organização escolar é a conquista da realidade dos objetivos, técnica que funciona racionalmente, podendo ser planejada e controlada, para alcançar maiores índices de eficiência. As escolas que adotam esse modelo dão ênfase nas normas e regulamentos a centralização das decisões, com baixo grau de participação das pessoas, e planos de ação impostos verticalmente, sendo o modelo mais comum de funcionamento da organização escolar.

No segundo enfoque, a educação pode ser planejada e organizada de modo a alcançar índices de eficiência, devido à organização escolar ser tomada como realidade objetiva e técnica que funciona racionalmente. Ao contrário do primeiro modelo, esse enfoque abre espaço à participação do coletivo, onde as relações da escola são conduzidas com a aceitação de todos, através de diversificadas formas que garantem a participação democrática da maioria. As escolas que adotam esse modelo caracterizam-se como uma estrutura organizacional dinâmica, com distribuição de funções e participação das pessoas que integram a organização.

As escolas que se inspiram nesse enfoque dão ênfase na horizontalização de funções e à democratização das decisões, numa forma de sistema que agrega pessoas com influência recíproca, onde o coletivo resulta no conhecimento interdisciplinar. Esse modelo de organização não é somente objetivo, mas uma construção desencadeada junto aos professores, alunos e demais integrantes da escola. A visão crítica de uma escola resulta em diferentes formas de tornar realizável uma gestão democrática.

A organização é tomada como um sistema que agrega pessoas, importando-se com a intencionalidade e as interações sociais que acontecem entre elas dentro do contexto sócio-político, não sendo totalmente objetiva e funcional. Uma construção social é conduzida por todos os integrantes, professores, alunos, pais e membros da comunidade.

3.1. ORGANOGRAMA BÁSICO DA ESCOLA

Toda instituição necessita de uma estrutura de organização interna, baseada em Regime Escolar ou legislação específica. O termo estrutura significa ordenamento e disposição de funções que asseguram o funcionamento de um todo, mostra as inter-relações dos setores de uma organização de serviço. A estrutura organizacional se diferencia pela legislação dos Estados e Municípios e conforme concepções e gestão adotadas.

O Conselho de escola, em alguns lugares é também conhecido como “colegiado”, tem a função de democratizar as relações de poder, tem atribuições consultivo-deliberativas e fiscais em âmbito pedagógico, administrativo e financeiro. Para sua composição, tem a participação dos docentes, especialistas em educação, funcionários, pais e alunos. Assim, as famílias podem se envolver ativamente nas decisões tomadas pela escola, acompanhando e auxiliando o trabalho dos gestores.

Cabe ao trabalho do Conselho Escolar zelar pela manutenção da escola e participar da gestão administrativa, pedagógica e financeira, contribuindo para assegurar a qualidade de ensino, definir e fiscalizar a aplicação dos recursos destinados à escola e discutir o projeto pedagógico com a direção e os professores. Eles têm funções deliberativas, consultivas, fiscais e mobilizadoras, garantindo a gestão democrática nas escolas.
A direção é composta pelo diretor que coordena, organiza e gerencia as atividades da escola, é auxiliado pelos demais especialistas e técnico-administrativos, atendendo às determinações dos órgãos superiores e às decisões tomadas pela equipe e comunidade. É cumpridor pleno dessas obrigações, de modo a garantir que a escola não fuja ao estabelecido em âmbito central ou em hierarquia superior. O diretor deve ter visão da escola que está inserida em sua comunidade, a médio e longo prazo, com horizontes largos, compartilhando o poder e a tomada de decisões de forma coletiva.

Ao setor técnico-administrativo corresponde o atendimento dos objetivos e funções da escola, pois dentro dele está inserida a secretaria escolar que é responsável pela documentação, escrituração, funcionários e alunos. Responde pelo atendimento ao público, funções destinadas a registros, comunicados e expedições para o desenvolvimento escolar. Dentro de suas características, a secretaria é responsável pela admissão e saída dos alunos, organização dos prontuários para o funcionamento escolar.

A secretaria é responsável pelo planejamento, coordenação e execução dos trabalhos estabelecidos na escola e pela participação nas reuniões pedagógicas e gestão. A secretaria é um departamento que deve ser valorizado dentro da escola, pois nela é registrada a historia do aluno e demais funcionários da instituição; é nela que está concentrada a responsabilidade pela burocracia legal e funcionamento institucional.

A Zeladoria cuida da conservação e limpeza do prédio, instalações e equipamentos, execução de pequenos consertos e outros serviços rotineiros. Junto à zeladoria acompanha a vigilância, responsável pelo acompanhamento dos alunos nas dependências do prédio escolar, menos em sala de aula. Orientados nas normas disciplinares, atendem-nos em caso de acidentes, ou solicitação de professores para encaminhamento de alunos e material escolar.

O Setor Pedagógico compreende as atividades pedagógicas e orientação educacional. As funções desse setor variam conforme cada Estado e Município, em alguns lugares as atribuições são desempenhadas pelos professores ou apenas uma pessoa. Por suas funções serem especializadas, é recomendado que os ocupantes sejam formados em curso de Pedagogia ou outra formação pedagógica-didática específica.

O Coordenador pedagógico avalia e assessora as atividades pedagógicas e curriculares. Sua atribuição é supervisionar e apoiar, prestando assistência pedagógica e didática. Além de relacionar-se com os pais e comunidade, é responsável pelo funcionamento didático da escola e interpretação da avaliação dos alunos. A qualidade de um trabalho que identifique a necessidade de um professor, para encontrar soluções que priorizem o trabalho educacional deve ser desenvolvido por esse profissional, que desempenha ações sustentadoras de um trabalho em equipe, contribuindo para um processo de qualidade.

A habilidade do coordenador pedagógico deve ir além do conhecimento teórico, pois ele deve ter a sensibilidade para identificar as necessidades dos professores e alunos, mantendo-se maximamente atualizado e reflexivo em relação à sua prática. Dentre as diversas atribuições, ele é responsável pelas relações na comunidade educacional, é indispensável ao coordenador nunca perder o foco principal do seu trabalho.

O trabalho em equipe é a principal fonte de superação e valorização do trabalho profissional. O coordenador precisa estar muito atento ao cenário interior da escola, valorizando sua equipe e acompanhando resultados, pelas diversas informações que recebe. Em várias circunstâncias, o coordenador deve refletir sobre sua própria prática para superar os obstáculos e aperfeiçoar a missão de ensino-aprendizagem.

O Conselho de Classe decide sobre as ações em relação ao rendimento dos alunos, a promoção ou reprovação, a melhoria na qualidade dos serviços educacionais e desempenho escolar dos alunos. O conselho possibilita a inter-relação dos profissionais e alunos, propiciando um debate sobre o andamento do processo de ensino-aprendizagem, favorecendo a integração e orientação do processo educacional.

São membros do Conselho os professores, o diretor da Escola, o coordenador pedagógico e o orientador educacional, não sendo prevista a participação dos alunos. Além de identificar as causas do não aproveitamento da aprendizagem do aluno, em determinadas disciplinas, também é nos Conselhos que são veiculadas informações sobre o caráter pessoal dos alunos e sobre seu desempenho anterior.

Algumas escolas também contemplam instituições auxiliares com a função de organização para trabalhar em torno dos interesses educacionais, culturais e sociais. A Associação de Pais e Mestres é um exemplo típico dessa organização. As instituições são regulamentadas no Regimento Escolar, variando sua estrutura educacional, com autonomia de organização e funcionamento.

O Corpo Docente é a equipe constituída pelos professores em exercício na escola, com a função de realizar processo de ensino-aprendizagem, construção do conhecimento, na perspectiva de diversos métodos e uma interação. A equipe escolar é formada por todos os professores, direção e especialistas, além de cumprirem seu papel específico na escola, têm a responsabilidade de elaboração do Projeto Pedagógico Curricular, decisões dos Conselhos de classe ou série, reuniões com pais, APM e demais atividades da comunidade.

3.2. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA GESTÃO ESCOLAR

A gestão democrática e participativa valoriza a participação na tomada de decisões, por meio do diálogo e do consenso, para uma construção coletiva dos objetivos e funcionamento escolar. Toda escola busca atingir os objetivos planejados, sendo a gestão uma atividade coletiva com objetivos comuns e compartilhados dos agentes do processo, a racionalização do trabalho nos aspectos físicos e materiais, com qualificação dos educadores, planejamento e avaliação do educador.

A gestão democrática é formada por diferentes ações: Formação do Conselho escolar; Elaboração do Projeto Político Pedagógico de maneira coletiva e participativa; determinação e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar; divulgação e transparência na prestação de contas; avaliação institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes e equipe técnica. Assim, a gestão democrática vai além do processo de tomada de decisões, ela identifica os problemas, acompanha e controla as ações na fiscalização e avaliação dos resultados. Dessa forma, com a democratização da gestão é ampliada a participação das pessoas.

Segundo Libâneo: (2001, p. 115)

Sendo assim, as escolas podem traçar seu próprio caminho envolvendo professores, alunos, funcionários, pais e comunidade próxima que, se tornam co-responsáveis pelo êxito da instituição. É assim que a organização da escola se transforma em instância educadora espaço de trabalho coletivo e aprendizagem.

A conquista da participação ativa de todos é de significativo êxito para a escola. A importância da comunidade resulta no conhecimento e avaliação dos serviços prestados, principalmente na ação conjunta entre a família e a escola no planejamento da educação. A participação influencia na democratização da gestão, através de cinco elementos constitutivos, que são mobilizados para atingir os objetivos escolares. Tais elementos são:

Planejamento: processo de antecipação de decisões, prevendo as orientações e as ações para atingir os objetivos. Os planos são de fundamental importância no crescimento da gestão, pois o ato de repensar as atitudes experimentadas é vital à instituição. Porém, nem sempre a execução dos planos ocorre conforme a primeira forma planejada, pois, é necessário, muitas vezes, rever, discutir novamente e enriquecer as ações a partir de uma permanente discussão. O processo e o exercício do planejamento constituem uma antecipação da prática, ou seja, planejar é prever e programar as ações e os resultados desejados, possibilitando, junto à equipe gestora, a tomada de decisões.

O planejamento escolar não pode ser conduzido de forma centralizadora, para se instituir uma cultura democrática e participativa nos processos desenvolvidos na escola. Uma gestão democrática não se constrói sem um planejamento participativo, que conta com o envolvimento de todos os representantes da comunidade escolar nos processos de tomada de decisão, bem como na definição de metas e estratégias de ação.

Organização: A viabilização das condições para realização do que foi planejado, pela qual se dá a racionalização de recursos físicos, materiais, financeiros, os meios pelos quais se asseguram a efetividade dos processos de ensino/aprendizagem, criando e viabilizando as condições e modos para se realizar o que foi planejado. A organização materializa os planos e projetos realizados pela escola.

Direção e coordenação: A coordenação do esforço humano coletivo do pessoal da escola é a atividade de coordenação do esforço coletivo do pessoal, tratando do desenvolvimento propriamente dito dos processos de planejamento, organização e avaliação. Dessa forma, as funções de direção envolvem a mobilização, liderança, motivação, comunicação e a capacidade de interação de cada um dos participantes envolvidos nesses processos. A coordenação implica o exercício da iniciativa.

Formação continuada: As ações de aperfeiçoamento dos profissionais da escola, para melhor realização de suas atividades e seu desenvolvimento profissional. O bom planejamento dos horários de trabalho coletivo, juntamente com a presença de um formador mediador, para a equipe cada vez mais buscar ampliar o conhecimento, aliado ao melhor espaço para a realização da formação em redes de capacitação. O profissional bem estruturado dentro do ambiente de trabalho é um dos mais eficientes instrumentos para a melhoria da qualidade de ensino.

Avaliação: A avaliação do trabalho profissional é a comprovação do funcionamento da escola. Baseado em dados e informações coletados através de processos e instrumentos diversificados, a avaliação consiste em verificar se os objetivos estão sendo efetivamente alcançado. A avaliação envolve, além da análise qualitativa de dados e informações, a apreciação valorativa de formas diferenciadas de medidas com critérios definidos previamente.

3.3. GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA

A escola é o lugar em que, através da ação mediadora dos professores e a gestão escolar, se promovem os saberes, as atitudes e valores a partir dos alunos. A educação escolar tem a tarefa de desenvolver capacidades cognitivas, sociais e morais, dinamizar o currículo na cidadania participativa, para que os objetivos correspondam às expectativas de organização e gestão. Para a efetivação dessas capacidades, a participação influencia na democratização e na melhoria da qualidade de ensino. Assim, os profissionais participam do processo de tomada de decisão.

Conforme Luck (2006, p. 35) “a participação tem sido exercida sob inúmeras formas e nuances no contexto escolar”, assim ela pode assumir o caráter de participação “como manifestação de vontades individualistas, algumas vezes camufladas, até a expressão efetiva de compromisso social e organizacional, traduzida em atuações concretas e objetivas, voltadas para a realização conjunta de objetivos”. Pela participação, os professores podem aprender várias coisas, como tomar decisões coletivamente, dividir com os colegas as preocupações, desenvolver o espírito de solidariedade e investir no seu desenvolvimento profissional.

A intelectual da Gestão Escolar complementa que existem formas diferenciadas de participação que dependem do contexto, e elas podem ser: de presença, de expressão verbal e discussão, de representação política, de tomada de decisão, de engajamento (LUCK, 2006, p. 35). Assim, a Gestão Escolar ganha um novo olhar, desafia aqueles que estão envolvidos, pois necessitam de abertura para aceitar a opinião dos demais e juntos construírem a escola participativa.

A manutenção de múltiplas formas de participação dos profissionais da educação na escola deve ser o principal objetivo da Gestão Escolar. A escola é um lugar de formação de competências para a participação na vida social, e, por meio dela, ela interage com a sociedade, trazendo as opiniões dos pais, professores e alunos para sentirem-se responsáveis pelas decisões tomadas, para o melhor funcionamento da escola.

Segundo Libâneo (2001, p.80).

O conceito de participação se fundamenta no de autonomia que significa a capacidade das pessoas e dos grupos de livre determinação de si próprios, isto é, de conduzirem sua própria vida. Como a autonomia opõe-se às formas de autoritárias de tomada de decisões, sua realização concreta nas instituições é a participação.

Diante da construção da Gestão Escolar democrática e participativa que modifica o cenário da escola, transforma as relações e os papeis de cada sujeito para auxiliar na construção da escola que prima pela participação de todos. Cabe refletir sobre a função dos sujeitos da ação democrática e participativa para que possam assumir seu papel e atuar de forma prática para a transformação da escola e de seus sujeitos. Isso expressa a necessidade da organização escolar, a busca pelo total envolvimento da equipe em prol dos objetivos comuns, demonstrando a importância da responsabilidade conjunta e a forma de comunicação e organização da comunidade educativa.

A direção da escola é um setor fundamental da Gestão Escolar, pois ela define a tomada de posição frente aos objetivos sociais e políticos da escola. A escola que cumpre sua função social de mediação contribui na formação da personalidade humana e, por essa razão, não é possível estruturá-la sem considerar objetivos políticos e pedagógicos.

Conforme Libâneo, (2001, p. 114-115):

O caráter pedagógico da ação educativa consiste precisamente na formulação de objetivos sócio-políticos e educativos e na criação de formas de viabilização organizativa e metodológica da educação (tais como a seleção e organização de conteúdos e métodos, a organização do ensino, a organização do trabalho escolar), tendo em vista dar uma direção consciente e planejada ao processo educacional.

Todo o processo educativo inclui o conceito de direção para seu bom funcionamento, contribuindo para atingir seus objetivos de formação. Pensando o papel e a função dos gestores da escola, eles têm a função de incentivar e motivar as potencialidades individuais e promover as relações dentro da mesma para que a transformação social se concretize, começando pela escola e atingindo a comunidade em que está inserida. Não é uma tarefa fácil, mas é preciso ter determinação para conduzir o processo de forma administrativa e pedagógica.

Ao pensar a participação e a gestão escolar, os sujeitos devem se envolver e contribuir de maneira significativa na edificação da escola. A gestão escolar tem a função de unir os setores da escola e esta à comunidade como um todo. Partindo desse pressuposto, todos conseguem ter vez e voz para contribuir com a opinião, a sugestão e as críticas para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

A escola é uma instituição que apresenta interdependência no uso dos recursos materiais e conceituais e coordenação do esforço humano coletivo. Qualquer alteração no funcionamento ou estrutura da gestão influencia nos demais componentes. O principal princípio da gestão democrático-participativa é a autonomia das escolas e da comunidade educativa. A autonomia é o fundamento do conceito Gestão Escolar participativa, com poder de decisão sobre seus objetivos, sua organização e administração dos recursos financeiros consegue trabalhar em grupo, expor suas ideias e conhecimentos aos demais membros da equipe. Quando a Gestão Escolar promove o envolvimento de todos é porque ela possui a perspectiva social, fazendo com que os sujeitos possam “participar no processo de formulação e avaliação da política de educação e na fiscalização de sua execução”, salienta Cóssio (2006, p. 31).

A Gestão Escolar precisa estar fundamentada na construção do espaço público, promovendo a igualdade e propiciando um ambiente de trabalho coletivo, superando o individualismo e a educação excludente, possibilitando a inter-relação do todo e produzindo conhecimento. Isto contribui para preparar os sujeitos para a vida e que “habitem os estudantes a terem expectativas de vida digna, de trabalho, de exercício da cidadania”, ressalta Cóssio (2006, p. 31).

A relação orgânica entre direção e participação dos membros da equipe escolar é um princípio que conjuga a gestão compartilhada, a forma participativa e a responsabilidade de cada membro de equipe. Sob a supervisão do diretor, a equipe formula o projeto pedagógico, toma decisões e aprova um orientador, quando entra em ação o diretor que coordena e delega as responsabilidades das decisões conforme atribuições específicas, prestando avaliação da equipe e desenvolvimento de questões tomadas coletivamente. Estando a serviço dos objetivos de ensino, a participação implica os processos de gestão na busca de consenso a partir de pautas básicas, compreende os processos de gestão, modos de fazer e cumprimentos de responsabilidades compartilhadas na divisão de tarefas.

O envolvimento da comunidade no processo escolar, especialmente dos pais que participam do conselho contribui na preparação do plano pedagógico e acompanhar os serviços prestados. A participação das comunidades dá respaldo aos governos para encaminhar ao poder Legislativo projetos de lei que atendem às necessidade da educação. A presença direta da comunidade na vida escolar também faz com que participem das decisões civis, bem como na organização do bairro, movimentos de educação ambiental, contribuindo na intensificação do acompanhamento da política educacional.

O planejamento das tarefas é um princípio que se justifica porque as escolas buscam atingir seus objetivos através a organização de suas ações. Os planos de ensino elaborados coletivamente é um instrumento unificador das atividades da escola, acompanhados de uma ação racional dos objetivos, das estratégias de ação, dos recursos e controles de avaliação.

A formação dos integrantes da comunidade escolar deve ser continuada. A concepção democrática participativa valoriza o profissional da educação no seu desenvolvimento profissional e nas competências técnicas. O objetivo fundamental da valorização do aluno para que todos aprendam e participem dos processos decisórios é uma meta pedagógica e de gestão. Os profissionais desenvolvem suas habilidades com aperfeiçoamento na dimensão política, científica e pedagógica da equipe.

A avaliação compartilhada e as relações humanas produtivas assentadas na busca de objetivos comuns, decisões e procedimentos devem sempre ser acompanhados e avaliados a partir do princípio da relação orgânica. O conjunto das ações do trabalho educacional está voltado para as ações didáticas e objetivos básicos canalizados numa avaliação mútua de toda equipe escolar. As relações produtivas indicam a importância do sistema de relações interpessoais na qualidade do trabalho de cada educador e valorização da experiência individual de trabalho. A equipe escolar deve investir em relações baseadas no diálogo e nas relações entre direção, professores, alunos e outros funcionários.

3.4. SISTEMA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA

Os diferentes movimentos de um todo administrativo, a distribuição hierárquica do todo organizado em diferentes graus de efetividade, têm por finalidade a construção de conhecimentos e a humanização das relações humanas. Tendo como objetivo a construção da gestão democrática como espaço para a participação, evidencia-se o sistema organizacional da escola, os setores constitutivos desde o diretor até os funcionários e comunidade escolar que constituem um conjunto dinâmico inseparável, com a participação ativa de todos. A ação positiva de um componente ou setor resulta na consequência positiva do conjunto, caso contrário, se um setor não desenvolve as suas funções específicas, o todo organizacional da escola fica prejudicado.

A qualidade da educação é favorecida com a ação democrática global da escola, pois nela o aluno forma a sua cidadania como mediação fundamental para a construção da sociedade. A escola tem como missão fundamental desenvolver uma ação conjunta e consciente, privilegiando o diálogo e o desenvolvimento crítico das consciências, cujos resultados são a construção da cidadania e a sociedade democrática. A gestão democrática da escola resulta na síntese maior da educação do cidadão individual e da estrutura da sociabilidade. A ação conjunta da escola forma a personalidade do educando, nas dimensões física, intelectual, espiritual e social, e não apenas se restringe ao modo tradicional de transmissão e aquisição de conhecimentos.

Para uma educação de qualidade, a escola deve desenvolver um programa de formação dos professores na perspectiva de uma nova concepção epistemológica focada na interdisciplinaridade. Uma Gestão Escolar global e integrada em todos os sentidos tem como componente a construção de um conhecimento integrador das disciplinas e que insere os conhecimentos particulares num todo social e histórico mais amplo. Neste contexto, a formação continuada do professor deve habilitá-lo epistemicamente a transitar por conhecimentos estruturalmente mais complexos e inserir a sua disciplina num todo maior. Os programas de formação dos professores devem capacitá-los a dialogar com outras áreas do saber e com conhecimentos mais universais.

Nas escolas constatamos um conjunto de professores habilitados profissionalmente em trabalhar para o melhor desempenho dos alunos. Mas uma disciplina exposta isoladamente não tem o mesmo êxito em termos de função social, pois se cada professor desenvolve isoladamente o seu trabalho, não contribui para uma gestão orgânica, para a interdisciplinaridade e para a formação integral dos alunos. Nos espaços onde todos têm participação ativa, contribuindo com ideias, sugestões, e principalmente para um ensino onde todas as disciplinas se encaixam mutuamente.

Conforme Paro, ( 2007 p. 71).

Por isso, uma boa estrutura didática e administrativa do ensino deveria prever algum sistema de aperfeiçoamento do professor em serviço, no contexto de sua própria instituição e integrado as demais atividades da escola.

O professor, isoladamente, não se aperfeiçoa no conhecimento, e não acompanha o que seus colegas de equipe estão desenvolvendo com os alunos. Para isso, a formação continuada do professor deve ser realizada no quadro institucional onde ele está inserido. O trabalho deve ser coordenado pela equipe diretiva, para entrar um acordo comum de trabalhos, valores e objetivos a serem realizados.

O planejamento do professor não deve ser um processo individual, pois o exercício é referente à antecipação das atividades desenvolvidas. As instituições escolares devem formular seus objetivos, executar e avaliar o trabalho de forma conjunta. Por consequência, uma escola sem planejamento resulta numa gestão de circunstâncias, as atividades são improvisadas simultaneamente e os resultados obtidos não são avaliados. Em razão disso, o ato de planejar deve ser uma atividade de reflexão e ação, sendo desenvolvido com a participação de todos, fica mais acessível à busca de alternativas, revisão de planos, avaliação dos resultados previstos, tendo em vista uma análise crítica do trabalho realizado e busca de novos rumos.

Na atualidade, são muitas as exigências com relação aos professores que, além de ensinar a disciplina de sua responsabilidade, devem ser facilitadores das aprendizagens, organizadores de atividades e orientadores. Nas situações atuais, o professor inclui nas suas habilidades a atenção às necessidades dos alunos especiais cada vez mais presentes na rede de ensino. O professor, para dar conta de tudo isso deve buscar junto a escola um embasamento e aperfeiçoamento adequado para as novas funções e assumir o processo de mudança educacional. A inclusão da formação contínua para seu profissionalismo, sendo que a escola e a direção devem estar como suporte de estrutura para atender as dificuldades enfrentadas.

A ação positiva de um setor da escola vai aprimorar a relação do trabalho conjunto, e um setor que não desempenha as suas funções vai ter consequências negativas no todo do sistema escolar. Diferentes peças devem ser articuladas para que o todo se desenvolva integradamente, na perspectiva da articulação global e no espírito de equipe. Nesse nível, o professor que tinha como objetivo principal a sua área específica integra o todo da escola, pois sem espírito de equipe nada funciona.

As relações horizontais estruturantes da escola são aquelas que se dinamizam no mesmo nível. Assim, as relações de amizade entre os colegas, as relações construídas no interior das turmas e as relações entre as turmas e as séries da escola estruturam a horizontalidade das relações. As ações integradoras do corpo docente e o dinamismo de formação continuada constitui outra esfera horizontal de relações estruturantes estruturadoras da escola. A combinação das forças deve ser em função da participação de todos para qualificação do conhecimento e das relações humanas.

O sistema organizacional da escola também é constituído por um conjunto de movimentos verticais de integração das diferentes esferas entre si. Nesta força de integração, o diretor não toma arbitrariamente decisões que são verticalmente impostas, mas são resultado do amadurecimento promovido nas instâncias anteriores, partindo dos alunos, passando pelos professores, secretaria, coordenação pedagógica até chegar na instância máxima de decisão. Nesse dinamismo, as questões que chegam numa determinada esfera não lhe são estranhas e extrínsecas, mas qualificam o processo pedagógico a partir dela e engrandecem o todo escolar.

A democracia na escola, por sua vez, relaciona-se ao emprego de mecanismos na Gestão Escolar, conselhos de escola, associação de pais e mestres, entre outros, integrando a democracia como algo intrínseco à educação de qualidade. Quando ocorre o diálogo, a escola é democrática, pois trata de algo necessário presente nas relações cotidianas e pedagógicas.

Na acepção mais usual a escola se organiza para atingir seus objetivos com base na distribuição do poder e da autoridade em seu interior. As escolas de vários sistemas de ensino se organizam de forma semelhante, no formato piramidal, no topo a direção, e logo abaixo, os demais funcionários. Além disso, as escolas contam com órgãos colegiados como associação de pais e mestres, conselho de escola, entre outros. Esses órgãos devem ter participação ativa na escola, assim como os demais funcionários internos. As atividades internas devem ser conduzidas na perspectiva da aceitação conjunta, que apesar de fazer parte de uma instância hierarquizada, consiga promover a adesão, criando formas que garantam a participação democrática.

Em diversas circunstâncias, esses aspectos são deixados de lado, pois a administração dá mais importância à questão burocrática que recebe uma cobrança mais acentuadamente vertical, em detrimento do lado participativo, das necessidades da escola e do aprendizado dos educandos. Pois, o processo democrático é coletivo e participativo, com todas as contribuições formando um conjunto dinamicamente integrado. A formulação de projetos voltados à comunidade a permitem participar da escola, não apenas para festividades, mas como parceiros, integrando o projeto pedagógico de ensino-aprendizagem.

Porém, o outro lado da situação acontece de forma indireta, pois o grupo que trabalha na escola se fecha para si, não aceita as opiniões para não terem o trabalho de discutir e participar. Outro motivo para a não participação na escola é o tempo, muitos alegam não sobrar tempo para o grupo se reunir e realizar funções de aperfeiçoamento, discussão e participação democrática. Contudo, até as reuniões da escola acabam ficando comprometidas, pois o grupo não consegue marcar um horário comum para conversar acerca das atividades acadêmicas. A manutenção da equipe é fator que permite o melhor entrosamento das ações e a continuidade qualitativa no trabalho desenvolvido pela escola.

De acordo com Paro, (2007 p. 108):

Trata-se, portanto, de adotar a instituição escolar de uma estrutura administrativa ágil, que favoreça o bom desempenho do trabalho coletivo e cooperativo, calcada em princípios democráticos que fortaleçam a condição de sujeito (autor) de todos os envolvidos, mas que, ao mesmo tempo (não alternativamente), procure preencher seus postos de trabalho com pessoas identificadas com esses princípios, e empenhadas na realização de um ensino de qualidade.

A estrutura organizacional e administrativa da escola é articulada por uma estrutura dinâmica capaz de integrar todos os setores da escola numa única atividade conjunta. O trabalho cooperativo consiste na interrelação de todos os setores num movimento onde cada qual determina os outros e é por eles determinado. Todas as esferas estabelecem relações recíprocas com todas as outras, cada qual é aberta à totalidade da estrutura escolar que integra positivamente cada esfera particular. A totalidade da estrutura escolar é formada pela interrelação e interdependência de todos os setores, enquanto a especificidade constitui um momento do todo. Além da agilidade funcional da instituição escolar, ela é dinamizada pelo espírito coletivo através do qual todos aparecem como sujeitos do processo de construção da estrutura escolar. Uma tal organização não é prejudicada com a substituição de um membro facilmente integrado na dinâmica global em pleno andamento.

A educação consiste na mediação da formação integral do homem em sua dimensão histórica, para assegurar a qualidade de ensino nas escolas na conjugação das dimensões individual e social. A dimensão individual é dada pela personalidade do educando, em autodeterminação pelo trabalho, através do qual se produz a si mesmo e o mundo. A dimensão social é derivada da condição da pluralidade do homem, não apenas educa-lo para o bem viver individual, mas que seja habilitado para viver em comunidade. A vida comunitária é a base para a fundamentação dos valores democráticos afirmados no interior da escola e da sociedade. O fundamento da democratização da gestão é o ambiente escolar marcado pela qualidade das relações e do conhecimento, para participarem conscientemente dos processos sociais e da cidadania.

4. PRÁTICA DA GESTÃO NAS ESCOLAS

O capítulo que segue expõe o resultado do trabalho de campo apresentado como pesquisa de cunho qualitativo, para, posteriormente, analisar teoricamente os dados recolhidos de gestões escolares desenvolvidas no Município de Marau. A pesquisa foi inspirada no trabalho do gestor público geral até o privado, envolvendo contextos de diferenças sociais e econômicas. Detive a minha investigação num questionário de fácil compreensão para ser respondido num formato descritivo.

A realização da pesquisa tem por finalidade estudar as determinações da estrutura organizacional da Gestão Escolar. Uma gestão moderna e democrática tem como resultado a qualificação do processo de ensino-aprendizagem e das relações humanas.

A motivação da pesquisa surgiu para melhor analisar as contribuições teóricas sobre Gestão Escolar participativa e a ação dos gestores nas suas respectivas escolas. Os questionamentos dizem respeito à ação na modalidade curricular, organizacional, planejamento de atividades, formação continuada dos professores, participação da comunidade da vida escolar, construção da interdisciplinaridade, práticas escolares sobre decisões participativas ou unilaterais, avaliação institucional, qualificação do processo de ensino e aprendizagem etc.

A pesquisa constitui-se de perguntas elaboradas a partir da fundamentação teórica desse trabalho, na tentativa de elaborar um conceito da Gestão Escolar atual. Formuladas as questões, elas foram encaminhadas às escolas, dentre as quais, algumas não se disponibilizaram a responder e outras responderam de forma genérica.

4.1. A GESTÃO NAS ESCOLAS

Neste espaço tenho como objetivo mostrar algo da realidade escolar das instituições em que realizei a pesquisa, através de uma breve contextualização. Foram pesquisadas um total de oito escolas, distribuídas em três grupos, duas escolas privadas, três escolas municipais e três escolas estaduais, situadas em diferentes regiões da cidade.

Apenas duas escolas recebem alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, as demais recebem alunos a partir do primeiro ano. As escolas são sustentadas por mantenedoras diferentes como o Governo do Estado, o Governo Municipal e duas escolas privadas não recebem subsídios de nenhuma espécie. As escolas funcionam em turno integral, abrangendo alunos de diversas regiões da cidade, que utilizam transporte gratuito concedido pelo Governo Municipal e transporte particular para a locomoção.

Os educandos de todas as escolas são oriundos, na sua maioria, da cidade de Marau e possuem um nível socioeconômico médio. Todas as escolas praticam a dinâmica da inclusão, atendendo diversos estudantes, até mesmo no ensino privado os alunos em condições financeiras menos favoráveis, com o sistema de bolsas de estudo, tanto integrais quanto parciais, contemplando uma significativa parcela de alunos.

O questionamento foi preferencialmente aplicado ao diretor escolar, e, na ausência dele, deixaria a pesquisa a ser desenvolvida pelo seu respectivo vice. A distribuição das questões foi realizada em julho de 2012, entregues e recolhidas por mim, primeiramente aconteceu a minha apresentação na chegada à escola, solicitando se ela contribuiria com a resposta às questões propostas.

Juntamente com as questões, foi entregue um termo de compromisso onde constava minha assinatura como acadêmica, a assinatura do orientador, da instituição responsável pelo Núcleo de Pesquisa e da pessoa entrevistada.

4.2. PERGUNTAS E RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

1. Como é trabalhada a gestão de recursos humanos na escola e como as qualidades dos professores e demais são integrados no todo escolar?

Escola A: Quem dispõe os recursos humanos para a Escola é por meio da 7 ª CRE, já que somos Instituto Estadual. Tanto professores como funcionários participam juntos na Formação continuada onde partilham suas qualidades, demonstrado também no trabalho que cada um faz.

Escola B: São vários os fatores para gestão de recursos humanos acontecer na escola tendo metas a ser alcançado e analisando o resultado das avaliações. Toda a comunidade escolar, desde servente ate direção compartilha responsabilidade sobre a educação dos alunos. Tendo assim todas as áreas interligadas em um núcleo gerencial onde há as informações em um núcleo geracional, onde as informações consolidadas fornecem um suporte seguro para a tomada de decisões, possibilitando os acertos necessários para a evolução do aluno e do aprender utilizando assim a melhor ferramenta: diálogo e a pesquisa para encontrar solução.

Escola C: Como escola estadual, os recursos humanos são nomeados ou contratados pela Secretaria Executiva de Estado de Educação.

Escola D: É trabalhada através de reuniões, seminários, exposições de trabalhos.

Escola E: Trabalhamos a questão gestão de recursos humanos de forma participativa, democrática, através de diálogo franco e aberto. As sugestões são valorizadas, as atividades programadas em conjunto. Realizamos formação mensal, em reuniões no segundo sábado de cada mês, momento de organização, avaliação e encaminhamento de todo o processo educativo escolar. Quanto às qualidades dos educadores é levado em consideração as potencialidades e dons de cada um.

Escola F: A gestão de recursos humanos em nossa escola é feita de maneira a integrar todos da equipe escolar, de forma que as qualidades e potencialidades de cada um são valorizadas e integradas no trabalho desenvolvido no espaço escolar.

Escola G: Busca-se valorizar as potencialidades dos professores através dos vários projetos desenvolvidos pelo colégio. Feira de Ciências, feira do livro, campeonatos esportivos, olimpíada de matemática, concurso de textos, etc. Ou seja, buscamos integrar as diferentes habilidades individuais em diferentes atividades do calendário escolar.

2. Como é organizada a pauta das reuniões?

Escola A: A equipe diretiva é que monta a pauta das reuniões a partir das necessidades que vão aparecendo no dia a dia do Instituto.

Escola B: A pauta das reuniões é organizada levando-se em consideração a necessidade do aluno, da escola e dos professores. Conforme a realidade que esta sendo trabalhada.

Escola C: Em reuniões da equipe diretiva.

Escola D: No final de cada reunião são planejados os temas para as próximas reuniões. A equipe diretiva elabora juntando as informações necessárias.

Escola E: A pauta das reuniões é organizada de acordo com a programação estabelecida conforme o planejamento escolar, levando em conta as necessidades que surgem. Há uma reunião previa com a equipe diretiva para o planejamento da reunião, bem como para o andamento do processo formativo dos educadores.

Escola F: A pauta de reuniões é organizada de maneira que haja uma reunião por mês, com duração de quatro horas, sendo que, se for necessário, é realizado outra neste espaço de tempo.

Escola G: As reuniões são organizadas pela Coordenação e Direção, com a participação da equipe diretiva do colégio. A partir de necessidades percebidas nas atividades escolares, organiza-se a pauta de reuniões. Porém, outro assunto sempre presente nas reuniões são temas relativos ao fazer pedagógico e didático do docente. Isto é, há uma preocupação com a Formação permanente dos professores.

3. Qual foi o processo para a elaboração do projeto pedagógico da escola?

Escola A: Como o instituto tem em torno de 1300 alunos e em torno de 100 pessoas entre professores e funcionários, mais os pais, o processo de construção se deu com reuniões dos diversos setores e também com questionários respondidos e enviados para uma equipe que faz a redação final. A cada ano são retomados aspectos possíveis de mudança.

Escola B: O projeto político pedagógico é elaborado com a participação de todas as pessoas que fazem parte do contexto escolar. Nas definições das metas e na implementação de ações. Envolvendo a comunidade neste trabalho e compartilhando a responsabilidade em definir os rumos da escola. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre esta rota e flexível o bastante para se adaptar as necessidades de aprendizagem dos alunos. Mas o esforço compensa, pois com um PPP bem estruturado, a escola ganha um identidade clara e a equipe, segurança para tomar decisões pois ele indica a direção a seguir a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e família. E na construção do PPP que a comunidade escolar (pais, professores, alunos e funcionários debatem, discutem e estabelece suas competições de homem de mundo, de sociedade de conhecimento, de currículo e de avaliação com o objetivo de criar referencias e diretrizes próprias para as praticas que pretendem implantar.

Escola C: Envolvendo toda a comunidade escolar e sistematizado pela equipe organizadora.

Escola D: Foram feitas reuniões com pais, professores, direção, e funcionários para elaborar os objetivos, metas e ações, logo a pós uma metodologia e uma equipe elaborou o documento.

Escola E: A partir de avaliações e questionários realizados com a comunidade educativa, educadores, pais e alunos.

Escola F: O projeto pedagógico da escola é construído em conjunto no inicio do ano letivo, atendendo as necessidades e carências da escola, procurando assim desenvolver atividades e ações que prezam a qualidade de ensino e a integração do aluno no meio escolar.

Escola G: O projeto Pedagógico do colégio está embasado no projeto da Mantenedora ou instituto. A partir deste, foram acrescentados elementos característicos e específicos do colégio, aspectos relacionados com a realidade local. O grande desafio é o de concretizar este Projeto no cotidiano da comunidade escolar.

4. Como funciona a orientação para o planejamento das atividades pedagógicas?

Escola A: As atividades pedagógicas que envolvem todo o Instituto são planejadas e orientadas em reuniões, com a coordenação dos supervisores pedagógicos e da direção.

Escola B: Planejar é prever e organizar as ações com determinadas finalidades, para se conseguir atingir a mudança. A escola estabelece quais são os seus objetivos educativos, que transformações pretendem gerar em seus alunos e na comunidade escolar? Apresentando os recursos humanos e materiais que são disponíveis pela escola a todos os professores. Mostrando a realidade da escola, da comunidade e os principais problemas a serem trabalhados. A escola realiza reunião pedagógica mensal para repassar informações aos professores. Pois cada professor conhecendo os alunos com os quais trabalhara, tem de saber o que vai ensinar, para que, e como fará isso ao longo do trabalho educativo.

Escola C: Ocorre em reuniões pedagógicas com professores.

Escola D: Como nossa escola não possui uma pessoa com o cargo para orientação, esse trabalho é feito pela equipe diretiva, nas reuniões pedagógicas e Conselhos de Classe.

Escola E: Semanalmente a coordenadora pedagógica possui um horário de atendimento para cada professor onde junto com ele avalia o processo pedagógico da turma e orienta o planejamento, dialogando, auxiliando no que for necessário.

Escola F: Após a construção do Projeto Pedagógico, cada professor desenvolve seu planejamento conforme o que foi proposto no projeto da escola. O planejamento diário de cada educador está baseado nos projetos da escola e conteúdos que devem ser desenvolvidos durante o ano letivo. Os conteúdos ou Plano de Ensino são construídos por todos os professores da rede municipal, que de tempos em tempos conforme a necessidade são alterados e modificados em consenso de todos.

Escola G: As atividades pedagógicas são todas acompanhadas pela respectiva coordenação, seja através de reuniões de planejamento, seja através de momentos pessoais ou por áreas. Seguimos o material didático da editora Dom Bosco, mas os professores tem liberdade para trabalhar outros conteúdos e atividades para ir alem da apostila.

5. Como são organizados os planos de ensino e conteúdos ministrados na escola?

Escola A: Os planos de estudo são organizados pelos professores dos anos/series sob a orientação da mantenedora e os conteúdos ministrados pelos professores das disciplinas.

Escola B: Os planos de ensino são organizados a partir da realidade dos alunos, contexto escolar fazendo a interdisciplinaridade de conteúdos abrangendo o PPP e o projeto bimestral feito pelas professoras e direção da escola.

Escola C: Em estudos, reflexões, debates e organizações posterior.

Escola D: No inicio do ano são feitas reuniões pedagógicas onde os professores se reúnem por disciplina e series e elaboram os planos de ensino.

Escola E: Os planos de ensino são organizados pelos educadores no inicio do ano letivo, a partir do diagnóstico da turma.

Escola F: Não respondeu.

Escola G: Não respondeu.

6. Quais são as ações desenvolvidas pela escola para a formação continuada dos professores?

Escola A: As orientações para a formação dos professores vêm da SEC e o instituto a desenvolve em reuniões, encontros, seminários, palestras feitas no instituto ou na rede da CRE em Passo Fundo.

Escola B: A escola permite que os professores realizem formação externa auxiliando no que é necessário. O município oferece formação continuada (cursos extensivos). Na escola é oferecido leitura e estudo de livros, discussão e debates, reuniões mensais pedagógicas.

Escola C: Oportuniza a participação externa e formação na escola.

Escola D: São feitos encontros de 1h30min a cada quinze dias para estudos. Os temas são planejados no inicio para todo o ano, com dispensa de alunos, constando no calendário e aprovados pela 7 CRE.

Escola E: Como falei anteriormente nas reuniões mensais com apoio de outros profissionais.

Escola F: A equipe diretiva favorece o estudo de textos e livros nas reuniões mensais, oportunizando debates e reflexões sobre os mesmos, temas que são definidos conforme a realidade em que estamos inseridos e necessidades que surgem durante o ano letivo.

Escola G: A formação continuada é trabalhada em manhãs de formação, em leituras sugeridas pela direção e coordenação da escola e nas reuniões pedagógicas realizadas ao longo do ano escolar. Mesmo assim, este é um grande desafio, sobretudo, ao que tange a escrita e aos aspectos da informática vistos como ferramenta na prática pedagógica.

7. Quais são as principais instâncias de participação da comunidade da vida escolar?

Escola A: Não respondeu.

Escola B: A comunidade participa diretamente da vida escolar, ou seja, sempre que solicitadas ou não os pais visitam a escola questionando sobre seus filhos. Para fazer uma melhor integração na participação dos pais na escola a mesma convida os pais seguidamente para acompanhar aulas e ajudar sempre que necessário oferecendo comprovante para os pais apresentar em seus respectivos trabalhos. Sendo assim a escola procura fazer um revezamento dos pais conforme seu horário de trabalho.

Escola C: Não respondeu.

Escola D: Os pais participam dos conselhos de classe, entrega de resultados, a comunidade participa muito das promoções da escola como festa junina, aniversário da escola, escolha da rainha, etc.

Escola E: A comunidade participa ativamente na vida da escola, e a escola procura envolver-se também com a comunidade. Procura-se isto, através do grupo de Pais – COM.

Escola F: A escola oportuniza a participação da comunidade escolar nas decisões tomadas, o Conselho escolar e CPM são resultados e opinam em decisões que afetam toda a comunidade escolar e tem oportunidade de participar ativamente das atividades desenvolvidas pela escola. Uma escola que oportuniza a participação de todos na educação, pois educação segundo a constituição é compromisso de todos.

Escola G: A comunidade é convida para participar da vida escolar em vários momentos: reuniões, homenagem das mãe e pais, celebração de Páscoa e Natal, feiras, entregas de notas. E também a pais que são membros da equipe diretiva.

8. Existem iniciativas por parte da escola para a construção da interdisciplinaridade como referencia fundamental de conhecimento. Quais?

Escola A: A interdisciplinaridade está presente em todos os projetos e atividades e atividades realizadas no Instituto e se busca aprofundar isso todos os dias.

Escola B: A interdisciplinaridade na escola é vista como uma forma de ação e integração. Através do dialogo que se estabelece entre as disciplinas e entre os sujeitos das ações. Visto que a interdisciplinaridade “desenvolve a identidade das disciplinas fortalecendo-as” e evidentemente uma mudança de postura na prática pedagógica. Assim a escola juntamente com professores elabora o projeto semestral globalizando todos os conteúdos e seus respectivos mestres. Formando, assim, o elo de ligação entre as disciplinas.

Escola C: Nos planos de estudo, PPP e Regimento escolar.

Escola D: Nas reuniões pedagógicas os professores procuram em conjunto, planejar temas que contemplam os conteúdos a serem trabalhados, de forma que sejam adequadas as diversas disciplinas.

Escola E: Sim. Muitas atividades são realizadas, tanto interdisciplinarmente, quanto transdisciplinaridade, pois, como planejamos um conjunto são muitas atividades realizadas que favorecem o trabalho com assuntos comuns a varias disciplinas.

Escola F: A escola possui iniciativas para que se faça atividades interdisciplinares para que o educando se desenvolva como um todo, dessa forma os professores desenvolvem atividades em conjunto, sendo que os projetos desenvolvidos por eles já são interdisciplinares.

Escola G: A questão da interdisciplinaridade é trabalhada nos projetos, nos eventos, nas feiras, nas gincanas, etc.

9. As práticas escolares e as decisões tomadas são participativas ou unilaterais? Justifique! Quais são as instâncias de participação democrática da comunidade escolar e dos alunos das decisões da escola?

Escola A: São participativas na medida do possível. Os pais são representados pelo COM e Conselho de Escolar e ocorrem assembleias de pais para aprovação de normas e decisões. Os alunos são representados pelo presidente e vice de cada turma e pelo GESTA (grupo ou grêmio estudantil). Os professores e direção por meio das reuniões.

Escola B: As práticas escolares e as decisões tomadas são participativas. Pois a escola tem direção, vice-direção, psicopedagogo, professores do AEE, professores das turmas, serventes, estagiarias, alunos, circulo de pais e mestres e famílias. Todos participam através de reuniões, troca de ideias até o consenso final.

Escola C: As tomadas de decisões envolvem a equipe diretiva, professores, funcionários, alunos, pais, COM e Conselho escolar.

Escola D: Sobre a orientação da mantenedora são repassadas as praticas escolares e as decisões tomadas são sempre com a participação do Conselho Escolar e o Circulo de Pais e Mestres, onde tem representação de pais, professores, funcionários e alunos em cada um, são feitas reuniões periódicas para tomada de decisões e prestação de contas.

Escola E: Participativas através de conversas, diálogos, iniciativas dos alunos, escuta de sugestões, etc.

Escola F: Não respondeu

Escola G: Cada turma elege seus representantes, que através do seu professor regente trás para a coordenação e direção as reivindicações dos alunos. Os professores possuem uma instancia avaliativa em cada final de ano, onde elaboram suas criticas e sugestões. A equipe diretiva é composta por diferentes membros da comunidade escolar como: direção, coordenação, secretaria, um professor de cada etapa educativa e pais de alunos. Esta equipe se reúne mensalmente e toma decisões sobre o andamento escolar.

10. Quais são os principais desafios na formação dos professores e quais são os principais limites enfrentados diante desta questão.

Escola A: Os novos professores são das licenciaturas despreparados e nem todos são professores por opção ou por vocação, as vezes são professores por ser a única opção que lhes sobra e as licenciaturas são os cursos mais baratos.

Escola B: Os principais desafios são em relação a uma faculdade que capacite profissionais aptos a trabalhar sua profissão condizente com a realidade. Percebe-se que os limites são impostos pelo professor que tem que querer aprender e estar sempre buscando algo mais.

Escola C: Formação no período letivo com recuperação de aulas.

Escola D: Atualmente foi cocedido um espaço dentro do horário de trabalho para a formação continuada em serviço, mas considero um limite, mas considero um limite a questão de finanças para conseguirmos profissionais na área da Educação para acessória nesses encontros, que acabam por reunir-se em debates de alguns assuntos relevantes entre os professores com a equipe diretiva. Tem sido proveitosas também as trocas de experiências, leituras de livros e vídeos.

Escola E: A formação sempre deverá ser continua. Diante das mudanças que ocorrem, sempre se está em constante aprendizado. A maior limitação é a questão de tempo e a própria exigência de ensino sempre mais qualificado.

Escola F: Atualmente a educação enfrenta uma crise, e nosso principal desafio é garantir meio as dificuldades, uma educação de qualidade, integrando as tecnologias existentes na escola e oportunizando a construção do conhecimento e não uma mera transmissão de educação.

Escola G: Na formação permanente é dificultoso criar um habito de leitura em nossos professores. A pesquisa e o ato de escrever são exercícios poucos cultivados em nossos professores. Outro desafio é integrar as novas tecnologias na prática educativa. Há medo e insegurança e ai não se arrisca, prefere-se ficar no tradicional e já sabido.

11. Quais são as modalidades de avaliação institucional organizacional e acadêmica da escola como um todo?

Escola A: Da instituição é feita uma avaliação geral de todo o instituto com participação de representantes de todos os segmentos.

Escola B: A avaliação está relacionada aos objetivos, pois a formulação feita em termos comportamentais exige um constante controle durante todo o processo de ensino. Desta forma a avaliação é feita de forma: somativa, formativa e diagnóstica.

Escola C: Avaliação diagnóstica, quantitativa, somativa e qualitativa.

Escola D: Os professores são avaliados anualmente por uma comissão eleita dentro do corpo docente, onde devem apresentar certificados de varias modalidades de formação no ano. Os alunos participam de todas as ações do governo federal, como Provinha Brasil e do governo estadual com a SAERGS.

Escola E: A avaliação é realizada dentro de um processo interativo, direcionado no caminho das relações dinâmicas e dialógicas com o educando. Se realiza na construção do conhecimento, na valorização, no interesse e empenho de cada estudante. O estudante é visto como sujeito do seu próprio desenvolvimento. A avaliação é continua na busca de compreensão das dificuldades e na dinamização de valores oportunidades de conhecimento.

Escola F: A avaliação acadêmica é somativa e continua e a avaliação organizacional é realizada durante as reuniões pedagógicas e ao final do ano letivo é feito um levantamento do que pode continuar e o que é necessário mudar.

Escola G: Como avaliação, temos um questionário enviado aos pais no final do ano, para que estes possam apontar elementos de melhoria da instituição. Porém, nas reuniões e entrega de notas, os pais falam das questões que não estão bem e que devem melhorar.

12. Quais são as principais iniciativas para qualificar o processo de ensino aprendizagem na escola?

Escola A: Formação permanente dos professores, convênios com universidades e entidades que colaboram com palestras e seminários para os alunos, participação em eventos municipais e regionais que ajudem professores, funcionários e alunos, desenvolvimento e elaboração de projetos específicos do Instituto.

Escola B: O primeiro passo é tentar manter todo o processo do contexto escolar unido. O segundo passo é tentar estar atento a tudo que ocorre diariamente a nossa volta. O terceiro passo é por em prática aquilo que se acha necessário. E finalizando o quarto passo é globalizar a aprendizagem fazendo a interdisciplinaridade entre conteúdo, disciplina, professores e PPP.

Escola C: Atualização, formação continuada.

Escola D: Qualificação dos professores, reuniões pedagógicas para formação e avaliação das praticas escolares, participação de olimpíadas escolares, etc.

Escola E: Formação constante do professor, reuniões pedagógicas, estudos e aprofundamentos, conselhos de classe participativa, reforço escolar em horário oposto, trabalho individualizado e em grupo, planilha de acompanhamento de cada aluno, avaliação do todo, acompanhamento psicológico na escola, exigências comum, diálogo com a família, atividades criativas para manter o estudante com interesse nas atividades escolares.

Escola F: As principais iniciativas para qualificar o processo de ensino e aprendizagem da escola são estudo de textos e autores dos temas que tratam de assuntos que se fazem necessários naquele momento e a Secretaria municipal de educação promove palestras de formação.

Escola G: Para qualificar o processo ensino aprendizagem uma maneira é seguir trabalhando de forma mais intensa na formação permanente do professor. Outro é acompanhar o trabalho do professor bem de perto, não no sentido de vigiar, mas com a intenção de ser um apoio e uma ajuda para que este consiga superar debilidades e melhorar sua prática pedagógica.

13. Quais são os principais desafios acadêmicos, pedagógicos e epistemológicos da escola?

Escola A: São muitos, especialmente a que se referem as famílias assumirem junto a aprendizagem dos filhos e a motivação para a educação.

Escola B: Os maiores desafios estão na desestrutura familiar que um grande percentual de alunos se encontra hoje. E preciso ter cautela para trabalhar com as diferenças e tentar acertar a cada novo dia.

Escola C: Uma educação de qualidade avaliada e repensada.

Escola D: Falta de recurso materiais e humanos para acompanhar a questão a evolução tecnológica da atualidade.

Escola E: Uma formação que seja capaz de educar para os valores humanos e cristãos, que de testemunho e que ajude a construir uma identidade pessoal e social, que desperte para a sensibilidade, solidariedade. Que o educando e o educador possam se sentir responsáveis integrados e comprometidos com todo o processo educativo. Educar para capacitar pessoas pensantes, participativas, questionadoras e capazes de apontar soluções e resolver problemas.

Escola F: Os desafios de nossa escola são: proporcionar ensino de qualidade, despertar nos alunos interesse pelo estudo, garantir o bem estar de todos, ter a família como nossa parceria e ter outro olhar fora da própria realidade.

Escola G: Um grande desafio é inserir mais e de forma mais adequada as novas tecnologias em sala de aula. Pouco adianta como escola seguirmos com aulas no quadro e com métodos ultrapassados, se nossos alunos têm outros interesses e outros atrativos bem mais interessantes.

14. Quais os principais pontos norteadores para a organização curricular?

Escola A: Considerar a realidade e os desafios como um todo, bem como a legislação vigente.

Escola B: O ponto norteador para a organização curricular é o aluno como ser humano que faz parte de uma sociedade cada vez mais exigente. Pois como sabemos, o currículo escolar requer uma organização dos tempos e espaços em que a escola vai desenvolver os diferentes conhecimentos e valores que durante a construção do seu PPP forem considerados necessários para a formação de seus alunos.

Escola C: A legislação.

Escola D: Formação do cidadão consciente de sua importância para a sociedade e para o planeta, bem como a sua formação intelectual e com valores morais.

Escola E: A organização curricular segue o plano nacional de educação e oferece além, pois se inclui também a opção fundamental da filosofia de escola.

Escola F: não respondeu.

Escola G: A organização curricular da escola segue as diretrizes curriculares nacionais para cada etapa do ensino. Este é norteador em questão de conteúdo. Outro norteador é o projeto pedagógico da escola, visando uma educação integral dos alunos.

15. Como na escola os professores são motivados para uma ação conjunta no processo de ensino aprendizagem? Como são trabalhados os conflitos entre os professores e outros setores da escola?

Escola A: Esta questão já esta respondida na formação dos professores.

Escola B: Diariamente é feito a valorização do professor como ser humano dotado de efeitos e capacidades, frases motivacionais são espalhadas pela escola. Nas reuniões são realizadas dinâmicas de grupos, palestras, orientações, são passados vídeos e brincadeiras. Levando-se em consideração que a baixa autoestima do professor interfere no acompanhamento dos alunos. Os conflitos são trabalhados de formas discretas onde é conservado individualmente com as pessoas quando necessários. Entusiasmando sempre para um ambiente saudável onde todos se entendem.

Escola C: Há pouco espaço para discussão e encaminhamentos.

Escola D: São feitos diversos encontros de integração e confraternização entre os professores anualmente, bem como o espaço para que nós Conselhos de Classe e reuniões pedagógicas possam reunir-se por área de conhecimento para a troca de experiências. Os conflitos, quando acontece procura-se resolver com muito diálogo.

Escola E: O próprio tema motivação é trabalhado tanto para os educadores quanto para com os educadores. Procuram valorizar cada profissional, dar suporte as suas necessidades, compreendê-los em suas situações, dialogar, chamar, conversar, escutar. Quanto aos conflitos, os resolvemos através de uma conversa franca e aberta. As vezes com confronto para esclarecimentos ou através de atendimentos individuais.

Escola F: Os assuntos da pauta são colocados para a reflexão, sendo que as decisões são tomadas em conjunto, pois os problemas individuais geram conflitos no andamento de todas as atividades da escola. Estes conflitos são trabalhados para que se encontre uma solução que seja boa para todas as partes.

Escola G: Dá-se grande ênfase de que a escola é um todo, uma equipe e que os resultados são conquista de todos e os fracassos também devem ser divididos entre todos. É um desafio, mas trabalha-se neste sentido, embora haja professores desmotivados, seja para suas atividades ou para trabalhos em conjunto. Conflitos existem porque somos seres limitados. Na grande maioria das vezes os conflitos são resolvidos com conversas individuais. Outros são falados em reuniões e outros ainda se resolvem em conversas informais. Ajuda muito nesse sentido o clima organizacional, ou seja, quando no ambiente escolar há um bom clima organizacional, os conflitos são menos intensos e mais fáceis de resolve.

5. PRÁXIS DA GESTÃO ESCOLAR

 

O terceiro capítulo expõe a análise do questionário de pesquisa retornado das escolas, que foi respondido individualmente pelos gestores das escolas. Nesta parte do trabalho são analisados os dados recolhidos pela pesquisa de campo, expostos no capítulo segundo e que serão confrontados com a fundamentação teórica cuja estrutura conceitual forma o primeiro capítulo do trabalho. Da gestão democrática participativa anteriormente exposta e da síntese entre a pesquisa teórica feita e os dados práticos recolhidos resulta o capítulo que segue.

Com respeito à gestão de recursos humanos na escola, evidencia-se a análise da gestão escolar participativa, desenvolvendo um trabalho conjunto através de reuniões e seminários nos quais as capacidades de cada integrante são explicitadas e integradas à ação global da Gestão Escolar. Nesta estrutura organizacional, a integração do todo da equipe escolar valoriza as potencialidades de cada componente. Os gestores escolares entrevistados enfatizam que todas as áreas são interligadas e envolvidas para uma tomada de decisões adequadas que possibilitam o desenvolvimento da aprendizagem e do conhecimento na perspectiva da interdisciplinaridade. Buscam, também, integrar as diferentes habilidades e as atividades do calendário escolar através de projetos desenvolvidos pela escola.

Conforme exposto teoricamente, as instituições escolares possuem características fortes que as diferenciam das empresas convencionais, pois a escola deve considerar que o seu trabalho envolve diretamente o desenvolvimento do humano. A escola que organiza a sua atividade como uma totalidade integrada, a participação de todos torna as qualidades individuais explícitas e dimensionadas na perspectiva do todo organizacional. Quando todo o grupo escolar trabalha para a aprendizagem do aluno, a responsabilidade com a educação é constante na participação ativa na escola.

Conforme Libâneo (2001, p. 25):

Uma das funções profissionais básicas do professor é participar ativamente na gestão e organização da escola contribuindo nas decisões de cunho organizativo, administrativo e pedagógico – didático. Para isso, ele precisa conhecer bem os objetivos e o funcionamento de uma escola, dominar e exercer competentemente sua profissão de professor, trabalhar em equipe e cooperar com os outros profissionais.

A participação nos processos de gestão da escola moderna não é apenas de domínio geral do diretor, e sim, todos devem contribuir para que a escola seja administrada de forma humana, que interage em si e sobre si, operando através de processos organizativos próprios, construindo-se pela participação do todo, sendo interligada em forma de rede que possui dimensões interligadas com todos os seus setores, nunca agindo de forma unilateral. O todo participante do meio escolar que constrói práticas não autoritárias, desenvolve melhores formas de organização, pois cada um consegue coletivizar suas melhores habilidades que resultam na ação conjunta da Gestão Escolar.

5.1. ORGANIZAÇÃO DA PAUTA DAS REUNIÕES

A pesquisa evidencia que a pauta de reuniões é um aspecto que deve ser muito bem elaborado em sua estrutura, tendo um tema principal que será abordado e uma organização bem evidenciada. Na análise das respostas da pesquisa percebe-se que é elaborada pela equipe diretiva conforme as situações observadas pelo diretor. Em algumas escolas há um cronograma estabelecido a partir do critério de certa periodicidade organizacional, abrindo espaço para a realização de outras quando as circunstâncias o requerem. Uma temática constante e transversal em todas as reuniões é a formação pedagógica e didática dos professores.

O trabalho realizado em equipe é a melhor forma de superação da ação meramente profissional e empresarial. A organização da pauta de reuniões deve ser realizada na perspectiva de um olhar sensível e intelectual que identifica os problemas da escola e que requerem soluções permanentes. Quando os problemas e as necessidades são explicitados, o gestor escolar e o corpo docente da escola participam ativamente na sua solução. Os problemas quotidianamente enfrentados pela escola não constituem entraves para a aprendizagem escolar, mas a dinâmica de solução caracteriza a lógica do desenvolvimento permanente da gestão da escola. Assim, um trabalho de gestão democrático é estruturado pelo consenso na concretização coletiva dos objetivos, na dinamização organizacional e no fazer pedagógico.

No processo de organização da pauta de reunião, o gestor deve voltar o seu olhar para tudo o que acontece e discutir para rever as ações diante das situações e acontecimentos. O diálogo abre espaço para que as ideias postas pelos participantes sejam avaliadas e concretizadas na escola e um meio propício para a verificação do alcance efetivo das metas e objetivos. A abertura dos professores ao diálogo em equipe resulta no desenvolvimento de uma metodologia comum de trabalho que motiva a aprendizagem dos alunos.

Quando consta na pauta de reunião o planejamento escolar, o gestor medeia as questões a serem discutidas em equipe. Os principais assuntos relativos à dinâmica escolar devem ser informados e discutidos conjuntamente com a finalidade de incrementar a corresponsabilidade no planejamento escolar. Como momentos de partilha de ideias e de experiências, deve ser realizado um diagnóstico a partir dos dados fornecidos pela pesquisa, explicitar a realidade da escola para melhor abordar um problema e diagnosticar as suas causas.

Segundo Libâneo (2001, p. 139).

O diagnóstico terá a extensão que se julgar mais conveniente. Todavia, se a escola nunca fez um diagnóstico completo, é bom que o faça uma primeira vez e o refaça de tempos em tempos. Nesse caso cabe uma caracterização sócio-econômica, cultural, jurídica, das condições físicas e materiais, do pessoal técnico e docente, do clima da escola, tipo de gestão, relacionamento com pais e comunidade.

A importância da realização do diagnóstico na escola deve começar pelos alunos que a escola acolhe, conhecendo-os melhor, de onde procedem, quais suas expectativas, como está o conhecimento dos alunos. É necessário informar aos alunos da importância para a escola a coleta desse conhecimento sobre eles. O diagnóstico tem uma grande extensão, abrangendo desde os alunos até o relacionamento com a comunidade local, possibilita que seja avaliada a realidade local, para poder diagnosticar o seu problema e, posteriormente, solucioná-lo.

A situação do diagnóstico no processo educativo é bastante complexa, pela variedade de fatores constantes no processo de aprendizagem, adaptação escolar e fatores de ordem interna: físicos, intelectuais, emocionais e externos diretamente ligados ao meio ambiente. O diagnóstico na educação, acompanhamento dos objetivos educacionais, sempre voltados para o processo de desenvolvimento integral da personalidade do aluno.

O gestor, antes de começar a resolver os problemas escolares, deve diagnosticar as causas do problema, iniciando a análise a partir do fator comum que está ocasionando tal problema, e a forma de tratar será mais fácil de coincidir com o problema. A escola tem um espaço aberto para a realização do seu Projeto Político Pedagógico, definir seus rumos e planejar suas atividades, de modo a responder às demandas da sociedade. A autonomia permite à escola construir a identidade, organizar seus planos conforme a realidade, na perspectiva da dinamização do todo escolar, desde o conhecimento do contexto local da escola até o conhecimento da comunidade escolar. Conforme consta na LBD, no artigo 14, o princípio da Gestão Escolar democrática é a participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Pedagógico da escola.

Dessa forma, como investigamos o processo de elaboração do Projeto Político Pedagógico, apareceram aspectos significativos, tais como a ênfase dada ao trabalho coletivo para a sua construção enquanto síntese de múltiplas contribuições. Como o documento, na maioria das escolas pesquisadas, é resultante da ação global que envolve todos os setores da escola, norteará as atividades desenvolvidas em seu interior, iluminará as ações individuais e esclarece a integração dos diferentes setores na totalidade do processo pedagógico. Para as escolas pesquisadas, o Projeto Político Pedagógico é a ferramenta de organização política e diretriz pedagógica nas relações humanas orientadas à construção do conhecimento.

Segundo Libâneo (2001, p. 132).

Pode-se dizer, então, que o projeto representa a oportunidade de a direção, a coordenação pedagógica, os professores e a comunidade, tomarem sua escola nas mãos, definir seu papel estratégico na educação das crianças e jovens, organizar suas ações, visando a atingir os objetivos que se propõem. É o ordenador, o norteador da vida escolar.

Segundo o autor, percebemos que o projeto contém um dinamismo articulador enquanto sonho por parte dos que o elaboraram, como, igualmente, se concretiza nas múltiplas ações e relações pedagógicas desenvolvidas. O Projeto Político Pedagógico representa o elo de ligação entre a direção, a coordenação pedagógica, os professores e a comunidade em geral que desenvolvem uma atividade conjunta orientada à educação das crianças e dos jovens. O Projeto Político Pedagógico define o papel dos diferentes setores da escola, contém os fundamentos filosóficos e pedagógicos orientadores da prática quotidiana e articula a vida escolar como um todo. A relação entre a teoria e a prática se dá num círculo em que a ação é esclarecida pela reflexão quando é instaurada uma nova prática. O Projeto Político Pedagógico constitui um instrumento teórico de avaliação da atividade escolar e de transformação da prática consolidada a partir da avaliação.

A pesquisa evidenciou que o Projeto Político Pedagógico é reconstruído em cada novo ano escolar, quando o ingresso de alunos apresenta novos desafios a serem enfrentados. Com a incorporação de novos membros à comunidade escolar, eles devem ser integrados à dinâmica global do processo pedagógico e da Gestão Escolar quando o Projeto Político Pedagógico precisa ser novamente estudado e avaliado. Os alunos novos, oriundos de diferentes tradições culturais e portadores de diferentes saberes, precisam ser acolhidos e integrados na perspectiva dos princípios pedagógicos e da organização conjunta da escola. O ingresso de novos professores e novos funcionários deve ser realizado na perspectiva da dinâmica pedagógica e organizacional da comunidade educativa para que as capacidades individuais não sejam espontaneamente praticadas, mas integradas na totalidade dinâmica da estrutura escolar. Assim, o Projeto Político Pedagógico não é apenas um texto que fica escondido numa gaveta, mas compreende uma dinâmica permanente de construção, adaptação e reconstrução. Com a constante incorporação de novos integrantes e enfrentamento de novos desafios, a escola atualiza permanentemente o processo de organização.

Para a construção do Projeto Político Pedagógico é de vital importância que a escola seja capaz de discutir uma teoria pedagógica com a finalidade de dar um embasamento filosófico à ação educativa e construir um texto com consistente fundamentação teórica. É muito válido, também, que a escola consiga debater em conjunto uma teoria para elaborar o Projeto Político Pedagógico, dar ênfase a um intelectual ou mais, para que o trabalho prático tenha um embasamento teórico. Para esse procedimento, a escola pode estudar uma obra fundamental, um conjunto de obras fundamentais ou alguns intelectuais afins e construir uma síntese teórica capaz de iluminar o processo de organização da escola nos pilares da gestão integradora dos diferentes setores, da interdisciplinaridade e das relações com a sociedade. Uma consistente fundamentação teórica é decisiva para a inserção da escola na sociedade e para a transmissão e reconstrução do conhecimento.

5.2. PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES ESCOLARES

O planejamento das atividades pedagógicas foi um aspecto pesquisado nas escolas. A lacuna observada numa escola pela ausência de uma pessoa que desenvolva o trabalho de orientação dos professores para planejar as atividades, ficando como tarefa da equipe diretiva, essa atividade fica comprometida se a equipe diretiva não estiver bem preparada para fazer essa orientação. Sendo o planejamento um pré-requisito para um bom trabalho em sala de aula.

Numa outra escola pesquisada, ao contrário, evidencia que, semanalmente, a coordenadora dispõe de um horário de atendimento para cada professor avaliar o planejamento realizado com a turma, orientar e dialogar acerca do processo de ensino-aprendizagem. Essa instância de diálogo contribui muito para a melhoria do planejamento, revisão do processo, aperfeiçoamento da metodologia e introdução de novos recursos pedagógicos, visando o aperfeiçoamento global do processo.

Segundo Libâneo, ( 2001, p.124):

Uma importante característica do planejamento é o seu caráter processual. O ato de planejar não se reduz à elaboração dos planos de trabalho, mas a uma atividade permanente de reflexão e ação. O planejamento é um processo contínuo de conhecimento e análise da realidade escolar em suas condições concretas, de busca de alternativas para a solução de problemas e de tomada de decisões, possibilitando a revisão dos planos e projetos, a correção no mundo das ações.

O processo de planejamento não consiste em elaborar um conjunto de metas de ação a serem posteriormente concretizadas. Não caracteriza, portanto, uma polarização segundo a qual as ações são traçadas no começo do ano e é realizado o que foi previamente estabelecido. Mas o planejamento totaliza um processo permanente de reflexão e de ação circularmente integradas na ação como concretização da reflexão e a reflexão como uma análise da ação. A estrutura global da escola se transforma em objeto de análise teórica para apontar os melhores caminhos de solução dos problemas. A tensão entre a ação e a reflexão resulta num processo de permanente planejamento, concretização, e em novos momentos de planejamento e concretização. A reflexão conduz os rumos da ação, enquanto essa concretiza os princípios racionais da reflexão.

E para uma gestão democrática ser construída numa escola, ela precisa de um planejamento participativo, que conte com todos os representantes participativos para a tomada de decisões e na elaboração de metas e estratégias de ação. A participação, além de aprimorar a gestão, agrega a responsabilidade e compromisso coletivo com os objetivos comuns definidos. O planejamento tem a função de analisar a realidade escolar, identificando as dificuldades existentes e a sua causa, definir os objetivos e metas que compatibilizam com o sistema escolar, na determinação de atividades compatíveis com os recursos materiais e humanos.

Segundo as observações realizadas, há escolas que adotam um material padronizado já elaborado pelas editoras, sendo apenas necessária a sua aplicação pelo professor. Mas o emprego de material previamente elaborado permite a abertura para o exercício do planejamento por parte do professor, proposição de outras atividades e condução do processo segundo as necessidades dos educandos. Observa-se, em algumas escolas pesquisadas, que os professores são orientados a planejar suas atividades em conformidade com as diretrizes do Projeto Político Pedagógico da escola. Através dele, os professores constroem a mediação entre as exigências específicas de suas disciplinas e a ação conjunta de toda a escola.

Percebe-se, diante de respostas da pesquisa, a importância de planejar e o equilíbrio que gera para o professor, pois as restrições da sala de aula fazem com que o professor enfrente uma série de impasses. Em muitas situações, os limites inerentes a uma disciplina e à especialidade própria do docente não são superados, dificultando a abertura aos outros saberes e integração à complexidade do processo escolar como um todo. O planejamento é um processo constante de reflexão sobre as ações, de correção dos rumos adotados e de reelaboração constante dos projetos e conteúdos desenvolvidos. E para a obtenção de sucesso no ensino, depende de vários fatores como a interação entre os alunos e a relação deles com o professor e o saber. Para um bom planejamento, deve ser considerada a qualidade de aprendizagem de todos os discentes e realizar o diagnóstico da produção dos alunos com frequência. Também trocar impressões e estratégias com os colegas.

Um gestor entrevistado manifesta o sentido do planejamento realizado em conjunto com a sua equipe mais próxima. Para vários, o planejamento deve ser ampliado no sentido de envolver toda a comunidade escolar, pois as ações são desenvolvidas com a finalidade de alcançar as mudanças desejadas. Os pontos positivos e a limitações inerentes à dinâmica escolar precisam ser periodicamente avaliados para qualificar as ações. Mesmo em condições de um bom planejamento escolar, os problemas precisam ser solucionados na perspectiva de um processo reflexivo e de ações propositivas. A prática é aprimorada com a elaboração de relatórios reflexivos, com registros das ações discutidos em instâncias de coordenação.

5.3. PARTICIPAÇÃO ATIVA DA COMUNIDADE NA ESCOLA

Quando a comunidade participa da vida escolar, ela pode ser inserida em várias instâncias, desde que a escola tenha abertura. Sabendo de sua importância, foi levado em consideração e observado como as escolas do Município estão abrindo esse espaço à participação da comunidade.

Todas as escolas demonstram ter a comunidade especialmente ativa na escola, através de festas, homenagens, celebrações, feiras e entrega de resultado aos alunos. As escolas convidam a comunidade a participar da vida escolar que corresponde reciprocamente, conciliando horários de trabalho com atividades escolares. Pelos dados evidenciados pela pesquisa, os pais dos alunos demonstram abertura quando são convidados a participar dos eventos promovidos pela escola.

A escola é integrada por uma instância pedagógica denominada Conselho de Pais e Mestres. São representantes que prestam uma significativa contribuição ao educandário, pois participam na tomada de decisões, na discussão dos resultados acadêmicos, são referência de apoio pedagógico aos alunos e mediatizam as relações da escola com a comunidade. Todas as escolas pesquisadas são formadas pelo conselho que estabelece vínculos entre os pais, a escola, os professores e os alunos, edificando a corresponsabilidade entre as famílias e a escola na formação dos alunos.

Quando a estrutura global da escola é integrada por um grupo que representa as famílias, os pais têm à sua disposição um canal de comunicação com o educandário. Através dele, os pais penetram na escola e acompanham diretamente os filhos nos aspectos pedagógico, acadêmico, intelectual e social. Através da entidade representativa dos pais, as famílias tomam conhecimento do processo de desenvolvimento escolar dos filhos, incentivam a atualização permanente das potencialidades e ajudam a superar as dificuldades. Com a presença dos pais na vida escolar dos filhos, é facilitado o acesso ao professor quando os alunos apresentam problemas disciplinares e dificuldades de aprendizagem em determinadas disciplinas.

O acompanhamento pelos pais da vida escolar dos filhos está diretamente vinculado com o aspecto epistemológico da interdisciplinaridade. A presença da comunidade na escola torna mais ativa a ação conjunta dos professores na construção de instâncias epistemológicas que envolvem o conjunto das disciplinas. Para além da especialização e fragmentação dos saberes, as escolas são desafiadas a construir espaços teóricos que envolvem várias disciplinas integradas num sistema mais amplo de saber. O trabalho conjunto dos profissionais da educação resulta na interdisciplinaridade caracterizada como uma lógica de interdependência entre as disciplinas.

As escolas pesquisadas apresentaram nas respostas uma consciência acerca da importância da interdisciplinaridade na construção do conhecimento. As pessoas pesquisadas manifestaram como um componente constitutivo do processo de elaboração do plano de ensino. A visão epistemológica segundo a qual disciplinas específicas integram um todo maior de uma complexidade de disciplinas e saberes passa a ser um dos assuntos privilegiados das reuniões pedagógicas dos professores. Eles buscam instâncias e formas para concretizar no quotidiano escolar um formato interdisciplinar de conhecimento que evidencia a complexidade do mundo.

Sempre que, por parte da escola, existirem iniciativas para articular a integração das disciplinas, mais qualificado será o ensino e mais amplo e intenso será o conhecimento do aluno. Assim, essa questão é uma forma para os profissionais da educação se aliar numa perspectiva conjunta para o desenvolvimento do mesmo trabalho. Isso torna possível a superação da especialização dos saberes por um conhecimento capaz de se constituir em áreas do saber e articular-se na perspectiva sistemática de conceitos transversais.

As escolas que trabalham com decisões participativas têm uma experiência de maior autonomia em relação às demais que trabalham de forma unilateral. As escolas que articulam uma ação inspirada na abertura e participação democrática suscitam a participação, não apenas da comunidade interna, mas também a comunidade externa participa dos processos da escola.

Existem nas escolas alguns representantes de equipe, como os pais dos alunos que escolhem um representante dos pais para levar as informações até a escola, sem precisar que todos se dirijam até ela para ressaltar alguma informação. Os alunos, por sua vez, escolhem seus representantes que conduzem as posições relativas aos problemas às pessoas competentes, favorecendo a comunicação. As escolas pesquisadas demonstraram uma abertura para a participação de todos na condição de sujeitos pedagógicos.

A participação acontece de várias formas, pelos representantes, professores, em reuniões, assembleias para aprovação de normas, troca de ideias e consenso. Em relação às iniciativas dos alunos, a pesquisa revelou que as escolas escutam as suas sugestões. Para alcançar determinadas metas e objetivos, as avaliações escolares são discutidas conjuntamente, com a participação da direção, do corpo docente, dos pais e dos representantes dos alunos. A realização das avaliações é diretamente acompanhada pelo monitoramento das ações, discussão dos resultados e democratização da gestão para ampliar a participação das pessoas nas práticas escolares. Esse grau de participação da comunidade ultrapassa a modalidade de convocação num evento importante da escola e se consolida na espontaneidade da presença em todas as atividades. A conquista pela escola desse nível de participação é desafiador quando a comunidade não tem uma tradição de presença na vida da escola.

5.4. IMPORTANCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES

A formação continuada dos professores é um elemento constitutivo do sistema de organização e gestão da escola. Esse processo compreende o aperfeiçoamento e especialização, inovação na realização das atividades e desenvolvimento intelectual e pedagógico dos profissionais da educação. Quando a formação continuada dos professores está bem estruturada, transforma-se num dos mais eficientes instrumentos para a melhoria do ensino. Quando os professores adentram nessa dinâmica, eles dispõem de uma ferramenta de aprendizagem profissional, pessoal e cultural.

Para a concretização da formação continuada dos professores é necessário um planejamento das atividades que a integra ao cronograma conjunto de ações da escola. Há razões bastantes para a efetivação dessa ação escolar, particularmente no processo rápido de transformação da realidade global, com a emergência de novas tecnologias e novos saberes. O contexto de profundas transformações exige dos profissionais da educação atualização constante na aplicação de tecnologias educacionais, desenvolvimento de novas habilidades pedagógicas e construção de novos conhecimentos. A formação continuada dos professores também é exigida em função da fraca preparação dos egressos dos cursos de licenciatura. A desmotivação pelos baixos salários, indisciplina dos alunos, incapacidade de trabalho na perspectiva do lugar cultural no qual a escola está inserida e falta de atualização são fatores que comprometem a ação qualificada do professor.

Conforme Libâneo, (2001, p. 191.)

A formação em serviço ganha hoje tamanha relevância que constitui parte das condições de trabalho profissional. Os sistemas de ensino e as escolas precisam assegurar condições institucionais técnicas e materiais para o desenvolvimento profissional permanente do professor

A formação do professor não está separada de sua ação em sala de aula e na escola. Ele não conclui a sua formação acadêmica numa universidade e, posteriormente, aplica os conhecimento e habilidades adquiridas na prática escolar. O professor se forma na medida em que desenvolve a sua ação como educador. Os novos desafios que os educandos vão apresentando exigem do professor uma resposta pedagógica concreta através da qual concretiza a formação continuada. O desenvolvimento profissional do professor não é apenas de sua responsabilidade, mas as escolas e os sistemas de ensino devem proporcionar condições adequadas para o aprimoramento técnico, pedagógico e intelectual do profissional da educação.

A partilha de experiências nos encontros, debates a partir de leituras, realização de estudos conjuntos, entre outros aspectos, contribui para a formação do professor como ser crítico, curioso e aberto ao novo. Na atualidade, um dos grandes desafios para o educador é a entrada da tecnologia nas escolas e o professor é obrigado a adequar-se aos sofisticados recursos tecnológicos. O professor necessita ser formado na habilidade de incluir na sua prática quotidiana recursos que canalizam a tecnologia para a aprendizagem e a construção do conhecimento. Conforme pesquisa realizada, a inclusão das modernas tecnologias não é apenas um meio mais fácil e ágil para alcançar o conhecimento, mas a tecnologia carrega outro sistema de conhecimento onde tudo é democratizado e socializado.

Em plena era da tecnologia educacional, os gestores escolares expressam a limitação do hábito de leitura, de escrita e da pesquisa pouco cultivados. Muitos educadores resistem ao uso dos recursos tecnológicos disponíveis, preferindo permanecer nas mesmas práticas desenvolvidas até a atualidade. Diante das novidades proporcionadas pela presença da tecnologia na educação, muitos professores resistem a esse universo em função da necessidade de reciclar o seu processo formativo. Segundo a pesquisa realizada, os gestores educacionais manifestaram a necessidade de aplicação dos recursos tecnológicos na aprendizagem, pois os recursos atraem o aluno que rejeita as metodologias tradicionais.

Na atualidade percebemos, constantemente, as inovações estruturais que as escolas atravessam, os currículos integralizados, as mídias, o perfil do aluno que se modifica em função da assimilação dos novos valores, a grande quantidade de informações que recebem, as propagandas e problemas sociais. É neste contexto que os professores exercerem a profissão e buscam na formação um meio para conseguir exercer o seu trabalho, compreendendo as situações para poder enfrentá-las.

5.5. AVALIAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PROFISSIONAL E OUTROS SETORES DA ESCOLA

As modalidades de avaliação na instituição agregam um valor ao conjunto das ações, tendo em vista a tomada de decisões para novas ações. Os gestores entendem o processo de avaliação de muitas maneiras, executada com diversos representantes, na forma quantitativa, formativa, diagnóstica, contínua e dentro de um processo interativo. Uma avaliação globalizada agrupa os alunos que são avaliados na perspectiva do olhar do conhecimento, valorização, interesse e empenho, na condição de sujeitos do seu próprio desenvolvimento.

A avaliação realizada nas escolas supõe um instrumento para verificar se os objetivos e saberes previstos estão sendo atingidos. No passado, a avaliação nas escolas era vista como uma análise da aprendizagem dos alunos, atualmente, ela é mais globalizada. Na modalidade atual o trabalho dos profissionais faz parte de uma avaliação de sistemas, determinando os objetivos e dependendo de fins para que a escola esteja a serviço da comunidade externa.

Nas escolas pesquisadas, os professores são avaliados anualmente e em cada reunião pedagógica é realizado um diagnóstico do que deve ser mudado e aprimorado. Em algumas escolas, a avaliação com os professores é realizada por uma comissão eleita pelo do corpo docente, quando os docentes apresentam seus certificados de formação durante o ano.

A avaliação deve servir, não apenas para avaliar o professor e o aluno, mas para analisar a qualidade da educação oferecida nas escolas. A avaliação compreende o questionamento geral relativo ao atendimento das demandas da escola e a edificação, no seu cotidiano, de suas representações quanto à qualidade oferecida. Por isso, é importante a implantação de programas para a avaliação dos sistemas educacionais, com questionamentos padronizados para maior controle na qualidade do ensino e da vida escolar.

Muitos problemas enfrentados pelas escolas estão diretamente relacionados à carência e à falta de avaliação. Como, em muitas circunstâncias, a avaliação é realizada com precariedade, problemas relacionados à aprendizagem escolar e às relações entre as pessoas, por exemplo, não são detectados e o seu agravamento será muito mais difícil de resolver. A pesquisa esclareceu que, quando a avaliação é feita com regularidade, os indicativos evidenciam os problemas e apontam as soluções. Quanto às atribuições do professor, a avaliação aponta o perfil das competências nas suas relações com o conteúdo e com os alunos, apontando ações diante de potencialidades e fragilidades.

O processo de ensino-aprendizagem escolar deve ser qualificado e iniciativas devem ser tomadas por parte da escola. Nesse processo, o gestor escolar deve acompanhar diretamente o trabalho do professor em sala de aula para solucionar as dificuldades enfrentadas na prática pedagógica. O processo de ensino- aprendizagem tem como objetivo instigar a reflexão, a problematização e a conscientização do papel social desenvolvido dentro da escola. Para assegurar a qualidade do ensino e da aprendizagem é importante que o corpo docente perceba a importância do relacionamento, do intercâmbio, o valor dos saberes, da afetividade e da ética no processo democrático, pois o aluno atual será o cidadão atuante no futuro.

Diante da pesquisa realizada, muitas reflexões se complementam a respeito do aprimoramento desses fatores que envolvem o processo de ensino-aprendizagem, demonstrando que as escolas estão preocupadas com a qualidade acadêmica. As escolas trabalham para que os professores recebam formação contínua e permanente, mantendo convênios com diversas entidades que promovem palestras e seminários para oferecer um ensino atualizado e que participem de projetos desenvolvidos pela escola.

Uma resposta significativa dada pelos gestores é a necessidade de manter todo o processo do contexto escolar unido para facilitar a observação dos acontecimentos, identificando as necessidades sentidas pelos professores em seu trabalho. Isso é completado com a totalização e dinamização das relações cognitivas entre conteúdo, disciplinas, professores e projeto pedagógico canalizados na interdisciplinaridade.

Quando há um clima de confiança entre professores, direção e coordenação pedagógica, as atividades tendem a ser realizadas de forma participativa e aberta. O desenvolvimento das atividades e o planejamento das mesmas tem como ingrediente o agendamento do reforço escolar para os alunos com necessidades, diálogo em relação a metodologias alternativas de ensino, registros sobre o desenvolvimento cognitivo dos alunos, avaliação do todo, acompanhamento psicológico, exigências comuns, diálogo com a família e atividades criativas para manter o estudante interessado nas atividades escolares.

A escola, atualmente, enfrenta desafios pedagógicos, epistemológicos e acadêmicos em sua gestão. Na pesquisa foram identificadas algumas contradições nas quais os gestores escolares estão inseridos e que desafiam a sua ação. Um dos grandes desafios dos gestores e da escola como um todo é a desestruturação familiar. Em muitas circunstâncias, a escola é obrigada a suprir demandas não realizadas na esfera das relações familiares, abrindo mão de algumas atribuições fundamentais. Essas carências dão sequência nos graus subsequentes de escolarização das pessoas, quando um nível é obrigado a suprir as deficiências dos anteriores.

Um gestor chamou a atenção acerca da formação para os valores humanos e cristãos, de dar testemunho de vida e de contribuir na construção de uma identidade pessoal e social, que desperte para a sensibilidade e solidariedade. Por esse caminho, o educando e o educador devem sentir-se responsáveis, integrados e comprometidos com todo o processo educativo. Educar para capacitar pessoas pensantes, participativas, questionadoras e capazes de apontar soluções e resolver problemas.

A pesquisa realizada apresenta desafios relativos à inserção das escolas em diferentes contextos comunitários. O aspecto dominante dos desafios da escola é a formação integral do ser humano individualmente estruturado pelas dimensões da corporeidade, do psiquismo e da razão; relacionalmente aberto ao mundo na relação de objetividade, aos outros e à história na relação de intersubjetividade e ao absoluto na relação de transcendência. O desafio da formação integral do ser humano não se restringe à sua educação como indivíduo, no melhor estilo do subjetivismo moderno, mas em formá-lo num contexto de múltiplas relações. A educação integral comporta o processo simultâneo de constituição da subjetividade e da interioridade estruturais e de constituição das relações grupais e sociais.

As respostas colhidas pela pesquisa evidenciaram o desafio da ação conjunta do corpo docente com a finalidade de incrementar um processo de ensino-aprendizagem capaz de fornecer ao aluno um conhecimento amplo da realidade. Por parte dos gestores escolares, os conflitos entre os docentes requerem uma atenção permanente, pois, o docente, ao buscar a sua autoafirmação, tende a enfraquecer a ação dos outros. O problema se torna mais complexo quando vários docentes buscam a afirmação de seus espaços com a tentativa de diminuir o espaço de ação de outros docentes. Para evitar a formação de uma situação de egocentrismo generalizado, as escolas procuram motivar o ambiente de trabalho com frases motivacionais, elevar a autoestima dos professores com dinâmicas de grupo, realização de palestras, encontros de confraternização e valorização profissional.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer deste estudo foram demonstrados aspectos que caracterizam a Gestão Escolar enfocada pelo princípio orientador a democratização. Pois, trabalhando na perspectiva de uma gestão democrática abrem-se espaços para a participação das pessoas. Elas conseguem demonstrar da melhor forma o controle de seu próprio trabalho, sentindo-se parte da realidade do contexto escolar. Mediante essa prática é superada a ação do poder individual e se promove a competência na unidade escolar como um todo.

A estrutura organizacional das escolas deve ter como princípio o trabalho em conjunto entre todas as pessoas que fazem parte do grupo escolar, agem em prol dos objetivos da educação relacionada à sociedade e formação dos alunos. O gestor escolar tem papel muito importante no centro das organizações escolares, pois ele deve ser considerado como o mediador de todas as ações efetuadas pelos componentes da escola. A instituição escolar não deve ser uma instituição que age de forma isolada, mas estabelece relações com toda a sociedade. Sendo o gestor o representante da instituição, ele necessita de conhecimentos administrativos e pedagógicos.

Ao longo desse estudo analisou-se a distribuição de funções na estrutura interna da escola, trabalhando de forma articulada com o gestor, assim todos os setores agem com motivação e satisfação para o desenvolvimento conjunto da comunidade escolar. Os setores, ao sentirem-se integrantes da dinâmica escolar, sentir-se-ão convidados a compartilhar as ideias e aceitam as suas sugestões. O diretor, ao adotar a gestão democrática para gerir a sua instituição, orientará a escola para a participação e a transparência nas ações. Nesse modelo de Gestão Escolar, cada integrante tem direito à livre expressão de suas posições, independente do nível hierárquico em que se encontra.

A pesquisa realizada demonstrou que, para haver novas relações entre escola e comunidade, é preciso ser promovida a efetivação da democratização na Gestão Escolar, repensando a teoria e a prática e suprindo os controles formais. A priorização da avaliação dos resultados advindos de uma gestão participativa, com a participação da comunidade no controle social das escolas e a qualidade de ensino canalizada pela gestão democrática.

A participação coletiva de todos os setores da escola nas decisões pedagógicas dá início à superação do poder autoritário e individualista. A gestão democrática contemporânea vem com a finalidade de estabelecer cada vez mais novos vínculos internos na escola e vínculos com a comunidade externa. A democratização institucional tornou-se um novo caminho para promover a prática pedagógica para a contribuição do processo participativo mais amplo. Como princípio da gestão democrática é promovido na comunidade escolar uma nova redistribuição das responsabilidades, tarefas, metas para intensificar o maior comprometimento com os objetivos educacionais.

O gestor deve influenciar diretamente o profissional da educação, estando em contato com os docentes, faz com que cada segmento interno ou externo sinta que a escola pertence a eles e, com isso, o gestor deve ser para esses membros fonte de inspiração e apoio. O estímulo da criatividade e o confronto das ideias conquistadas a partir da valorização do trabalho em equipe faz com que todos os setores sejam reconhecidos na sua contribuição.

O diretor que valoriza a gestão participativa não abandona seus professores em suas salas de aula, mas busca uma educação integralizada, organiza as pautas de reuniões e abre espaço para o diálogo. O estímulo ao debate de ideias e problemas pedagógicos do cotidiano escolar caracteriza um espaço para os professores refletirem suas práticas e dialogarem sobre inovações no ensino. As novas tecnologias representam os parâmetros de inovações que desafiam as práticas educacionais. Para isso, o gestor mobiliza a escola com a sua capacidade de comunicação.

A pesquisa teórica do presente trabalho, teve uma grande aproximação satisfatória com a pesquisa prática realizada com os gestores, pois a partir da pesquisa foi elaborada uma analise e isso deu um aprofundamento maior ao conhecimento teórico o qual pode ser justificado sobre como está sendo trabalhado a Gestão nas escolas. A partir da realização do trabalho ficou mais amplo o conhecimento sobre a democratização da gestão, o que ela desenvolve na escola relativo ao conhecimento coletivo e uma educação integralizada. E se os gestores estão demonstrando reconhecimento sobre todos os setores da escola e as contribuições de cada integrante, para com os objetivos educacionais.

O trabalho integrado com a pesquisa prática, além de trazer os resultados qualitativos para serem analisados e tornar-se mais enriquecido em conhecimento, também objetivou como está a realidade atual sobre a Gestão. Ao observar a qualidade das respostas elaboradas pelos diretores das escolas, podendo fazer uma diferença sobre respostas completas e bem elaboradas de um profissional que atua de forma aberta ao diálogo que tem um conhecimento especializado sobre a área que esta atuando, diferentemente de profissionais que deixaram questionamentos sem respostas, podendo ser analisado que desconhece o assunto perguntado estando despreparado para a função, ou usaram respostas que não deixou bem especificado a ideia.

O trabalho demonstra uma teoria sobre um modelo de Gestão contemporânea e coloca uma confrontação a partir de uma pesquisa sobre o que atualmente está sendo praticado nas escolas, sendo este um primeiro passo para a temática. O tema poderá ser aprofundado em outras circunstancias, para uma reavaliação da evolução das respostas e como a Gestão esta se modernizando acompanhado os ambitos escolares, para posterior dar continuidade a este trabalho. Assim, a gestão escolar poderá ser implantada e contribuir de forma significativa para que a escola seja um lugar de aprendizagens significativas, contribuindo para a formação integral dos sujeitos que nela se inserem. Ser sujeito é participar e fazer parte das ações e é isso que a escola e a legislação anseiam ao implantar a gestão escolar, por isso que não é um trabalho fácil, mas que exige comprometimento e ações concretas por parte de todos os envolvidos, garantindo a tão desejada educação de qualidade por parte de todos.

7. REFERÊNCIAS

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001. 259p.

PARO, Vitor Henrique. Gestão escolar, democracia e qualidade de ensino. São Paulo: Ática, 2007. 120p.

LUCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. 8. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. Série Cadernos de Gestão. 124p.

COSSIO, Maria de Fátima. Gestão democrática da educação: retórica política ou prática possível. In: CAMARGO, Ieda de. Gestão e políticas da educação. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2006, 142p.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. – 16. ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: (Lei9394/96) / 9º. Ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

1 Por LDB entende-se: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


Publicado por: Júlia Riçardo

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