Educação Física Escolar - Sentido Educativo das práticas corporais no Ensino Fundamental 1º e 2º ci

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 20
CAPITULO 2: UM BREVE HISTÓRICO SOBRE AS PRÁTICAS CORPORAIS NO AMBITO ESCOLAR 22
2.1 O Movimento Ideológico 22
CAPITULO 3: A PRÁTICA CORPORAL PARA O DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL 25
3.1 O Movimento Corporal na Educação Física Escolar 25
3.1.1 Uma Educação Física “PARA O MOVIMENTO”, e outra “ PELO MOVIMENTO” 29
3.1.1.1 Uma Educação Física para o Movimento 30
3.1.1.2 Uma Educação Física pelo Movimento 30
CAPITULO 4: AS PRÁTICAS CORPORAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL 1º E 2º CICLOS 31
4.1 DO CORPO TEÓRICO AO CORPO PRÁTICO 31
4.1.1 CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA: Os conteúdos em movimento 32
4.1.2 MEU CORPO, NOSSO CORPO: As relações corporais durante as aulas 35
4.1.3 O SENTIMENTO CORPORAL: Nossa linguagem interior 35
CAPITULO 5: A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR QUANTO IDENTIDADE CORPORAL NO 1º E 2º CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL 38
5.1 CORPO E APRENDIZAGEM 38
5.1.1 O Movimento Corporal Próprio 39
5.1.2 A Cultura Corporal de Movimentos 39
5.1.3 Corpo: Ser vivo da Corporeidade 41
CAPITULO 6: PROPOSTA DE EDUCAÇÃO SIGNIFICATIVA E RESSIGNIFICATIVA PARA O MOVIMENTO CORPORAL NO 1º E 2º CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL 44
6.1 DO SIGNIFICADO AO RESSIGNIFICADO CORPORAL 45
CAPITULO 7: CONSIDERAÇÕES FINAIS 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48

RESUMO

O presente trabalho tem por objetiva para a área da Educação Física Escolar uma reflexão quanto ao sentido educativo das práticas corporais realizadas no Ensino Fundamental 1º e 2º ciclos. Nesse trabalho apresentamos a Educação Física através de um estudo histórico, que por um longo período tratou suas atividades corporais, como movimento pelo movimento. Desse período histórico até o presente momento, percebemos a necessidade de questionarmos sobre a importância de analisar os movimentos corporais, no que se refere aos significados e principalmente quanto aos ressignificados dos educandos durante as aulas. O interesse partiu primeiramente de minhas próprias aulas, prosseguindo paralelamente com uma investigação bibliográfica da Educação Física nos níveis de 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental. Tal investigação tem o papel de proporcionar novas propostas de ensino aos professores, no que tange o desenvolvimento de posturas, comportamentos, atitudes e ações educacionais para a Educação Física no 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental.

Palavras Chaves: Cultura Corporal, Corporeidade, sentido educacional, significados, ressignificados

ABSTRACT

The present work has for objective for the area of the School Physical Education a reflection with relationship to the educational sense of the corporal practices accomplished in the Fundamental Teaching 1st and 2nd cycles. In that work we presented the Physical Education through a historical study, that for a long period treated its corporal activities, as movement for the movement. He/she gave historical period until the present moment, we noticed the need of we question on the importance of analyzing the corporal movements, in what he/she refers to the meanings and mainly with relationship to the ressignificados of the educandos during the classes. The interest left firstly of my own classes, continuing parallelly with a bibliographical investigation of the Physical Education in the levels of 1st and 2nd cycles of the Fundamental Teaching. Such investigation has the paper of providing new proposed of teaching to the teachers, in what it plays the development of postures, behaviors, attitudes and educational actions for the Physical Education in the 1st and 2nd cycles of the Fundamental Teaching.

Key words: Corporal culture, Corporeidade, educational sense, meanings, ressignificados

1. INTRODUÇÃO

A Idéia de fazer uma pesquisa sobre o sentido educativo das práticas corporais na Educação Física Escolar 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental, surge num momento histórico, onde educandos e educadores estão imersos atualmente por transformações culturais relacionadas ao movimento corporal. Esse movimento de certa forma demonstra uma nova reestruturação das ações humanas no âmbito escolar possibilitando uma visão de “ressignificação” da área da Educação Física sobre o fenômeno corporeidade, sendo esse “olhar” caracterizado por uma bagagem corporal, extremamente importante para o ensino significativo dos conteúdos durante as aulas.

Para a construção cientifica de referido trabalho, sua metodologia esta voltada em fontes que discutem o ensino das práticas corporais nas aulas de Educação Física Escolar 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental, sendo do tipo teórico, tendo como fonte de estudo a pesquisa bibliográfica. Assim, este trabalho constitui-se de enfoque compreensivo seguido por uma abordagem qualitativa onde apresenta as seguintes questões de estudo: Dentro do processo educativo como age a Educação Física Escolar? Que ensino exerce através de suas práticas corporais? Que significados e sentidos educativos desenvolve em suas aulas? Para atender tais questões serviram como referências principais autores como Saviani, Castellani Filho, João Batista Freire, Mauro Mattos, Oliveira, Libâneo entre outros, por apresentarem uma rica e vasta produção acadêmica /cientifica a respeito do assunto.

Tendo consciência da importância de superar o atual modelo da Educação Física no âmbito da escola, este trabalho resgata a importância das práticas corporais no Ensino Fundamental 1º e 2º ciclos, revendo com isso o sentido educativo que desperta nas crianças, no capitulo 2 , veremos um breve histórico das práticas corporais no âmbito escolar, tendo como questão principal à implantação da Educação Física nas instituições de ensino. A seguir, no capitulo 3, abordaremos a questão da prática corporal para o desenvolvimento educacional, revendo com isso quais são os sentidos educativos que a Educação Física Escolar desenvolve para e pelo o movimento em sua prática. No capitulo 4, já no espaço escolar analisaremos as práticas corporais quanto os conteúdos em movimento e as relações corporais durante as aulas de Educação Física no 1º (primeiro) e 2º (segundo) ciclos do Ensino Fundamental. Prosseguindo com a analise no capitluo 5 trataremos da Educação Física Escolar enquanto identidade corporal, diante do movimento corporal próprio tendo o corpo como ser vivo da corporeidade. Já no capitluo 6 trataremos de uma proposta de educação significativa e ressignificativa para o movimento corporal no 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental atendendo dessa forma o tema deste trabalho em questão. E por fim o capítulo 7 são tecidas as considerações finais sobre este trabalho. Nesse momento abordamos a importância das práticas corporais, propondo algumas ações ao educador físico em seu trabalho, criando com isso novas possibilidades, ou novos caminhos a serem explorados em sua ação educativa.

CAPITULO II

UM BREVE HISTÓRICO SOBRE AS PRÁTICAS CORPORAIS NO AMBITO ESCOLAR

2.1 O MOVIMENTO IDEOLÓGICO

A Educação Física como a que temos hoje, passou e passa por diversos fatos históricos, que antes de esclarecer como contribui para a Educação de forma geral é necessário que descortinemos seu passado em busca de esclarecimentos que atendam suas características atuais, cabe ressaltar ainda que a Educação Física Escolar, como ocorre com a Educação, sofreu e sofre influências de tendências e concepções variadas, as quais serviram aos interesses do estado como instrumento ideológico do sistema econômico dominante. Castellani (1988, p.11), nos afirma que a Educação Física, muitas vezes, “tem servido de poderoso instrumento ideológico e de manipulação para que as pessoas continuem alienadas e impotentes diante da necessidade de verdadeiras transformações no seio da sociedade”. Por conseqüência disso na história da Educação Física evidencia-se quase sempre uma influência ideológica. Para que compreendamos essa influência não basta que façamos muito esforço, pois o papel da Educação Física como componente curricular educacional, pode-se dizer que sofre ampla influência das tendências ou concepções tradicionais de ensino, que surgiram e em algumas vezes vigoram até hoje. Podemos facilmente identificar na própria ação corporal dos alunos, isto se deve ao movimento do corpo do aluno com as práticas corporais em aula., visto que, Saviani (1998, p.19) considera essas influências como geradoras de tendências temporais, as quais se manifestam através das ações corporais enquanto resposta da realidade.

Como a prática da Educação Física Escolar iniciou-se com o militarismo e o higienismo, estes desenvolvidos dentro uma pedagogia tradicional, atribuíam ampla relevância ao corpo vigoroso e saudável, com o objetivo de formar o indivíduo “forte” e apto para o trabalho e para as obrigações ao país. Com esse fato histórico os exercícios físicos atingiram o meio educacional de forma alienante. Esse controle das práticas corporais na escola, em nada se distinguia das praticas realizadas nos quartéis, onde simplesmente seguiam ordens.

Outra característica que contribui, ainda mais para tal situação, diz respeito quanto à utilização dos métodos ginásticos, essa prática através dos exercícios calistênicos , objetivavam o desenvolvimento das qualidades físicas, sem considerar que essas práticas prejudicassem a integridade física dos educandos, suas práticas não ofereciam um posicionamento significativo, até então sendo acríticas para as práticas corporais que realizavam.

Com isso pensar na criança como apenas um ser biológico em formação é negar a ela a vida. O movimento diante de tal concepção deixa de ser humano pois “quando trabalha o corpo, faz isso de maneira fragmentada e não o percebe além de seus limites biológicos” (MEDINA, 1989, p. 78)

É necessário ter em mente que através do corpo da criança a mesma desenvolve sua educação, nele estão armazenadas suas características de vida, sendo o seu próprio corpo, a prova mais concreta e capaz de formar sua Educação corporal , a que clama por ser concreta, atendendo as necessidades de sua realidade e vice-versa. Essa questão por sua vez deve fomentar o trabalho educativo do professor de Educação Física Escolar, caso contrário uma prática autoritária de comando, onde o movimento corporal não contenha significado, de nada estará servindo para o processo educacional, ocorrendo com isso uma descorporalização que segundo Gonçalves(1994)

[...] descorporalização significa, por um lado, que ao longo do processo de civilização, em uma evolução contínua da racionalização o homem foi tornando-se, progressivamente, o mais independente possível da comunicação empática do seu corpo com o mundo, reduzindo sua capacidade de percepção sensorial e aprendendo, simultaneamente, a controlar seus afetos, transformando a livre manifestação de seus sentimentos em expressões e gestos formalizados.

Nossa sociedade trás historicamente a reprodução das ações de um sistema capitalista o qual divide o corpo em produto e meio de produção. Assim, analisando a prática corporal da criança, estamos obtendo com isso muito mais que um simples estudo sobre o movimento que realiza, estamos obtendo uma informação a qual retrata sua cultura, seu meio de vida. Essa sociedade capitalista elege cada vez mais o movimento perfeito a técnica pela técnica. Nesta perspectiva, como aponta Gonçalves, nas aulas de Educação Física muitas vezes, esse objetivo errôneo de disciplinar o corpo, privilegiando a realização de movimentos mecânicos conduzindo-o à passividade e a submissão, desencorajando-o de suas ações corporais espontâneas, anulando com isso sua criatividade, seu pensamento enquanto manifestação de movimento.

CAPÍTULO III

O MOVIMENTO CORPORAL PARA O DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

3.1 O MOVIMENTO CORPORAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

É notório que uma Educação Física Escolar que se diga esclarecida em seu trabalho possua em sua prática educativa um olhar de totalidade, ou seja, perceba-se enquanto disciplina curricular de magnitude, não cabendo à mesma ser mecanizadora de movimentos e fragmentadora de conhecimentos.

Daolio (1995), nos relata dizendo que o corpo por um lado é mecânico e por outro uma máquina perfeita, portanto ao passo que o corpo torna-se capaz de ações apreendidas, aumenta também progressivamente seu cumprimento de regras sociais.

E necessário ter em mente que a criança através de seu corpo, desenvolve seu processo educativo, pois nele estão armazenadas suas características de vida, o qual clama por ser concreta, atendendo as necessidades de sua realidade e vice-versa, essa questão por sua vez deve fomentar o trabalho educativo do professor de Educação Física Escolar para além da simples tarefa da ação motora, elevando sua prática para uma ação educadora.

Diante dessa questão surge o olhar sobre o corpo da criança, sendo movido por intenções provenientes da vontade, as intenções e ações manifestam-se através do corpo em movimento, o qual deve receber ações significativas promovendo com isso seu crescimento tanto corporal quanto educacional, de maneira que não podemos continuar reproduzindo para a área da Educação Física e principalmente a do ambiente escolar que a mesma continue sendo tratada como mera reprodutora de ações ao corpo físico, caso contrário, estaremos ocultando dos conteúdos à prática significativa que possuem, as quais necessitam transformar-se principalmente porque tratamos de pessoas atuantes em seu próprio mundo, completas, que vivem, que absorvem, que produzem e principalmente reproduzem as ações que lhes são ensinadas através do corpo.

Dessa forma Piccolo, nos apresenta uma característica muito comum ao movimento corporal das crianças, que durante as aulas de Educação Física, os movimentos do correr, do andar, do saltar, do girar e arremessar demonstram atitudes corporais singularizadas dos educandos, com isso procuro identificar dentre dessas ações corporais os significados educativos, e a linguagem corporal manifestada dentro desta vivência local. No qual

[...] a criança-corpo que brinca, pula, corre, chora ou emburra muitas vezes vizualiza seus movimentos sob a perspectiva da execução, e assim deixo de perceber o corpo-sujeito que comunica com o ambiente através de sua intencionalidade e ação. Esta situação começa a incomodar quando penso na criança movimentando-se e comunicando-se com o mundo por intermédio do corpo que é liberdade e espontaneidade nas ações.

Assim quando questiono sobre as ações corporais nas aulas de Educação Física, procuramos refletir sobre os aspectos significativos que este “corpo-criança” traz consigo a escola. E pergunto-me que “comunicAÇÃO” essas ações corporais transmitem enquanto “educAÇÃO “, para “transformAÇÃO” significativa do ser humano.

Segundo Gonçalves (1994, p. 14), é necessário que saibamos que o corpo

[...] ao longo da história humana, o homem apresenta inúmeras variações na sua concepção e no tratamento de seu corpo, bem como nas formas de comportar-se corporalmente, que revelam as relações do corpo com um determinado contexto social. Desse modo, variam as técnicas corporais relativas ao movimento como andar, pular, correr, nadar etc. b) os movimentos corporais expressivos (posturas, gestos, expressões faciais) que são formas simbólicas de expressão não-verbal; c) a ética corporal, que abrange idéias e sentimentos sobre a aparência do próprio corpo (pudor, vergonha, idéias de beleza etc.); d) o controle de estruturas das impulsos e das necessidades.

Esses quatro aspectos evidenciam a relação corpórea fomentando situações diversas para indivíduos diversos. Na Educação Física, percebe-se entre as manifestações corpóreas, que as mesmas devem conter em seu ato educativo essa percepção de corpo de forma ampla, onde se encontram contidas manifestações não somente de movimentos, mas principalmente de crescimento e de comportamento do aluno. No entanto a ação educacional da Educação Física Escolar depara-se com obstáculos que se limitam muitas vezes em ações corporais reprodutivas, pois “A escola é uma instituição social, e como tal, se encontra numa relação dialética com a sociedade em que se insere” (GONÇALVES, 1994 p. 32)

Com isso ao passo que se constroem práticas corporais educativas com a Educação Física Escolar o “Sistema de manipulação” por sua vez perpassa a idéia de uma educação alienante, afetando diretamente o meio social da criança. Tal questão entendo ser uma desconstrução dos sentidos educativos da Educação Física Escolar, que segundo Rumpf apud Gonçalvez (1994 p.33).

[...] tendem a pertpetuar a forma de internalização das relações do homem com o mundo, que consiste na supervalorização das operações cognitivas e no progressivo distanciamento da experiência sensorial direta [...] a escola, nos últimos 150 anos de processo civilizatório, pretende não somente disciplinar o corpo e, com ele, os sentimentos, as idéias e as lembranças a ele associados, mas também anulá-lo.

A escola como em qualquer outra instituição de ensino, possuí uma estreita relação em eleger as práticas corporais como meio de aprendizagem. Segundo Foucault apud Gonçalves (1994 p.33).

As escolas eram, então, como fábricas, que produziam disposições para ações racionais voluntárias, ao mesmo tempo que prouravam elinimar dos corposmovimentos involuntários. A rigorosa minúncia com que eram estipulados os regulamentos para o comportamento corporal dos alunos, para sua distribuição no espaço e para a divisão do tempo escolar, revela um poder disciplinar que objetivava controlar as erupções afetivasque poderiam surgir no corpo com seus movimentos espontâneos e suas forças heterogêneas, perpetuando-se o controle e a manipulação.

Para Gonçalves (1994 p.36) a característica cultural própria de um corpo que está inserido no processo educacional torna-se dominado pelos moldes reprodutivistas de educação, os quais se originam pelo poder de uma sociedade capitalista. Dentro do aspecto da educação formal o domínio corporal tem sua manifestação marcante diante do

[...] tempo e do espaço são predeterminados e fixados pelo professor, bem como as ações motoras a serem realizadas [...] distantes das experiências de movimentos livres que o aluno tem fora da escola [...] transformam as aulas de Educação Física, em normas motoras que devem ser cumpridas. Não permitindo que os alunos formem os seus próprios significados de movimentos, as aulas de Educação Física conduzem-nos à passividade e à submissão, desencorajando a criatividade.

As atividades corporais realizadas em escola como brincadeiras, jogos, etc, evidenciam expressões espontâneas. Com isso a atividade física surge transformada, e de forma natural de movimnetos, ajustando-se aos interesses do educando.

”Nessa persperctiva predominam a reflexão e a critica, como forma de levar o aluno a ter consciência de sua responsabilidade pessoal que tem pelo próprio comportamento e pela participação no processo educacional.(Freire apud Ferreira, 1984 p.63)

Nessa linha de raciocínio tempo e espaço da aula são vivenciados com prazer, ou seja, presenciamos dessa forma o poder de concentração, atenção e de organização, sem que existam determinações sobre o que, é de como devem ser realizadas as tarefas.

Assim, a criança vai adquirindo hábitos que determinam seus significados, por perceberem que suas ações vão muito além das simples participação de tarefas práticas, mas de uma construção de mundo onde expressa sua identidade corporal.

Para Freire (1989), a criança que brinca cria suas atividades organizando suas atividades corporais, porém ao chegar à escola é impedida de manifestar sua corporeidade, isto contraria os objetivos educacionais da Educação Física, que tanto preza pela manifestação corporal como meio educacional, tratando o educando como um intruso.

[...] sabemos ser a criança dotada de um grande dinamismo, sendo o movimento inerente a sua própria vida. Movimentar-se é uma necessidade básica de todo o ser humano, e na criança esta necessidade apresenta-se de forma mais explícita, por ser esta não apenas dotada de movimento, mas ser o próprio movimento.(ARTIGO CRIANÇA, ESCOLA E LUDICIDADE).

Entendemos que o movimento corporal no processo educacional para possuir significado requer que contenha um profundo relacionamento com a vida dos educandos, sendo assim a Educação Física não pode ignorar os questionamentos e as inquietações corporais de seus educandos, impondo somente regras as ações que envolvem o seu corpo durante as atividades, mas falar desse corpo que se movimenta que manifesta ações que sofre modificações, que possui valores, dúvidas sobre suas ações, ou seja, que o ensino da Educação Física não se resuma somente nas ações corporais, mas que através delas possamos despertar uma ação educativa que é necessária, agora não pela reprodução de movimentos, mas principalmente porque possibilitam ações conscientes e reflexivas, dos movimentos que realiza. Por isso

[...] a conscientização não pode existir fora da ‘práxis’, ou melhor, sem a ação – reflexão. Esta unidade dialética constitui, de maneira permanente, o modo de ser ou de transformar o mundo que caracteriza os homens (FREIRE, 1980 p. 26).

Este ponto discute a relação teoria-prática em aulas de Educação Física. Será que estamos obtendo coerência na aplicação das práticas corporais? Ainda não temos uma resposta para essa questão. No entanto mostraremos alguns aspectos que influenciam essa questão de ensino.

O cotidiano das práticas corporais Este cotidiano alicerça as práticas pedagógicas nas aulas de Educação Física, à medida que as propostas pelos professores despertarem a criatividade, curiosidade, e o interesse pelo movimento corporéo. Para que surja tal posicionamento de ensino precisamos deixar para trás a discriminação, a rotulação que fazemos sobre as crianças, quando estas realizam algum movimento que não é aquele pré-determinado da forma que queremos que seja feito. Incorporando esta visão perceberemos finalmente que o Ensino da Educação Física trata-se de uma educação voltada ao ser humano, e não um simples treinamento que privilegia apenas o aspecto físico, sem considerar as implicações destas ações em todo em todo o ser. Partindo dessas reflexões estaremos contribuindo com o processo construtivo da personalidade, pois o movimento manifesta intencionalidades operantes, estando este correto ou incorreto ambos exercem a espontaneidade servindo como aspecto principal para aprendizagem.

Essa compreensão lógica interna e externa das práticas corporais deverá ser construída com os alunos. Não sendo tratado o conhecimento do professor meramente, como o único conhecimento exclusivo de ensino. Mas aos poucos, o aluno poderá integrar a participação de vida no ensino dos conteúdos gerando com assim seu desenvolvimento educacional.

Hoje é inadmissível que o professor de Educação Física e principalmente o de Educação Física Escolar, seja somente um mero transmissor de movimentos, sem que os conteúdos sejam motivantes ou que despertem o prazer pela prática, a qual deve ser vivenciada significativamente.

3.1.1 Uma Educação Física “PARA O MOVIMENTO”, e outra “PELO MOVIMENTO”

Entendemos que o ensino da Educação Física Escolar é caracterizado por uma transmissão de conteúdos voltados ao corpo, sendo assim sua intencionalidade educacional parte de duas realidades bem distintas que são: Uma Educação Física para o movimento e de outra por uma Educação Física pelo movimento.

3.1.1.1 Uma Educação Física para o Movimento.

A Educação Física para o movimento é a utilização de atividades físicas, motoras e recreativas, com o objetivo de desenvolver a motricidade geral do educando. Visa o ensino e o aprimoramento das capacidades físicas (força, velocidade, etc.) e capacidades motoras de base (coordenação, lateralidade, noção espacial), bem como habilidades específicas, no que insere as técnicas de movimento. A educação centra-se no movimento.

3.1.1.2 Uma Educação Física pelo Movimento

Para Freire (1992) a educação pelo movimento, é um instrumento do processo de aprendizagem que facilita a transmissão de conteúdos ligados ao aspecto cognitivo. O movimento torna-se então, um meio de aquisição e desenvolvimento de conhecimento desde que os objetivos educacionais possam relacionar a psicomotricidade, a cognição, a afetividade e principalmente a corporeidade.

Le Boulch (1987) acredita que “o objetivo central da educação pelo movimento é contribuir ao desenvolvimento psicomotor da criança, de quem depende ao mesmo tempo também do desenvolvimento de sua personalidade para o sucesso escolar”
Conforme Mattos (1999) a “educação pelo movimento visa conjugar os fenômenos motores, intelectuais e afetivos, garantindo ao homem melhores possibilidades na aquisição instrumental e cognitiva, bem como na formação de sua personalidade.”
E é através do movimento que a Educação Física Escolar integra-se com a construção educativa, pois ambos visam métodos e processos de ensino que objetivam o desenvolvimento global do indivíduo, gerando assim uma Educação pelo movimento.

CAPITULO IV

AS PRÁTICAS CORPORAIS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DO ENSINO FUNDAMENTAL 1º E 2º CICLOS

4.1 DO CORPO TEÓRICO AO CORPO PRÁTICO

Entendemos que o ensino da Educação Física ocorre através de uma transmissão de significados ao corpo, que durante a realização das atividades o corpo por sua vez tem a capacidade de ressignificar, em seu dia-a-dia, este é o primeiro e mais importante ponto de manifestação, pois corresponde a sentidos próprios de vida e não simplesmente àqueles que são ordenados pela escola. Sendo assim, “um novo estilo de ciência e do fazer pedagógico está emergindo, pelas nossas mãos, pelos nossos corpos e pelas nossas mentes” (ALMEIDA, 2001, p. 25).

Com isso ao mobilizar o educando, temos por em evidência a motivação, a conscientização, a criticidade e a criatividade através de suas atividades corporais que para a Educação Física no Ensino Fundamental 1º e 2º ciclos permite aos educandos a movimentação, não de aptidões específicas, mas, sobretudo contribui para o desenvolvimento da personalidade, auxiliando em sua educação de maneira íntegra e crítica, oportunizando assim que sejam pessoas capazes de usufruir a Educação Física, analisá-la e compreendê-la em toda a sua amplitude, adquirindo uma consciência no meio em que está inserido.

Ainda que fique claro, as práticas corporais nas aulas de Educação Física necessitam de mudanças, pois na maioria das vezes vem permeada por práticas excludentes, fazendo-se limitada, vazia e sem significados, importando-se mais com incapacidades do que capacidades, sendo assim “ [...] essa realidade contribui para a não valorização da disciplina, enquanto área de conhecimento, que possui reais objetivos educativos, fundamentais para o desenvolvimento integral do indivíduo [...] (GONÇALVES 2002, p.03).

4.1.1 CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA: Os conteúdos em movimento.

O trabalho dos professores e professoras de Educação Física Escolar no primeiro e segundo ciclos do Ensino Fundamental requer ações pedagógicas que sejam possíveis de incluir significados e construção de novos saberes quanto a teorias e práticas realizadas durante as aulas, possibilitando ao educando a compreensão daquilo que esta sendo feito, viabilizando com isso associar os conhecimentos corporais anteriores com as ações que recebem. É possível que tomando como ação esta postura pedagógica o aluno perceba e encontre sentido nas ações corporais que realiza dentro da escola.

Com isso não basta simplesmente dizer o que deve ser feito nas aulas, para que o educando reproduza como mencionado, onde segundo Libâneo (1985 p.39) “são realidades exteriores ao aluno que devem ser assimilados e não simplesmente reinventados, eles não são fechados e refratários as realidades sociais”

Ainda reportando-se a Libâneo advogamos que

Os conteúdos de ensino emergem de conteúdos culturais universais, constituindo-se em domínio de conhecimento relativamente autônomos, incorporados pela humanidade e reavaliados, permanentemente, em face da realidade social” (LIBÂNEO, 1985 p. 39).

É necessário que saibamos observar e perceber que valores estão sendo transmitidos dentro dessas ações educativas. No entanto devemos ser cautelosos, para não desprezarmos os saberes prévios trazidos pelos alunos à escola, estes são pertencentes a sua bagagem cultural, não tendo em mente por hipótese alguma domesticá-los a nossa maneira de ensinar, mas de educá-los a partir de sua visão de mundo. Isto significa propiciar uma construção de conhecimento pela realidade, trata-se de uma oportunidade de aproximarmos ainda mais as relações de alunos/professores, tornando assim o ensino da Educação Física Escolar mais fixo e interessante para os educandos, ainda que pareça ser difícil e utópico é necessário transformar esse modelo pragmático que adotaram para a Educação Física Escolar como sendo uma mera disciplina que dá suporte às demais disciplinas quando se trata de atividades corporais como danças, esporte, jogos, etc..., Esta disciplina vai muito além, do que simples atividades recreativas e desportivas, tem principal função atender as fases de desenvolvimento da criança tanto físico quanto mental, ou seja, queremos dizer com isso que a Educação Física, é uma disciplina que possui identidade por apresentar definições e conteúdos próprios de ensino, que estimulam o corpo a associar a teoria com a prática.

Conforme Gadotti (2001) as relações dialógicas entre o ato de educar e a Educação Física Escolar condizem que ‘só o movimento é absoluto, pois é constante em todo processo’ assim ambos não trabalham isoladamente uma cabeça que pensa e um corpo que se move, sendo assim seus conteúdos possuem relevância para estimular a criança a conhecer e criar seus conceitos e ações dentro de uma conjuntura a qual expressa corporalmente a vida em sua volta.

Porém esse aspecto pouco se tem evidenciado durante a realização prática das aulas de Educação Física, percebemos que o simples fazer por fazer uma atividade não condiz ao professor e ao educando se estes estão apreendendo o conteúdo, é necessário estimular a participação elevando a espontaneidade do educando, elevando também à vontade de realizar cada vez mais com interesse suas práticas corporais.

Sabemos que a criança possui seu movimento inerente à sua própria maneira de viver. Pois o movimento para ela é uma forma de aprendizagem única sendo construída de individuo para individuo. Onde o ensino dos conteúdos da Educação Físico Escolar necessita respeitar suas capacidades de apreensão e assimilação para que sua aprendizagem possa favorecer sua aprendizagem em si, e não em atividades mecanicistas de movimento que fragmentam sua relação corporal com o conteúdo que é aplicado.

Com isso o processo de aprendizagem dos conteúdos da Educação Física no 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental, co-existem para ampliar sua construção corporal, sem que formem um corpo alheio ao mundo e a outros corpos, caso contrário não havendo tal oportunidade sua aprendizagem se tornará

[...] uma aprendizagem sem corpo, e não somente pela exigência de o aluno ficar sem movimentar-se, mas, sobretudo pelas características dos conteúdos e métodos de ensino, que o colocam em um mundo diferente daquele no qual ele vive e pensa com seu corpo.(GONÇALVES,1994 p. 34).

Dessa forma os conteúdos têm possuir uma relação de compatibilidade com a realidade dos educandos, para que estes ensinamentos possam também ser realizados fora da escola, os quais identifiquem suas potencialidades no fazer prático, conseqüentemente tornando cada vez mais independente o movimento que o aluno produz em sua maneira de viver.

As mais variadas formas de movimento que a criança puder realizar com os conteúdos da Educação Física favorecem em sua construção educativa, por ela tratar seu corpo como um organismo inteiro e não fragmentado. Para isso o conhecimento que é formado na criança deve ser um conhecimento de corpo e de ações ao corpo, onde os próprios movimentos possam ser vivenciados mais livremente, isso quer dizer que seu contato corporal mais espontâneo possa ser realizado sem amarras de regras ditas corretas ou incorretas, o qual é tratado sendo moldado à imagem e semelhança do adulto, ainda como se esse fosse um ser completo e acabado.

Quando falamos a respeito das manifestações corporais das crianças e os conteúdos de ensino, não podemos deixar de lado sua ludicidade, onde se descobre sua criatividade, e ao mesmo tempo seu prazer de movimentar-se livremente pelo mundo incorporando com isso suas ações, sentimentos e pensamentos os quais alimentam seu corpo possibilitando novas criações de movimentos.

Diante disso acreditamos haver espaço para o um ensino lúdico na escola, o que significa dizer, que sua manifestação traz consigo o desenvolvimento próprio, sendo assim é necessário que reconheçamos a ludicidade como fonte propulsora da corporeidade, a qual possibilita a construção de seu conhecimento.

Mas é claro que uma mudança efetiva não é tão simples, pois “não basta [...] conteúdos criticamente selecionados e estrategicamente organizados, é necessário que professores e alunos se transformem, no cotidiano de suas práticas, em sujeitos do seu ensinar e do seu aprender do ato mesmo do ensino/aprendizagem”.(MARQUES, 1989 p.24).

É claro que, também nesta perspectiva, a escolha dos conteúdos expressa um caráter ideológico, pois além de englobarem o cotidiano e as questões sociais, dão ao educador uma visão mais global/universal, situando-o no “campo da esquerda” na construção da sociedade socialista. E tendo em vista as grandes desigualdades, sobretudo econômicas, que o capitalismo vem proporcionando, evidencia-se a busca de uma nova hegemonia.

Assim sendo, não se pode analisar os conteúdos globalmente, pois segundo Marques “o tratamento que lhes é dado na prática educativa concreta [...] só passam a serem conteúdos de ensino no processo de ensino/aprendizagem, onde são observadas Metodologias e ideologias inerentes ao educador”. Além disso, há a questão do tempo dedicado a cada aula que também não auxilia no trabalho do conteúdo, pois se torna difícil fazer com que os alunos produzam raciocínios diferenciados a cada fração de “hora física”, à revelia de suas reais e humanas possibilidades. “Horários industrializados e opressivos, forjados na lógica capitalista, constituem-se em modos de expropriação dos tempos dos indivíduos”. (BARCELOS, 1989 p. 40).

4.1.2 MEU CORPO, NOSSO CORPO: As relações corporais durante as aulas.

Antes da linguagem da fala, manifesta-se a linguagem corporal, já desde muito cedo esse tipo de comunicação expressa-se pelo corpo das crianças nos movimentos que realiza. As movimentações geram mudanças comportamentais, que conforme o tempo tornam-se essenciais fixa-se no corpo o qual constrói e reconstrói sentidos e significados visíveis, por nele estarem contidas sua imaginação, percepção de mundo, volta-se ao corpo enquanto informação dizendo o que, e como é realidade.

4.1.3 O SENTIMENTO CORPORAL: Nossa linguagem interior

As ações que o corpo produz enquanto resposta não ficam somente nos movimentos, mas principalmente nos sentimentos que este corpo criança transmite através das mais diversas ações, diante disso o sentimento age sobre o movimento corporal podendo este ser considerado também como um tradutor de significados, essa manifestação corporal evidencia-se através do sentimento o qual constrói significados diversos para pessoas diversas, ainda que fossem vistas de forma contraria seriam verificadas outras respostas, outros sentidos conseqüentemente outros significados.

É através do corpo que o sentimento perpassa, as emoções transferem-se ao ambiente externo moldando-o em significados e sentidos próprios, estes agem sobre a realidade conforme sua própria necessidade.

Existem inúmeras disciplinas em que podem ocorrer tais manifestações sentimentais, porém na Educação Física essas manifestações são mais demasiadas por justamente possuírem uma ligação mais direta com o corpo, esse elemento único, variado, simples e complexo ao mesmo tempo, à medida que a criança amplia suas experiências corporais suas experiências sentimentais vão formando o controle de suas atitudes, seu comportamento enfim estes são aspectos que norteiam sua corporeidade.

Com isso o sentimento trata-se de uma linguagem muitas vezes oculta no âmbito escolar, onde não se encontra com espaço para manifestações de suas próprias inquietações, ainda que tratemos a respeito de um corpo que vive as ações fragmentárias de um ensino muitas vezes caracterizado somente como prático, vale ressaltar sua importância na ação corporal manifestada enquanto conhecimento de seu próprio corpo, que revela sua relação com o meio social.

Segundo Aragão (2005) É na relação com o meio, e pelo movimento intencional, que as estruturas psico-cognitivas fixam-se e liberam outras [...] Então, a aquisição da linguagem implica a maturação do sistema nervoso, a integração num grupo social e a motivação afetiva. Como é próprio de todo sistema auto-organizativo, a linguagem resultante de um amadurecimento cinestésico amplia, por sua vez, a consciência.

Dessa forma o movimento conforme corrobora Aragão (2005, p.32 - 33) produz

Atitudes, gestos, posturas e expressões corporais enunciam infomrações que não necessitam passar por outra linguagem que não a do movimento. Essas informações provêm do cotidiano, dos hábitos, das relações interpessoais estabelecidas no seio de um grupo social, compondo um sistema de signos que identificam a comunidade e que revelam culturas singulares de movimento.

Essas manifestações corporais formam sentidos ao corpo e ao movimento que este corpo realiza, em direção de uma consciência corporal. Que para Aragão (2005, p.33) a autora

[...] é compreendida pela possibilidade do autoconhecimento, do conhecimento de si , do acesso a informações de diferentes realidades e compreensão do ser estar no mundo. É a consciência de si e do mundo, que está para além do domínio do corpo, ou da apreensão de conceitos e condutas motoras.

Entendemos dessa forma que o sentimento que nossas crianças transmitem diante de suas movimentações vem permeado de significados, ainda que confusos, merecem atenção, orientação e principalmente de ações pedagógicas concretas favorecendo com isso sua autonomia.

CAPITULO V

A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR QUANTO IDENTIDADE CORPORAL

5.1 CORPO E APRENDIZAGEM

A aprendizagem se dá através do corpo de maneira recíproca, as ações e emoções o levam as manifestações de sentimentos, pensamentos acionam assim seus movimentos. De maneira geral, dizer que a aprendizagem ocorre por meio da ação corporal, não se trata somente em dizer que a questão motora é a única executora desta aprendizagem, mas é destacar principalmente que através destas ações percebemos o desenvolvimento cognitivo das crianças como expressão significativa de aprendizagem temos sua imaginação, criação enfim sua organização de mundo. Trata-se de respostas que outrora julgadas como insignificante, mostram-se como sendo de importância significativa provida do sentido cognitivo.

A forma do ser humano movimentar seu corpo é singular, ao mesmo tempo em que manifesta corporalmente suas necessidades, também incorporam outras, ou seja, percebemos que além de sua singularidade, o corpo encontra-se ligado a uma cultura de significados próprios.

Segundo Gonçalvez (1994) além do movimento em si, o individuo é movido por sentimentos, o que ele sente antecede ao pensamento que por sua vez esse antecede as ações de movimentos. Com isso fazer com que o corpo expresse suas necessidades mais ocultas e faze-lo presente e disposto a percepções as quais favorecem sua consciência de mundo, possibilita-o de agir sobre este mundo construindo com isso sua identidade própria de corpo enquanto unidade indissociável. Baseando-se nessa perspectiva de educação o professor de Educação Física Escolar pode transformar a realidade de suas aulas para uma comunicação mais próxima com a realidade, enfim que oportunize viver com mais significado as práticas corporais que aplica e desenvolve com seus educandos, possibilitando dessa forma que descubram o sentido de suas ações.

5.1.1 O Movimento Corporal Próprio.

A Educação Física Escolar dentro do ensino fundamental 1º e 2º ciclos caracteriza-se por uma ação pedagógica a qual constroem o conhecimento de seus movimentos pela oportunidade de expressão, imaginação e estimulação de pensamentos, e é bem sabido que em seu trato educativo, a mesma desenvolva-se dentro de uma postura comprometida com a cultura que o educando possuí. Entendemos por um lado que sua prática de ensino muitas vezes centra-se no movimento, mas por outro lado esse movimento deve conter conhecimento, entender-se enquanto elemento de ação significativa de vida. Para descobrirmos quais são os sentidos educativos das práticas corporais praticadas no ensino fundamental 1º e 2º ciclos, necessitamos expor situações as quais expressem a espontaneidade da criança em sua realização de movimento. Essa espontaneidade trata das diversas possibilidades de criação e recriação e principalmente de utilização com o que é transmitido por ela, trata-se de uma aproximação de significados com o mundo que a rodeia e vice-versa. Piccolo (1993, p. 64) corrobora dizendo que

[...] na primeira infância, a atividade mental é mais rápida e é através da exploração de movimentos variados que se pode aperfeiçoar o sucesso da criança em tarefas intelectuais. É o autoconhecimento que vai leva-la à capacidades de lidar com os problemas e isso se consegue nas propostas motoras que fazem com que as criança conheça as suas potencialidades.

5.1.2 A cultura corporal de movimentos.

Cultura em seu conceito mais amplo significa o individuo poder expressar suas ações em grupo, as quais são manifestadas através da história onde tempo e o espaço o individuo se encontra, pois quando falamos sobre tempo e espaço, estamos nos reportando ao meio de vida que este individuo possui, quais são os seus costumes, trabalho, enfim seu meio de sobrevivência também, esses aspectos tratam de questões sociais que trazem em si a história desses sujeitos marcadas em seu corpo. Como diz Gallardo et al. (1998, p. 87): “ A riqueza do aprendizado propiciado pelas atividades motoras da cultura corporal não se esgota em sua realização pura e simples. É de fundamental importância que as crianças aprendam a refletir sobre sua vida prática, e não apenas vivenciá-la”.

Na escola essas questões devem ser trabalhadas e bem discutidas constantemente já que a escola é um lugar de união cultural, esta deve crescer, construindo conhecimento com as mais diversas raças, costumes, crenças e tradições.

Esses são aspectos culturais relevantes no ensino da Educação Física de 1º e 2º ciclos como em todos os outros níveis de ensino, tratam essencialmente de movimentos humanos os quais são manifestados através das danças, jogos, brincadeiras e movimentos variados do dia-a-dia que para os conteúdos da Educação Física podem ser tematizados e exercidos como ações de ensino, tais práticas corporais aqui denominados como cultura de movimentos.

Nesse sentido o envolvimento da cultura com o aprendizado da criança desenvolve-se segundo Marcelino (1989, p.28) “[...] Implica, assim, no reconhecimento de que a atividade do homem está vinculada à construção de significados que dão sentido à sua existência”. Corroborando com isso Daolio (2005) trata a o movimento enquanto cultura de movimento a qual desenvolve-se não somente como tradução da história, mas principalmente de como esse corpo movimenta-se diante do contexto social.

Diante disso os movimentos corporais das crianças em período escolar no ensino fundamental 1º e 2º ciclos são representados essencialmente pelas manifestações corpóreas que trazem de sua própria vida. Notadamente durante as aulas de Educação Física seus interesses são vivenciados conforme a cultura que possuem, e aos poucos vão agregando as fases de crescimento outros costumes, outros valores, novas posturas não surgem somente decorrentes de processos biológicos ou fisiológicos, mas principalmente por ações sociais.

Com isso temos o movimento humano como constituinte mais importante da cultura, visto que, as formas de execução de uma atividade devem permitir a criança desenvolver-se como agente de sua própria aprendizagem, assim o ensino da Educação Física trata-se de um ensino natural e não de controle, por isso requer selecionar conteúdos de forma que atendam a cultura corporal desses educandos, visto que, a assimilação dos mesmos está em sua realidade de movimentos, sendo assim os objetivos de um trabalho na Educação Física Escolar do Ensino Fundamental 1º e 2º ciclos não é somente aquilo que se vai aplicar ao aluno enquanto atividade, mas principalmente o que se espera dele enquanto aprendizagem (Negrine apud Mello; Bracht, 1992, p. 06).

Estes conteúdos são interpretações retiradas da realidade dos indivíduos, com profunda ligação com seu significado histórico e social que através da tematização da Cultura Corporal pode ser estabelecida uma associação entre o movimento humano e os aspectos histórico-sociais.

“Portanto se a Cultura Corporal é o conhecimento da Educação Física, este deve ser abordado de forma critica e competente. E com isso afirma-se que não basta praticar atividades físicas como o esporte, o jogo, a dança, a ginástica, etc. É necessário compreender como e por que essas práticas corporais apareceram, em que contexto histórico foram criadas, quais as modificações que sofreram ao longo do tempo e como hoje são observadas na nossa cultura”. (Ciclo Básico de Aprendizagem: Proposta Curricular: Educação Física. 1998, p.13)

A partir do momento que os conteúdos de ensino da Educação Física Escolar tiverem uma ligação com as realidades sociais, ou seja, incorporar-se na cultura escolar, as condições para a emancipação dos educandos e a transformação do projeto de sociedade acontecerá, pois “a educação escolar não pode ser pensada como algo neutro em relação ao mundo, mas como algo que produz na sua própria dinâmica, caminhos diferenciados para a ação social concreta em função de interesses e necessidades dos próprios educandos” (Rodrigues apud Barcelos, 1989 p.39)

Talvez o ponto inicial, neste processo, fosse uma interação no ato educativo, do saber sistematizado (acumulado pela humanidade) com o saber cotidiano (produzido pelas relações sociais) e aí, quem sabe, as “receitas de bolo” alienantes poderiam adquirir características críticas, contribuindo para a formação do cidadão consciente.

5.1.3 Corpo: Ser vivo da Corporeidade.

Na educação, como em outras áreas da vida as pessoas se encontram em um eterno aprendizado, o qual é construído através do corpo. E saber interpretar esse aprendizado é fazer-se sentir, agir, pensar e perceber-se com o corpo enquanto ferramenta de identidade nós chamamos de corporeidade.

Corporeidade são relações humanas de qualquer ordem que geram situações reais de mundo de individuo para individuo.

De acordo com Santin (1987), a corporeidade é a vivência do corpo nas mais diversas dimensões sejam elas: física, espiritual, cultural, social, ideológica, política e econômica, onde o corpo se dá de maneira interna e externa ao mundo, dessa forma pensar em uma Educação Física que traga sentido educativo para as práticas corporais realizadas no Ensino Fundamental 1º e 2º ciclos, é pensar que estes aspectos estejam presentes na vida do educando, é possibilitar essas vivências através dos conteúdos, tornando-os significativos.

Com isso a corporeidade na escola é de fundamental importância ser manifestada pelas crianças, permitindo a elas interpretar através do corpo o mundo em sua volta como um canal que constrói e reconstrói conhecimento. A corporeidade é o conhecimento expressado em movimento, sendo assim a Educação Física no Ensino Fundamental 1º e 2º ciclos se faz necessária para oportunizar ações corpóreas com mais significado. Na escola os corpos sujeitos da corporeidade contam e fazem a sua história de vida, a experiência do corpo sendo, expressada pela motricidade produz ações intencionais, isto é, através de suas práticas corporais a criança se faz corpo sujeito consciente de suas ações.

Santin (1987) identifica o ser humano como corporeidade, ou seja, seus gestos e expressões falam por ele, à medida que o corpo com o tempo manifesta movimentos dizendo que

O homem é movimento, o movimento que se torna gesto, o gesto que fala, que instaura a presença expressiva, comunicativa e criadora. Aqui justamente neste espaço, está a Educação Física. Ela tem que ser gesto, o gesto que se faz, que fala. Não o exercício ou o movimento mecânico, vazio, ritualístico. O gesto falante é o movimento que não se repete, mas que se refaz, é refeito dez, cem vezes, tem sempre o sabor e a dimensão de ser inventado, feito pela primeira vez. A repetição criativa não cansa, não esgota o gesto, pois não é repetição, mas criação. Assim ele é sempre movimento novo, diferente, original. Ele é arte.

Dessa forma o movimento que a criança produz com o corpo é conhecimento, pois se relaciona com o mundo, seja este movimento de formas diretas ou indiretas, própria ou não, para o ensino da Educação Física Escolar no 1º e 2º ciclos é de fundamental importância pois torna-se aprendizado.

Para Nóbrega (2005), a corporeidade do corpo é muito mais do que um ser biológico. A corporeidade é o conhecimento movido pelo corpo enquanto consciência critica de suas ações, produzindo conhecimento.

Assim, quando falo sobre este corpo criança, não me dirijo a anatomia e/ou organismos em crescimento aspectos estes físicos em desenvolvimento, mas em suas relações de mundo, as quais desenvolvem suas potencialidades com os demais indivíduos. Onde [...] a corporeidade implica, portanto, na inserção de um corpo humano em um mundo significativo, na relação dialética do corpo consigo mesmo, com outros corpos expressivos e com objetos de seu mundo (OLIVER, 1995, p.52)

Com isso a Educação Física urgentemente necessita tratar seu aluno como um corpo por inteiro, devendo possuir um olhar não somente para as realizações motoras, mas, sobretudo pela corporeidade, não perdendo essa visão sobre o que é corpo e os movimentos que realiza. Tal processo resgata o processo educativo e significativo para a vida deste ser criança oportunizando com isso sua humanização.

CAPITULO VI

PROPOSTA DE EDUCAÇÃO SIGNIFICATIVA E RESSIGNIFICATIVA PARA O MOVIMENTO CORPORAL NO 1º E 2º CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

6.1 DO SIGNIFICADO AO RESSIGNIFICADO CORPORAL

A Educação Física Escolar também é uma educação “corporal”?. Aqui, rapidamente entende-se o conceito de que a Educação Física pode ser a ciência que estuda a ação humana, tanto do ponto de vista motor quanto social. Estuda o homem como agente transformador, que lança mão de suas ações, movimentos e expressões corpóreas; da sua cultura e consciência corporal em si, para determinar e transformar o mundo e sua volta. Por isso sua presença no âmbito educacional como tal exerce tarefas que não abrangem somente conteúdos de si própria, como todas as outras disciplinas de ensino . É fato que o trabalho pedagógico da Educação Física Escolar seja manifestado com maior ênfase dentro da ação corporal, dessa forma cabe a Educação Física Escolar, uma busca de ações que oportunizem sentidos significativos que atendam as necessidades dos educandos formando com isso sua identidade corporal.

Portanto observando o cotidiano das práticas corporais, nos inquietamos quanto à manifestação corpórea dos educandos, chegando a interrogar-nos sobre os porquês de determinados procedimentos, atitudes, posturas manifestadas pelos educandos diante das aulas. Ainda que nos pareça claro que o objetivo deste estudo seja a questão educacional diante da ação corporal nas aulas de Educação Física Escolar, percebemos a necessidade de uma tarefa ainda maior a qual será observar e analisar as manifestações corpóreas dos educandos, tendo em mente qual significado educativo que a Educação Física Escolar vem desenvolvendo nos mesmos, e qual o ressignificado dessa prática corporal em sua vida.

CAPITULO VII

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino da Educação Física Escolar necessita de uma profunda transformação pedagógica, onde a sua teoria não afaste o educando de sua prática, e ainda que sua prática não se afaste de sua teoria, é dar sentido as ações educacionais por uma postura comprometida com o fazer pedagógico significativo diante disso a Educação Física deve caminhar para além da simples técnica corporal, visto que

[...]o trabalho do professor de Educação Física[...] vai muito além da pura e simples transmissão da técnica da ginástica, do esporte, etc. É fundamental que realmente a aula de educação Física se transforme num ambiente critico, onde a riqueza cultural estabeleça um trampolim para a critica (GUIRALDELII JR., 1997, p. 58)

Diante da citação o trabalho do professor de Educação Física requer que atentemos para a realidade do educando, o qual vem organizando com isso suas tarefas práticas, caso contrário a Educação Física enquanto componente curricular escolar continuará alimentando ainda mais a exclusão a mecanização de movimentos em detrimento da criatividade e imaginação dos educandos.
No que diz respeito a lei 9.394. “A Educação Física, integrada a proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se ás faixas etárias e às condições da população escolar[...] (PARÃMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1997, p.24)

A lei e para ser vivida e não apenas para ser escrita. Com isso é imprescindível que o professor de Educação Física diante do seu papel educacional, perceba a comunicação transmitida dentro das ações corporais manifestadas pelos educandos, e construa valores significativos com suas ações, para que não reproduza os ideais de uma sociedade fragmentadora a qual distancia o corpo de suas posições concretas, o que consequentemente refletirá não somente dentro da escola, mas principalmente em vida, em sociedade.

Nessa perspectiva vale ressaltar a cultura corporal das crianças, sendo uma das mais fortes manifestações a gerarem possibilidades que atendam os significados e sentidos das necessidades corporais, visto que, os conteúdos de ensino como: ginástica, jogos, esportes, dança e lutas coexistem para sustentar o discurso cultural sendo aplicados e transformados diante da realidade onde são aplicados.

Este ponto apresenta-se como forma de elucidar o trabalho educativo do professor de Educação Física no interior da escola, remetendo ao mesmo a função transformadora da Educação Física Escolar, sendo uma tarefa que vai muito além do simples ensinar de técnicas, movimentos e regras, isto são apenas minúsculos fragmentos do todo, que necessita ser contextualizado. É necessário estar intrinsecamente relacionado com o tempo e o espaço, os quais vivificam os ensinamentos da Educação Física Escolar. Tornar o ensino da Educação Física uma ação voltada para o presente, não ficando essa subjetiva com um discurso voltado apenas para o futuro. Pois o corpo que hoje manifesta movimentos, os manifesta até o fim de sua vida.

E de se ter bem claro qual realmente é a função do professor de Educação Física dentro da escola para que o “tio de física” , assim chamado pelos educandos àquele que em nome das atividades físicas leva o corpo a caminho da exaustão, por ainda existir infelizmente alguns profissionais que privilegiam mais a perfeição das técnicas corporais de movimentos do que as seqüências pedagógicas de ensino.

Diante dessa questão propomos desenvolver alguns aspectos, que favorecem a atividade do professor de Educação Física juntamente com educandos sendo eles:

  • Que o profissional de Educação Física integre-se enquanto elemento educativo, participando da construção dos projetos da escola;
  • Possibilitar durante suas aulas que os educandos contenham espaço para questionamentos a cerca do quê estão realizando enquanto práticas corporais, promovendo assim discussões à cerca dessas ações ao longo de suas vidas;
  • Perceber como são os corpos dos alunos refletindo sobre sua realidade, e de como as atividades podem ser desenvolvidas de forma viabilizadora e significativa;
  • Ampliar seu repertório corporal, oportunizando novos movimentos corporais às suas aulas;
  • Construir novas formas de movimentos incentivando a exploração e a criatividade dos educandos em suas práticas corporais;
  • Oportunizar atividades lúdicas, prazerosas e de lazer que atinjam o bem estar na realização das práticas corporais despertando possíveis sentidos educacionais;
  • Incentivar o poder de movimentação da criança, motivando-a diante das suas ações corporais;

Uma vez que esses aspectos sejam trabalhados para a realização das aulas, as práticas corporais serão construídas e reconstruídas, diminuindo dessa forma com a mera repetição dada como pronta e acabada de movimentos mecanizados, os quais distanciam os sentidos e significados que se desejam alcançar com a prática da Educação Física Escolar no Ensino Fundamental 1º e 2º ciclos.

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Publicado por: Márcio Riscik

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