A ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO

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1. RESUMO

Atualmente, no Brasil, a educação básica encontra-se em total precariedade, onde indivíduos já escolarizados ainda são considerados analfabetos funcionais, isto é, não são capazes de compreender o que leem. Buscando esclarecer tais circunstâncias, este trabalho vem para afirmar a importância de se entender a significação de alfabetização e letramento, bem como suas diferenciações, compreendendo a importância da junção desses dois termos para a formação de indivíduos atuantes na sociedade de modo crítico-reflexivo. Para tanto, a finalidade do presente trabalho, de cunho bibliográfico, é trazer ao professor e demais profissionais da área da educação, uma visão mais clara e abrangente sobre o letramento, pautada nas ações que fazem uso da leitura e da escrita, como agentes facilitadores de práticas sociais dentro e fora do ambiente escolar, onde a escola deve ser o principal gerador de momentos que possibilitem a leitura e a escrita de modo a desenvolver indivíduos alfabetizados e letrados.

Palavras-chave: Educação. Alfabetização. Letramento. Social.

RESUMEN:

Actualmente en Brasil, la educación básica es en la precariedad absoluta, donde los individuos han educado todavía son considerados analfabetos funcionales, es decir, no son capaces de comprender lo que leen. Tratando de aclarar las circunstancias, este trabajo trata de afirmar la importancia de comprender la importancia de la alfabetización y el lectramento, así como sus diferencias, la comprensión de la importancia de la unión de estos dos términos para la formación de personas activas en la sociedad tan crítica y reflexiva. Por lo tanto, el propósito de este trabajo bibliográfico, es traer el maestro y otros profesionales en el campo de la educación, la alfabetización más clara y completa, en base a las acciones que hacen uso de la lectura y la escritura, como agentes facilitadores prácticas sociales dentro y fuera de la escuela, donde la escuela debe ser el principal generador de momentos que permiten la lectura y la escritura con el fin de desarrollar las personas alfabetas y lectradas.

Palabras-clave: Educación. Alfabetización. Lectramento. Social.

2. INTRODUÇÃO

Para pensar em educação é necessária a compreensão histórica da sociedade a que esta educação serve. Assim, este trabalho transcorrer-se-á apenas através da história da alfabetização em nosso país, o Brasil, buscando com isso, entender o estágio de educação em que o país se encontra hoje.
Esclarecendo, da maneira mais aberta possível, os estágios da alfabetização e o surgimento de um termo bastante utilizado e valorizado recentemente, o letramento, procurando entender a importância do mesmo e como utilizá-lo de forma significativa.

No primeiro capítulo, será perceptível a ideia de alfabetização e como a mesma se dá nos inúmeros espaços de ensino aprendizagem, mostrar-se-á, de maneira clara e objetiva, o trajeto feito pela alfabetização até alcançar a perspectiva tão sonhada de letramento. Com o passar do tempo ocorreram modificações. Tais modificações vieram com o intuito de sanar e resolver problemas sociais e políticos, deixando de ser o mero ato de codificar e decodificar sinais gráficos utilizados na escrita, o alfabeto, onde, alfabetizado é aquele que consegue reconhecer as letras do alfabeto.

No capítulo segundo, é possível notar que existem inúmeros instrumentos que podem ser utilizados para auxiliar a alfabetização, e que ela assume um caráter mais consistente, quer-se alfabetizar com uma perspectiva de letramento, ela é permeada pelas questões sociais, coletivas e individuais, não basta apenas decodificar símbolos, há que ter significado.

No terceiro capítulo, a abordagem é feita na intenção de demonstrar que letrar é preciso e é possível, partindo do pressuposto de que todos são possíveis “aprendedores”. Para letrar, é preciso querer. Cabe aqui o papel do professor, enquanto mediador, incentivador, responsável em produzir seres pensantes, atuantes.

3. CAPÍTULO I - A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO

3.1. Conceitos e ideias

De início, fazer a definição de alfabetização aparenta ser desnecessário, entretanto, é a partir daí que será possível o entendimento de outro termo presente no tema deste trabalho, o letramento. Ademais, consultando o Dicionário Aurélio (2012), é possível encontrar três definições para o termo alfabetizar: 1. ato de ensinar a ler; 2. dar instrução primária a; e 3. aprender a ler por si mesmo. Com essa definição que se inicia a problemática pesquisada. Como tudo no mundo tem uma história e um porque, na educação, principalmente, é imprescindível fazer um trabalho de pesquisa, antropológico, filosófico, psicológico e antológico para que seja possível entender as mudanças ocorridas ao longo do tempo no ato de alfabetizar ou letrar alguém. Bem como entender os motivos que levaram a sociedade a perceber que era preciso ter ações mais específicas para que a melhora na qualidade desse ato viesse a acontecer.

Há muito se tem falado em alfabetização para todos. Criança, jovem ou adulto, não importa a classe social ou a idade, o que realmente interessa é ser/estar alfabetizado, porém, o que vem a ser um indivíduo alfabetizado? O que é alfabetizar? Segundo Val (2006, p.13), o termo se resume estritamente ao ato de decodificar uma série de sinais gráficos, e na capacidade de antologiar, codificar os ruídos da língua. O que o torna algo especificamente técnico. Porém, assim como a sociedade mudou, o termo alfabetizar também sofreu diversas modificações. Tais modificações vieram para suprir as necessidades sociais e políticas, contrapondo assim, com a definição do simples ato de codificar e decodificar aqueles sinais gráficos utilizados na escrita, o alfabeto, onde, alfabetizado é aquele que consegue reconhecer as letras do alfabeto.

Com as transformações ocorridas, a expressão alfabetizado deixa de ser a denominação de alguém que é capaz de além de ler escrever, também interpretar um texto. Assim, aqueles que somente leem ou escrevem sem aferir sentido à leitura ou escrita, passa a ser chamado de semianalfabeto ou analfabeto funcional, pois é capaz de apenas decifrar o alfabeto. Entretanto, só pode ser chamado de analfabeto funcional, ou semianalfabeto, aquele que possui mais de quinze anos e que tenha cursado até quatro anos da educação básica.

A partir dessas mudanças, uma pesquisa feita pelo IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística - em 2005, foi constatado que o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população (30% no nível 1 e 38% no nível 22). Somados esses 68% de analfabetos funcionais com os 7% da população que é totalmente analfabeta, resulta que 75% da população não possui o domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou seja, apenas 1 de cada 4 brasileiros (25% da população) são plenamente alfabetizados/letrados, isto é, estão no nível 3 de alfabetização funcional.

3.2. Alfabetização no Brasil

A alfabetização nem sempre foi entendida como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e suas variações. Ao contrário disso, o que se tinha em tempos não tão distantes assim era que alfabetização consistia no simples ato de aprender a ler e escrever, além disso, a educação não era direito de todos e dever do Estado e da família3, e isso fez com que o ensino, principalmente nas escolas públicas, não fosse de qualidade. Porém, quando essas mudanças começaram a ocorrer? Fazendo um traçado histórico pela educação brasileira, é possível perceber momentos marcantes desses acontecimentos, sendo o primeiro, logo na chegada dos portugueses ao Brasil, pois, mesmo os índios sendo considerados “selvagens”, era possível perceber um modelo de educação existente, que tinha como principal característica, a liberdade, diferente da educação europeia que tinha caráter repressivo. Nas aldeias, os conhecimentos eram passados de pai para filho, o respeito dos índios mais jovens para com os mais velhos, etc.; e assim sua cultura era preservada. Porém, esse modelo de educação é interrompido com os colonizadores, que construíram escolas jesuítas nas comunidades locais, interferindo nos costumes indígenas e implantando novas maneiras de ensinar e aprender.

É possível perceber que a alfabetização em si mudou bastante, não só na sua definição, mas também no modo como ela era conduzida, levando em consideração os materiais didáticos, a mudança de técnicas de memorização e métodos empregados, além, é claro, dos fatores sociais, econômicos e políticos. O que exigiu não só da escola, mas também dos professores em sala de aula, uma postura diferenciada, com novas didáticas e ainda embasamento teórico para se ter mais qualidade em sua prática pedagógica, pois os objetivam absorver e transportar para sala de aula os novos paradigmas que surgem a cada dia. O Brasil tem sofrido muito quanto às inúmeras teorias e métodos que “brotam” a todo o tempo, uma das explicações para tantas mudanças está no fato de o país ainda ser muito “jovem” e inexperiente quanto às questões socioeconômicas, culturais e políticas.

A esse respeito, o website “Todos pela Educação” (Zero Hora, RS) publicou o que segue:

Os problemas da educação brasileira extrapolam os limites da sala de aula. O desempenho pífio revelado em avaliações internacionais se deve a uma combinação de falhas de educadores, governantes e famílias, na opinião de especialistas. Essas deficiências incluem erros de gestão, falta de recursos e pouca cobrança social por resultados que façam jus ao atual peso econômico e político do Brasil. (2012)

Ou seja, percebe-se uma imaturidade e irresponsabilidade gritante por parte dos responsáveis pela educação, (no caso em tela, os “gestores” do país) quanto às questões culturais e políticas. Isso por que, atualmente, o que mais se tem falado é acerca da falta de investimentos na formação dos profissionais responsáveis por transmitir o conhecimento, os professores; falta de estrutura física, e até mesmo a ausência da participação da comunidade na hora das decisões serem tomadas. O que torna facilmente notável a enorme distância existente entre o “poder e o povo”.

3.3. Caminhos e Descaminhos da Alfabetização

Apesar de determinados índices apontarem que os investimentos do Brasil em educação tem sido significantes, até mesmo mais que os da China4, é evidente que, mesmo assim, a educação ainda não é a prioridade no Brasil. Outrossim, mesmo que o país tenha feito, nas últimas décadas, significativas mudanças e investimentos na educação básica, sendo um deles a universalização do ensino (garantia de educação de qualidade, e gratuita, para todos), ainda assim, os desafios a serem vencidos para uma educação de qualidade são inúmeros. Em uma audiência pública que tinha o objetivo de debater as dificuldades que o país encontra para o alcance das metas na educação, a senadora Lídice de Mata (PSB-BA), afirmou que é grave a situação da educação básica pública no país, apesar dos enormes avanços, como nos investimentos em educação realizados nos últimos oito anos de governo. Porém, mesmo ainda não tendo atingido a qualidade ideal, as melhoras foram significativas e algumas cidades já se sobressaem a outras.

No município local, Minaçu, os números do IDEB apontam que a educação superou todas as expectativas nos últimos quatro anos. Em 2012, a então Secretária da Educação do Município, Sônia Quintino declarou que "o ensino municipal em Minaçu ficou acima da média nacional que foi 5.0 e acima da meta estipulada que era de 4.7. Conseguimos a nota 5.3, meta projetada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para ser atingida somente em 2015".

Entrementes, mesmo com tanto investimento, o Brasil ainda se encontra distante de alcançar o percentual médio exigido pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 6,25% do Produto Interno Bruto, o PIB. E neste diapasão, o professor Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), entende que é preciso cuidado para que os números do aumento não sinalizem mais que a realidade. "Diferentemente das nações europeias, o Brasil ainda tem problemas como a carência de instalações físicas, crianças fora da escola. É claro que, nesse cenário, é preciso investir mais." (NETTO, 2012).

E é a partir desses questionamentos que outra questão surge: será que apenas o investimento financeiro será capaz de suprir todas as necessidades que a educação apresenta, a transformando em algo que ofereça “qualidade total” aos que dela dependem? Os problemas da educação estão além do dinheiro que nela é empregado, pois existem inúmeros fatores que dependem muito mais de gestão do que do próprio dinheiro em si. Entre elas estão: a má formação dos profissionais que atuam nas escolas, a falta de informação por parte da comunidade quanto a exigência de seus direitos; a defasagem que se encontra longe do século XXI, e o fracasso escolar, que abrange desde a repetência até a evasão escolar.

Para tanto, a primeira tarefa a se fazer é “começar do começo”, da base, assim como conhecido popularmente: "A relação se constrói como uma casa. A maioria das pessoas constrói uma edificação sem nenhum alicerce sólido.” Esse ditado popular exprime, em pouquíssimas palavras o que incontáveis teóricos, não só da educação, mas de todas as áreas, vem tentando fazer com que as pessoas entendam há séculos: para tudo, é preciso se ter uma base, um alicerce de qualidade para que, no futuro, sua estrutura não seja abalada por pequenas coisas. Da mesma forma, para não se dizer, indiscutivelmente, na educação, a Educação Básica é fundamental para que os níveis de ensino futuros não venham a ser comprometidos; para que os alunos não encontrem dificuldades de aprendizado preocupantes. Acerca do mesmo, Izabel Sadalla Grispino5, em seu website, afirma que:

A educação infantil tem-se revelado primordial para uma aprendizagem efetiva. Ela socializa, desenvolve habilidades, melhora o desempenho escolar futuro, propiciando à criança resultados superiores ao chegar ao ensino fundamental. (2006)

Ao serem evidenciadas tais concepções acerca da Educação Infantil, outras questões surgiram, já que o ingresso da criança antecipadamente na sala de aula faz com que a escola se veja diante da necessidade de reformular seu projeto pedagógico, e, especialmente, quanto a dois fatores essenciais: a alfabetização e o letramento. Porém, nem todos pensam dessa forma, e esses se perguntam se realmente é preciso alfabetizar crianças aos 06 anos de idade. Será que é realmente importante? Se sim, quais as capacidades que deverão ser desenvolvidas? Bem, essas são questões um tanto quanto corriqueiras, em algumas escolas, isso por que este é um novo fenômeno que surgiu no âmbito educacional, o letramento, que, para muitos, ainda é algo novo e causa medo e insegurança por simplesmente ser “novo”, trazendo consigo a necessidade de mudança.

Cerca de duas décadas atrás, esse novo termo, o letramento, surgiu, aqui no Brasil, diante das mudanças que ocorriam na educação, e das percepções das várias maneiras de se aprender a ler e escrever, de pensar, de agir; e isso por que, finalmente, constataram que o ato de aprender não caminhava sozinho, nem distante de questões como família, sociedade e política. Enfim, todas as atividades sociais são de certa forma, interligadas, e na educação isso não é diferente.

Pelo contrário, é na escola o local onde é mais fácil a percepção de que todos esses fatores supracitados influenciam, de maneira considerável, em todas as ações das crianças. Com uma linha de pensamento construtivista, o letramento é definido por Soares (1998, p. 125) como uma palavra recém-chegada ao vocabulário da Educação e das Ciências Linguísticas, ou seja, ainda não se tinha muita “intimidade” com a mesma. Sendo assim, a própria definição se torna um pouco vaga. Mas, já no dicionário Houaiss (2001, p.1474), é possível encontrar uma melhor conceituação, sendo atribuídas três definições, que são elas: 1. Representação da linguagem falada por meio de sinais; escrita. 2. Alfabetização (‘processo’). 3. (década de 1980) conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de materiais escritos, sendo exatamente a definição que mais se aproxima do que o termo realmente expressa.

Assim, também com fulcro em Soares (2004a, p. 16):

Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e a escrever dentro de um contexto onde a leitura e a escrita tenham sentido e façam parte da vida do aluno. Segundo o dicionário Aurélio, letrado é aquele “versado em letras, erudito”, enquanto que iletrado é “aquele que não tem conhecimentos literários” e também o “analfabeto ou quase analfabeto”.

A partir dessas definições, é possível perceber por que a educação se viu diante da necessidade de adotar tal termo. Isso por que a própria sociedade encontra-se modificada, com uma nova realidade, não bastando somente saber ler e escrever, já que agora, do mesmo modo, é preciso ser capaz de, além de ler e escrever, atender às condições de leitura e escrita que a sociedade faz de modo contínuo.

É importante destacar que, por mais que o indivíduo não saiba ler e escrever, ou seja, é analfabeto, não se pode dizer que o mesmo é totalmente iletrado, se este se encontra inserido em uma sociedade letrada. Do mesmo modo que uma criança não alfabetizada não é iletrada, já que convive em um ambiente repleto de objetos que contém letras/palavras, como livros, cartazes, etc.. Nesse mesmo sentido, Soares (2004a, p. 24) afirma que:

(...) a criança que ainda não se alfabetizou, mas já folheia livros, finge lê-los, brinca de escrever, ouve histórias que lhe são lidas, está rodeada de material escrito e percebe seu uso e função, essa criança é ainda “analfabeta”, porque não aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no mundo do letramento, já é de certa forma, letrada. (grifo da autora)

Esse exemplo torna clara a diferença entre alfabetização e letramento, deixando evidente que o fenômeno do letramento existe sim, e que é preciso que se haja essa diferenciação, mesmo não sendo estes dissociáveis, durante o processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, sejam eles voltados para adultos ou crianças. Não deixando de lado o fato de que letrar é um ato social, e, portanto, cultural, assim, a partir do momento em que a pessoa se torna letrada, consequências linguísticas são trazidas, tais como a forma que o letrado fala é diferente do modo com que o analfabeto e do iletrado falam. Ou seja, transformações no uso do vocabulário, da língua oral e também nas estruturas linguísticas são facilmente percebidas quando se acompanha o processo de aprendizagem de leitura e escrita de uma pessoa que fala “errado”.

No Brasil, os educadores estão certos de que é mais fácil dar início ao processo de ensino pela linguagem escrita ao invés das unidades e regras da escrita (TEBEROSKY, 2001, p. 41). Porém, é preciso, primeiramente, deixar de lado a ideia de que a linguagem escrita é uma e a linguagem oral outra. Pelo contrário, as duas representam uma mesma e única linguagem, só que de modo diferente, com duas variações, onde a escrita seleciona ou cunha somente uma delas. Por outro lado, a educação brasileira já entendeu o significado do termo “letramento” e já passou a trabalhá-lo em suas salas de aula, no entanto, a tarefa da educação não é somente desenvolver as habilidades de leitura e escrita, mas, também, principalmente, fazer com que os indivíduos criem o hábito pela leitura e escrita, com isso, fazem com os mesmos envolvam-se em práticas sociais.

Nesta acepção, sendo a escola a principal desenvolvedora das práticas de leitura e escrita, se faz necessário, de princípio, que ela conheça seus alunos, suas dificuldades e habilidades, para só então, construir uma proposta pedagógica que vise, claramente, as orientações para todo o processo de alfabetização, do início ao fim, já que é através desta que os professores planejarão suas aulas. É importante que essa proposta seja construída visando o alcance de todos os alunos, dessa forma, a escola estará garantindo que todos eles possam/consigam se desenvolver na leitura e na escrita6.

Desenvolvendo suas práticas desse modo, a escola estará trabalhando de forma contextualizada – assim como exigido pelos programas e currículos para o ensino da escrita, porém, para que a aprendizagem ocorra de forma efetiva, é preciso que a prática dos professores seja voltada para a necessidade de cada aluno, já que o método de ensinar é uma estratégia, não sendo apenas ao conjunto de saberes envolvidos. Ao professor é dada a tarefa de levar em consideração se a criança já está familiarizada, ou não, com a escrita (outdoors, revistas, letreiros de lojas, etc.), para, somente então, buscar o método mais adequado para fazer com que essa criança se interesse pelo aprendizado.

Ante o exposto, Kleimen (2005, p. 36) diz que:

Mesmo que a criança já valorize a escrita, a contextualização do novo conhecimento – os sistemas alfabético e ortográfico da língua – torna a aprendizagem muito mais fácil. Uma palavra torna-se vívida, real, concreta durante a leitura.” (grifo meu)

Já foi evidenciada a importância de se letrar, porém, é primordial destacar, também, que tal fenômeno não é função apenas do professor da disciplina de Língua Portuguesa. Pelo contrário, este é o papel de todas as áreas do conhecimento, de todas as disciplinas, até por que os alunos adquirem outros conhecimentos e aprendem através de diversas práticas de leitura e de escrita. Como em todas as disciplinas, o aluno é “forçado” a ler, para interpretar e escrever, o trabalho em conjunto desses professores, se distintos de acordo com a disciplina, é essencial para o bom desenvolvimento da leitura e da escrita de seus alunos.

Em relação às várias – novas - concepções de alfabetização, a melhor maneira de se alfabetizar, quando se deve dar início ao processo de alfabetização, bem como as mudanças nos processos de ensino tanto da leitura quanto da escrita, muitos alunos ainda concluíram o primeiro ano e mesmo o primeiro segmento do Ensino Fundamental sem saber ler e escrever – de acordo com pesquisas internacionais, nacionais e regionais, sendo elas PISA, SAEB e Prova Brasil, respectivamente7. (Revista Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, 2012, p. 18).

Através desses resultados, foi criado o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, o PNAIC, que veio justamente para assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do Ensino Fundamental. De acordo com o website do PNAIC, esse é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios, que diz que ao aderirem ao Pacto, os entes governamentais se comprometem a alfabetizar todas as crianças em Língua Portuguesa e em Matemática; realizar avaliações anuais universais, aplicadas pelo INEP (Instituto Nacional de Pesquisa Anísio Teixeira), junto aos concluintes do 3º ano do ensino fundamental e, no caso dos estados, apoiar os municípios que tenham aderido às ações do Pacto, para sua efetiva implementação.

De acordo com sua proposta:

Aos oito anos de idade, as crianças precisam ter a compreensão do funcionamento do sistema de escrita; o domínio das correspondências grafofônicas, mesmo que dominem poucas convenções ortográficas irregulares e poucas regularidades que exijam conhecimentos morfológicos mais complexos; a fluência de leitura e o domínio de estratégias de compreensão e de produção de textos escritos.

Ou seja, o objetivo central dessa ação é que as crianças, aos oito anos de idade, saibam além de ler e escrever, interpretar e ter domínio da matemática básica. Além disso, estão sendo oferecidos cursos presenciais, com duração de dois anos, baseados no Pró-Letramento, para os professores alfabetizadores, que propõem estudos e atividades práticas para o aperfeiçoamento de sua didática. Ao oferecer tais cursos, essa nova proposta de educação defende que o professor será o principal motivador da criança nessa primeira fase, por isso a necessidade de estar em constante mudança, buscando sempre aprimorar suas práticas pedagógicas, para que possa escolher a melhor maneira de ensinar com segurança e competência, seus alunos a ler e compreender a leitura, tornando o processo de aprendizagem natural, sem frustrações, já que a aquisição de habilidades de leitura e escrita compreendem todo o processo de alfabetização.

Contudo, o desempenho do aluno é determinado através de níveis de modo sucessivo de eficiência. Por exemplo, para verificar o letramento em leitura, os alunos realizam inúmeras tarefas com os mais diferentes tipos de textos, que abrangem desde a recapitulação de informações específicas, até a demonstração de compreensão do texto em geral. Esta é a comprovação de que o aluno precisa ter sua formação que sirva para toda a vida, onde aquele que não é capaz de ler, escrever e pensar não estará preparado o suficiente para enfrentar a vida.

Quanto a essas competências e seus usos, Perrenoud (2001, p. 91) afirma que “as ações servem de ligação entre a pessoa e o meio, seja filtrando as situações de compreensão, seja direcionando a ação, estabelecendo decisões e avaliações relativas às pessoas”. Ademais, o professor tem suas metas para com os alunos, do mesmo modo que os alunos tem suas metas em aprender, assim, todos possuem papeis iguais no processo de construção do saber, o que é básico, é o que esperam da formação, o desafio que vem dela.

4. CAPÍTULO II – O PAPEL SOCIAL DO LETRAMENTO

No Brasil, uma das principais autoras que traz discussões acerca do letramento é Magda Soares. Em suas tentativas de definir letramento, chega a dizer que, talvez, seja impossível uma definição concreta do mesmo, o que dificulta sua medição, bem como sua avaliação. Em sua obra “Letramento – um tema em três gêneros”, ela afirma que o letramento possui duas dimensões, sendo eles, de certa forma, paradoxais, a dimensão social e a dimensão individual. Na dimensão social, o letramento é visto como um fenômeno cultural, enquanto que na dimensão individual, o letramento é tido no âmbito pessoal.

Ademais, o letramento possui duas principais dimensões, sendo elas a individual e a social. Porém, para que seja possível a compreensão das mesmas, é preciso que se faça um estudo acerca de outras duas vertentes que fazem parte desse processo: a leitura e a escrita, de forma simultânea.

4.1. A Dimensão Individual do Letramento

Ler e escrever são processos freqüentemente vistos como imagens espelhadas uma da outra, como reflexos sob ângulos opostos de um mesmo fenômeno: a comunicação através da língua escrita. Mas há diferenças fundamentais entre as habilidades e conhecimentos empregados na leitura e aqueles empregados na escrita, assim como há diferenças consideráveis entre os processos envolvidos na aprendizagem da leitura e os envolvidos na aprendizagem da escrita. (SMITH apud SOARES, 2009b, p.67-68)

No âmbito individual, a leitura é entendida por Soares (2009b, p. 68) como um conjunto de habilidades linguísticas e psicológicas que se estendem desde a habilidade de decodificar palavras escritas até a capacidade de compreender textos escritos. Enquanto que a escrita, mesmo também incluindo habilidades linguísticas e psicológicas, exige habilidades completamente diferentes das exigidas pela leitura. Nessa mesma perspectiva, Tfouni (2004) ainda vai além, subdividindo essa dimensão em outras duas concepções, a partir do termo letramento, que são elas: a individualista-restritiva e a cognitivista.

A individualista-restritiva, de acordo com Tfouni (2004), é restringida apenas ao processo de aquisição da leitura e da escrita, bem como a capacidade de codificar e decodificar os símbolos linguísticos. Nesse diapasão, o termo individualista-restritivo se confunde/parece com o termo alfabetizar.

Enquanto que a cognitivista diz respeito à capacidade de aprender como resultado de atividades mentais, ou seja, raciocínio, onde o próprio indivíduo é o principal responsável pelo processo de aquisição da leitura e da escrita. Já que se pressupõe que é no indivíduo onde se originam as habilidades e conhecimentos, ignorando totalmente as influências do meio social e valorizando apenas os processos internos em si. Nesta acepção, Olson diz que esta abordagem tenta explicar o que uma criança individual está fazendo e aprendendo. Focaliza as habilidades, o conhecimento e as intenções de crianças individualmente; (focaliza) aquilo que é aprendido. (1984, p. 185 apud TFOUNI, 2004, p. 33)

Em relação à escrita, ainda dentro dessa dimensão, ela passa pelo processo de aquisição da habilidade de codificar, bem como decodificar os símbolos ou signos linguísticos, chegando à obtenção de sentido àquele que a observa. Nesse mesmo sentido, Soares (2009b) afirma que a partir do momento que o indivíduo passa a possui algumas habilidades para ler e escrever, o mesmo poderá expressar melhor seus pensamentos e ideias. Será capaz de desenvolver suas habilidades motoras, como escrever, além de outras técnicas como organização da pontuação, ortografia, e ainda selecionar e organizar suas ideias, criando elos entre elas, ou seja, sua linguagem será clara, se fará entendido.

Ante o exposto, ao citar as habilidades de ler e escrever, Soares explica que na dimensão individual do letramento, o mesmo foca o indivíduo e suas competências para interpretar todo aquele material que lhe é proposto. Afirmando que apesar dos termos leitura e escrita serem distintos, os mesmos se complementam, não podendo ser desenvolvidos de forma dissociada, já que um indivíduo pode ser capaz de ler e não conseguir escrever, e vice-e-versa.

4.2. A Dimensão Social do Letramento

Assim como supracitado, o letramento é entendido como uma ferramenta de valores social e cultural, onde dissociar a habilidade de leitura da escrita, de seus usos e finalidades se torna algo contraditório, pelo fato de a escolarização e o letramento ocorrerem de forma simultânea, até porque a escola é considerada a principal agência do letramento, em quase todas as sociedades. Desse modo, pode-se afirmar que:

(...) desde que a escola acolheu o papel de transferir à “todos” a escrita alfabética, se tornou quase impossível desfazer a mescla ideológica entre letramento, capacidades (cidadãs e cognitivas), bem falar e escolaridade – seja para o senso comum, seja para a elaboração científica sobre o tema. (KLEIMAN, 2001, p. 25).

Nesse mesmo sentido, Soares (2004a, p. 17) diz que subjacente a esse conceito liberal, funcional do letramento, está a crença de que consequências extremamente positivas resultam, precisamente, dele. No entanto, para o funcionamento e a participação cabível à sociedade, resultando num sucesso pessoal, a partir do uso das habilidades de leitura e escrita, o letramento é acatado como o principal responsável em conduzir grandes resultados, como o desenvolvimento cognitivo e econômico, mobilidade social, progresso profissional, cidadania8.

Nessa perspectiva, a dimensão social envolve necessariamente a dimensão individual. Uma dimensão individual que é em sua essência social, considerando que todo processo de letramento, escolar ou não, se dá numa relação entre sujeitos “aprendentes” e “ensinantes” (FERNANDEZ, 2001).

Totalmente oposta à dimensão individual do letramento, aqueles que defendem sua dimensão social, argumentam que o letramento não é somente um aglomerado/conjunto de habilidades individuais; é o conjunto de diversas práticas sociais relacionadas tanto à leitura quanto à escrita, onde os indivíduos se envolvem em seu contexto social. Além disso, assim como existem duas dimensões subjacentes à individual, na dimensão social existem interpretações conflitantes acerca da natureza social do letramento, que são elas: a progressista, “liberal” e outra radical, considerada "revolucionária”.

De acordo com a concepção progressista, “liberal” das relações entre letramento e a sociedade, o letramento é entendido apenas como uma9 ferramenta de aquisição das habilidades básicas necessárias, para que ele se adapte adequadamente em sua cultura, ou seja, é definido em termos de habilidades indispensáveis para que o indivíduo “funcione” adequadamente em um contexto social. É justamente daí que surgiu o termo letramento funcional ou alfabetização funcional, disseminado após a publicação de um estudo internacional acerca da leitura e da escrita por Grey, em 1956, para a UNESCO10.

Grey (1956) enfatiza a natureza prática e objetiva do letramento quando passa a adotar o conceito de letramento funcional que, como afirma, surgira a partir de pesquisas e experiências acerca da leitura desenvolvidas nas duas ou três décadas anteriores. Ela também define o letramento funcional como sendo a junção dos conhecimentos com as habilidades de ler e escrever, fazendo com que o indivíduo se torne capaz de “engajar-se em todas aquelas atividades nas quais o letramento é normalmente exigido em sua cultura ou grupo”.

Mantendo o foco na funcionalidade do letramento como principal característica das habilidades de leitura e escrita influenciou de forma relevante a significação de letramento da UNESCO, que foi desenvolvida visando uma padronização de âmbito internacional das estatísticas educacionais. Posteriormente, revendo, em 1978, a Recomendação de 1958, a Conferência Geral da UNESCO entendeu indispensável a introdução de um novo grau de letramento: por mais que mantivesse a definição de uma pessoa letrada, fundamentada em habilidades individuais, foi incluso o conceito de “pessoa funcionalmente letrada”, fundamentado nos usos sociais da leitura e escrita:

Uma pessoa é funcionalmente letrada quando pode participar de todas aquelas atividades nas quais o letramento é necessário para o efetivo funcionamento de seu grupo e comunidade e, também, para capacitá-la a continuar usando a leitura, a escrita e o cálculo para seu desenvolvimento e o de sua comunidade. (SOARES, 2004a, p. 72-3 apud UNESCO, 1978, p. 1)

Assim, letramento funcional quer dizer, pois, uma forma de adaptação ao meio, de acordo com as necessidades que são impostas ao indivíduo, o que evidencia seu valor pragmático, de sobrevivência. Assim como é definido, através de uma metáfora, por Scribner (1984, p. 9):

A necessidade de habilidades de letramento na nossa vida diária é óbvia; no emprego, passeando pela cidade, fazendo compras, todos encontramos situações que requerem o uso da leitura ou a produção de símbolos escritos. Não é necessário apresentar justificativas para insistir que as escolas são obrigatórias a desenvolver nas crianças as habilidades de letramento que as tornarão aptas a responder a estas demandas sociais cotidianas. E os programas de educação básica têm também a obrigação de desenvolver nos adultos as habilidades que devem ter para manter seus empregos ou obter outros melhores, receber o treinamento e os benefícios a que têm direito, e assumir suas responsabilidades cívicas e políticas.

Desse modo, é possível entender que letramento não é somente ler e escrever, pelo contrário, está muito além disso, é o uso dessas habilidades para responder às exigências sociais. Nesse mesmo sentido, Kirsch e Jungeblut (1990, p. 1-8), citado por Soares (2004ª, p. 74), definem o letramento como “o uso de informação impressa e manuscrita para funcionar na sociedade, para atingir seus próprios objetivos e desenvolver seus conhecimentos e potencialidades”. Isso por que acreditam no poder do letramento para conduzir ao progresso social e individual.

Em sentido adverso ao letramento cuja interpretação é liberal, em sua proposta de letramento como interpretação radical, “revolucionária”, vem afirmar que o letramento não pode ser considerado um “instrumento” imparcial, indiferente, a ser utilizado nas práticas sociais somente quando for preciso, mas é fundamentalmente um conjunto de práticas construídas no meio social que englobam tanto a leitura quanto a escrita. Onde são criadas por processos sociais muito mais abrangentes, sendo o grande responsável questionar valores, tradições e formas de distribuição de poder presentes nos contextos sociais, ou seja, o indivíduo é considerado letrado quando é capaz de entender, criticar, indagar seu próprio meio.

De tal modo, os partidários que defendem essa versão “revolucionária” das relações entre o letramento e a sociedade, alegam que os resultados/consequências do letramento são consideradas como algo desejável e de caráter totalmente benéfico apenas por aqueles que aceitam como justa e igualitária a natureza e estrutura do contexto social específico no qual ele ocorre. Quando isso não ocorre, isto é, tanto a natureza quanto a estrutura das práticas sociais são indagadas, o letramento é tido como uma ferramenta ideológica, utilizada com o fito de conservar as práticas e relações sociais correntes, tornando as pessoas acomodadas às condições vigentes. Paulo Freire é considerado um dos educadores pioneiros a relevar esse poder “revolucionário” do letramento ao afirmar que:

Ser alfabetizado é tornar-se capaz de usar a leitura e a escrita como um meio de tomar consciência da realidade e de transformá-la. Sendo o papel do letramento ou de libertação do homem ou de sua “domesticação”, dependendo do contexto ideológico em que ocorre, na qual sua natureza é de caráter inerentemente político, onde seu principal objetivo deveria ser o de promover a mudança social. (1976)

endendo do contexto ideol de libertaçcrita como um meio de tomar consciel e individual.tistics. experiE____________________

Sintetizando, as definições de letramento que salientam sua dimensão social baseiam-se ou em seu caráter pragmático, ou seja, na necessidade de letramento para o funcionamento literal da sociedade (a versão “fraca”), ou em seu poder “revolucionário”, isto é, em sua potencialidade de transformar relações e práticas sociais injustas (a versão forte). Contudo, apesar de toda essa diferenciação indispensável entre a versão “fraca” e a “forte”, ou “progressista liberal” e “revolucionária”, relevam a condicionalidade da definição de letramento: explicam o porquê de as atividades de cunho social que englobam a língua escrita estão sujeitas à natureza e estrutura da sociedade e dependem do projeto que cada grupo político pretende programar, variando no tempo e no espaço preciso. Dessa forma, Graff (1987, p. 23) afirma que:

O principal problema, que retarda muitíssimo os estudos sobre o letramento, seja no passado ou no presente, é o de reconstruir os contextos de leitura e escrita: como, quando, onde, por que e para quem o letramento foi transmitido; os significados que lhe foram atribuídos; os usos que dele foram feitos; as demandas de habilidades de letramento; os níveis atingidos nas respostas a essas demandas; o grau de restrição social à distribuição e difusão do letramento; e as diferenças reais e simbólicas que resultaram das condições sociais de letramento entre a população.

Isto é, o significado e contribuição do letramento não pode ser pressuposto, ignorando “o papel vital do contexto sociohistórico”. Por isso, a definição única e concisa do termo letramento se torna impossível, pois cada pessoa, cada lugar e qualquer contexto sociocultural e/ou político influenciam, de forma significativa, tal tarefa. Assim, é possível concluir que existem diferentes definições do termo letramento, conceitos estes que variam de acordo com as necessidades e esferas sociais específicas de determinado momento histórico e de determinado estágio de desenvolvimento. Ademais, são várias e diversas as atividades de letramento em contextos sociais diferenciados, atividades que assumem determinados papeis na vida de cada grupo e de cada indivíduo.

Soares tenta esclarecer a importância de analisar/julgar o contexto de cada local ou população ao se fazer a análise dos lugares e estilos de vida que são associados aos grupos sociais das pessoas, já que tais fatores determinam, fundamentalmente, a natureza do comportamento letrado. De tal modo que, fazer a definição de um conjunto universal de competências que evidenciassem o domínio de um “letramento funcional” é problemático, pois, quais seriam os parâmetros seriam selecionados para definir tais competências? Igualmente, no sentido de um letramento “para a libertação”, aquele grupo de pessoas que possuem interesses de ideais diversos, resultando em objetivos políticos também diferentes, resultam em práticas opostas de letramento, definidas por suas afirmações, ideais, valores. Um exemplo claro dessa situação seria o conceito de letramento em sociedades de países com políticas estáveis comparadas àquelas em pleno processo de mudança revolucionária (como na Grécia, em 2012, e em Paris, desde os anos 90).

Contudo, é possível concluir que cumprir a tarefa de definir o letramento não é simples, pelo fato do tema ser altamente controverso; onde a formulação de uma definição que possa ser aceita sem qualquer tipo de restrição aparenta ser impossível. Diante do exposto, Cervero (1985) afirma que “uma definição geral e comum a todos não é possível... não quer dizer que não haja necessidade de uma definição geral e comum a todos” (p. 53).

5. CAPÍTULO III - O PAPEL DO PROFESSOR COMO FORMADOR DE ALFABETIZADOS LETRADOS

Após o surgimento do termo letramento, muito se tem especulado acerca dos métodos mais eficazes para se alfabetizar, ensinar. Entretanto, ocorre que uma das mudanças que a educação sofreu foi justamente a maneira de ensinar, onde o foco passa a ser a forma com que o aluno aprende e não os métodos de ensinar, utilizados pelo professor. Mesmo não existindo ferramentas específicas para transmitir o conteúdo, alguns métodos se tornaram mais utilizados que outros, popularizando assim, formas “padrões” de se alfabetizar, e dentre os mais aplicados estão: o sintético, o analítico, o alfabético e o fônico; nos quais serão explicados, da maneira mais clara possível neste trabalho. Ao utilizar quaisquer destes métodos, o professor deve estar atento a todos os detalhes de cada um, para que assim, o ato de ensinar se torne algo significativo.

5.1. Métodos de Alfabetização Mais Utilizados

Dentre os mais diversos métodos utilizados pelos professores do mundo todo na alfabetização, estes três são considerados os principais, os mais utilizados: método sintético, método analítico e método natural. E é também através desses métodos que o professor alfabetizador, irá utilizar para desenvolver também o letramento. Para tanto, ao trabalhar com o método sintético, é preciso ter em mente que este pode ser dividido em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. Além disso, esse é um método que trabalha inter-relacionando a grafia com o som, entre o escrito e o oral, por isso, estudar a melhor maneira para se aplicar tal método, de forma a abranger seus sentidos se torna essencial para o profissional da educação que objetiva alfabetizar de forma integral e eficaz.

O método alfabético, assim como o próprio nome já diz, é aquele que trabalha, inicialmente, ensinando as letras do alfabeto, para, em seguida, formar sílabas e só então formar frases. Enquanto que no método fônico ocorre o inverso do alfabético, ou seja, primeiro se aprende o som de cada letra e depois o som da junção de vogais e consoantes que formam sílabas, pronunciando as mesmas. Assim, o aluno aprende o som das letras e sílabas, para só então aprender a escrever as mesmas. Já o método silábico, é aquele onde o aluno aprende, de princípio, as sílabas e posteriormente as palavras. Igualmente, o que pode ser percebido ao analisar cada um desses três métodos sintéticos é que todos são transmitidos de forma mecânica, através da repetição, o que o torna, em muitos dos casos, uma tarefa cansativa aos alunos, e por isso, é considerado como aquele que age fora da realidade da criança, não se atentando ao que ela conhece.

Denominado de método analítico, este é conhecido por induzir o aluno a análise do que lhe está sendo proposto; deste, fazem parte: a palavração, a sentenciação, os contos ou historietas e o natural. Na devida ordem, ao se utilizar da palavração, o professor trabalha com palavras que acompanham suas respectivas imagens descritivas. Ao passo que a sentenciação é aquele que apresenta ao aluno, de uma vez, a frase completa, depois, para as palavras e só então para as sílabas; este que é notavelmente contrário aos métodos sintéticos. Enquanto que o conto ou a historieta é apenas a ampliação da sentenciação, assim, ao invés de o aluno estudar apenas uma sentença isolada, ele estuda uma sequenciacão interligada, analisando, de início, o texto inteiro, depois cada sentença para, mais tarde, examinar as sílabas em si. E por último, o método natural, que é entendido como aquele que desenvolve primeiramente o fisiológico de construção de sistemas operacionais de leitura. Porém, é preciso que a mudança do ambiente de ensino seja de modo geral, já que este método utiliza os conhecimentos que as crianças tem para a formação de seus textos, ou seja, antes de se iniciar a alfabetização em si, é extraído, através de conversas informais, os temas mais interessantes, aqueles que as crianças mais se identificam, para só então trabalhar, o que pretende ser desenvolvido nas crianças, a partir das informações colhidas.

Todavia, é possível perceber que cada método possui suas características próprias, e que, mesmo assim, nenhum deles pode ser chamado integralmente de o método de alfabetização perfeito, pois nem todos aprendem da mesma maneira. E o que pode ter funcionado perfeitamente para certa quantidade de alunos, tendo os feito compreender e adsorver tais informações, pode não surtir o mesmo efeito em outros, já que cada um possui seu tempo e modo de aprender. Por isso, se faz necessário, ao professor, ter habilidade e competência para aplicar o método que seja preciso, o que “funcione”, assim, conseguirá fazer com que todos aprendam, mesmo sendo necessário trabalhar de maneira diferente, por que, o que interessa não é a forma com que se aprende e sim o aprendizado em si.

5.2. A Importância do Ambiente Letrado

Quando o aluno já conhece o código alfabético e numérico, ainda que não seja capaz de ler, a sua reação a ser “apresentado” a elas será bem diferente daquele que pouco teve contato. Mesmo esse contato, hoje, sendo uma situação tida como normal para todos, aqueles alunos que ainda não tiveram a mesma oportunidade de conviver em um ambiente que identifique cada coisa ou objeto a sua volta, seu aprendizado será sim mais lento, pelo fato de nunca as terem visto. Para tanto, exemplificar tal fato com um ambiente que, na maioria das vezes, somente as crianças inseridas em Centros Municipais de Educação Básica, os CMEI's, trazem consigo a bagagem extremamente relevante, já que foram proporcionadas a elas inúmeras situações de aprendizagem e, com o seu ambiente letrado (ao lado da janela existe uma placa com o nome “janela”, da porta, “porta”, etc.), trabalhar o alfabeto com esses alunos é uma tarefa bem mais fácil do que com aqueles que apenas viveram em casa, que não tiveram a mesma oportunidade.

Para se falar em leitura literária, é preciso, inicialmente, falar de todos os fatores que não apenas mostram, mas também comprovam o quão importante é ser um indivíduo capaz de ler e interpretar textos e situações, ser capaz de poder exercer a cidadania em sua amplitude, sendo que tais só são possíveis através da habilidade e competência de ler, em sua integralidade. Do mesmo modo, para Vygotsky (1984, apud Tfouni – 1995, p.21)

O letramento representa o coroamento de um processo histórico de transformação e diferenciação no uso de instrumentos mediadores. Representa também a causa de elaboração de formas mais sofisticadas do comportamento humano que são os chamados “processos mentais superiores”, tais como raciocínio abstrato, memória ativa, resolução de problemas, etc..

Foi preciso pontuar tantos aspectos influenciadores para melhor explicar os desafios que um professor enfrenta bravamente para que sua prática pedagógica faça sentido, sendo capaz de identificar e avaliar estes diversos fatores que, assim como podem atrapalhar, são essenciais para que a aprendizagem aconteça. Pode-se atrapalhar pelo fato de, no caso, o professor não conhecer a realidade do seu aluno e todos os fatores externos que contribuem para a não aprendizagem. E de maneira oposta, se o professor estiver ciente de tais circunstâncias, o mesmo poderá fazer com que cada fator, que antes era um ponto negativo para a aprendizagem da criança, seja trabalhado de forma a acrescentar cada vez mais para o sucesso no processo de transformação das informações em conhecimento.

No caso em tela, a leitura literária encontra-se totalmente interligada a todos esses fatores que influenciam na hora do aprender. Então, cabe ao professor ter a sabedoria e capacidade de identificar tais aspectos, e mais que isso, utilizar os mesmos para que sua prática seja mais produtiva, mais eficaz, levando em consideração que o ignorar dos mesmos apenas dificultará a aprendizagem de seus alunos, bem como estará prejudicando-os. Por isso, trabalhar com a leitura literária é extremamente eficaz nesses momentos de construção do conhecimento.

Além disso, o professor, ao se utilizar desta ferramenta, deve estar ciente de que toda e qualquer criança possui a capacidade de aprender. Para tanto, organizar o ambiente escolar para proporcionar-lhes aulas e atividades que sejam criadas pensando em alcançar a todos, fazendo com que todos consigam obter o resultado final que é o aprendizado, é medida que se impõe. Pensar em como as crianças aprendem e desenvolver atividades que exercitem, estimulem essa capacidade torna o aprendizado, o ato de estudar em si extremamente significativo e prazeroso.

É sabido que para aprender toda e qualquer matéria escolar, se faz necessário primeiramente, que saiba ler e escrever. Por isso, ao visar o aprendizado de todos, a escola precisa traçar as metas a serem alcançadas, construir sua proposta pedagógica focada na aprendizagem de todos, de um modo geral, sendo este compromisso responsabilidade de todos os envolvidos no processo de ensino da escola, e não só dos professores. Assim, todos crescerão juntos, se desenvolverão de modo que ao invés de se prenderem a preocupações do tipo se devem ou não ensinar, o ideal seria mudar o foco para que ocasiões de aprendizagem sejam oferecidas às crianças.

5.3. O Professor como Incentivador da Leitura Literária

Os textos, tanto escritos, quanto mudos, são verdadeiros instigadores da imaginação e da criatividade, principalmente das crianças, bem como são os textos literários os maiores responsáveis pelo desenvolvimento do mesmo. Esse fenômeno é explicado pelo fato de a leitura literária ser capaz de transformar o irreal, a ficção, em algo tão real quanto o próprio mundo com que a criança tem contato físico.

Entretanto, para que o desenvolvimento literário aconteça da maneira mais relevante possível, criar situações que estimulem a leitura é medida que se impõe. Isso porque o gosto pela leitura não surge sozinho, do nada. Assim, a presença do professor que tenha papel de mediador/instigador dessa prática se torna imprescindível para o sucesso de tal “operação”, pois, fazer com que uma criança se apaixone pela prática da leitura não é tarefa tão simples quanto parece. Na maioria das vezes, o profissional da educação, o professor, não tem capacidade para tanto, pelo contrário, sua forma mecânica e desinteressante de ensinar faz com que o aluno crie certa repulsa quanto a leitura, com isso, aquele processo de aprendizagem que poderia ser rápido e positivo, se torna muito lento e, em alguns casos, aquela criança se torna um adulto iletrado, incapaz de interpretar e criticar textos, e até mesmo não consegue se fazer entender em muitas situações.

Além disso, a contribuição dos pais, da família em si, para o incentivo da prática da leitura é de suma importância para que as crianças adquiram o gosto pela leitura. Fundamental, pois o primeiro contato das crianças com a educação é em casa, com a família, para só então receber o da escola, o secundário. Essa é uma realidade que não pode ser deixada de lado, esquecida ou ignorada, por que, assim como se escuta em todos os lugares como TV, escola, universidade, rádio, a escola deve andar de “mãos dadas” com a família, garantindo o desenvolvimento do aluno de forma integral. Do mesmo modo, quanto à prática da leitura, não é diferente.

O ato de ler é compreendido como aquele em que o indivíduo é capaz de não apenas decodificar o sistema alfabético, como também entender a mensagem que o texto transmite, e podendo além de dizer o que o mesmo diz, tirar suas próprias conclusões, dar sua opinião, criticar o conteúdo do texto, etc.. Porém, para obter essa capacidade/habilidade, é preciso um processo árduo de aprendizagem de alfabetização e letramento. Desenvolver a capacidade de codificar e decodificar, escrever e entender, respectivamente, é algo que se não for muito bem exercitado, acaba se tornando ineficaz, vazio, inútil.

Utilizar de termos pejorativos assim, nesse caso, não pode ser visto como algo ofensivo, rude, pelo contrário, aquele que é identificado como analfabeto na sociedade moderna em que o mundo se encontra, é vítima de preconceito, e por consequência, é deixado para traz por aqueles que são considerados alfabetizados, letrados. Contudo, assim como já foi evidenciado, a necessidade de uma sociedade não só alfabetizada, mas também letrada é de extrema importância, por isso, não se pode falar em literatura, leitura literária sem se falar em letramento.

O fato de uma pessoa ser letrada que a torna capaz de ser crítica. E assim como é ensinado todos os dias nas carteiras das universidades, é preciso que se formem cidadãos críticos, para que, futuramente, não tenhamos indivíduos com extremas dificuldades em qualquer situação que exija um pouco mais de raciocínio. Nesse sentido, o professor, ao incentivar o aluno a ler, propiciando momentos que não sejam tão mecânicos, vexatórios ou forçados, torna o processo de leitura algo mais interessante e prazeroso. Desse modo, fazer a leitura literária também se torna uma tarefa mais fácil, e isso é de fundamental importância para o enriquecimento tanto do vocabulário quanto da própria leitura em si, da habilidade de ler. Assim, sendo a escola o local formador de leitores11, proporcionar um ambiente já letrado, com inúmeras possibilidades de o aluno, mesmo ainda não sabendo ler, já ir se acostumando e familiarizando com o mundo das letras contribui de forma significativa na hora de ser exercitada a prática de ler propriamente dita.

A partir do momento em que o professor se torna o mediador do conhecimento, deixando de ser o total possuinte do conhecimento, os papeis se invertem e o aluno passa a se sentir mais confiante e seguro de si e do que é capaz. Ora, se o professor não adquire uma postura de auxiliador no processo de construção do conhecimento, os alunos, na maioria dos casos, não conseguirão encontrar uma forma de resolver problemas por si próprios, o que não resultará em cidadãos críticos e atuantes para essa nova sociedade que está se tornando cada vez mais exigente. Partindo de tais preceitos é que entra o trabalho do professor, já que todos, do padre ao juiz, passam pela educação básica, e é na mesma que se obtém tal atribuição, a de ser letrado. Sendo este o papel do professor, o de educar e desenvolver habilidades para a “criação” do cidadão completo, a necessidade de se criar situações que provoquem nos alunos sua curiosidade, os instiguem e os façam crescer é imprescindível.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Letrar é função de todos os professores, pois cada um, em sua área, conhece usos específicos de leitura e escrita e domina um vocabulário próprio de sua disciplina. Somente uma equipe de bons leitores e bons produtores de textos pode formar alunos letrados capazes de enfrentar as transformações sociais. Eis a tarefa de letrar e ser letrado: construir e construir-se na leitura e na escrita a partir de referenciais apreendidos no âmbito social.

Contudo, a partir do momento em que o processo formativo possibilita que o educando abandone uma postura passiva, sem capacidade ser crítico, este passa a rever sua leitura de mundo podendo, até mesmo, reinventar sua própria existência. Para Gramsci apud Vale (1992), “o desenvolvimento histórico se concretizará, em determinado ponto, pela passagem do reino da necessidade ao reino da liberdade”.

Desse modo, no ponto de vista da educação que busca a formação integral do indivíduo, a ação educativa passa a ter um caráter revolucionário comprometido com a “libertação do homem”, onde o indivíduo é instigado a superar as ideias do senso comum e se reconhecer como sujeito histórico, com o desejo desperto de construir uma nova sociedade, onde todos os trabalhadores tenham uma vida digna e sejam livres.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Estadão.com – acessado em 03/04/2013, às 14h:37m

1 Norte americana que escreveu sua história pessoal de letramento. Para a referência do livro em que o poema foi publicado, na língua original, McLAUGHIN, M. & VOGT, M.E. Portfolios in Teacher Education. Newark, De: Internacional Reading Association, 1996).

2 Nível 1, também conhecido como alfabetização rudimentar, compreende aqueles que apenas conseguem ler e compreender títulos de textos e frases curtas; e apesar de saber contar, têm dificuldades com a compreensão de números grandes e em fazer as operações aritméticas básicas.

Nível 2, também conhecido como alfabetização básica, compreende aqueles que conseguem ler textos curtos, mas só conseguem extrair informações esparsas no texto e não conseguem tirar uma conclusão a respeito do mesmo; e também conseguem entender números grandes, conseguem realizar as operações aritméticas básicas, entretanto sentem dificuldades quando é exigida uma maior quantidade de cálculos, ou em operações matemáticas mais complexas.

Nível 3, também conhecido como alfabetização plena, compreende aqueles que detêm pleno domínio da leitura, escrita, dos números e das operações matemáticas (das mais básicas às mais complexas). – INAF – Indicador de Analfabetismo Funcional

3 Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, art. 2º: a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

4 Nos últimos anos, o governo chinês tem intensificado os investimentos em educação. E os efeitos da medida já se fazem sentir no país. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/em-ranking-dominado-pela-asia-china-e-o-pais-lider-em-educacao-no-mundo

5 Supervisora de ensino aposentada.

6 A revista “Ensino e Aprendizagem da Leitura e da Escrita” faz parte dos “Indicadores da Qualidade da Educação”. Nela, estão dispostos pesquisas, questionamentos e sugestões para a melhoria na qualidade da alfabetização das crianças do Ensino Fundamental.

7 PISA: Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, SAEB: Sistema de Avaliação da Educação Básica e Prova Brasil: fornece um diagnóstico detalhado do ensino público brasileiro. Para saber mais, acesse http://www.inep.gov.br/

8 A afirmação frequente de que o letramento traz, como consequência, a elevação dos níveis cognitivo, econômico e social tem sido questionada por numerosos estudos nas áreas da Psicologia, da Etnologia, da História: embora importante, a discussão dessa questão ultrapassa os objetivos do presente estudo. Para informações aprofundadas sobre este tema, ver Akinnaso, 1981.

9 Ibidem. 2009.

10 Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura.

11 O ponto de chegada para as diferentes propostas é o mesmo: a escola, o lugar onde se formam os leitores. 


Publicado por: Dannyelle Tavares da Silva

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