DIAGNÓSTICO DE RESÍDUOS PERIGOSOS EM CANTEIRO DE OBRA

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1. RESUMO

Resíduos perigosos de canteiros de obra em Manaus contaminam as áreas interna e externa, provocando Insalubridade ambiental. Constatamos notória falta de destino adequado para todos os tipos de resíduos perigosos. Mesmo que existem planos para gerenciar resíduos perigosos, nossa região não supri a demanda por destinação dos volumes gerados. O presente trabalho analisa a situação dos resíduos perigosos em dois canteiros de obra. Para isso foi realizada uma pesquisa junto às duas construções em obra, descrevendo a realidade nos canteiros e elaborando um diagnóstico do gerenciamento dos resíduos perigosos. No início da pesquisa foram levantados todos os produtos e materiais que compõem os resíduos perigosos, para identificar a qualidade dos resíduos gerados e as máquinas e equipamentos contaminados. Após a identificação dos produtos perigosos foi investigada a percepção dos manuseadores por meio de um questionário. A opinião destes trabalhadores foi relatada de forma resumida. Como documento de apoio foi descrito o plano de gerenciamento de resíduos perigosos de cada obra e agregado ao (Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil) PGRCC e seus objetivos. A análise resulta em propostas de destinação adequada dentro da nossa região. Foi identificada a ausência de práticas de tratamento que envolvam a reutilização, reciclagem ou outros tipos de ações que diminuam a degradação ambiental pelos resíduos perigosos ou materiais por eles contaminados. Importante salientar que podemos chegar a um resultado positivo desde que estejamos dispostos a tornar reais essas boas práticas, através da implementação de Uma Usina de Transformação e Reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição – UTR/RCD.

Palavras-chave: Resíduos perigosos. Canteiro de obra. Diagnóstico.

ABSTRACT

Hazardous waste from construction sites in Manaus contaminate internal and external areas, causing environmental insalubrity. We noted notorious lack of adequate destiny for all types of hazardous residuals. Even the existence of planning to manage the waste, our region does not provide demand for destination of resulting volumes. This study analyzes the situation of the waste at two construction sites. For this, it was conducted a survey, describing the reality in construction sites and developing a diagnostic management of the hazardous waste. At the beginning of the study were registered all products and materials that made up the hazardous residuals, in order to identify the quality of generated waste and contaminated machines and equipment. After the identification of hazardous products the perception of handlers was investigated by a questionnaire where the opinion of workers is expressed in summary. With the formulary, the dangerous waste management plan was worked out for each employment and set to the (Management Plan for Construction Waste) PGRCC and his objectives. The analysis results in proposals for appropriate destination within our region. It was noticed the absence of treatment practices involving the reuse, recycling or other actions that reduce environmental degradation by hazardous waste and materials contaminated by them. Important to note that we could get positive results if we would be willing to engage in these practices by the implementation of a Plant for Transformation and Recycling of Construction and Demolition Waste Treatment – UTR/RCD.

Keywords: Hazardous waste. Construct site. Diagnostic.

2. INTRODUÇÃO

Ao olhar para o quadro atual da indústria da construção civil, é possível perceber que ainda existem problemas que necessitam de uma atenção, ou seja, sabe-se que existem, porém não há preocupações de órgãos públicos ou privados para resolvê-los, em outras situações existe a preocupação, contudo falta a iniciativa que fica amarrada a viabilidade de destinar ou não uma verba para esse fim. Dentre esses eventos destaca-se a disposição de resíduos perigosos provenientes de canteiro de obra, que apesar de no primeiro momento sua produção ser em baixa escala e quase que imperceptível, durante o decorrer de seu uso compromete outros materiais e equipamentos, fazendo assim que haja uma grande diversidade de itens contaminados, o que eleva o índice de passivos ambientais que conforme o passar do tempo agrava os riscos à vida do nosso planeta e consequentemente à nós seres humanos.

Diante de todo esse cenário, surge a necessidade de um diagnóstico para a situação atual do manuseio e disposição final dos resíduos perigosos em canteiro de obra na nossa região, que é o primeiro passo para propor boas práticas que levem a diminuir esses passivos ambientais e alertar para que sejam tomadas medidas para a resolução desse problema.

Daí surgem as dúvidas:

  • Quais resíduos perigosos existem nos canteiros?

  • Qual o posicionamento dos colaboradores com relação a esses resíduos?

  • Que destinação é dada dentro do canteiro?

  • Existe uma fiscalização que atua junto as obras?

  • Estão sendo adotadas medidas para resolver esse problema?

Para obter essas respostas foi realizada uma pesquisa de campo em dois canteiros de obras, em diferentes etapas de construção. A partir das informações coletadas com essa pesquisa, é possível obter os resultados do quadro atual do manuseio e da disposição de resíduos perigosos nesses dois canteiros de obra.

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Elaborar um diagnóstico do manuseio e destinação final de resíduos perigosos em dois canteiros de obra.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Levantar os tipos de resíduos perigosos dos dois canteiros de obra.

  • Analisar o ponto de vista dos trabalhadores que manuseiam esses resíduos perigosos.

  • Descrever as práticas de envio final de resíduos perigosos e propor ações adequadas.

3.3. JUSTIFICATIVA

Os resíduos perigosos encontrados na maioria das atividades em canteiro de obra oferecem uma diversidade de características nocivas ao meio ambiente e riscos à saúde humana. O cenário das obras em nossa região, no que se refere ao manuseio e descarte desses produtos, tais como resíduos e equipamentos por eles contaminados, exigem medidas para mitigar toda essa problemática.

A inciativa de abordar este assunto se deu através do DIRCIDEM - Diagnóstico de Resíduos de Construção Civil e Demolição na Cidade de Manaus, um projeto coordenado pelos professores Sanches e Stefan da Universidade Estadual do Amazonas. Projeto esse, que visa o estudo dos resíduos provenientes de construções em Manaus, com a iniciativa de se aprofundar no assunto dos resíduos perigosos, demandando que sejam coletadas e informações referentes, salientando que são escassas referências que abordem especificamente resíduos perigosos em canteiros de obras. Diante dessa solicitação, é necessário que se inicie um diagnóstico a fundo sobre resíduos perigosos de manuseio e disposição final para assim se alcançar a implementação de uma Usina de Transformação e Reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição – UTR/RCD.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

No decorrer da história do homem urbano a história dos resíduos sólidos parece seguir o mesmo caminho. A partir do momento em que os homens começaram a se estabelecer em determinados locais, preferindo se fixar, com consequente abandono da vida nômade, novas situações em relação aos resíduos sólidos produzidos pela atividade humana foram criadas pela alteração introduzida em seus hábitos de vida (PHILIPPI JR. 1979). Segundo Barciotte (1994) na história antiga além da prática do lançamento de resíduos a céu aberto e em cursos d’água, enterrava-se e usava-se o fogo para a destruição dos restos inaproveitáveis.

Somente em meados do século XIX, em decorrência de padrões de vida criados pela nova ordem social trazida pela civilização industrial, é que começou a se destacar o problema dos resíduos sólidos, dentro do contexto ambiental (PHILIPPI JR. 1979). O problema vem se agravando na maioria dos países e particularmente em determinadas regiões, dado o aumento da população e de um acentuado crescimento urbano. Tais fatos, associados à evolução dos costumes, criação ou mudança de hábitos, melhoria do nível de vida, desenvolvimento industrial e outros, têm provocado crescente ampliação no poder aquisitivo per capita, com consequência direta na quantidade total de resíduos sólidos produzidos particularmente nas cidades (BROLLO, 2001).

Após a Revolução Industrial, a urbanização se intensificou em todo o planeta, a ponto de ser considerada por alguns cientistas como a transformação social mais importante de nosso tempo (FIGUEIREDO, 1994: 129). Em países subdesenvolvidos como o Brasil o processo de urbanização surgiu acompanhado por uma decadência nos padrões de vida, resultado de um êxodo rural onde as oportunidades de emprego e de melhores condições de vida pareciam estar nos centros urbanos.

Segundo Schramm (1992: 233), no qual se refere que as questões ecológicas são essencialmente um problema ético da humanidade, a sociedade dá início a um novo milênio como sendo a civilização dos resíduos, marcada pelo desperdício e pelas contradições de um desenvolvimento industrial e tecnológico sem precedentes na história da humanidade, enquanto populações inteiras são mantidas à margem, não só dos benefícios de tal desenvolvimento, mas das condições mínimas de subsistência.

O exame do processo de urbanização pelo qual o Brasil atravessa é importante, tanto para a percepção da dinâmica dos resíduos urbanos, quanto para a representação dos prováveis e/ou possíveis quadros, com os quais nos encontraremos futuramente, relativos à questão (FIGUEIREDO, 1994). Foi apenas no decorrer dos últimos 20 anos que se iniciaram no Brasil os programas de reciclagem e coletas seletivas que visam à diminuição da quantidade de “lixo” nos municípios.

Atualmente, um dos problemas mais sérios enfrentados pela comunidade é o lixo urbano. Esse problema se relaciona diretamente com o crescimento constante da população, exigindo mais produção de alimentos e industrialização de matérias-primas, transformando-as em produtos industrializados, contribuindo, assim, para o aumento dos resíduos sólidos, com consequências desastrosas para o meio ambiente e para a qualidade de vida da coletividade (FONSECA, 1999).

Os resíduos sempre foram conhecidos como lixo, que é definido no dicionário Huaiss como “resto que não se aproveita, imundice”. “Lixo” é a denominação coloquial para resíduo, enquanto “resíduo” é o termo utilizado pelo meio acadêmico, científico e técnico, e “refugo”, é o termo encontrado na literatura estrangeira (MARTINS, 2014).

O termo "lixo" foi substituído por" resíduos sólidos", e estes, que antes eram entendidos como meros subprodutos do sistema produtivo, passaram a ser encarados como responsáveis por graves problemas de Degradação ambiental. Além disso, "resíduos sólidos" diferenciam-se do termo "lixo" porque, enquanto este último não possui qualquer tipo de valor, já que é aquilo que deve apenas ser descartado, aqueles possuem valor econômico agregado, por possibilitarem (e estimularem) reaproveitamento no próprio processo produtivo. (DEMAJOROVIC, 1995, p. 88)

O processo produtivo, na grande maioria das vezes, tem como consequência a geração de resíduos que precisam de tratamento e destino adequados, uma vez que diversas substâncias bastante comuns nos resíduos industriais são tóxicas e algumas têm a capacidade de bioacumulação nos seres vivos, podendo entrar na cadeia alimentar e chegar até o homem (SISINNO, 2003, p. 370).

4.2. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS PERIGOSOS

A Lei 12.305/2010 em seu artigo 13, inciso II, alínea “a”, dispõe que os resíduos sólidos perigosos são:

Aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, toxidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com a lei, regulamento ou norma técnica.

Estatui o artigo 37 da PNRS que a instalação e a operação de empreendimento ou atividade que gere ou utilize resíduos perigosos somente podem ser autorizados ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsável comprovar, no mínimo, capacidade técnica e econômica, além de condições para prover os cuidados necessários ao gerenciamento desses resíduos, comprovação que se dará na forma prevista no artigo 66 do Decreto 7.404/2010.

4.2.1. Resolução 307 CONAMA – 05/07/2002

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) através da Resolução Nº 307 de 05/07/02-DOU de 17/07/02 classifica os resíduos da construção civil em 4 classes, denominadas da Classe A até a Classe D, dentre as quais a “Classe D” é a que caracteriza os resíduos do presente estudo e tem a seguinte classificação:

IV- Classe D- são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

A Resolução Nº 348, de 16 de agosto de 2004, alterou a Resolução CONAMA Nº 307 de 05 de julho de 2002, incluindo o Amianto na classe de resíduos perigosos, logo a Classe D ficou classificada da seguinte forma:

IV- Classe D- são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.

A Resolução Nº 469, de 30 de julho de 2015, alterou o art. 3º da Resolução CONAMA Nº 307 de 05 de julho de 2002.

Art. 1º O inciso II, do art. 3º da Resolução Conama nº 307, de 05 de julho de 2002, passa a vigorar com a seguinte redação:

II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso;

§ 1º No âmbito dessa resolução consideram-se embalagens vazias de tintas imobiliárias, aquelas cujo recipiente apresenta apenas filme seco de tinta em seu revestimento interno, sem acúmulo de resíduo de tinta líquida.

§ 2º As embalagens de tintas usadas na construção civil serão submetidas a sistema de logística reversa, conforme requisitos da Lei nº 12.305/2010, que contemple a destinação ambientalmente adequados dos resíduos de tintas presentes nas embalagens”.

4.2.2. ABNT NBR 10.004:2004

Considerando a crescente preocupação da sociedade com relação às questões ambientais e ao desenvolvimento sustentável, a ABNT criou a CEET-00.01.34 - Comissão de Estudo Especial Temporária de Resíduos Sólidos, para revisar a ABNT NBR 10.004:1987 - Resíduos sólidos – Classificação.

A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.

A NBR 10.004:2004 classifica os resíduos sólidos quantos aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública em dois grupos - perigosos e não perigosos.

A Figura 1 define os critérios analisados para a caracterização e classificação dos resíduos:

Figura 1: Classificação de resíduos


Fonte: Adaptado de ABNT NBR 10.004:2004

Como identificado na Figura 1, segundo a NBR 10.004:2004 resíduos perigosos são aqueles que tem características de:

  • Inflamabilidade: Um resíduo sólido é caracterizado como inflamável, se uma amostra representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10.007:2004, apresentar qualquer uma das seguintes propriedades:

a) ser líquida e ter ponto de fulgor inferior a 60°C, determinado conforme ABNT NBR 14.598:2012 ou equivalente, excetuando-se as soluções aquosas com menos de 24% de álcool em volume;

b) não ser líquida e ser capaz de, sob condições de temperatura e pressão de 25°C e 0,1 MPa (1 atm), produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por alterações químicas espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosa e persistentemente, dificultando a extinção do fogo;

c) ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio e, como resultado, estimular a combustão e aumentar a intensidade do fogo em outro material;

d) ser um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação Federal sobre transporte de produtos perigosos (Portaria nº 204/1997 do Ministério dos Transportes).

  • Corrosividade: Um resíduo é caracterizado como corrosivo se uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10.007:2004, apresentar uma das seguintes propriedades:

a) ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a 12,5, ou sua mistura com água, na proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente pH inferior a 2 ou superior ou igual a 12,5;

b) ser líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água, produzir um líquido e corroer o aço (COPANT 1020) a uma razão maior que 6,35 mm ao ano, a uma temperatura de 55°C, de acordo com USEPA SW 846 ou equivalente.

  • Reatividade: Um resíduo é caracterizado como reativo se uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10.007:2004, apresentar uma das seguintes propriedades:

a) ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem detonar;

b) reagir violentamente com a água;

c) formar misturas potencialmente explosivas com a água;

d) gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para provocar danos à saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados com a água;

e) possuir em sua constituição os íons CNou S2- em concentrações que ultrapassem os limites de 250 mg de HCN liberável por quilograma de resíduo ou 500 mg de H2S liberável por quilograma de resíduo, de acordo com ensaio estabelecido no USEPA - SW 846;

f) ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação de forte estímulo, ação catalítica ou temperatura em ambientes confinados;

g) ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição detonante ou explosiva a 25°C e 0,1 MPa (1 atm);

h) ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um resultado prático, através de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou não esta substância contida em dispositivo preparado para este fim.

  • Toxicidade: Um resíduo é caracterizado como tóxico se uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10.007:2004, apresentar uma das seguintes propriedades:

a) quando o extrato obtido desta amostra, segundo a ABNT NBR 10.005, contiver qualquer um dos contaminantes em concentrações superiores aos valores constantes no anexo F (NBR 10.004:2004). Neste caso, o resíduo deve ser caracterizado como tóxico com base no ensaio de lixiviação, com código de identificação constante no anexo F (NBR 10.004:2004);

b) possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C (NBR 10.004:2004) e apresentar toxicidade. Para avaliação dessa toxicidade, devem ser considerados os seguintes fatores:

- natureza da toxicidade apresentada pelo resíduo;

- concentração do constituinte no resíduo;

- potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para migrar do resíduo para o ambiente, sob condições impróprias de manuseio;

- persistência do constituinte ou qualquer produto tóxico de sua degradação;

- potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para degradar-se em constituintes não perigosos, considerando a velocidade em que ocorre a degradação;

- extensão em que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, é capaz de bioacumulação nos ecossistemas;

- efeito nocivo pela presença de agente teratogênico, mutagênico, carcinogênico ou ecotóxico, associados a substâncias isoladamente ou decorrente do sinergismo entre as substâncias constituintes do resíduo;

c) ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias constantes nos anexos D ou E (NBR 10.004:2004);

d) resultar de derramamentos ou de produtos fora de especificação ou do prazo de validade que contenham quaisquer substâncias constantes nos anexos D ou E (ABNT NBR 10.004:2004);

e) ser comprovadamente letal ao homem;

f) possuir substância em concentração comprovadamente letal ao homem ou estudos do resíduo que demonstrem uma DL50 oral para ratos menor que 50 mg/kg ou CL50 inalação para ratos menor que 2 mg/L ou uma DL50 dérmica para coelhos menor que 200 mg/kg.

  • Patogenicidade: Um resíduo é caracterizado como patogênico se uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10.007, contiver ou se houver suspeita de conter, microorganismos patogênicos, proteínas virais, ácido desoxirribonucleíco (ADN) ou ácido ribonucleíco (ARN) recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios, cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em homens, animais ou vegetais.

5. ESTUDO DE CASO

5.1. CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS

Os dois empreendimentos consultados nessa pesquisa classificam-se como obras Residenciais, sendo uma obra vertical e outra horizontal, porém o que diferencia são os padrões adotados no processo de execução, materiais e métodos. Iremos citá-los com a nomenclatura de Obra A – Obra vertical que já está em fase de acabamento e entrega e Obra B – Obra que está com apenas 6 meses desde seu início.

O primeiro empreendimento denominado “Obra A” localizada na zona oeste de Manaus, é composto por torres de 12 a 15 pavimentos com área de lazer e estacionamento, e a etapa atual dessa obra é de acabamentos e pintura, ou seja, os principais produtos que são utilizados são: tintas, solventes, impermeabilizantes, colas, etc.

O segundo empreendimento denominado “Obra B” localizada na zona Centro-sul de Manaus, é composta por casas com um térreo e 1 pavimento, área de lazer e estacionamento, e as etapas em andamento são: Fundação, estrutura e alvenaria. Os produtos utilizados resumem-se em: cimento, aditivos para cimento, desmoldante, óleos lubrificantes, etc.

Apesar de serem empreendimentos com características distintas e etapas diferentes, é comum encontrarmos alguns resíduos com os mesmos graus de periculosidade em ambas as obras.

Fazendo um levantamento junto ao SESMT em parceria com a engenharia das duas obras, foi feito um levantamento de todos os possíveis geradores de resíduos perigosos presentes, além de materiais e equipamentos que possivelmente foram contaminados a partir do manuseio dos produtos que geram esses resíduos.

A seguir temos a listagem dos produtos que geram os resíduos perigosos com suas características de acordo com a NBR 10.004:2004: Resíduos sólidos – Classificação, NBR 14725:2012: Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 3: Rotulagem e sua FISPQ (Ficha de informação de segurança de produtos químicos).

5.2. PRODUTOS GERADORES DE RESÍDUOS PERIGOSOS

5.2.1. Obra A

Desmoldante BotaTOP DM-W: é um agente desmoldante biodegradável para fôrmas plásticas, de madeira ou de concreto.

Figura 2: BotaTOP DM-W


Fonte: BOTAMENT (2016)

Perigos: Produto tóxico à vida aquática e à saúde humana podendo causar irritação na pele e nos olhos.

Adesivo Estrutural Sikadur®-32 Part A: A Cola Sikadur 32 da Sika é um adesivo estrutural à base de resina epóxi, de média viscosidade (fluído), bicomponente e de pega normal, especialmente formulado para ancoragens em geral e colagens de concreto velho com concreto novo e chapas metálicas ao concreto.

Figura 3: Sikadur®-32 Part A


Fonte: NORKAN’S SIKA CENTER (2016)

Perigos: Produto corrosivo que provoca irritação à pele e aos olhos. Produto tóxico para ambientes aquáticos.

Solução preparadora Tigre: A Solução Preparadora Tigre serve para limpar e preparar as superfícies de PVC para a execução de solda a frio.

Figura 4: Solução preparadora tigre


Fonte: TIGRE (2016)

Perigos: Produto inflamável e tóxico causando efeitos adversos à saúde humana. Produto poluente dos recursos hídricos.

Tinta acrílica Hidralatex: É uma tinta látex a base de emulsão acrílica modificada, com ótimo rendimento e cobertura, de baixo respingamento e fácil aplicação. É indicada para superfícies de alvenaria em ambientes internos.

Figura 5: Hidralatex


Fonte: NORMATEL (2016)

Perigos: Produto tóxico, corrosivo e inflamável. Perigoso ao ambiente aquático.

Solvente Thinner 2750: Indicado para diluir esmaltes sintéticos metálicos, industriais, automotivos, primers sintéticos, primers nitrocelulose e resina acrílica. É também usado como desengraxante de superfícies.

Figura 6: Thinner 2750


Fonte: BELATINTAS (2016)

Perigos: Produto inflamável e tóxico e perigoso aos ambientes aquáticos.

Cimento Portland: O cimento pode ser definido como um pó fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a ação de água. Insubstituível em obras civis, o cimento pode ser empregado tanto em peças de mobiliário urbano como em grandes barragens, em estradas ou edificações, em pontes, tubos de concreto ou telhados.

Figura 7: Cimento Portland


Fonte: CIMENTOORG (2016)

Perigos: Produto proveniente de processo químico com produtos perigosos, em caso de derramamento aumenta a basicidade da água.

Glasurit primário aparelho universal HS VOC: Eficaz primário aparelho HS com excelentes propriedades de lixagem em húmido e em seco. Utilizados para pintura e endurecimento de superfícies.

Figura 8: Glasurit primário aparelho universal HS VOC


Fonte: GLASURIT (2016)

Perigos: Produto inflamável. Tóxico para os organismos aquáticos, podendo causar efeitos nefastos a longo no ambiente aquático.

Aditivo Vedalit: é um aditivo concentrado que proporciona ótima trabalhabilidade a argamassas e rebocos. Por ser líquido, facilita o trabalho, proporcionando economia de material e excelente acabamento do serviço. Agrega uma série de vantagens às argamassas: maior aderência, coesão, ausência de fissuras e menor exsudação.

Figura 9: Vedalit


Fonte: LEROY MERLIN (2016)

Perigos: Produto tóxico e contaminante de ar e água.

5.2.2. Obra B

Esmalte sintético Maxlit: Tinta à base de Resinas Alquídicas, indicado para pintura em superfícies de metal ferroso, alumínio, galvanizados, madeira e alvenaria em ambientes internos e externos, oferecendo um perfeito acabamento.

Figura 10: Maxlit


Fonte: LEROY MERLIN (2016)

Perigos: Produto inflamável e toxidade de vapores. Pode afetar o ecossistema.

Peg & pinte Thinner: Utilizado para limpeza de ferramentas, máquinas, peças, pistola de pintura, pincéis e também para diluição de sintéticos.

Figura 11: Peg e pinte Thinner


Fonte: EUCATEX (2016)

Perigos: Produto com líquido e vapores inflamáveis, toxicidade aguda e corrosivo. Produto tóxico à vida aquática.

Expansor Vedacit: Expansor plastifica as argamassas e preenche totalmente os espaços vazios, o que facilita a sua aplicação em frestas e locais confinados. Expansor também compensa a retração natural das argamassas por meio do efeito de expansão moderada, evitando fissuras.

Figura 12: Expansor Vedacit


Fonte: VEDACIT (2016)

Perigos: Produto corrosivo. Pode afetar o solo e degradar a qualidade das águas do lençol freático.

Textura acrílica Iquine: Com alto poder de enchimento, secagem rápida e fácil aplicação é indicada para superfícies externas e internas de alvenaria, gesso, fibrocimento e concreto, proporcionando efeito decorativo de alto-relevo e dispensando o uso de massa corrida.

Figura 13: Textura acrílica Iquine


Fonte: IQUINE (2016)

Perigos: Produto tóxico e corrosivo.

Impermeabilizante DRYKOPRIMER ECO: Recomendado para diversos substratos como concreto, metal, alumínio, madeira entre outros, com função de melhorar a aderência na aplicação da manta asfáltica.

Figura 14: DRYKOPRIMER ECO


Fonte: DRYKO IMPERMEABILIZANTES (2016)

Perigos: Pode afetar o solo e degradar a qualidade das águas do lençol freático.

5.3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS CONTAMINADOS

Após a utilização dos produtos citados no item 3.2, são gerados os resíduos perigosos que incluem as sobras desses produtos além de materiais contaminados utilizados para a sua aplicação e equipamentos de proteção individual dos trabalhadores.

Figura 15: EPI's Contaminados


Fonte: B2Blue (2016)

Figura 16: EPI's contaminados


Fonte: PET Engenharia civil (2016)

As Figura 15 e Figura 16 mostram os EPI’s utilizados no manuseio dos produtos perigosos que após seu uso se tornaram perigosos e nocivos ao meio ambiente e à saúde humana. É possível perceber nessas mesmas figuras a impossibilidade que esses EPI’s têm de ser reutilizados. Os EPI’s encontrados em ambos canteiros foram: Luvas, botas, mangotes, óculos, capacetes, aventais, etc.

Figura 17: Embalagens vazias


Fonte: AmbiÉtica (2016)

Figura 18: Materiais e embalagens utilizadas


Fonte: PINI (2016)

Nas Figura 17 e Figura 18 temos as embalagens vazias após seu uso e materiais utilizados no processo de manuseio dos produtos perigosos, além dos materiais das figuras foram encontrados outros como: pincéis, trinchas, brochas, estopas, panos, rolo de lã, etc.

5.4. PONTO DE VISTA DOS MANUSEADORES

Diante do alto índice de passivos ambientais ocasionados pela má destinação de resíduos sólidos perigosos, é de suma importância que seja identificado onde começa o problema. A partir daí surge a iniciativa de ir diretamente na fonte geradora e analisar o que realmente acontece, e o que as pessoas que geram e manuseiam esses resíduos pensam com relação. Para obtermos essas informações, foi elaborado um questionário que pode nos trazer a resposta de como ajustar essa etapa inicial. Vale salientar que o questionário foi aplicado apenas aos trabalhadores que manuseiam esses resíduos perigosos, na obra A foram entrevistados 4 trabalhadores e na obra B 6 trabalhadores. As perguntas feitas foram as seguintes:

  • O trabalhador conhece esses resíduos e o quanto são perigosos?

Após entrevistar vários colaboradores que manuseiam diversos produtos perigosos, dentre eles os citados no item 3.2, foi constatado que uma boa parte aproximadamente 1/3 dos entrevistados não conhecem esses resíduos e muito menos o quanto são perigosos. Apesar de a maioria saber com que produto está trabalhando e que são perigosos, os mesmos têm uma idéia muito limitada dos danos que esses resíduos podem causar. Não conhecem o que cada tipo de produto traz como perigo especifico a saúde e ao meio ambiente.

Foi possível perceber que mesmo tendo um conhecimento limitado sobre esses resíduos, os trabalhadores têm uma grande preocupação com relação a exposição a esses produtos, pois alguns comentaram que após uma jornada de trabalho eles continuam sentido o odor de produtos que foram inalados e até seus familiares conseguem sentir esse cheiro. Isso mostra que não apenas os trabalhadores são afetados com a exposição, mas também seus familiares com quem eles mantém contatos todos os dias.

A falta dessas informações de como proceder, quais equipamentos utilizar, como manusear, etc. está atrelada a falta de treinamento por parte da empresa que os contratou.

Não foi preciso esforço para entender que esses trabalhadores precisam receber esse treinamento antes de iniciar qualquer atividade que envolva o manuseio desses produtos.

  • Quais os utensílios e equipamentos em contato?

O item 3.3 destacam quais equipamentos e materiais em contato direto com esses resíduos com relação aos produtos. Dentre esses podemos citar:

a) EPI’s: luvas, máscaras, botas, mangotes, fardamentos, etc.;

b) Ferramentas de pintura: pinceis, trinchas, brochas, rolo de lã, pistola, etc.;

c) Materiais descartados do processo de pintura: estopas, panos, latões, galões, lixas, fita crepe, etc.;

d) Latas de spray de desmoldante;

e) Latas de aditivos de argamassas e concretos;

f) Latas de óleos lubrificantes.

  • Inicialmente o que é feito desses resíduos?

A princípio, de acordo com as informações passadas pelos próprios trabalhadores os resíduos resultantes do processo são dispostos diretamente em uma caixa estacionária onde não há a identificação de qual produto pode ser descartado.

  • Qual o destino final dentro do canteiro?

O destino final dentro do canteiro é exatamente o mesmo destino em que os próprios trabalhadores descartam seus resíduos. Todos os resíduos independentes de sua classe são destinados para a mesma caixa estacionária. Daí percebe-se que não há um controle dentro do canteiro para destinar corretamente esses resíduos, logo, é perceptível umas das principais causas do início do problema, a ausência das etapas de segregação e acondicionamento inicial.

5.5. GERENCIAMENTO DENTRO DO CANTEIRO

Como se tratam de obras diferentes, cada canteiro de obra tem seu padrão de como gerenciar os resíduos perigosos.

A seguir será descrito o plano de gerenciamento que cada obra adota para controlar esses resíduos.

5.5.1. Obra A - PGR

A Obra A dispõe de uma ferramenta denominada Plano de Gerenciamento de Resíduos – PGR, onde o engenheiro responsável pela obra, no início da obra elabora o PGR de acordo com o tipo da obra e suas características.

O objetivo do PGR é estabelecer medidas de controle, monitoramento, classificação, segregação, acondicionamento, transporte e destino final para os resíduos sólidos provenientes dos serviços nos canteiros de obras.

O fluxograma a seguir mostra a sequência de procedimentos do PGR:

Figura 19: Fluxograma do PGR


Fonte: Adaptado de PGR OBRA A (2016)

Segregação na fonte: A triagem dos resíduos deve ser feita o mais próximo possível dos locais de geração, utilizando formas de acondicionamento conforme Quadro 1: Tratamento de Resíduos Perigosos.

Acondicionamento final: O Quadro 1 apresenta como os resíduos devem ser acondicionados, considerando: volume de resíduos, facilidade para coleta, segurança para os usuários e preservação da qualidade dos resíduos nas condições necessárias para sua destinação.

A correta segregação e acondicionamento dos resíduos em obra, deve ser realizado conforme ao quadro de tratamento de resíduos disponibilizado abaixo. Particularidades ao processo devem ser definidas através do Plano de Gerenciamento de Resíduos.

Quadro 1: Tratamento de Resíduos Perigosos

Fonte: Adaptado de PGR OBRA A (2016)

Caracterização dos resíduos: Os resíduos que não possuem sua classificação definida, como resíduos contaminados por produtos químicos, devem ser submetidos ao processo de caracterização para definição de sua classe.

Logística reversa: A Política Nacional de Resíduos Sólidos já estabelece que devem ser retornados ao fabricante, após o seu uso pelo consumidor: produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes (resíduos e embalagens); lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e os produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Transporte: Controlar a retirada de resíduos da obra preenchendo o F-OB-19 – Controle de Transporte de Resíduos (CTR), ou modelo equivalente desde que contenha os campos necessários, com assinatura e/ou carimbo do responsável pelo transporte e recebimento dos resíduos.

Destinação final: Os destinatários dos resíduos devem ser qualificados e possuir as licenças necessárias para o recebimento dos resíduos.

Contabilização do volume dos resíduos: Mensalmente devem ser contabilizados os valores e tipos de resíduos gerados, consumo de energia e água durante o período.

Monitoramento de resíduos: Anualmente, deve ser elaborado o relatório de atividades potencialmente poluidoras do IBAMA.

5.5.2. Obra B – PGRCC

Assim como em qualquer plano de manejo de resíduos sólidos, é de fundamental importância que se busque ações proativas sempre com o objetivo de minimizar a geração e reaproveitar ao máximo os resíduos.

Os procedimentos para triagem e acondicionamento dos resíduos perigosos, tem 3 vertentes distintas: segregação e acondicionamento transitório na fonte geradora, acumulação final e remoção.

Segregação e acondicionamento transitório na fonte geradora: Nesta etapa os resíduos serão segregados segundo as suas características e classificações de acordo com a Resolução CONAMA 307/2002.

Em locais, onde a geração de resíduos seja maior, são utilizadas caixas estacionárias de 5m3 de capacidade, confeccionadas em chapa de aço, devidamente identificadas em função da tipologia do material que irão acondicionar, caixas estas que serão operadas por caminhões poliguindastes.

Estes recipientes serão localizados em pontos estratégicos espalhados pela obra, havendo, no mínimo, um conjunto por frente de serviço.

Os resíduos de Classe D, compostos basicamente por restos de óleos, tintas vernizes, outros produtos químicos e amianto, aos quais se deve dedicar especial atenção, serão armazenados preferencialmente em suas próprias embalagens, em local apropriado no canteiro de obras.

Acumulação final: Para os resíduos de Classe D, também será destinado um local especial para a sua acumulação. Conforme mencionado anteriormente, estes resíduos serão armazenados em suas próprias embalagens, buscando-se sempre a racionalização do uso das matérias primas e a otimização dos procedimentos de manejo das embalagens e sobras.

Remoção dos resíduos: Os resíduos serão removidos por empresas especialmente contratadas para este fim.

5.5.3. Análise comparativa

Analisando as etapas citadas acima extraídas do Plano de gerenciamento da Obra A, e comparando com a realidade encontramos muitas discrepâncias.

Na etapa segregação na fonte a triagem não é executada pois os resíduos não são descartados em seus respectivos locais de acondicionamento inicial e muitos menos seguindo as orientações do Quadro 1, pelo contrário são descartados nos mesmo locais de resíduos de outras classes com outras características. Ou seja, não há opções para acondicionamento inicial o que faz que essa etapa inicial comprometa drasticamente o restante das etapas. A Figura 20, mostra onde é feito o descarte dentro da obra, é claramente visível que não existe a seleção para qual classe de resíduos é destinada e que existem resíduos com diversas características descartados no mesmo local.

Figura 20: Local de acondicionamento Obra A – caixa estacionária

A logística reversa onde a PNRS estabelece que as embalagens de resíduos perigosos sejam retornadas aos fabricantes após seu uso não é seguida, pois de acordo com a pesquisa feita in loco, isso não acontece uma vez que todos os resíduos de qualquer classe são dispostos no mesmo local.

No item destinação final, existe uma empresa que faz a coleta dessas caixas estacionárias, porém como não há segregação e triagem, todos os resíduos acabam sendo destinados para o mesmo local que a empresa licenciou para destinar seus resíduos. Diante dessa informação pode-se perceber que além da falta de boas práticas por parte do canteiro de obra, não existe uma fiscalização que acompanhe e exija a execução correta das etapas do PGR.

Comparando o PGRCC da Obra B citado anteriormente com o que foi acompanhado em campo, é possível encontrar várias divergências. No início do plano é dado ênfase na busca de ações proativas para minimizar e reaproveitar os resíduos perigosos, no entanto, a realidade é que não existem essas ações e muito menos iniciativas de torna-las executáveis.

Outro ponto importante a destacar é que o plano exige que os resíduos de classe D sejam armazenados em suas próprias embalagens após o uso e armazenados em local apropriado dentro do canteiro de obra. A Figura 21 mostra que os resíduos de todas as classes são dispostos inicialmente no mesmo local. Após isso é exigido um local para a acumulação desses resíduos, sendo que após a disposição inicial nas caixas coletoras (Figura 21), esses resíduos permanecem até a coleta externa no mesmo local de resíduos de outras classes, ou seja, todo o processo de tratamento desses resíduos está comprometido, uma vez que em nenhum momento é seguido a exigência do PGRCC.

Figura 21: Local de acondicionamento Obra B – caixa estacionária

E por fim, a etapa de disposição final que impõe que empresas especializadas removam esses resíduos e encaminhem para local apropriado e legal para este fim, como visto nos passos anteriores isso não acontece, uma vez que todo o processo e está comprometido, e por não haver a segregação, triagem e acondicionamento correto não existe a menor possibilidade desses resíduos estarem separados, o que faz que sejam descartados misturados com resíduos de outras classes, aumentando a agressividade ao meio ambiente.

6. PROPOSTAS PARA DISPOSIÇÃO ADEQUADA

Após analisar da realidade de cada empreendimento partimos para propor iniciativas viáveis para a resolução dos problemas encontrados. Para isso inicialmente é importante que aproveitemos etapas executáveis dos planos já existentes e com o apoio da FISPQ de cada produto encontremos soluções alcançáveis baseadas nos recursos que dispomos em nossa região. O Quadro 2 apresenta um resumo do que é indicado na FISPQ de cada produto para a disposição final dos resíduos por eles gerados e suas embalagens contaminadas.

Quadro 2: Tratamento e disposição produtos perigosos

PROPOSTAS DE DISPOSIÇÃO - FISPQ

PRODUTO

TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO

BotaTOP DM-W

Produto: Absorver o produto com terra ou outro material absorvente. Recolher em recipiente devidamente etiquetado e bem fechado. Conservar produto recuperado para posterior eliminação de acordo com legislação local vigente.

Restos do produto: descartar em instalação autorizada.

Embalagem contaminada: Descartar em instalação autorizada.

Sikadur®-32 Part A

Resíduos: Este produto não deve ser descarregado nos esgotos, cursos de água ou no solo. Não contaminar lagos, cursos de água ou valas com produtos químicos ou recipientes usados. Enviar para uma empresa licenciada de gerenciamento de resíduos.

Embalagens contaminadas: Esvaziar o conteúdo remanescente. Fazer a disposição como a de um produto não utilizado. Não reutilizar os recipientes vazios.

Solução preparadora Tigre

Resíduos: Disposição em aterro industrial, com a adequada e segura evaporação do solvente orgânico, ou incineração.

Embalagens contaminadas: Quando contaminadas com excesso de produto ou sobras, sua disposição poderá ser a destinação em aterros sanitários.

Hidralatex Branco Neve

Produto: Deve ser eliminado como resíduo perigoso de acordo com a legislação local. O tratamento e a disposição devem ser avaliados especificamente para cada produto.

Restos do produto: Manter restos do produto em suas embalagens originais e devidamente fechadas. O descarte deve ser realizado conforme o estabelecido para o produto

Embalagem contaminada: Não reutilize embalagens vazias. Estas podem conter restos do produto e devem ser mantidas fechadas e encaminhadas para descarte apropriado conforme estabelecido para produto.

Thinner 2750

Produto: Não descartar estes produtos em esgotos, rios, lagos, e mananciais, ou qualquer fonte de água.

Restos do produto: Restos deste material devem ser descartados de acordo com a legislação federal, estadual ou local vigente.

Embalagem contaminada: Não deve ser incinerada ou utilizada para outros fins.

Cimento Portland

Pequenas quantidades de material podem ser dispostas como resíduo comum ou devolvida ao recipiente para uso posterior se não estiver contaminada. Após o endurecimento o cimento pode ser eliminado como resíduo inerte.

Embalagem contaminada: Dispor as embalagens utilizadas em aterro sanitário ou incinerador. Caso haja regulamentação específica na região deve-se utilizá-la.

Glasurit primário aparelho universal HS VOC

Embalagens usadas: Os recipientes que não estão completamente esvaziados, devem ser eliminados conforme Diretiva 91/689/EEC (Norma européia)

Vedalit

Produto: Adicionar em containers. Descartar em instalação autorizada, de acordo com a legislação local.

Restos do produto: Adicionar em containers. Descartar em instalação autorizada, de acordo com a legislação local.

Embalagem contaminada: Descartar em instalação autorizada de acordo com a CONAMA 307 / 2002

Maxlit

Produto: Aterro sanitário industrial, Co-processamento ou decomposição térmica, de acordo com legislação local vigente.

Restos de produtos: Resíduos que não serão mais utilizados, devem ser descartados, conforme a Legislação local vigente.

Embalagem contaminada: A embalagem não deve ser em hipótese alguma reutilizada.

Peg & pinte Thinner

Produto: Deve ser eliminado como resíduo conforme Resolução CONAMA 005/1993, NBR 10.004/2004 à NBR 10.007/2004. Pode ser depositado em aterros, enviado a uma unidade de incineração apropriada ou outras formas de eliminação desde que atendam aos requisitos das legislações locais.

Restos de produtos: Manter restos do produto em suas embalagens originais e devidamente fechadas. O descarte deve ser realizado conforme o estabelecido para o produto. Os materiais absorventes (serragem, areia ou argila) utilizados para absorção devem ser dispostos conforme legislação vigente.

Embalagem contaminada: Não reutilizar embalagens vazias. As mesmas podem conter restos do produto e devem ser mantidas fechadas e encaminhadas para serem destruídas em local apropriado. Em alguns casos as embalagens deverão ser devolvidas para a empresa registrante ou fornecedor. A reciclagem pode ser aplicada desde que obedecidas às legislações pertinentes.

Expansor Vedacit

Produto: Acondicionar em containers. Descartar em instalação autorizada. Descarte de resíduos conforme o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), através da Resolução 307, publicada em 2002

Embalagem contaminada: A embalagem não deve ser descartada como resíduo comum. Descartar em instalação autorizada. Não reutilizar embalagem.

Textura acrílica Iquine

Produto: Co-processamento, decomposição térmica ou aterro sanitário industrial, de acordo com legislação local e nacional vigente.

Restos de produtos: Devem ser co-processados ou recuperados, conforme legislação local e nacional vigente.

Embalagem contaminada: A embalagem não deve ser reutilizada e devem ser descartadas de acordo com a legislação local e nacional vigente.

DRYKOPRIMER ECO

Produto: A geração de resíduos deve ser minimizada ao máximo. A disposição do produto, resíduos e embalagens devem ser de acordo com as regulamentações locais, municipais, estaduais e nacionais. Este produto não deve ser descartado em esgotos, rios, lagos e mananciais.

Restos de produtos: Pequenas quantidades de produto no estado líquido podem ser tratadas com a mistura em terra ou areia, esta mistura não é considerada um produto perigoso. Devem ser descartados em aterro industrial conforme legislação vigente.

Embalagem contaminada: A embalagem não deve ser reutilizada deve-se encaminhá-la para reciclagem após limpeza.

Fonte: Adaptado de FISPQ OBRA A e B (2016)

Analisando o Quadro 2, percebemos que grande parte dos produtos mencionados necessitam da mesma disposição final, em alguns casos tem alguma particularidade de disposição.

A FISPQ dos produtos: BotaTOP DM-W, Hidralatex Branco Neve, Thinner 2750, Vedalit, Peg & pinte Thinner, Expansor Vedacit, Textura acrílica Iquine e DRYKOPRIMER ECO, propõe que seus resíduos não sejam descartados em esgotos, rios, lagos e mananciais. Devem ser eliminados como resíduos perigosos para instalações autorizadas, adicionados em containers, unidades de incineração, Co-processamento, decomposição térmica, aterro industrial, empresas de gerenciamento de resíduos perigosos, devolução no próprio recipiente e enviado de volta a empresa fornecedora ou outras formas de eliminação desde que atendam aos requisitos das legislações locais. Para os produtos: Cimento Portland e DRIKOPRIMER ECO, em pequenas quantidades é possível que os mesmos possam ser tratados com misturas em terras e areias o que elimina a característica de produto perigoso.

A embalagem e os equipamentos contaminados com os produtos: BotaTOP DM-W, Solução preparadora Tigre, Hidralatex Branco Neve, Glasurit primário aparelho universal HS VOC, Vedalit, Maxlit, Expansor Vedacit e Textura acrílica Iquine, não podem ser reutilizados em hipótese alguma, os mesmos devem ser descartados em instalações autorizadas conforme legislação local vigente.

Embalagens do Cimento Portland podem ser dispostas em aterros sanitários ou incinerador, porém embalagens e equipamentos contaminados por: Sikadur®-32 Part A, Thinner 2750 e Peg & pinte Thinner, não podem ser incineradas ou reutilizadas para outros fins, as mesmas devem ser devolvidas para a empresa fabricante onde podem ter seu devido fim ou até serem recicladas. A embalagem do DRIKOPRIMER ECO pode ser encaminhada para reciclagem após limpeza.

Como proposto por algumas FISPQ’s, o processo de incineração pode ser um meio viável para o tratamento de alguns resíduos perigosos e suas embalagens e equipamentos contaminados.

6.1. INCINERAÇÃO

A incineração é o processo de tratamento que utiliza a decomposição térmica de resíduos, em elevadas temperaturas, com objetivo de tornar um resíduo menos volumoso e menos tóxico ou recupera materiais ou substâncias, a ABNT NBR – 11.175:1990 fixa as condições exigíveis de desempenho do equipamento para incineração de resíduos sólidos perigosos, exceto aqueles assim classificados apenas por patogenicidade ou inflamabilidade (ABNT NBR – 11.175:1990).

Nesta tecnologia ocorre a decomposição térmica via oxidação à alta temperatura da parcela orgânica dos resíduos, transformando-a em uma fase gasosa e outra sólida, reduzindo o volume, o peso e as características de periculosidade dos resíduos. Todos os materiais provenientes deste processo são tratados com as mais modernas tecnologias antes de sua destinação final (CARVALHO, 2014).

As escórias e cinzas são dispostas em Aterro próprio, os efluentes líquidos são encaminhados para estação de tratamento, onde 100% retorna ao processo, e os gases oriundos da queima são tratados e monitorados on-line, sob os seguintes parâmetros: vazão, temperatura, níveis de O2, CO e também índices de NOx, SOx e materiais particulado (CARVALHO, 2014).

A incineração vem sendo praticada, principalmente para resíduos perigosos líquidos com poder calorífico acima de 3.000 kcal/kg. A maioria dos incineradores disponível no país é de propriedade de empresas multinacionais, e foram construídos principalmente para resolver o problema próprio de cada empresa. Essas empresas procuram vender para outras indústrias a sua capacidade de incineração excedente (CARVALHO, 2014).

Segundo Carvalho (2014), O investimento nessa área é muito alto tanto na instalação como na operação dos incineradores.

Os resíduos passiveis de incineração são:

  • resíduos sólidos, pastosos, líquidos e gasosos;

  • resíduos orgânicos clorados e não-clorados (borra de tinta, agrodefensivos, borras oleosas, farmacêuticos, resíduos de laboratório, resinas, entre outros);

  • resíduos inorgânicos contaminados com óleo, água contaminada com solventes, entre outros).

Vantagens da incineração:

  • destruição total da parcela orgânica dos resíduos;

  • monitoramento on-line de todo o processo;

  • flexibilidade na forma de recebimento dos resíduos (tambores, bombonas, caixas, fardos, sacos e big bags);

  • redução do volume;

  • recuperação energética;

  • alternativa para não recicláveis.

Desvantagens da incineração:

  • custos;

  • pessoal especializado;

  • possível emissão de gases tóxicos;

  • metais pesados (cinzas e gases).

Figura 22: Usina de incineração


Fonte: Coppe UFRJ (2016)

Portanto a aplicação do processo de incineração é limitada aos resíduos perigosos que não sejam classificados como patogênicos ou inflamáveis, ou seja, é um caminho viável para a disposição final adequada dos demais resíduos perigosos, porém é importante ficar atento ao alto custo desse processo, vantagens, desvantagens dentre outros fatores relevantes.

6.2. CO-PROCESSAMENTO

Segundo Barros (2014) co-processamento é uma tecnologia de destinação final adequada e sustentável de resíduos e de passivos ambientais em fornos de cimento que não gera novos resíduos e contribui para a preservação de recursos naturais. A combustão é a reação-chave do processo de fabricação de cimento, que transforma as matérias-primas em clínquer. A alta temperatura da chama, o tempo de residência dos gases, a turbulência no interior do forno e vários outros parâmetros da combustão na produção de cimento são ideais e até superiores aos padrões exigidos para a destruição ambientalmente segura de resíduos perigosos. Através do aproveitamento energético ou como matéria-prima, a destinação final dos resíduos no processo de fabricação de cimento impacta positivamente na conservação e na racionalização de recursos minerais e energéticos.

É também uma alternativa bastante competitiva em comparação com a disposição dos resíduos em aterros e incineração, caracterizando-se, ao contrário desses, pelo consumo de grandes volumes de resíduos sem geração de novos passivos ambientais. Comparando com a incineração, o processo de co-processamento é ambientalmente mais viável, pois, além de eliminar os resíduos perigosos e ser sustentável, esse processo gera energia, porém é necessário que haja um estudo prévio para a comparação do custo/benefício.

A prática do co-processamento de resíduos sólidos vem sendo amplamente explorada e incentivada como forma de destruição térmica de resíduos perigosos e não perigosos em vários países do mundo.

No Brasil, o co-processamento de resíduos vem sendo praticado, principalmente em fornos cimenteiros nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná (CARVALHO, 2014).

A inclusão do co-processamento de resíduos perigosos nas atividades desenvolvidas pelas empresas cimenteiras significou uma oportunidade de duplo ganho para as empresas de cimento. Em primeiro lugar, elas reduzem custos operacionais, devido à diminuição da compra de combustível e, em menor grau, de algumas matérias primas. Além disso, na maioria das vezes, elas cobram das empresas geradoras de resíduos pelo tratamento dos mesmos. Como pequenos ajustes são necessários para a realização da co-processamento, as empresas cimenteiras podem oferecer este serviço a preços bastante competitivos (BARROS, 2014).

São produzidos anualmente no país cerca de 2,1 milhões de toneladas de resíduos classe I cujo destino é ignorado e que o parque cimenteiro brasileiro tem capacidade para co-processar aproximadamente 1,5 milhão de toneladas por ano (BARROS, 2014).

O co-processamento tem se apresentado como uma das alternativas tecnológicas mais viáveis no gerenciamento de resíduos, por ser um processo fechado, custo relativamente baixo, destruição de resíduos e retenção de cinzas na matriz do clínquer.

Os resíduos perigosos passiveis do co-processamento são:

  • Resíduos oleosos: borras, lodos, óleos e graxas;

  • Materiais de refino e resíduos de refinarias de petróleo Pneus;

  • Solventes;

  • Tintas, vernizes, resinas, corantes.

Figura 23: Etapas do co-processamento


Fonte: Adaptado de Oliveira (2006)

Vantagens do co-processamento:

  • Altas temperaturas e longos tempos de residência: mais de 5" > 1800 °C;

  • Elevado índice de destruição: Orgânicos totalmente destruídos; Metais incorporados e fixados no produto final;

  • Dupla valorização de produtos orgânicos e minerais;

  • Redução das emissões globais: CO2 global é reduzido.

Figura 24: Usina de co-processamento


Fonte: Adaptado de Barros (2014)

O Quadro 3 faz uma comparação entre os processos de Co-processamento e Incineração:

Quadro 3: Co-processamento e Incineração

Co-processamento em cimenteiras

Incineração

Não pode tratar alguns RIP halogenados

Destrói menos eficientemente as moléculas orgânicas (1100ºC/2s contra)

Não pode tratar RIP com Hg, Cd, Tl

Pode tratar resíduos mais contaminados (ex.: organoclorados)

Necessita da preparação prévia de uma mistura combustível

Produz novos resíduos perigosos: escórias, poeiras e líquidos de lavagem

Destrói com grande eficiência as moléculas orgânicas

Baixo rendimento energético

Fixa os metais integrando-os na estrutura do clínquer

Possui um sistema de tratamento de gases mais eficiente

Elevado rendimento energético

 

Não produz novos RIP

 

Fonte: Adaptado de Carvalho (2014)

6.3. ATERROS INDUSTRIAIS

Outra proposta de destinação adequada para os resíduos perigosos são os Aterros Industriais.

Os resíduos devem ter suas características físicas, físico-químicas, químicas e infectocontagiosas muito bem definidas. Esse conhecimento condicionara a escolha da forma do aterro, dos materiais (que devem ser compatíveis com os resíduos), o projeto dos sistemas de impermeabilização, de coleta e tratamento do percolado, do monitoramento, os planos de segurança e a própria operação do aterro.

Nem todos os resíduos perigosos podem ser dispostos em aterros industriais, a seguir serão mostrados os resíduos que não devem ser dispostos em aterros industriais, porém existem ressalvas:

  • Resíduos inflamáveis ou reativos, a menos que sejam previamente tratados (neutralização, absorção, etc.), de forma que a mistura resultante deixe de apresentar essas características;

  • Resíduos com menos de 30% de sólidos totais (em massa);

  • Resíduos que contenham contaminantes que podem ser facilmente transportados pelo ar, a menos que sejam previamente tratados;

  • Resíduos ou mistura de resíduos que apresentem solubilidade em água superior a 20% em peso, a menos que sejam devidamente tratados de forma a reduzir sua solubilidade;

  • Resíduos incompatíveis entre si. Estes não devem ser dispostos em uma mesma célula, a menos que se tomem as devidas precauções para evitar reações adversas.

Os aterros industriais para resíduos Classe I e II, não são muito difundidos no Brasil, devido a dois fatores principais: o atraso geral que o Brasil apresenta quanto as soluções para os resíduos industriais e a síndrome do “nimby” (not in my backyard) onde a tentativa de implantar aterros industriais é recebida com hostilidade pelas comunidades locais e com reserva pelos órgãos ambientais.

Para resíduos perigosos, o conceito construtivo é o de contenção total, o que significa impermeabilizar tanto a parte inferior (no caso, com impermeabilização dupla) quanto à parte superior do aterro.

Deverão ser selecionados, preferencialmente, áreas naturalmente impermeáveis, para construção de aterros de resíduos industriais e perigosos. (CIMM, 2005).

Na seleção da área do aterro, deverão ser considerados os seguintes aspectos: grau de urbanização; valor comercial do terreno; condições de acesso; caracterização hidro geológica; potencial de contaminação das águas superficiais e subterrâneas e localização quanto a mananciais de abastecimento de água (CIMM, 2005).

Figura 25: Aterro classe I (perigoso)


Fonte: Essencis Soluções Ambientais Ltda (2011)

7. METODOLOGIA APLICADA

Todo o estudo aqui apresentado é fruto de uma análise feita em dois canteiros de obras localizados em Manaus. Por ocasião da não autorização de identificação, pela direção de ambos, nenhuma informação referente a identificação das empresas foi divulgada neste trabalho.

Como apoio para a pesquisa foram utilizadas normas e regulamentos constituindo-se através da classificação e caracterização dos resíduos descritos nas ABTN NBR 10004:2004; CONAMA 307 – 07/07/2002 e acompanhamentos in loco, pertinentes aos riscos ocasionados pelo manuseio e disposição inadequada dos resíduos perigosos.

Além disso foi feita uma comparação do PGRCC com a realidade de cada obra, onde é destacada de maneira clara e objetiva cada etapa do gerenciamento, e por fim trabalha-se em cima de propostas para a resolução do problema.

Durante o levantamento bibliográfico, foram selecionados alguns artigos retirados de publicações em congressos disponíveis na internet. O estudo é válido e de suma importância para um futuro estudo longitudinal sobre o assunto inicialmente citado.

8. CONCLUSÃO

Após realizar a pesquisa em dois canteiros obra, foi constatado que a geração de resíduos perigosos está atrelada à uma série de fatores que necessitam de ações corretivas e preventivas para diminuir ou até eliminar a poluição por esses resíduos. Ao levantar as substâncias com características perigosas encontramos uma grande diversidade e possibilidades de geração, que estão diretamente ligadas as atividades que as envolvam.

A poluição por resíduos perigosos deve ser evitada desde sua origem, ou seja, devem ser regulamentados e efetivamente fiscalizados os resíduos e equipamentos considerados perigosos nos mais diversos setores do meio ambiente e suas fontes geradoras, numa gestão integrada entre governos, sociedade e empresas.

Foi identificado que o processo de manuseio é executado incorretamente, ou seja, não há um treinamento prévio para os manuseadores e a conscientização dos colaboradores. Com essa informação é identificado um dos principais agravantes, pois essa etapa compromete o plano de gerenciamento. Para entendermos melhor, se o manuseio é executado da maneira incorreta, logo a disposição inicial será comprometida, o que no fim faz com que resíduos perigosos sejam lançados na natureza contaminando resíduos de outras classes.

Questionando os colaboradores quanto ao nível de informação, chegamos à conclusão de que os mesmos têm um conhecimento limitado dos resíduos e substâncias perigosas o que acaba prejudicando tanto a si próprio quanto aos seus familiares. Uma solução viável e de fácil execução para solucionar esta etapa inicial, é que na integração de cada colaborador sejam abordadas boas práticas para o manuseio de tais substâncias e a conscientização sobre os perigos a que estão expostos.

As comparações feitas do PGRCC de cada obra com sua realidade apontam resultados alarmantes, que se não forem mitigados na sua fonte de origem, as consequências ao meio ambiente e ao ser humano poderão ser irreversíveis. A fonte do problema é o manuseio incorreto, porém esta etapa envolve a disposição inicial que é executada incorretamente. O PGRCC exige que as obras procedam com os processos de: segregação, triagem e acondicionamento inicial, o que não acontece, uma vez que todos os tipos de resíduos, materiais e equipamentos contaminados são dispostos inicialmente no mesmo local como mostrado nas Figura 20 e Figura 21.

Em ambos os canteiros como o processo já vem defasado, na etapa de disposição final não é diferente, todas as classes de resíduos são dispostas na mesma caixa estacionária e levados para aterros sanitários comuns de resíduos sólidos de outras classes.

Diante do diagnóstico levantado com a presente pesquisa, apresentamos três propostas para a disposição final dos resíduos perigosos: Incineração, Co-processamento e disposição em aterros industriais. Além das propostas citadas no trabalho o DIRCIDEM que, com o apoio da presente pesquisa prevê meios para implementar uma Usina de Tratamento de Resíduos de Construção e Demolição – UTR/RCD, para definir, de uma vez, a correta destinação dos Resíduos de Construção e Demolição, que têm que ser mantidos separados. Neste bojo, mesmo os Resíduos perigosos poderão ser coletados, acumulados e tratados de maneira adequada.

O desenvolvimento de novas tecnologias também é de suma importância para a diminuição da dependência de matéria-prima, considerando que as jazidas minerais e água para consumo humano são finitos, assim como toda a diversidade biológica atingida pela degradação ambiental causada pelos resíduos perigosos.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004:2004. Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro: 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11.175: Incineração de resíduos sólidos perigosos - Padrões de desempenho. Rio de Janeiro: 1990.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14.725: Produtos químicos – Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 3 – Rotulagem. Rio de Janeiro: 2012.

AmbiÉtica. Gestão de resíduos. Rio Grande do Sul, 2016. Disponível em: . Acesso em: 10 de maio de 2016.

B2Blue. EPI’s usados. Goiânia, 2016. Disponível em: . Acesso em: 10 de maio de 2016.

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10. APÊNDICE

1 – QUESTIONÁRIO ELABORADO PARA OS COLABORADORES QUE MANUSEIAM OS RESÍDUOS PERIGOSOS DAS OBRAS A E B

Questionário elaborado para colaboradores que manuseiam Resíduos Perigosos

OBRA A

Função: Pintor
Produto: Tintas, thinner, etc.

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Sim, em ambientes fechados principalmente, além do perigo do produto em si existe o incomodo que eles trazem as vias aéreas.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, máscaras, óculos de proteção, pincel, rolo, trincha, espátula, lixa, etc.

3 – O que é feito desses resíduos?
Geralmente reutilizo várias vezes, quando acaba a vida útil é descartado em lixo comum.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
São destinados para caixas estacionárias onde irão ser recolhidos por uma empresa.

Função: Marceneiro
Produto: Cola de madeira

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Sim, além de dispersar um gás incomodo aos olhos, quando em contato com os dedos acaba prejudicando as digitais.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, óculos, espátula, dentre outras ferramentas.

3 – O que é feito desses resíduos?
Descartado no lixo, porém é perceptível que o local não é apropriado para esse resíduo.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
Os lixos com os resíduos são destinados as caixas coletoras da obra.

Questionário elaborado para colaboradores que manuseiam Resíduos Perigosos

OBRA A

Função: Pintor
Produto: Tinta, verniz, thinner, etc.

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Sim, o gás inalado permanece por várias horas após o expediente, quando chego em casa meus familiares sentem o cheiro da tinta e do thinner.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, mascara, lixa, pincel, rolo, etc.

3 – O que é feito desses resíduos?
Onde é armazenado é descartado no lixo normalmente, os pinceis são reutilizados várias vezes até serem descartados.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
São recolhidos e levados para a caçapa de entulho.

Função: Bombeiro
Produto: Solução preparadora e cola.

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Não, aparentemente não parece perigoso, apesar de seu cheiro causar certo incomodo, não aparenta representar algum perigo.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, mangotes, estopa, dentre outras ferramentas.

3 – O que é feito desses resíduos?
Após utilizados as embalagens são descartadas no lixo comum mais próximo.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
Geralmente todos os resíduos são levados a caixa de entulho.

Questionário elaborado para colaboradores que manuseiam Resíduos Perigosos

OBRA B

Função: Pintor
Produto: Tintas, thinner, etc.

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Sim, sei que a exposição por um certo período de tempo pode causar danos à saúde, porém não sei exatamente quais.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, máscaras, óculos de proteção, pincel, rolo, trincha, espátula, lixa, etc.

3 – O que é feito desses resíduos?
Após utilizado são descartados no lixo mais próximo com outros entulhos.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
Desconheço o destino final, apenas descarto no local do entulho.

Função: Operador de betoneira
Produto: Aditivos, argamassa e cimento.

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Não, não tinha conhecimento que o aditivo e o cimento representavam tanto perigo, acreditava que era pouco.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, bota, avental, ferramentas.

3 – O que é feito desses resíduos?
A água da lavagem das ferramentas e do equipamento são destinadas as redes pluviais do empreendimento e os sacos de cimento lançados nos montes de entulho.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
Após utilizados os frascos de aditivos são direcionados a caixa de entulho.

Questionário elaborado para colaboradores que manuseiam Resíduos Perigosos

OBRA B

Função: Bombeiro
Produto: Cola e solução preparadora

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Sim, sei que oferecem perigos, mas não especificamente quais são eles.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, mascara, estopas, ferramentas de manuseio.

3 – O que é feito desses resíduos?
Descartados nos montes de entulho espalhados na obra.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
Na caixa de entulho.

Função: Assentador de bancadas
Produto: Glasurit

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Sim, o odor do produto é forte e faz com que eu sinta dor de cabeça por horas se não utilizar o EPI corretamente, mesmo com o EPI causa um grande incomodo as vias aéreas.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, óculos, espátulas, dentre outras ferramentas.

3 – O que é feito desses resíduos?
Descartado no lixo mais próximo.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
Geralmente na caixa estacionária.

Questionário elaborado para colaboradores que manuseiam Resíduos Perigosos

OBRA B

Função: Operador de betoneira
Produto: Cimento e aditivos

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Sei que oferecem perigos, mas não sei quais são.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, bota, óculos, aventas e ferramentas.

3 – O que é feito desses resíduos?
Descartado no lixo mais próximo sem a coleta seletiva.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
Após isso são descartados na caixa de entulho.

Função: Aplicador de impermeabilizante
Produto: Impermeabilizante

1 – Ele conhece esses resíduos e sabe o quanto são perigosos?
Sim, porém desconheço quais são.

2 – Quais os utensílios e equipamentos em contato?
Luvas, óculos, brochas e ferramentas.

3 – O que é feito desses resíduos?
As sobras são destinadas as redes pluviais e ao lixo.

4 – Qual o destino final dentro do canteiro?
Normalmente na caixa de entulho.


Publicado por: Kássio Pereira Veiga

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